sábado, 30 de julho de 2011

"Reyes" do sofrimento

O Atlético de Madrid estreou vencendo, mas gol sofrido no final deixou o alerta ligado (reuters)

Na quinta-feira (28), o Atlético de Madrid entrou em campo para seu primeiro jogo oficial na temporada 2011/2012. Pela fase eliminatória da Liga Europa, os colchoneros receberam os noruegueses do Stromsgodset e estrearam com o pé direito. Porém, a vitória por 2 a 1 deixa o alerta do Atléti ligado: no jogo da volta, uma vitória simples do Stromsgodset elimina os rojiblancos da segunda principal competição europeia.

O jogo deu algumas dicas de como deverá jogar o Atlético de Madrid de Gregório Manzano na temporada, mas deixou clara a deficiência da equipe na falta de um armador. Adepto do 4-4-2 a rombo (esquema que depende de um enganche), Manzano optou pelo esquema na forma de um quadrado. Nos flancos, Juanfran e, principalmente, Reyes imprimiram bastante velocidade. O camisa 18 foi o principal destaque da equipe na estreia: autor de um doblete, Reyes mostrou que segue voando após o final de temporada abaixo da média devido ao desgaste físico. Vale lembrar que, na temporada passada, o meio-campista foi um dos mais utilizados pelo técnico Quique Sánchez Flores.

Os estreantes Silvio, Miranda e Adrián tiveram desempenhos opostos: enquanto Silvio não teve nenhum problema no lado direito da zaga, Miranda mostrou-se bem enrolado quando os noruegueses atacavam pelo seu setor. Para completar a estreia bem fraca, o brasileiro foi expulso diretamente após falta em Sankov. Adrián, por sua vez, foi um dos artífice da vitória colchonera e mostrou uma invejável forma física para quem, praticamente, não teve férias. Destaque do rebaixado Deportivo na temporada passada, o atacante mostrou que pode ser um bom substituto de Agüero, apesar do adversário não ser dos melhores. Dos pés do atacante, nasceram os dois gols de Reyes na partida.

Após muitas especulações e um fim de temporada como verdade incógnita, Forlán está disposto a recuperar o tempo perdido. Quatro dias após comemorar o título de Copa América, o uruguaio dispensou a folga dada por Manzano e se reapresentou dois dias depois para jogar a partida. El Cachavacha, apesar do lançamento para Adrián ajeitar para Reyes no primeiro gol, sentiu um pouco o cansaço e foi substituído no segundo tempo, sendo ovacionado pelos aficionados da casa. Apesar do bom jogo do setor ofensivo, a zaga voltou a assustar. Storflor, autor do gol do Stromsgodset, aproveitou erro de posicionamento de Perea e Alvaro Domínguez para marcar.

Na coletiva pós-jogo, Manzano lamentou o erro da zaga e acomodação da equipe após o segundo gol. De acordo com o técnico, o jogo da volta irá requer uma séria de atenção, pois o adversário, certamente, estará bastante confiante. Manzano também aproveitou para dizer que, com apenas 24 dias de trabalho, não pode exigir tanto de seus comandados, mas deixou claro que a principal característica desse time já se mostrou: volume de jogo e velocidade. O jogo de volta acontece na quinta-feira (4), na Noruega.

Mercado
No dia do confronto contra os noruegueses, a novela Agüero chegou ao fim: o Manchester City desembolsou cerca de 45 milhões de euros para tirar Kun do Atlético de Madrid. Sem seu destaque na temporada passada, a diretoria colchonera segue atrás de um atacante para suprir a ausência do argentino. Por enquanto, quatro nomes estão em pauta: Giuseppi Rossi (Villarreal), Falcão García (Porto), Haedo Valdez (Hércules) e Osvaldo (Espanyol) são os nomes mais especulados para o ataque rojiblanco. O ítalo-argentino do Espanyol teve uma proposta de 12 milhões de euros negada no início da semana (o Espanyol está pedindo 20 milhões de euros, o que o Atlético de Madrid não está disposto a pagar). No momento, o mais acessível é o paraguaio do Hércules. Sua cláusula de rescisão é de 5 milhões de euros, o que teria feito os dirigentes colchoneros olharem de bons olhos. Em enquete feita pelo AS, os torcedores preferem Rossi para fazer dupla com Forlán. Porém, o alto preço do ítalo-americano e do colombiano do Porto fazem com que a dupla seja descartada.

