quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Faltou o gol

A cena que Soldado representa na imagem repetiu-se, pelo menos, mais umas sete vezes na partida. O Valencia fez quase tudo certo, menos o mais importante: gol (getty images)

O futebol não foi justo com o Valencia no confronto contra o Manchester United. Os Chés foi a equipe que mais se esforçou para ganhar, a equipe que quis jogar futebol, mas, no final das contas, os três pontos se marcharam rumo a Manchester. O Valencia foi melhor que o time de Alex Ferguson, mas faltou algo que o Manchester United foi letal: pegada e gol.

Os torcedores valencianos mostraram-se confiantes e lotaram o Mestalla. Sem poder contar com seus principais jogadores (Rooney, Giggs e Scholes, todos fora por lesão), o encarregado de levar os três pontos à Inglaterra foi Javier Hernández, vulgo "Chicharito". O mexicano, que esteva na órbita do Valencia, entrou no segundo tempo no lugar de Anderson e só precisou de quinze minutos para decidir o duelo.

O primeiro tempo teve poucas atividades na áreas porque os Reds cerraram muito bem os espaçoes e o Valencia custou para combinar e abrir buracos na defesa bem postada por Ferguson. Nani representava perigo quando infiltrava-se na área, mas Mathieu soube o controlar. Pelo lado do Valencia, destaca-se Pablo Hernández. O meio-campista puxou a responsabilidade, foi um verdadeiro pesadelo para Evra e conduziu o Valencia aos lances de perigos. O duelo se concentrou em cruzamentos da linha de fundo, todos eles interceptados pela defesa adversária. As únicas finalizações que passaram perto – ambas em chutes de fora da área – foram de Berbatov, do lado do Manchester United, e de Pablo Hernández, pelo Valencia.

Nos últimos 45min, as oportunidades passaram a ficar mais constantes. Aos 10min, Berbatov, jogador mais perigoso dos visitantes, ganhou dividida de Navarro pela esquerda, invadiu a área e bateu rasteiro, mas parou no goleiro César Sánchez, que saiu corajosamente em cima do atacante. Pouco depois, Mata teve a chance de finalizar quase da pequena área, mas demorou e foi travado por Nani. Mesmo com a liderança do grupo praticamente garantida com o momentâneo empate, o Valencia não hesitou em partir para o ataque, mesmo deixando espaço para os contra-ataques do Manchester em certas ocasiões. Mas foi a partir dos 30min que brilhou a estrela do técnico Alex Ferguson, colocando Javier Hernandez e Federico Macheda nos lugares do brasileiro Anderson e de Berbatov, respectivamente.

Logo em seu primeiro lance, o atacante mexicano mandou uma bola na trave. Depois, aos 40min, Hernandez não perdoou. O jogador recebeu de Macheda na entrada da área e finalizou rasteiro, abrindo o placar e garantindo a primeira vitória do Manchester United nesta Liga dos Campeões. O gol de Javier Hernandez serviu ainda para o Manchester United quebrar um tabu. Desde a temporada de 2001/02 que os Red Devils não conseguiam vencer uma partida em território espanhol nas competições europeias (a única vitória foi em 01/02, contra o Deportivo, no Riazor). Porém, mesmo com a vitória desta quarta-feira, o 'saldo' da equipe de Ferguson segue ruim: apenas um triunfos em 19 jogos.

O Valencia ainda tentou algo, mas o Manchester United se fechou mais ainda e segurou o resultado. O Manchester United usou da experiência não sofreu muito, apesar dos constantes ataques Chés. O Valencia não pode deixar-se abalar pelo resultado e, com a terceira posição do grupo, irá fazer dos duelos contra o Rangers, as suas primeiras finais na temporada. Sábado, contra o Atlhetic Bilbao, o Valencia terá um jogo duríssimo e terá que esquercer esta derrota caso queira seguir na liderança da Liga.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pedra no sapato

Sem Messi, restou a Villa comandar o ataque blaugrana na partida contra o Rubin. O Guaje não foi brilhante, porém foi decisivo, marcando o gol de empate (AP)

O Rubin Kazan se especializou em ser uma “pedra no sapato” do Barcelona. Na temporada passada, em dois jogos pela Champions, uma vitória do clube russo em pleno Camp Nou (dois a um) e um empate em território russo (zero a zero). Pela segunda rodada do Grupo D, o Rubin Kazan novamente parou os blaugranas. Atuando fechado em sua defesa, o Rubin Kazan, em um de seus raros ataques, abriu o placar no primeiro tempo, em pênalti convertido por Noboa. Graças a um pênalti convertido por David Villa, o Barça empatou e, com o um a um, escapou de um novo vexame.

Guardiola tinha em mente uma grande dúvida para o confronto: escalar ou não escalar Lionel Messi. Ainda que não tivesse recebido alta do departamento médico, o técnico de Santpedor resolveu levá-lo para o confronto na Rússia. Antes da bola rolar, Messi fez um teste físico e, em entrevista à TVE Catalã, disse que não sentia mais nenhuma dor no tornozelo. Mesmo assim, Guardiola não quis arriscar a temporada de seu principal jogador e, como previsto, resolveu colocá-lo no banco. Ainda que Keita tivesse uma participação importantíssima na vitória contra o Athletic Bilbao, Guardiola, desta vez, resolveu preterí-lo. Mandou para campo um 4-1-2-3 estranho, com Mascherano na volância e Busquets na armação. Iniesta foi adiantando à ponta esquerda e Villa e Pedro revezavam-se na direita.

Como a noite não foi tão inspirada da parte de Xavi, a armação das jogadas ficou por conta de Busquets. Entretanto, foi um desastre. O meio-campista, que se destaca por saber sair jogando com a bola na volância, não mostrou a mesma virtude em um novo posicionamento e mostrou a Guardiola se carta fora do baralhio quando o assunto é substituir Iniesta. Assim como na partida contra o Sporting Gijón, o Barcelona mostrou sentir muita falta de Lionel Messi (não chega a ser uma "Messidependência"). Com os Volzháne atuando com cinco centrais e um meio-campo bastante defensivo, o Barcelona tardou a romper a retranca russa. Atuando com sua tônica, os blaugranas ficaram trocando passes e, com paciência, esperava um vacilo para fazer uma infiltração na zaga do Rubin.

Para isso, o Barcelona tentava explorar as jogadas pelos flancos, mas sem tanto sucesso, já que Pedro não fez uma boa partida. Aos 25min, o canário levantou da direita e Villa chutou para fora. O time russo, que praticamente não havia levado perigo para os visitantes, abriu o placar pouco depois. Kaleshin avançou e foi derrubado por Daniel Alves dentro da área. Noboa cobrou o pênalti com força e deixou o Rubin Kazan em vantagem. O Barcelona continuava com dificuldades para atacar. Aos 42min, Villa ajeitou de cabeça para Pedro chutar para fora. Os números do primeiro tempo deixam claro como de nada adiantou o Barcelona ter uma grande vantagem na posse de bola (76% a 24%). No total, os azulgrenás tiveram seis finalizações nos 45 minutos iniciais, mas nenhuma delas foi na direção do gol.

No segundo tempo, o panorama da partida parecia o mesmo no começo. Fechado na defesa, o Rubin Kazan continha as investidas do Barcelona. A situação mudou a partir dos 14min. Iniesta se chocou com Salekvadzey dentro da área e o juiz marcou pênalti. Villa cobrou rasteiro no canto esquerdo e igualou. O tento foi especial para o Guaje e para o clube catalão: foi o gol de número 400 do Barcelona em competição europeias. Antes do final do jogo, as duas equipes ainda tiveram chances de desfazer o empate. Em contra-ataque raro na partida e rápido, Kaleshin cruzou certinho na cabeça de Martins, que cabeceou na trave, quando Valdés já estava vendido. Na última chance da partida, o Barcelona quase virou. Após tabelar com Messi, Iniesta tentou bater no contrá-pé de Ryzhikov, mas a bola acabou raspando o travessão.

Ainda que fosse preterido por Guardiola para ser substituido quando Messi entrara em campo, Mascherano foi bem, desta vez. Se, nas partida anteriores, Mascherano havia recebido amarelos em todas, desta vez, o argentino fez o certo. Com desarmes limpos e bom auxílio com o ataque, o argentino fez sua primeira grande partida com a camisa azulgrená.

Domingo, o Barcelona volta a campo pela Liga para encarar o Mallorca. Guardiola terá problemas, já que Xavi sentiu desconfortos no tendão de Aquiles (pela segunda vez na temporada), o que justifica a sua má partida, e já é baixa segura, assim como Villa, suspenso pela CEDD por uma partida, após a confusão com Gabilondo na partida contra o Atlhetic. Pep teve contra o Rubin o exemplo de que Busquets não vai bem na armação das jogadas e terá problemas para armar a equipe para o jogo contra os bermellón.

Hoje é dia "Di María"

Após deixar Di María e Özil no banco, Mourinho resolveu vencer a partida colocando-os em campo. Com cruzamento de turco-alemão, o argentino decidiu a partida (defensacentral)

O Real Madrid foi encarar o Auxérre no Abbé-Deschamps com o seu terceiro uniforme. O uniforme, de cor roxa, representa a cor do sofrimento, da dor. E parecia até um pressentimento, já que o time de José Mourinho suou para sair da França com os três pontos. Antes dos merengues viajarem à França, Mourinho já criou sua primeira polêmica no clube de Chamartín: após divulgar a lista dos 22 jogadores que formariam o grupo que viajaria a Auxérre, Mourinho resolveu excluir Pedro León e irritou-se com a imprensa madrileña, que queria saber o porquê: "Parece que Pedro León é Zidane!". Revoltados com as palavras de Mourinho, os jogadores do Getafe, ex-companheiros de Pedro León, resolveram tirar satisfações com o técnico de Setubal, e foi Mané quem tomou as rédeas dizendo que, no Getafe, Pedro León era, sim, como Maradona e Zidane.

Após tanta polêmica precendetes à partida, José Mourinho optou por um time mais forte na marcação, com Xabi Alonso, Khedira e Lassana Diarra no meio campo, deixando Cristiano Ronaldo, Benzema e Higuaín mais à frente e mandando para campo um 4-3-3, pela primeira vez desde que chegou no time. A partida começou num ritmo forte, intenso, apesar de o Real Madrid não tardar a domina-lá. Ainda assim, o conjunto de Jean Fernández foi sem complexos, impulsionados pela fanática torcida, e tentava surpreender em algum contra-ataque. O primeiro tempo do jogo mostrou o quanto Özil é importante para este time. Com três volantes e um meio-campo pesado, o Real Madrid pecava na criação de jogadas e Cristiano Ronaldo estava num dia muito individualista. Embora tivesse maior posse de bola do que o adversário (69% a 31%), o Real Madrid foi pouco eficiente no ataque nos 45 minutos iniciais. Os merengues finalizaram dez vezes, mas apenas quatro delas na direção do gol.

