Que final mais confusa!

18 dias. Este é o período oficial de preparação que todas as seleções do mundo terão antes da Copa da África. A partir de 24 de maio, todos os jogadores são obrigados a se apresentar. E ninguém pode jogar bola oficialmente depois do dia 17 de maio, exceto os atletas dos dois times envolvidos na final da Champions League (marcada para o dia 22).

Detalhe: a final da Copa del Rey está marcada para o dia 26 de maio. Aguero, Forlán e Simão, por parte do Atlético de Madri. Jesús Navas, Zokora e Luis Fabiano, pelo Sevilla. Sem ir mais longe, pelo menos estes seis seriam desfalques certos para seus times, pois já estariam com as seleções se preparando para o Mundial.

Nós somos campeões mundiais em bagunçar calendário. Mas convenhamos: a Federação Espanhola não deu exatamente um exemplo de competência ao marcar a decisão para o dia 26.

A confusão já começou. A final ainda não tem local definido, mas os dois clubes querem o Santiago Bernabéu. O segundo maior estádio do país tem fácil acesso para as duas torcidas e vai estar prontinho, já que a final da Champions terá sido disputada quatro dias antes.

O Atlético já fala de um artigo do regulamento da Fifa que obriga a liberação de jogadores somente 14 dias antes da competição oficial. Como a Copa começa no dia 11 de junho, o Atlético acredita que possa contar com seus selecionáveis na final do dia 26.

A Federação Espanhola mandou um requerimento para a Fifa fazendo tal consulta. E, paralelamente, já considera mudar a data da final para a semana anterior. Neste caso, ela não poderia ser disputada no Bernabéu por causa da Champions. O Atlético quer o Camp Nou, em Barcelona, mas o Sevilla quer o Mestalla, em Valência.

Ah, e tem mais um detalhe: a final tem que casar com a agenda de Sua Majestade, o Rei Juan Carlos. Afinal, o homem dá o nome ao torneio. Taça sem ser entregue pelo Rei não tem o mesmo gosto.

A final da Copa do Rei é das coisas mais bacanas do futebol espanhol. Ninguém dá muita bola para o torneio, mas quando chega a final o país para. É o único jogo do ano com estádio dividido, metade de uma torcida, metade da outra. Isso resulta em um clima de jogo, algo difícil de ser visto no país. É, de fato, emocionante.

Mas a bagunça está grande. Convenhamos: já que a final (que é inédita!) reúne dois bons times, que eles possam contar com seus melhores jogadores. As partes precisam chegar a um acordo, mudar data, o que for. E que o Rei ajude!