No segundo tempo, os franceses sofreram em seu campo, quando revelaram-se um time fraco e sem recursos. Ainda assim, quase abriram o placar, quando Pepe cortou errado um cruzamento vindo da esquerda e a bola passou rente à trave esquerda de Casillas, deixando Mourinho com calafrios. E o Real Madrid conquistou a vitória quando o técnico português sacou Diarra e Benzema e mandou a campo Di Maria e Mesut Özil. Com eles, a ligação com o ataque passou a funcionar e com um gol do argentino, em uma (nova) assistência do turco-alemão, os merengues venceram. Após cruzamento da direita de Özil, Di María se antecipou à zaga dominando no peito e chutou forte, estufando as redes de Sorin.

A falha nas conclusões preocupa Mourinho e o afficionados. Os blancos têm o pior ataque entre os primeiros colocados da Liga Espanhola. Com seis gols em 105 chutes, o acerto é de 5,7%. Neste início de temporada, em sete jogos, o Real Madrid só venceu por dois ou mais gols em três deles (Real Sociedad, Ajax, Espanyol). Entretanto, Mourinho mostra otimismo. Na coletiva pós-jogo, o técnico de Setubal já mostrou confiança para os próximos quatro jogos restantes da fase de grupos. Segundo palavras de Mourinho, se o Real Madrid vencer apenas um deles, ou, exemplificando melhor, somar três pontos em doze disputados, o Real Madrid já estará classificado. Os blancos ainda estão longe de apresentarem um futebol convincente, mas, ao menos, os resultados já aparecem neste início de temporada, mesmo que não seja aqueles esperados pelos torcedores.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Resumo: 5ª Rodada(3ª parte)

Apos a má estreia, o Villarreal só vence: na vice-liderança, o Villarreal derrotou o Málaga em um jogo polêmico e com cinco gols (AFP)

O Villarreal deu grandes passos no Campeonato Espanhol trás superar o Málaga por 3 a 2, reassumindo a segunda posição - antes, do Barcelona. Um encontro de tempos opostos e marcado pela expulsão de Eliseu ainda na primeira etapa - expulsão controversa, diga-se de passagem. Todos os gols saíram na primeira parte. O Málaga abriu o placar com um trallazo de Eliseu. A equipe andaluz, que havia perdido os três jogos disputados em casa na temporada, parecia que tinha a situação do jogo nas mãos, porém em apenas três minutos o Villarreal mapeou para empatar e virar a partida.

Um chute de Cazorla fora da área blanquiazul despistou Rubén após desviar na defesa e uma bela assistência de Nilmar rematada com sutileza por Rossi levaram a desilusão ao afficionados malacitano, que acabou recuperando as esperanças quando Rondón empatou de cabeça uma jogada do grande destaque dos blanquiazules de momento: Quicy Owusu-Abeyie. Após um segundo tempo morno e com o Málaga se defendendo dos ataques amarillos, aos trinta e três veio o lance que decidiria a partida. Cazorla, cada vez mais mostrando sua melhor versão, quebrou a retranca andaluza com um chute seco e cruzado de fora da área que Rubén não pôde alcançar.

Embora não tenha feito gols, Nilmar foi um dos destaques da partida. O atacante fez boas tabelas e ajudou o time a prender a bola em seu campo ofensivo. O Málaga ainda teve chances de empatar. Fernando chegou a balançar as redes, mas o gol foi anulado – o jogador estava impedido. O Villarreal prendia bem a bola em seu ataque, sobretudo com Nilmar e Rossi. Rúben salvou o Málaga com belas defesas e evitou uma derrota ainda pior para os donos da casa.

Algo qualificado pela imprensa espanhol como mais "importante" que a vitória do Villarreal foi Carlos Marchena. O zagueiro provocou a expulsão de Eliseu em uma jogada idêntica a que ele fez há dois anos, quando provocou o então jogador do Getafe Roberto Soldado. A LFP já se pronunciou sobre o caso e decidiu retirar o cartão do português Com dez homens em campo, o Málaga se quer inquietou a Diego López na segunda parte. O Málaga segue sem vencer em casa desde o dia 21 de março.

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CRAQUES DA RODADA
David Trézéguet (Hércules)
Xavi Hernández (Barcelona)
Fernando Cavenaghi (Mallorca)
Filipe Luís (Atlético de Madrid)

Escalação da rodada
Calatayud (Hércules), Daniel Alves (Barcelona), Abraham Paz (Hércules), Piqué (Barcelona, Filipe Luís (Atlético de Madrid); Busquets (Barcelona), Xavi (Barcelona), Cavenaghi (Mallorca); Soldado (Valencia), Trezeguet (Hércules), Áduriz (Valencia)

domingo, 26 de setembro de 2010

Resumo: 5ª Rodada (2ª Parte)

A cara feia de Acosta (de vermelho, à direita) representa o momento do Sevilla: em mais um tropeço na temporada, sobrou para Álvarez, demitido após o jogo (eldesmarque.es)
Hércules 2x0 Sevilla
Dessa vez não teve jeito. Na primeira derrota no Campeonato Espanhol - somados a dois empate e apenas uma vitória - Antonio Álvarez não aguentou e foi demitido pela direção sevillista ao término da rodada. Ao novo cargo, os andaluzez agora contarão com Gregório Manzano, um dos técnicos mais reconhecidos no futebol espanhol. O time da gestão de Álvarez dava pena. Hoje, foi só mais uma amostra de um Sevilla irreconhecível, com Luis Fabiano isolado no ataque e um estranho 4-5-1. Um único lance aos 5min representou tudo que o Sevilla fez no primeiro tempo. A jogada teve início nos pés de Luís Fabiano, que se livrou de um adversário no meio campo e deu ótimo passa para Acosta. O meia avançou com a bola até a área e bateu cruzado, de esquerda, para boa defesa do goleiro Calatayud. Depois, só deu Hércules. Isolado no ataque, Luis Fabiano sofria com a falta de criatividade de sua equipe. A falta de criatividade do clube rojiblanco, aliás, é o ponto mais preocupante. E, estranhamente, Álvarez deixou de fora da partida Perroti e Konko, os dois melhores sevillistas neste início de temporada. Aliás, como se estivesse sobrando de nível futebolísticos e de resultados, o técnico de Marchena não para(va) de fazer rotações. Tal panorama resultou em dois gols do Hércules ainda no primeiro, ambos do experiente atacante Trezeguet. O primeiro saiu de pênalti, após falta infantil de Zokora em Tiago Gomes, aos 20min. No segundo, tudo começou com uma linda jogada pela esquerda de Drenthe, que passou como quis pelo defensor e cruzou na segunda trave; Kiko bateu cruzado e Trezeguet, de joelho, conseguiu desviar para as redes.

A parte de Crônicas do Eldesmarque - jornal que cobre o Sevilla e as outras equipes andaluzes - tocou em um ponto importante: a plantilla do Sevilla só piora ao passar do anos. E isso se deve, principalmente, pelas contratações ruins que a cúpula rojiblanca faz (um dos motivos para a queda na Champions). Empatar com Deportivo e Racing e não ganhar do Hércules é uma boa prova disso.

Atlético de Madrid 1x0 Zaragoza
Um Atlético jogando mais na base da vontade resistiu ante um Zaragoza sem pegada. O conjunto colchonero voltou a somar três pontos após derrota para o Barcelona e empate contra o Valencia.O único gol da partida nasceu nos pés de Filipe Luis, que só foi fazer sua estreia no clube rojiblanco somente hoje. O brasileiro fez bela jogada invidual pela esquerda e cruzou para Diego Costa concluir ao gol de Leo Franco. O lateral esquerdo, aliás, foi muito bem e, possivelmente, sendo o melhor em campo: além da assistência para o único gol da partida, ajudou muito a defesa quando o Atléti foi pressionado no segundo tempo e foi muito importante e incisivo nas infilitrações pelo lado esquerdo. Após jogar por "diversão" e dominar o primeiro tempo inteiro, o conjunto de Quique se difuminaram e o jogo passou a zer dos maños, que acabaram não convertendo em gols as suas chances, muito por causa da falta de pegada do ataque alarmante. A árbitragem de Muñiz Fernández foi bastante controversa. O árbitro não assinalou um pênalti em Diego Costa e expulsou - desta vez de maneira correta - Reyes, após este agredir Contini.

Espanyol 1x0 Osasuna
A noite foi boa para os estreantes. Após Filipe Luis comandar o Atlético de Madrid, um pouco mais cedo, Álvarez Vázquez foi o autor do único tento da vitória dos péricos, que fazem uma boa campanhia, apesar da derrota para o Real Madrid. O garoto, de apenas 19 anos, recem-chegado à Liga BBVA, foi o destaque: além do gol, provocou a expulsão de Lolo, aos 20 minutos. Os rojones foram vítima do talento e da ilusão de Vázquez, um atacante "elétrico", formado nas canteras do Espanyol desde a categoria cadete (aqui no Brasil, pré-mirim). Talentoso e com fome de jogou, disputou sua primeira partida como titular na Liga, depois de jogar pouco menos de meia-hora no Santiago Bernabéu. A aposta de Pochettino rompeu a partida aos 25': após chute de Luis Garcia afastado pela zaga basca, Vázquez dominou, enganou os marcadores após fingir que iria chutar de direita, ajeitou para a canhota e, com extrema categoria, finalizou às redes de Ricardo. Após o gol, o Espanyol se acomodou um pouco na partida, mas se manteve intacto, com uma defesa sólida, praticamente formada por becários (Chica, Amat, Víctor Ruiz e Dídac) e sustentadas por Javi Márquez e Duscher na volância. A equipe navarra adiantou as linhas e, por pouco, não empatou, em uma cabeçada de Damia, defendida por Kameni. A equipe catalã joga com ráfagas e brilha por momentos, mas a falta de constância e de maturidade é necessária para fechar uma partida.

Deportivo 0x2 Almería
Depois de cinco rodadas, o Almería finalmente conquistou sua primeira vitória no campeonato. Com uma atuação segura de Diego Alves, a equipe do brasileiro venceu o La Coruña fora de casa por 2 a 0, com dois gols do nigeriano Kalu Uche, e deixou a zona de rebaixamento da Liga das Estrelas. Os andaluzes se encontraram muito pronto para a partida com o primeiro gol, que deu-lhe mais tranquilidade para controlar o resto da partida, que foi mais ajudado após a expulsão de Colotto, antes mesmo do intervalo. As duas equipes, e seus respectivos técnicos, chegaram ao Riazor pressionados, já que não conheciam a vitória em quatro rodadas e estavam na boca do decenso. O Deportivo, derrotado, segue mal: apenas três pontos em quinze disputados. Após lutar tanto para não cair, o Deportivo fez uma temporada anterior mediana, mas e agora? Quando será que os galegos abrirão os olhos para o campeonato? Ainda dá tempo, já que estamos apenas na quinta rodada. Um bom exemplo para os blanquizules buscarem inspiração é o Villarreal da temporada passada, que começou desta maneira, mas recuperou-se e conseguiu uma vaga na Liga Europa.

Mallorca 2x0 Real Sociedad
Dois gols do experiente argentino Fernando Cavenaghi, um em cada período de tempo, selaram a vitória do Mallorca frente a Real Sociedad em um jogo frouxo em Palmo de Mallorca. A Real Sociedad, após a ótima estreia, não ganha mais: em quatro rodadas, três derrotas e um único empate. Já os baleares se reergueram após o tropeço no País Basco. O Mallorca demonstrou no primeiro tempo o mesmo tipo de jogo mostrado em boa parte da temporada passada: que quando joga em casa, a coisa é outra. Diferentemente do futebol inútil e hesitantes mostrado longe da Ilhas Baleares. Ante a Real Sociedad, foi um conjunto muito sério, aplicado, disciplinado e, acima de tudo, muito vertical. O primeiro gol de Cavenaghi foi o principal ponto para o desenrolar da partida. O Mallorca mostrou-se mais confiante, enquanto que a Real Sociedad mostro um futebol opaco e imprevisível. Raúl Tamudo, que fez do Mallorca sua vitima predileta em sua passagem pelo Espanyol, teve sua sorte abandonada. Não ajudou em nada. O meio-campo dos donostiarra naufragou e seus jogadores cometeram muitos erros. Quando jogava melhor, a Real Sociedad tomou um banho de água fria: após Griezzman desperdiçar a chance de empatar, Cavenaghi foi fatal e, aproveitando erro da zaga euskara, marcou seu doblete, sentenciando a partida.

Para saber dos três jogos de Sábado, clique aqui. Amanhã, encerraremos o resumo desta rodada com o jogo isolado entre Villarreal x Málaga, os craques da rodada e a escalação da rodada.

Nada de regalias, por favor

Com carta branca para agir no Real Madrid, Mourinho agrada a Florentino Pérez, cortando as regalias dos principais jogadores (getty images)

É por motivos como esse que José Mourinho foi contratado por Florentino Pérez para ser treinador do Real Madrid. Para cortar regalias, caprichos e excessos com os quais os jogadores do Real Madrid se acostumaram diante de anos de comandos técnicos e diretorias permissivos às suas vontades. Liderados por Casillas, um dos que estão há mais tempo no clube, os jogadores foram ao técnico de Setubal e pediram que a programação de treinos fosse atrasada em uma hora todos os dias para que alguns pudessem levar os filhos no colégio.

Vejam bem, não estou falando de uma mudança de um dia específico, mas, sim, de toda a programação montada pelo treinador e sua comissão técnica. Mas a coisa não é tão simples e direta como parece. Por trás da máscara nobre da justificativa, está uma queda de braço. Os jogadores sentem-se visivelmente incomodados com os métodos mais rígidos de Mourinho e tentam uma ofensiva para mostrar que o grupo tem vez no CT de Valdebebas.

O português, no entanto, deu ombros e negou de imediato a solicitação. Antes, já havia avisado que os treinos seriam mais pesados e que em muitos dias haveria trabalho em dois períodos. Ah, e um detalhe básico. Segundo levantamentos do AS, apenas dois dos atletas do elenco principal têm filhos em idades escolar. Em outras épocas, até poderia ser pensar em uma intervenção da diretoria, ainda mais sob a asa do Florentino Pérez, que deu ainda mais margem a essas regalia das "estrelas". Mas, dessa vez, parece que o caminho será o inverso. Pressionado pela falta de títulos e pelas constantes eliminações nas oitavas da Champions, Florentino sabe que que filosofia agora precisa mudar. Tanto que contratou o português, conhecido por sua linha dura.

Poucos teriam a personalidade e, principalmente, a carta branca para agir desta forma no Real Madrid. Impossível, pensar, por exemplo, em Manuel Pellegrini, ex-técnico merengue, com uma autonomia desse tipo. Mas Mourinho foi chamado para isso, para fechar o cerco e diminuir a farra. Até agora, está sendo bem sucedido, mas todos sabem que só os resultados positivos podem dar o respaldo para que continue a implementar o seu tipo de filosofia. Se começar a perder, certamente será mais questionado. Mas, convenhamos: mesmo não tendo um iníco dos sonhos no clube de Chamartín, ao analisar o histórico recente do português, perder não é exatamente algo que ele tem feito com frequência.

sábado, 25 de setembro de 2010

5ª Rodada (1ª Parte): Com a ajuda do rival

Comemora os jogadores do Valencia: os Chés surpreendem a (quase) todos e é o lider isolado do campeonato (getty images)

Após perder a liderança para o Real Madrid no saldo de gols, o Valencia voltou ao topo da tabela. E com uma ajuda inesperada: no Ciutat de Valencia, o Levante - rival local - segurou o Mou Team e fez com que o Valencia ficasse isolado na classificação. O empate do Real Madrid pode ter consequências piores ao término da rodada: se o Villarreal derrotar o Málaga e o Sevilla vencer o Hércules por dois ou mais gols de diferenças, os merengues poderão terminar a quinta rodada na quinta posição. Além disso, o trabalho de Mourinho já começa a ganhar comparações com o de Pellegrini. A 33 rodadas do fim do campeonato, o Real Madrid pode somar 99 pontos. Porém, com mais três ou quatro tropeços, o Real Madrid de Mourinho não alcançará os 96 pontos do Madrid de Pellegrini. Que coisa, hein?

Sporting Gijón 0x2 Valencia
Se antes da temporada começar, o Valencia era tido por boa parte da mídia como um time que não brigaria por mais nada na temporada, os Chés estão dando uma resposta - e que resposta! - à imprensa. Invicto na competição, os Chés fizeram mais uma vitima no torneio e, de quebra, contou com a ajuda do seu rival Levante, que segurou o Real Madrid (resumo detalhado na partida mais para frente), para ficar com a liderança isolada. Manuel Preciado mudou bastante o Sporting Gijón em relação à equipe que começou contra o Barcelona - no total, foram sete mudanças. Já Unay, fez algumas trocas pensando na partida importante que o Valencia fará na quarta, quando enfrenta o Manchester United, no Mestalla - promessa de jogão, diga-se de passagem!. Os asturianos, porém, tiveram o desfalque importante de Nacho Novo, por lesão; enquanto que o Valencia viajou sem alguns titulares como Joaquín, Miguel e Albelda.

Mesmo sem Joaquín, melhor jogador dos Chés neste início de temporada, o Valencia solucionou sua visita às Asturias em apenas dez minutos. Primeiro, aos sete, quando o turco Mehmet Topal abriu o placar com uma cabeçada após cobrança de escanteio de Fernandes; depois, aos 10 minutos, quando foi a vez de Soldado ampliar o placar, após contra-ataque puxado por Mata. Um fator curioso na partida foi a participação do atacante Domínguez. O jogador argentino havia entrado na partida no lugar de Aduriz, aos 16 minutos do segundo tempo. Mas, aos 35 minutos, foi substituído por Mathieu, sem sentir nenhuma contusão aparente.

Levante 0x0 Real Madrid
Pressionado pela vitória do rival pela liderança, o Real mostrou nervosismo e criou muito abaixo do que está acostumado. No final da partida, ainda tentou pressionar, chegou duas vezes com Benzema – que entrou bem na segunda etapa -, mas não conseguiu marcar. Confirmando as previsões, só o Real Madrid jogou no primeiro tempo. O Levante, mesmo jogando em casa, se limitava a esperar o ataque merengue e sonhar com encaixar um contra-ataque. Mesmo com mais ritmo de jogo, porém, o time merengue criou poucas chances reais de gol. A primeira delas foi aos 11min. Marcelo desceu pela ponta esquerda, rolou para o meio da área e Higuain, ao tentar o desvio, mandou por cima do gol. Aos 18min, o argentino assistiu Cristiano Ronaldo em profundidade, mas Reina saiu bem aos pés do português e evitou o gol. O camisa sete ainda teve duas chances, ambas de cabeça. Uma mandou por cima, outra Reina pegou.

Quando mandou a bola às redes, o Madrid teve seu gol anulado. Foi aos 42min, em lançamento de Khedira, que Higuain recebeu em posição de impedimento. No segundo tempo, o Real Madrid mostrou que galácticos também dão chutão. No desespero para tentar voltar à liderança, o ataque merengue parou de colocar a bola no chão e se afobou, criando muito pouco até os 25min. Com as entradas de Pedro León e Benzema nos lugares de Di Maria e Özil - que não foi bem como nas outras partidas -, o Real Madrid até voltou a jogar bonito, teve duas chances com o francês, mas não conseguiu marcar.

Athletic Bilbao 1x3 Barcelona
Ao contrário do jogo da última quarta-feira, quando deu mostras que o time sentia muita a falta de Lionel Messi, o Barcelona convenceu em sua visita ao San Mamés. Inspirados pelo tropeço do Real Madrid - e inspirados por Xavi, dono do jogo, diga-se de passagem - e com chances de retornar à vice-liderança, os comandados de Josep Guardiola tiveram dificuldades no primeiro tempo, mas souberam conduzir e terem paciências para chegar à vitória. O começo da partida foi típico de um Athletic x Barça. Os dois times se estudavam bastante e o jogo estava equilibrado, com um Caparróz construindo uma pequena retranca e tentando um vacilo para contra-atacar. As coisas começaram a mudar quando, aos 35 minutos do primeiro tempo, Amorebieta foi expulso por dar uma entrada violenta em Iniesta. Apesar de estar com um a menos, o Athletic Bilbao soube se defender bem e contava até com a ajuda de Llorente quando atacado. Os Leones quase abriram o placar no início do segundo tempo, quando Javi Martínez acertou um balaço na trave de Víctor Valdés. Mas, aí, teve que aparecer o individualismo blaugrana para mudar a partida. Após ataque puxado por Iniesta, Villa só deu um leve "tapa" na pelota, que sobrou para Keita, livre, abrir o placar e acalmar Guardiola, nervoso no banco de reservas.

O Barcelona queria mais e deixou isso muito claro com o passar do tempo. Após chances desperdiçadas por Villa e Iniesta, o Barcelona continuou exercendo um futebol exêntrico, enquanto que os bascos, visivelmentes cansados com a correria no castigado gramado do San Mamés, acusava-se da partida. A insistência, então, foi recompensada. Após troca de passes, Xavi recebeu na meia-lua e deu seu característico chute de trivela, a bola desviou em Ituraspe e "matou" Iraizoz. As forças igualaram-se após a expulsão - infantil - de Villa e o Atlhetic Bilbao tentou exercer uma reação. E conseguiu, com Gabilondo, porém o Barcelona matou a partida em uma contra-ataque rápido puxado por Pedro e concluido por Busquets.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Resumo: 4ª Rodada

Em uma nova exibição de De Gea, o Atléti segurou o Valencia e, de quebra, contou com uma nova partida inspirada do jovem goleiro De Gea (AS)

Real Madrid 3x0 Espanyol
Mesmo sem apresentar um grande futebol o Real Madrid venceu com extrema facilidade um Espanyol confuso e sem apresentar o futebol mostrado nas rodadas anteriores. Intactos pela marcação blanca - que nem era as mais das pesadas -, o meio-campo périco foi incapaz de criar alguma coisa, um dos trunfos para a vitória merengue. O primeiro tempo foi marcado pelo domínio do Real Madrid na posse de bola, mas com poucas oportunidades de gol. Os donos da casa iniciaram melhores o duelo e, logo aos 7 minutos, Dí Maria obrigou o goleiro Kameni a fazer grande defesa em chute da entrada da área. Apesar de jogar praticamente toda a etapa inicial em seu campo de ataque, o time madridista sentiu grande dificuldade para furar a retranca adversária e só abriu o placar em um polêmico pênalti aos 28 minutos - convertido por Cristiano Ronaldo.

As duas equipes passaram a abusar das infrações na etapa final. O zagueiro Pepe recebeu dois cartões amarelos e acabou expulso. Na sequência, o defensor Galan fez falta violenta e deixou o Espanyol com 10 jogadores. Com maior espaço para jogar, o Real Madrid aproveitou um contra-ataque para ampliar o placar aos 34 minutos. Cristiano Ronaldo lançou Higuaín que, cara a cara com o goleiro, tocou no canto e marcou o segundo dos donos da casa. Na última chance da partida, aos 42 minutos, Benzema chutou forte da entrada da área e fez o terceiro.

Sevilla 1x1 Racing Santander
O Sevilla de Antonio Álvarez não consegue arrancar. Nesta rodada, teve a oportunidade de se reafirmar definitivamente e ganhar confiança com a liderança da Liga, afastando os seus fantasmas do começo da temporada. Porém, a chegada do outono parece não ter despertado a equipe de Nervión. Novamente, fez uma partida medíocre, que terminou com protestos do público no Pizjuán. O empate ante o Racing veio confirmar que em Nervión, a fórmula de Antonio Álvarez não funciona e está muito longe de funcionar. Não só por causa de seu esquema 4-5-1, mas porque os seus jogadores não estão bem. Sem Navas, sem um bom Luís Fabiano, sem Kanouté, sem Renato e com apenas rastros de Negredo, ganas e vontade, não se chega a lugar nenhum. O técnico sevillista está desesperado para que sua equipe não perca a cabeça, porém, basta um pequeno detalhe, um gol em contra, pra tudo sair da ordem planejada. E isso aconteceu depois do empate, quando o Sevilla se convertera num caos.

Cigarini, desaparecido, terminou de sumir, Zokora e Guarente não serviam para elaborar o jogo e as linhas estavam tão distantes entre si que era impossível que as bolas chegassem para Negredo ou Alfaro. As mudanças tampouco solucionaram a partida. José Carlos parecia estar jogando com pesos nos pés, pois sua lentidão foi inexplicável. Luís Fabiano apenas teve minutos. E assim, sem chegadas e sem demonstrar perigo, a partida foi se esgotando. E isso foi bom para o Sevilla, porque o Racing estava crescendo. E foi por isso que Antonio Alvarez ouviu a maior bronca da torcida, desde que chegou para treinar o time.

Barcelona 1x0 Sporting Gijón
Sem Lionel Messi, o Barcelona mostrou-se um time humano. Tudo bem que não é a partir de um jogo sem o gênio argentino que podemos fazem uma análise, mas, diante do Sporting Gijón, o Barcelona teve sério problemas para quebrar a bem postada defesa asturiana em campo. Ainda que contasse com incríveis 82% de posse de bola, o Barcelona não superou a retranca dos rojiblancos. O sérvio-espanhol Boján bem que se esforçou, mas não conseguiu produzir uma jogada de perigo. Quem mais assustou foi David Villa, com chutes que não exigiram muito esforço do goleiro Cuéllar. Sem ter tido nenhum risco defensivo na etapa inicial, Guardiola optou por, no intervalo, colocar o atacante Pedro no lugar do volante Keita. Deu certo. Logo aos 3min da segunda etapa, um passe excepcional do brasileiro Daniel Alves conseguiu desmontar a forte defesa do Sporting de Gijón e deixar David Villa na cara do gol; com tranquilidade, o atacante espanhol bateu cruzado e mandou para as redes, abrindo o placar e decretando a 50ª vitória do Barcelona de Guardiola no Camp Nou.

Valencia 1x1 Atlético de Madrid
No Mestalla, nova exibição de gala de De Gea. A partida prometia emoção com os únicos times considerados capazes de tirar o protagonismo de Real Madrid e Barcelona. E cumpriu a promessa. O jovem goleiro rojiblanco foi uma muralha novamente, assim como no confronto contra o Barcelona. Nos primeiros minutos, o Valencia pressionava em busca do primeiro gol e Áduriz quase abriu o placar. Mesmo muito aquém do que pode mostrar, o Atléti abriu o placar após falha de Maduro em lancamento de Forlán. O holandês não cortou a bola do uruguaio e ela sobrou para Antonio López rolar para Simão abrir o placar. Há sete anos sem ganhar no Mestalla, o Atlético de Madrid logo se viu numa enrascada e tentava segurar a pressão valenciana. Após ser infinitamente superior na segunda etapa, o Valencia logo chegou ao empate. Após persistência de Pablo Hernández, Mata cruzou e Áduriz meteu às redes para igualar o marcador. Uma curiosidade que assola a partida é que, nas últimas cinco temporadas, o perdedor do confronto direto entre as duas equipes é quem se classifica à Champions.

Athletic Bilbao 3x0 Mallorca
No San Mamés, um plácido Athletic Bilbao derrotou um Mallorca cada vez mais sem padrão de jogo por três a zero. Os leones chegaram para o duelo com quase que obrigação de ganhar uma equipe que vive em crise interna e perdeu os seus principais jogadores. Jogando bem com a bola nos pés e mostrando um futebol vistoso e envolvente, o Athletic Bilbao aproveitou a fragilidade da defesa roja - principalmente na bola aérea - para chegar ao resultado. Caparrós optou por mudanças no time titular e deu chances a Iturraspe, David López e Muniain, dando descanso a Orbaiz, Gurpegui e Gabilondo. Igor Martínez foi quem fez a dupla de ataque com Llorente, ocupando o posto do lesionado Toquero. Pelo lado bermellón, o uruguaio Gonzalo Castro, destaque do time, recuperou-se a tempo para a partida e foi titular, igual a Aouate, que voltou à portería bermellona após cumprir um Yom Kippur. Igor Martínez, substituto de Toquero, saiu de campo ovacionado pela torcida basca. E merecidamente: foi o melhor em campo e participou dos três gols da equipe. Ele sofreu o pênalti convertido por San José; começou a jogada do gol de Iñigo Pérez; e deu a assistência para o tento de David López.

Villarreal 1x0 Deportivo
Inspirado pela convocação à seleção brasileira, Nilmar marcou mais uma vez, tornou-se artilheiro da competição e, de quebra, garantiu mais uma vitória do Villarreal. Na primeira etapa, o Deportivo La Coruña deu bastante espaço para o time da casa dominar o meio-campo e tomar a iniciativa do jogo. Nilmar e Angel López se movimentaram bem e criaram boas chances de gol para o Submarino Amarelo. O gol do brasileiro, classificado pelo AS como uma genialidade foi no final da primeiro etapa. Ángel escapou marcação de Desmarets e cruzou para trás.Nilmar chegou nela, dominou e chutou cruzado. O brasileiro teve sorte, pois a bola bateu nas duas traves da meta defendida por Manu antes de ir para os fundos das redes. Na segunda etapa, o Deportivo tentou sair mais para o jogo, mas abriu espaço para o rival contra-atacar. Como aos 13min, quando Carzola foi derrubado na meia-lua. Rossi foi para cobrança e quase fez o segundo, mas a bola foi para fora. No final, o jogo ficou mais aberto, mas os erros dos atacantes impediram que saíssem mais gols.

Getafe 0x2 Málaga
E o Málaga segue convencendo. Após uma temporada na qual lutou até a última rodada contra o rebaixamento, a equipe andaluz, dirigida por Jesualdo Ferreira, parece ter encontrado seu futebol. O Málaga dominou os azulones com velocidade e ordem ofensiva. Antes da partida, esperava-se um duelo bem parelho, já que ambas as equipes encontravam-se em situação comoda na tabela. Nas rodadas anteriores, mostraram o que melhor e pior podem fazer. Os gols só saíram no segunda tempo, com Rondón, melhor em campo ao lado de Quincy, e Apoño.

Osasuna 3x1 Real Sociedad
No Reyno de Navarra, enfim o Osasuna venceu na temporada. Após sair atrás no marcador - gol de Tamudo -, o Osasuba tentou colocar uma pressão sobre o rival e alcançou o empate aos 38min, com Pandiani. Logo em seguida, aos 43min, Camunas marcou o segundo do Osasuna. Na segunda etapa, a vantagem ajudou o Osasuna a jogar melhor e a equipe não demorou para fazer o terceiro e selar a vitória, com Aranda.

Craques da Rodada
Nilmar (Villarreal)
Igor Martínez (Athletic Bilbao)
De Gea (Atlético de Madrid)
Aritz Áduriz (Valencia)

Escalação da rodada: De Gea (Atlético de Madrid); Iraola (Athetic Bilbao), Abraham Paz (Hércules), Ricardo Carvalho (Real Madrid), Capdevilla (Villarreal); Apoño (Málaga), Igor Martínez (Atlhetic Bilbao), Juanfran (Osasuna), Sergio (Levante); Áduriz (Valencia), Nilmar (Villarreal).

Quando o chefe não dá bom exemplo...

Cartilha contra eventos comerciais do "professor" Guardiola não é seguida mais à risca (getty images)

Josep Guardiola cada vez solta mais a rédea dos seus jogadores. Ele já não obriga mais seus subordinados a cumprirem as normas firmes que trouxe quando chegou à Catalunha. A prova desta maior liberdade é vista na hora em que os atletas fazem comerciais. Guardiola tinha imposto uma norma que dizia que nenhum jogador poderia ter compromissos públicos há dois dias de uma partida oficial. Entretanto, ontem foram encontrados dois de seus principais jogadores blaugranas em eventos das marcas Time Force e Nestlé, Villa e Piqué.

O treinador sempre tinha sido muito duro com este tema, mas com o passar parece que está relaxando. Ironicamente, o técnico também acabou entrando nesta "onda", agora que se converteu na imagem do Banco de Sabadell e seus anúncios invadem toda a Espanha, seja em cartazes ou na televisão.

E, já que entrou na roda, parece que deu passe livre para que seus jogadores possam começar a terem novos privilégios, que antes não contavam. A situação mudou substancialmente. Há dois anos, Guardiola tinha que controlar mais alguns jogadores que vinham de uma situação em que o time não ganhava títulos. Por isso, impôs um novo código interno que mudou muitas das normas que imperavam no vestiário blaugrana. Agora, os compromissos são muito maiores.

A realidade é que os jogadores não param. Ontem, houve este evento; mas na semana passada, em um único dia, foram quatro, que tiveram as participações de Villa, Piqué - os dois novamente -, Mascherano e Iniesta. Está claro que o Barça segue à moda antiga e este é um excelente ramo publicitário.

Mais marcas
O triunfo suado do Barcelona ante o Sporting Gijón (resumo mais detalhado no resumo da rodada que já está para sair) por um a zero marcou a vitória de número cinquenta no Camp Nou desde que Josep Guardiola assumiu o cargo de treinador azulgrená, um evento que ocorreu na partida de número 2.500 do conjunto blaugrana na primeira divisão.

Desde que assumiu as rédeas do Barcelona, na temporada 2008-09, Guardiola conseguiu 50 vitória em 62 partidas no Camp Nou. No total, os azulgrenás marcaram 178 gols e 43pró. O técnico de Santpedor (Barcelona) anotou seu primeiro triunfo no Camp Nou exatamente na sua estreia, no dia 13 de agosto de 2008, quando o Barcelona encarou o Wisla Cracóvia, da Polônia, pela terceira rodada da fase pré-grupos da Liga dos Campeões. Partida que acabou quatro a zero Barcelona.

Dos 50 triunfos, 33 foram na Liga. 10 na Champions, 5 na Copa do Rei e 2 na Supercopa da Espanha. Na era Guardiola, o Barcelona perdeu seis partidas dentro de seu estádio: três na Liga (Espanyol, Osasuna e Hércules - nesta temporada), duas na Champions (Shakhtar Donetsk e Rubin Kazan) e uma na Copa do Rei (Sevilla). Além das derrotas, foram seis empates.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Resumo: 3ª Rodada (2ª Parte)

Messi e Piqué, autores dos gols da vitória blaugrana, comemoram: o zagueiro saiu de campo intacto, já Messi, lesionado (AP)

Como todos esperavam, foi no Vicente Calderón que saiu o jogaço da terceira rodada. Em campo, um brilhante Barcelona tirou do Atlético de Madrid a sua invencibilidade na competição. Em um primeiro tempo de futebol digno e parelho, as duas equipes iniciaram o jogo com ocasiões de gol. Aos 12, Messi lançou Villa, que carimbou a trave. No rebote, Pedro encontrou Messi entre Godín e Dominguez para a Pulga abrir o placar em Manzanares. Perto dos 30 minutos, Raúl García empatou a partida após saída desastrosa de Victor Valdés pôr o Vicente Calderón em festa. A alegria rojiblanca durou apenas sete minutos, pois Piqué desempatou a partida aproveitando cruzamente de Messi e remantando com extrema categoria às redes de De Gea. Na segunda etapa, a partida continua parelha, com a mesma tônica. Foi aí que apareceu De Gea para salvar os anfitriões. Para David Villa - que fez uma partida apagada, apesar da bola na trave no lance oriundo do primeiro gol blaugrana - o jovem goleiro foi perfeito e foi o melhor em campo. No final de jogo, o Barça recebeu um péssima notícia. Após partir em contra-ataque, Messi foi parado "violentamente" por Ujfalusi, que o acertou em seu tornozelo. O argentino saiu de campo chorando e sobre maca, e fazendo gestos de dores. Para animar o clube blaugrana, Messi já deve voltar para o jogo da semana que vem contra o Rubin, pela Champions; já Ujfalusi foi suspenso pela CEDD por duas partidas.

O Barcelona deixou para trás a péssima imagem deixada após a derrota para o Hércules e está, junto com o Atlético de Madrid, a três pontos do líder Valencia. Nesta rodada, os herculinos encararam o próprio Valencia no "mini-dérbi" da Comunidade Valenciana. Os Chés tiveram pela primeira vez na temporada Mata e Pablo Hernández como protagonistas. No jogo, vimos um Valencia partindo para cima e querendo construir o resultado cedo e teve uma ótima oportunidade no começinho, mas Soldado desperdiçou. O que não conseguiu Soldado, conseguiu Mata, que não desperdiçou um bom passe de Pablo para chutar cruzado, com a perna direita, fazendo um a zero Valencia, com apenas dois minutos de jogo. Com o marcado a seu favor, o Valencia acomodou-se. Cedeu a pelota ao Hércules, que não conseguia levar perigo em suas jogada. Assim, o Valencia chegou ao segundo gol aos vinte minutos. Depois de um belo passe de Joaquín, Pablo Hernández completou a bela jornada com um chute colocado no ângulo de Calatayud. O conjunto de Alicante, enfim, entrou na partida no final do primeiro tempo, depois que Ramírez Domínguez assinalou um pênalti trás David Navarro usar as maõs para bloquear cruzamento de Kiko. A ação existiu, entretanto a voluntariedade foi mais duvidosa. Trezeguet não desperdiçou a pôs mais emoção à partida. No segundo tempo, o controle da partida foi, como previsto, do Hércules, que teve perto do empate em uma cabeçada de Valdez, antes do paraguaio sair por lesão. Os minutos finais foram de emoção, com o Hércules pressionando em busca do empate - Trezeguet perdeu duas chances de pôr dois a dois na partida -, mas o Valencia segurou-se e manteve-se invicto na competição.

No duelo Andaluz, o Sevilla amenizou a pequena crise que havia se instalado no Ramón Sanchéz Pizjuan após as más partida contra Deportivo e PSG. O Málaga renegava sua condição de anfitrião e cedeu a posse de bola ao Sevilla. Os jogadores de Alvarez dominavam o jogo e tinham mais chances de gol, porém, não tão claras como as da equipe malaguenha. Os sevillistas fizeram algumas aproximações perigosas, porém com pouca pólvora, enquanto as poucas chegadas do Málaga eram venenosas. Talvez por isso, os jogadores de Ferreira abriram o placar: cobrança de escanteio, defesa de Palop e posterior finalização de Rondon para abrir o placar ante um Sevilla ameaçado, depois do que houve ante o PSG. Porém, surgiu a figura de Perotti para tirar da cartola uma jogada de gol pela esquerda, que Alfaro só teve de empurrar com a cabeça. Em vinte minutos de partida, dois gols e muitas chances. O Sevilla se encontrava cômodo no papel de dominador, apesar de não ter levado isso pra frente... E para fazer isso, teve que esperar uma defesa de Palop e mais tarde, uma subida ao ataque de Cáceres. Foi tarde, porém, a tempo: o Sevilla virou o placar no finalzinho e foi para os vestiários vencendo. Nesses primeiros 45 minutos, o Sevilla estava melhor e ganhava. Inclusive, teve um pênalti não assinalado a seu favor, depois de um toque de mão claríssimo.

No outro jogo envolvendo times da Comunidade Valencia, a qualidade do Villarreal foi o ápice para a vitória do Submarino Amarelo. Em um primeiro tempo de domínio do Levante, o Villarreal chegou ao seus gols - dois de Nilmar -, enquanto que no segundo tempo, a tônica foi inversa: o Villarreal controlava mais a partida, comandando as acões no centro do campo, mas o Levante chegou ao gol do Caicedo, de cabeça. Porém, o próprio Caicedo viria a perder uma ótima chance de empatar o marcado. No fim, o Levante não conseguiu levar o que seria mais justo, o empate, por sua luta, entrega e intensidade, ante um rival na qual a qualidade esteve por cima do bom jogo.

Para saber dos jogos de Sábado, clique aqui

Craques da rodada
Lionel Messi (Barcelona)
David De Gea(Atlético de Madrid)
Pablo Hernández (Valencia)
Nilmar (Villarreal)

Escalação da rodada: De Gea (Atlético de Madrid); Daniel Alves (Barcelona), Piqué (Barcelona), Cáceres (Sevilla), Marcelo (Real Madrid); Busquets (Barcelona), Di María (Real Madrid), Mata (Valencia), Pablo Hernández (Valencia); Nilmar (Villarreal), Messi (Barcelona).

sábado, 18 de setembro de 2010

3ª Rodada (1ª Parte): Porque sorte também conta

Cristiano Ronaldo comemora: com a ajuda de Pepe, o Gajo teve sorte na sua cobrança de falta e o Real Madrid saiu do País Basco com uma vitória e a liderança provisória (AP)


Após um empate com uma atuação fraca na estreia da Liga, o Real Madrid começa a mostrar regularidade e assim já chega a sua segunda vitória consecutiva na competição, somando sete pontos e ficando com a liderança. O primeiro posto, porém, pode ser perdido neste domingo em caso de empates de Valencia e Atlético de Madrid ou vitória do Sevilla, contra Hércules, Barcelona e Málaga, respectivamente.

José Mourinho não gostou do que viu no primeiro tempo. Sua equipe não conseguiu criar nenhuma oportunidade de gol, e um corte de Ricardo Carvalho impediu Tamudo de abrir o placar a favor da Real Sociedad. Os merengues até iniciaram bem a partida, com mais posse de bola, mas aos poucos cederam campo para o time da casa, que foi crescendo na partida e ficou mais perto de marcar o primeiro gol do que o Real Madrid. Na segunda etapa, o time comandado por Mourinho voltou com outro espírito, e depois de jogada individual de Angel Di María, conseguiu balançar as redes, logo aos 7min. O argentino avançou com a bola pela esquerda e, da entrada da área, acertou um belo chute no ângulo, sem chances para o goleiro Bravo. O gol acomodou o Real Madrid, que começou a sofrer com lances de bola parada.

Em um deles, aos 16min, Griezmann cobrou falta pela direita e mandou a bola com veneno para o meio da área; Ricardo Carvalho desviou de cabeça e Tamudo, sozinho na pequena área, apenas teve o trabalho de mandar para as redes. Tudo igual. Em outra cobrança de falta, o francês Griezmann mais uma vez assustou Casillas, mas esta passou à direita do goleiro merengue. Aos 28min, foi a vez do astro Cristiano Ronaldo responder na mesma moeda. Em tiro livre a favor do Real Madrid, o português bateu forte, a bola desviou no meio da barreira e acabou encobrindo o goleiro Bravo. O Real Madrid estava novamente à frente no placar. Com o pé calibrado, Griezmann quase surpreendeu após cruzamento muito perigoso, mas Casillas, atento, conseguiu se esticar e espalmar a bola para fora. No final, ao invés de pressionar, o Real Sociedad permitiu ataques perigosos dos visitantes e quase viu o placar ser ampliado. Aos 42min, Cristiano Ronaldo aproveitou o rebote e por pouco não marcou seu segundo gol na partida, não fosse a presença de Martínez, que salvou a bola em cima da linha. Nos acréscimos, foi a vez de Marcelo fazer bela jogada individual pela esquerda e bater cruzado; a bola caprichosamente passou em cima da linha e não entrou.

Um pouco mais cedo, às 13h, uma partida sonolenta e sem demasiado futebol, acabou com vitória do Espanyol sobre o Almería por um a zero. Sem poder contar com Osvaldo, que irá ficar três semanas afastado por lesão no joelho, o Espanyol sentiu muito a falta de uma referência no ataque, mesmo tendo Sergio García como titular. O ex-jogador do Bétis mostrou-se sem sintonia com o resto do time e passou despercebido na partida. Já a equipe da Andaluzia, mostrou-se pecando demais nas jogadas. Cuida do jogo, trabalha bem a bola, mas não tem capacidade para finalizar de maneira correta a jogada. Entra o futebol "pausado" do Almería e a falta de jogo entre as linhas do Espanyol, o primeiro tempo pode ser resumida a uma sucessão de faltas e erros. Entretanto, logo na volta à segunda etapa, o Espanyol foi fatal: Após David Márquez mandar bola para a área, Jakobsen afastou nos pés de Callejón, que emendou um chutaço, sem chances de defesa para Diego Alves. Foi o primeiro gol de Callejón desde 14 de fevereiro.

No Ono Estadi, enfim Michael Laudrup e o Mallorca conheceram os três pontos na competição. Após um empate suado com o Real Madrid na primeira rodada e uma derrota pro Sporting Gijón na segunda rodada, os malloquíns parecem ter inspirado-se em Rafael Nadal para derrotar o Osasuna. O tenista, atual campeão do US Open e que é torcedor do Mallorca, foi homenageado pela torcida antes da bola rolar. O Osasuna segue afundando: após três rodadas, o time basco segue sem marcar gols e, o pior: está oferecendo uma imagem de um time fraco, inferior àquela da temporada passada. Para o jogo, Laudrup teve que recompor a sua defesa, trás as baixas de Aouate, autorizado pelo clube para celebrar o feriado judáico Yom Kipur - dia do perdão, feriado mais importante para os judeus -; Nunes, suspenso; e os laterais Ayozé e Corrales, lesionado. Com isso, após 16 meses, Lux voltou ao gol dos rojos e o jovem Kevin García, debutando na Liga BBVA foram para campo. O primeiro gol da partida saiu cedo. Após bobeira de Miguel Flaño, que dominou a bola com as mãos dentro da área, Gonzalo Castro converteu o pênalti para pôr início no marcador. Quando o Osasuna buscava o empate, eis que apareceu De Guzman, contratação mais cara do clube de Palma de Mallorca para a temporada, para pôr números finais no marcador. O holandês desceu em velocidade pela direita, invadiu a área e bateu no contra-pé de Diego Alves.

No El Molinón, o Sporting Gijón fez 25 minutos primorosos, abriu dois a zero contra o Ahtletic Bilbao, mas desligou-se e deixou os Leones empatarem a partida. Aliás, o Athletic Bilbao não só empatou, como teve mais ocasiões para levar os três pontos, mas o goleiro rojiblanco Juan Pablo foi providencial, quando, no último minuto, fez uma defesaça em chute de Susaeta. Logo após sair atrás no marcador, o Athletic acusou-se na partida e viu-se constantemente superador pelo Gijón. Sem medo, os rojiblancos estiveram muito ativo no ataque, com constantes chegadas no ataque por conexão dos flancos e o centro.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

10 anos de Messi


Há exatos 10 anos, no dia 17 de setembro de 2000, chegara à Catalunha um garoto franzino da Argentina com problemas hormonais que viajou junto com pai, deixando em Rosário a mãe e os irmãos. O Barcelona não quis dar chance ao azar. Carlos Rexach o contratou vendo-o jogar por instantes. Há 10 anos, Lionel Messi fez seu primeiro teste no clube blaugrana, com 13 anos e 1m40."Eu o contratei em 30 segundos! Ele me chamou muita atenção. Em meus 40 anos de futebol, jamais havia visto coisa semelhante. De cinco situações de gol, converteu quatro. E tem uma habilidade excepcional. Me lembrou o melhor Maradona. Seu primeiro contrato eu assinei, simbolicamente, em um guardanapo, queria contratá-lo o quanto antes, não podia deixá-lo escapar." Palavras de Rexach.


Hoje, 10 anos depois, a aposta arriscada do Barcelona já é tido por alguns como um dos maiores da história do futebol. A história da Pulga já é conhecida por muitos. Desde seus primeiros passos no Newell's; o interesse do River; a boa vontade de Rexach; o guardanapo com o qual Minguella assinou o primeiro contrato do jovem; seus problemas de crescimento que ameaçavam sua carreira; a estreia no time de Rijkaard e, obviamente, os títulos: Ligas. Champions. Supercopas, Mundial de Clubes. Títulos que, junto com o seu genial futebol, o converteu no mais digno sucessor de Maradona que já teve.


No campo 3, anexo ao miniestádio do Barcelona, Messi, com idade de infantil B, jogou para o time A e ainda contra os cadetes, mais velhos. E olha que em campo havia outro que já brilhava, Cesc Fàbregas. O volante, hoje do Arsenal, afirma ter ficado impressionado com Messi. No primeiro acordo, o Barcelona comprometeu-se a pagar 57 mil euros (cerca de 145 mil reais) por ano para bancar os gastos da família Messi e ainda arrumaram um emprego para o pai, Jorge Messi. Por questões burocráticas, demorou para que começasse a jogar nas categorias inferiores do Barcelona, por isso a integração com o grupo foi difícil. Fàbregas diz que os demais achavam que Messi era mudo e que só descobriram que ele falava graças ao PlayStation, passatempo preferido do craque.


A propósito, não são poucos que juram que ele tem mais habilidade com o joystick do que com a bola. O jogador nunca queixou-se por não poder jogar oficialmente em La Masia, e esperou, pacientemente e quieto o momento certo. Na temporada 2000-01, aos 13 anos, o Enano, apelido da época, foi o destaque do Dream Team do Cadete B: fez 37 gols em 30 partida e, além de sair campeão, foi artilheiro e eleito o melhor jogador da competição.

Em apenas uma década na Catalunha, tornou-se ídolo máximo no Camp Nou, com perfomances que deixaram os afficionados e o mundo boquiabertos. Apesar da fama e do reconhecimento todo, a cabeça do astro de apenas 23 anos não mudou; ele continua aquele garoto tímido, sensível e vulnerável, que ainda fica vermelho quando lhe falam de Maradona.

Confira aqui a reportagem do Canal + " De Rosário a Barcelona, a história de Lionel Messi". Vejam também um especial do El Mundo Deportivo, nomeado de "Messiteca, uma compilação do melhor de Lionel Messi no Barcelona". Para saber muito mais da história de Messi, é só clicar aqui, na matéria que fizemos sobre a Pulga em fev/2010.

Técnicos: Miguel Muñoz

Texto de Renan Barabanov, da Trivela; do especial "os 25 maiores técnicos"

Um dos maiores técnicos da história do Real Madrid e do futebol espanhol, Miguel Muñoz ganhou duas Champions League com o clube blanco (noticiasdelrealmadrid.es)

Um madridista puro sangue. Assim pode ser definido Miguel Muñoz. Ídolo como jogador, lenda como treinador. Primeiro homem a levantar a taça da mais importante e valorizada competição interclubes da Europa, comandando um time dentro e fora do campo. Como capitão e técnico. Muñoz teve uma vitoriosa e idolatrada carreira. Após iniciar seu contato com o mundo da bola no renomado Colégio Casancio (o mesmo que formaria Emilio Butragueño), o meia, nascido no distrito de Salamanca, em Madri, atuou por diversos clubes da capital, como Ferroviaria, Girod, Imperio, antes de assinar seu primeiro contrato com o Logroñés.

Passou, com sucesso, por Racing de Santander e Celta de Vigo, onde chamou a atenção do Real Madrid após conquistar o quarto lugar na Liga de 1948 (melhor posição no história do clube) e o vice-campeonato da Copa do Rei, perdendo a final para o Sevilla por 4 a 1 (gol de honra marcado por Muñoz). Contratado em 1948, junto com o atacante e colega de equipe Pahiño, Miguel Muñoz logo tornou-se uma das principais figuras dos merengues e capitão da equipe que passava por um momento de reformulação após quase ser rebaixado. Durante dez anos como jogador, disputou 347 jogos oficiais pela equipe blanca, marcando 23 gols e conquistando três Taças dos Clubes Campeões Europeus (atual Liga dos Campeões) e quatro campeonatos espanhóis.

Até mais importante do que os títulos, foi a amizade conquistada com o craque Di Stéfano um dos grandes destaques madridistas nessa época que marcou Miguel Muñoz. Sinônimo de entrosamento dentro de campo, a ligação gerou frutos (e alguns problemas) no futuro. Após pendurar as chuteiras, Muñoz parecia saber que seu futuro continuaria sempre ligado ao Real. No mesmo ano (1959), assumiu o comando do Plus Ultra, time B do clube, formado por atletas da base. No ano seguinte, tornou-se treinador do time principal, tendo como missão reformular a equipe e abrir passagem para as novas promessas, que deveriam aos poucos assumir o lugar de seus amigos e antigos companheiros de equipe.

Sua trajetória como técnico teve um início meteórico. Logo em seu primeiro ano conquistou a Copa dos Campeões da Europa, quinto título seguido do Real (em cinco edições disputadas), eliminando Jeunesse Esch (com duas goleadas), Nice (com um 4 a 0 em Madrid), os rivais do Barcelona (com duas vitórias por 3 a 1) e Eintracht Frankfurt na final, com um show de Di Stéfano (3 gols) e Puskas (4 gols) e goleada por 7 a 3. De quebra, ainda bateu os uruguaios do Peñarol na final da Copa Intercontinental, com um sonoro 5 a 1 em Madrid, se tornando o também o primeiro clube campeão do mundo. Em 1961, conquistou o primeiro de cinco títulos seguidos da La Liga (feito só alcançado novamente pelo próprio Real Madrid na década de 1980), terminando o torneio 12 pontos a frente do Atlético, grande rival da capital e segundo colocado. A supremacia ficou clara com o tri sendo obtido em 1963 novamente com uma dúzia de pontos a mais que o vice e eterno rival Atlético.

Após perder a chance de obter o hexa em 1965 com apenas um ponto a menos que os colchoneros, os merengues alcançaram a partir daí mais um tri consecutivo com facilidade, de 1967 a 1969. Venceria ainda o nacional de 1972, deixando Valencia e Barcelona para trás.
Uma dura decisão. Apesar das vitórias, Muñoz se deparou com algumas difíceis decisões ao longo da carreira. Em parte por que havia sido contratado para reformular um time do qual já havia feito parte: “Eu me tornei treinador de uma equipe cujos jogadores haviam sido, em sua maioria, meus companheiros. E ir prescindindo deles por uns e outros motivos foi muito doloroso”, dizia. Um dos momentos mais marcantes ocorreu em 1964, quando se deparou com a responsabilidade de tirar da equipe seu melhor amigo e companheiro, Alfredo Di Stéfano, craque e mentor do estilo ofensivo e vitorioso do Real Madrid da década de 1950. Admirador confesso de Di Stéfano, Muñoz optou antes por apresentar sua demissão a junta Diretiva dos merengues.

Após ver sua demissão recusada pelo presidente Santiago Bernabéu, Miguel Muñoz comandou a equipe que foi derrotada na final da Taça dos Campeões Europeus para a Internazionale (1 a 3), em Viena (Áustria), em uma quarta-feira. No fim de semana seguinte, ao escalar o time que enfrentaria o Atlético de Madrid pela semifinal da Copa do Rei, o treinador deixou de fora seu amigo Alfredo Di Stéfano. A derrota para a equipe Nerazzurri fora a última partida do ídolo pela equipe blanca. A decisão mais difícil de sua vida. “Alfredo era meu amigo e companheiro de quarto nos hotéis e concentrações. Eu o admirava. Na realidade, me deixava de olhos arregalados cada vez que pegava na bola. Mas já tinha 38 anos e suas condições físicas não eram as melhores. Poderia ter continuado titular jogando somente como ponta, com um raio de ação limitado, como Ferenc Puskas, mas queria seguir estando em todos os lugares do campo”, desabafou certa vez. “Não podíamos seguir assim”.

Os títulos da Liga seguiam sendo conquistados sem dificuldades, mas a história do clube madridista exigia a formação de uma equipe para o futuro, cuja meta era a obtenção do sexto troféu continental. Dando forma a uma jovem equipe, pouco a pouco Muñoz começou a forjar talentos como Pirri, Amancio, Sanchis, Zoco e Velázquez. Na Taça dos Campeões Europeus de 1965/66, o time madridista passou por Feyenoord (com um 5 a 0 de Madrid), Kilmarnock (goleando por 5 a 1, também em Madrid), Anderlecht e Internazionale (vingando a derrota na final dois anos antes). Na decisão, disputada no dia 11 de maio de 1966, a equipe de jovens promessas, capitaneada pelo veterano Gento e apelidada de “Ye-yé”, venceu o Partizan, em Bruxelas (Bélgica), por 2 a 1 de virada (gols de Amaro e Serena), conquistando pela sexta vez a atual Liga dos Campeões da Europa.

Os título continuaram a chegar à sala de Troféus da equipe madridista. Dessa forma, Muñoz bateu o recorde de permanência como técnico do Real. Foram 14 anos de glórias (com 595 partidas e 352 vitórias), que tiveram um ponto final na temporada 1973/74, quando o time foi eliminado pelo Ipswich Town na Copa da Uefa, terminando em oitavo lugar na Liga espanhola. A saída, contudo, não significou o fim da carreira de Miguel Muñoz. O técnico ainda comandou Granada, Sevilla e Las Palmas, onde obteve o vice-campeonato da Copa do Rei em 1978, perdendo a final para o Barcelona. Faltava, contudo, a seleção, pela qual havia disputado apenas sete partidas como jogador. O fracasso da seleção espanhola na Copa de 1982, disputada em casa, obrigou a Federação Espanhola a demitir José Emilio Santamaría, abrindo as portas para Muñoz. Comandando o time até a Eurocopa de 1988, na Alemanha, Miguel Muñoz mudou a cara do selecionado nacional, obtendo um vice-campeonato na Eurocopa de 1984 e um quarto lugar na Copa de 1986, no México. Saiu após a eliminação da Espanha na Eurocopa de 1988, como segundo técnico com mais partidas no comando a seleção (63 partidas).

Segundo treinador com mais partidas pela Liga Espanhola (atrás apenas de Luis Aragonés), Miguel Muñoz morreu em Madri, em 16 de julho de 1990, aos 68 anos e foi sepultado no cemitério La Almudena. Sempre lembrado pelas vitórias e pelo otimismo, forjado, segundo ele, nos tempos da Guerra Civil, nenhuma frase define melhor Miguel Muñoz como a proferida por Pablo Porta, presidente de Federação Espanhola de Futebol, após a classificação da Fúria para a decisão da Eurocopa de 1984: “Um homem com uma flor em um lugar muito especial do coração”. Um coração sempre madridista.

Miguel Muñoz
Nome: Miguel Andrés Muñoz Acosta
Nascimento: 19/jan/1922, em Madri (ESP)
Clubes que treinou: Real Madrid (1959 e 1960 a 74), Real Madrid B (1959/60), Granada
(1975/76), Las Palmas (1977 a 79) e Sevilla (1979 a 82)
Principais títulos como treinador: 1 Copa Intercontinental (1960), 2 Ligas dos Campeões da Europa (1960 e 1966), 9 Campeonatos Espanhóis (1961/65, 1967/69 e 1972) e 2 Copas do Rei (1962 e 1970)
Seleções que treinou: Espanha (1969 e 1982 a 88)

Estreias com o pé esquerdo

Atual campeão da competição, o Atlético de Madrid foi derrotado na estreia na Liga Europa, assim como Sevilla e Villarreal. Dos espanhóis, apenas o Getafe salvou (AS)

Nesta quinta-feira entraram em campo os times espanhóis que representam o país na Liga Europa. Após as estreias animadoras de Real Madrid, Barcelona e Valencia na Champions League, na Liga Europa a situação foi oposta. Dos quatro clubes, apenas o Getafe saiu com os três pontos. Villarreal, Atlético de Madrid e Sevilla decepcionaram.

Aris 1x0 Atlético de Madrid
Atual campeão da Europa League, o Atlético de Madri decepcionou em sua estreia no grupo B da competição: perdeu de 1 a 0 para o Aris Salônica, na Grécia, gol do "compatriota" Javito.Sem pôder contar com Agüero, e com os brasileiros Filipe Luis e Paulo Assunção no banco, o time comandado por Quique Sánchez Flores teve trabalho no Estádio Kleanthis Vikelidis.

O golaço de Javito aconteceu aos 14 minutos do segundo tempo, quando dominou bola a meia altura e, da meia lua, de perna esquerda, chutou sem chances para De Gea. A grande chance do Atlético na partida foi nos 35 minutos, quando o brasileiro Tiago Costa cabeceou para fora um cruzamento de Diego Forlán na pequena área.

Sevilla 0x1 PSG
O Sevilla decepcionou na sua estreia na Liga Europa. Jogando no Ramón Sanchéz Pizjuan, os sevillistas decepcionaram mais uma vez sua torcida e perderam para o Paris Saint-German pelo placar de 1 a 0.

O único gol da partida foi marcado pelo atacante brasileiro Nenê, aos 31 minutos do segundo tempo. O avante recebeu bom passe e chutou firme, a bola desviou no zagueiro e foi morrer no fundo da rede. Após tomar o gol, o Sevilla não mostrou forças para reagir, e o PSG controlou bem a partida para garantir o importante resultado positivo fora de seus domínios.

Dinamo Zagreb 2x1 Villarreal
Na Croacia, o Dinamo Zagreb venceu o Villarreal, que mostro uma imagem oposta à mostrada no jogo contra o Espanyol, no último domingo. A equipe croata precisou de apenas 18 minutos para chegar ao primeiro gol com Rukavina. Na etapa final, aos 35 minutos, Sammir ampliou a vantagem dos anfitriões sobre os submarinos amarelos e definiu a primeira vitória do Dynamo na competição continental: 2 a 0, três pontos e liderança isolada assegurada no grupo. O destaque negativo do jogo ficou por conta do meio campista brasileiro naturalizado espanhol Marcos Senna, expulso de campo aos 30 minutos do segundo tempo. Ele já havia recebido o primeiro cartão amarelo na etapa inicial, aos 36 minutos.

Olhanense 1x2 Getafe
Na única vitória espanhola, destaque para Arizmendi, do Getafe: os 44 minutos do primeiro tempo ele marcou contra, mas na segunda etapa se redimiu e, aos seis, anotou a favor. O gol do triunfo azulón veio aos 36 da segunda etapa, com Ríos. Apesar da vitória, más notícias para o clube de Madrid: Gavilán, um dos destaque dos azulones no início de temporada, teve que sair de campo aos cinco minutos com ruptura nos músculos da perna direita. O seu substituto, Miku, não o desmereceu. O venezuelano foi um dos poucos que buscou a bola e o gol.

ATUALIZAÇÃO
Segundo informações do diário LeSports10, a Uefa poderia dar os três pontos ao Sevilla devida à escalação indevida do goleiro do PSG Eder Apoula.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Animadora

Özil foi o melhor em campo novamente e, dessa vez, o Real Madrid animou. Apesar de ganhar apenas por 2 a 0, a torcida, enfim, aplaudiu(marca.com)

Se a torcida do Real Madrid não andava muito animado com o time, que mesmo invicto na temporada não mostrava um futebol brilhante, após a exibição dos merengues hoje contra o Ajax, pela 1ª rodada da Uefa Champions League, a desconfiança vai passando.

Apesar de ter ganho a partida por apenas o 2 a 0, o Real Madrid teve ótimas chances de sair do Bernabéu como os dois outros representantes espanhóis na competição: com goleada. Graças a Stekelenburg, o resultado foi esse. Sem contar com Sergio Ramos, José Mourinho escalou Arbeloa entre os titulares da defesa do Real Madrid. No ataque, o treinador deixou Benzema no banco e deixou Higuain isolado, optando por Dí Maria no meio-campo, mandando pra campo um 4-2-3-1. Já o Ajax não contou com seu principal jogador: o atacante Luis Suárez, suspenso, desfalcou o time holandês. O zagueiro Jan Vertonghen também desfalcou o time devido a suspensão. Lodeiro e Atouba, lesionados, completaram a lista de problemas do técnico Martin Jol.

Desde os primeiros minutos o Real Madrid partia para cima. Aos 5min, já começava a aparecer Özil, novamente melhor em campo. O turco-alemão recebeu de Higuaín e chutou para fora. Özil apareceria novamente aos 14, quando fez boa jogada individual e chutou nas mãos para a primeira de muitas defesas milagrosas de Stekelenburg na partida. O time de Chamartín avisava e insistia de maneira perigosa, mas pecava um pouco na finalização, principalmente Higuaín e Cristiano Ronaldo. O argentino e o português, apesar dos gols perdidos, estavam muito ativos na partida e buscavam jogo. Cristiano Ronaldo pecou também muito na individualidade e não estava com a mira muito boa. Crítico da torcida, quando, no começo da semana, disse que queria ver aplauso ao invés de vaias, o gajo chegou a ser pego no pé pelos blancos.

O primeiro gol do Real Madrid só saiu em um lance de bola parada, confuso, em que o goleiro holandês não pôde intervir. Após cobrança de escanteio, Anita tentou afastar de cabeça, mas a bola bateu na coxa de Higuaín e entrou. Apesar da Pipita sair comemorando, a arbitragem assinalou gol contra do defensor. À frente no placar, o Real manteve-se no ataque e a história se manteve: Stekelenburg exibiu um vasto repertório de defesas, e as estrelas do clube espanhol também colaboraram com chutes sem direção e muitas falhas no setor ofensivo, levando à loucura o técnico José Mourinho.

Na segunda etapa, o Real Madrid continuou com a partida sob controle. Cristiano Ronaldo fez boa jogada individual aos 5min e chutou cruzado, mas Stekelenburg outra vez impediu o gol do camisa sete. Dois minutos depois, Dí Maria bateu forte de fora da área; o goleiro do Ajax espalmou e, na sobra, Higuaín mandou por cima. O “festival de gols perdidos” pelos merengues continuou com Dí Maria e Cristiano Ronaldo. O Real Madrid enfim marcou o segundo aos 28min. Dí Maria deu belo passe para Özil chutar forte; Stekelenburg pegou, mas o jogador alemão ficou com o rebote e tocou para Higuaín mandar para as redes.

Só então, quando já estava em desvantagem de dois gols, o Ajax conseguiu levar perigo à meta de Casillas. Sulejmani chutou na trave e, no rebote, o goleiro espanhol mandou a bola para escanteio. Os minutos finais da partida serviram apenas para Cristiano Ronaldo mostrar que não estava em seu melhor dia. O português perdeu gols em sequência, incluindo uma furada patética, de frente para o gol, aos 43 minutos da segunda etapa. O português não anda muito bem. Recuperando-se de uma lesão que o tirou da estreia de Portugal nas Eliminatórias p/Euro 2012, Cristiano Ronaldo parece um pouco fora de forma, e não consegue mais dar aquelas arrancadas característica. Ao final da partida, quando todos os jogadores foram agradecer à torcida, o português foi direto para os vestiários, com cara de pouquíssimos amigos.

Boa, Espanha!
Como dito no início do texto, os dois outros representantes espanhóis na Champions estrearam com vitória. Na terça-feira, tanto Valencia, quanto Barcelona entraram em campo. No Camp Nou, querendo esquecer a derrota incrível sofrida para o Hércules, o Barcelona entrara em campo sobre dúvidas. Mantendo a posse de bola e mostrando um monstruoso ímpeto ofensivo, os blaugranas foram castigados e tomaram um gol de Govou, após passe espetacular de Cissé. Mais espetacular ainda, só o passe de Xavi para Messi, que empatou o jogo logo em seguida. Após o gol dos gregos, o Barcelona continuou avalassador e marcou mais dois tentos ainda na primeira etapa, com Villa e Messi, em uma linda jogada trabalhada. Messi estava inspirado e participou do quarto gol, marcado por Pedro, e do quinto, marcado por Daniel Alves após passe lindo de Lionel. Messi, literalmente, fez de tudo no jogo: após tabelar com Villa, foi derrubado dentro da área. Pênalti que a Pulga desperdiçou, batendo fraco, atrasando para o goleiro.

Pelo Grupo C, o Valencia também teve um bom início na fase de grupos. A equipe espanhola garantiu três pontos ao vencer o Bursaspor, da Turquia, por 4 a 0. O argentino Alberto Costa fez o primeiro gol aos 16min em um belíssimo chute de direita e o espanhol Aritz Aduriz aumentou aos 41min, ambos na primeira etapa. No segundo tempo, Hernández e Soldado completaram a goleada, aos 23min e aos 31min, respectivamente.

O mágico de Özil

O turco-alemão recebeu um puxão de orelhas de Mourinho e deu a resposta: foi o nome da partida e eleito um dos craques da rodada pela equipe do blog (getty images)


Mourinho tinha em mente uma grande dúvida para a escalação do Real Madrid para a partida contra o Osasuna, na última rodada: o técnico de Setubal preferiu escolher Özil à Canales e Di María. Após dar um leve puxão de orelhas em Mesut durante a semana anterior ao jogo, falando que Özil, às vezes, anda meio desligado na partida, o meio-campista deu uma grande resposta ao treinador: foi o nome da partida e fez a jogada do único gol da partida, marcado por Ricardo Carvalho. Quando substituindo, Özil saiu de campo ovacionado para a entrada de Granero. A partida poderia ser ainda mais perfeita para Özil, se Higuaín e Cristiano Ronaldo não tivessem desperdiçados as chances de gols após lances de Özil.

Özil deixou numerosos flashes de sua qualidade. Esteve, especialmente, brilhante em sua especialidade: as assistências. Distribuiu suficientemente para que o Real Madrid goleasse, mas não contou com a sorte de seus companheiros. O turco-alemão por pouco não marcou um golaço, quando recebeu de Ricardo Carvalho e, com um leve toque, encobriu Ricardo, porém, não contou com teve azar.

O recital de Özil, com suas assistências, não é nenhuma surpresa. O turco-alemão é um autêntico especialista neste tipo de jogada. Na temporada passada, com o Werder Bremen, firmou um total de 17 assistências nas 31 partidas que disputou. Apesar de não marcar tantos gols, é uma maquina de dar assistências. Um exemplo bom foi a goleada do Bremen contra o Friburg por seis a zero na temporada passada, quando Özil participou dos seis gols, dando quatro assistências. Após a saída de Guti, os torcedores tem de Özil um sócio de luxo do espanhol.

domingo, 12 de setembro de 2010

Resumo: 2ª Rodada (2ª Parte)

Aproveitando a fragilidade da zaga maña, Quincy Owusu-Abeyie deu show e conduziu o Málaga à goleada contra o Zaragoza (El Mundo Deportivo)


Se os jogos de sábados foram sonolentos e com poucos gols, apesar da surpreendente vitória do Hércules contra o Barcelona, nada a reclamar dos jogos de Domingo. Só nos três jogos das 12h, 15 gols. Parte deles saíram no La Romareda, na surpreendente vitória do Málaga em cima do Zaragoza. A vitória dos Andaluzes aconteceram muito por causa da fragilidade da zaga do Zaragoza - mais precisamente de Leo Franco e Jarosik - e da letalidade nos contra-ataques. Os blanquiazules balançaram cinco vezes as redes do goleiro Léo Franco em 35 minutos. Ainda mais curioso é que o Zaragoza, com exceção à sua defesa, não jogava mal e até criava chances para marcar, tendo inclusive mais posse de bola que o adversário e parando nas boas defesas do goleiro Galatto. Aos 41min, Edmilson, batendo ‘de chapa’, marcou um lindo gol de fora da área. No segundo tempo, Marco Perez e Ander Herrera fizeram mais dois gols a favor do time da casa, mas já era tarde para uma reação.

O Sporting Gijón somou hoje os seus três primeiros pontos na Liga com muito sofrimento. Encarando um Mallorca mais confiante após o empate contra o Real Madrid na primeira rodada, os asturianos mostraram muita fragilidade defensiva e foram salvos pelo goleiro Juan Pablo. Preciado, técnico do Sporting Gijón, preteriu De Las Cuevas na meia pelo lado esquerdo, ratificando que confia mais nele do que em Carmelo, apesar deste ter realizado uma boa pré-temporada, e Nacho Novo para a volância. Após um primeiro tempo bem parelho, os gols só foram sair na segunda etapa. Logo no início, os asturiano foram para cima e Lora sofreu falta. Na cobrança, Riva mandou à área e a defesa roja afastou. A bola chegou até Lora, que não tocou para Botía encher o pé de direita sem chancer para Aouate e abrir o placar, anotando o primeiro gol do Sporting Gijón na temporada. Após pênalti discutível de Nunes - no qual o português acabou expulso - em Carmelo, que entrou no decorrer da partida, Diego Castro foi para a cobrança e não desperdiçou, pondo pontos finais na partida.

Uma grande atuação de Adrián Colunga e Gavilán bastou para o Getafe derrotar o Levante no Coliseum Alfonso Pérez. Colunga foi contratado junto ao Zaragoza para ser o substituto de Soldado, autor de 16 gols na temporada passada. Colunga assumiu esse posto com perfeição e hoje demostrou sua capacidade à torcida. Já o outro protagonista da noite, Gavilán, parece ter recuperado o nível de anos atrás, quando chegou a ser convocado para a seleção espanhola. O Levante foi um digno rival para o Getafe e soube explorar os flancos do time de Madrid. O primeiro tempo foi movimentado e logo aos quatro minutos, Gavilán, aproveitando cruzamento de Dani Parejo, cabeçeou para abrir o placar para o Getafe. O segundo gol do Getafe foi sair dos pés de Colunga, após nova participação de Gavilán. Após distração, o Levante aproveitou e chegou ao gol com Rafa Jordà, recolocando-se de volta à partida. Na segunda etapa, o Levante foi incapaz de criar alguma coisa, enquanto que os azulones deixaram o tempo passar com inteligência, mantendo a posse de bola. No final, ainda deu tempo de, em duas arrancadas do Getafe, Gavilán e Arizmendí marcaram mais dois para os donos da casa.

No El Madrigal, o Villarreal, enfim, mostrou seu futebol. O Espanyol comandou as ações da partida durante os primeiros 30 minutos de jogo, mas pecou muito nas finalizações. Apesar da goleada imposta, o Villarreal demorou um pouco para se acertar na partida. Nilmar recuperou o posto de titular da equipe, após ter iniciado a primeira rodada no banco de reservas, e marcou o quarto gol da equipe, que novamente teve o equatoriano Monteiro como destaque. Mesmo tendo entrado na segunda etapa, o jogador puxou muitos contra-ataques, fez a jogada no gol do brasileiro e ainda cavou a expulsão de Chica. Rossi balançou as redes duas vezes, enquanto Valero fez o outro do Villarreal. Ao Espanyol, fica a péssima notícia de que Osvaldo pode ficar parado por três semanas.

Por fim, no Ramón Sanchez Pizjuán o pior jogo da rodada - e do campeonato, até agora. Os Galegos começaram a partida de maneira mais organizada e teve a chance de abrir o placar nos minutos iniciais, mas não aproveitaram e viram o Sevilla crescer no jogo. Zokora e Negredo levaram perigo ao gol do La Coruña, mas desperdiçaram. A pressão dos anfitriões ficou ainda mais forte pouco antes do intervalo, mas novamente as finalizações foram erradas. Negredo e Navas erraram. Negredo, inclusive, atuou no lugar do brasileiro Luís Fabiano por opção de Álvarez, que gostou da semana de treinos do reserva. Neste domingo, porém, Negredo não estava nada inspirado nas finalizações. O atacante apareceu bem, mas perdeu pelo menos três boas chances para o Sevilla, superior na etapa final.

CRAQUES DA RODADA:
Quincy Owusu-Abeyie (Málaga)
Haedo Valdez (Hércules)
Diego Forlán (Atlético de Madrid)
Mesut Özil (Real Madrid)

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