Para o problema da criação, a solução pode ser o brasileiro Diego. Hoje, o pai e agente do meio-campista, Djair Ribas, afirmou ao AS que a transferência de seu filho pode ser concluída em breve. Segundo Djair, Diego vê o Atlético de Madrid com bons olhos e só está esperando o acordo de ambos os clubes para se transferir para Manzanares. O objetivo do Atlético de Madrid é pagar menos de 10 milhões pelo brasileiro, que foi comprado pelo Wolfsburg junto à Juventus por 16 milhões de euros. Outro meio-campista (mas não armador) especulado é Griezmann (Real Sociedad). O francês declarou publicamente que deseja reforçar o Atlético de Madrid, mas isso depende de seu clube atual. A primeira proposta pelo extremo foi negada pelo clube basco: 7 milhões de euros + Raúl García e o empréstimo de Mérida. O clube donostiarra já avisou que só vende seu prodígio se multa rescisória (25 milhões de euros) for paga.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Jogadores Históricos: Juan Arza

Juan Arza e o troféu da Liga Espanhola de 1945/46: maior artilheiro da história do Sevilla (eldesmarque)

No dia 17 de julho deste ano, horas antes do início do segundo amistoso de pré-temporada do Sevilla, uma triste notícia afetou todos os sevillistas: aos 88 anos, Juan Arza, ex-jogador, técnico e dirigente do Sevilla havia acabado de falecer vítima de câncer. Imediatamente, o sevillismo entrara em luto. Maior artilheiro da história do clube andaluz, El Niño de Ouro havia recebido, dois anos antes, das mãos do atual presidente do clube, Josep Maria Del Nido, uma espécie de troféu de maior jogador da história do Sevilla.

Sua trajetória como futebolista começou cedo. Aos 11 anos, o jovem Arza ingressou às categorias de base do Izarra, pequeno clube de sua cidade natal, Navarra. Após uma breve passagem por Alavés e Málaga, foi contratado pelo Sevilla em 1943. Os rojiblancos da Andaluzia entraram em um acordo com o Málaga: 90 mil pesetas mais duas partidas amistosas e o empréstimo de três jogadores da base para ter o centroavante em seu elenco.

Aos 20 anos, estreou com a camisa do Sevilla destacando-se pela boa forma física e a capacidade de chutar bem com as duas pernas. Entretanto, o que mais chamou a atenção foi a habilidade goleadora com a qual Arza tinha. Em sua estreia, anotou um hat-trick ante o Sabadell. A chegada de Arza marcou um divisor d'águas na história do clube sevillistas: a era de ouro dos hispalenses. Na temporada 45/46, o Sevilla conquistou pela primeira (e única, até então) vez a Liga Espanhola, com El Niño de Ouro sendo o destaque da equipe. Porém, à época, a artilharia ficou com o monstro Telmo Zarra, seguido de Edmundo Suárez, homem-gol do Valencia.

Nas temporadas seguintes, o Sevilla conquistou apenas uma única Copa del Rey, em 1947/48. Na final contra o Celta, como não poderia deixar de ser, Arza anotou o gol do título, na partida que terminou 1 a 0 para os hispalenses. Na Supercopa (à época chamada de Copa Eva Duarte), derrota para o Barcelona por 1 a 0. A chance do bi-campeonato da Liga veio em 1951/52; porém, o vice-campeonato teve um gosto bastante amargo: necessitando apenas de um empate para tornar-se campeão, o Sevilla foi até a capital jogar contra o Atlético de Madrid de Adrián Escudero. Entretanto, o árbitro da partida anulou um gol legal de Arza aos 44 minutos do segundo tempo, e os rojiblancos acabaram vencendo por 1 a 0 e, consequentemente, ficando com o título.

Entre 1953 e 1957, Helenio Herrera chegou ao Sevilla para comandar a equipe. Com o argentino, Arza passou a jogar com mais liberdade no ataque, mas o jejum de títulos se prolongou. De destaque, apenas mais um vice-campeonato de Liga e Copa. Em 5 de dezembro de 1954, Arza anotou o gol de número mil do Sevilla em campeonatos nacionais. Na Copa dos Campeões, o Sevilla passou por Benfica e Roma antes de cair para o campeão Real Madrid, liderado por Di Stéfano e Puskás, nas quartas-de-finais.

Após a era de ouro do Sevilla, Arza resolveu disputar sua última temporada como profissional no Almería, clube pelo qual torcia seu pai e era treinador por seu amigo Diego Villalonga. Em 1960, aposentou-se dos gramados em um amistoso entre Sevilla e Barcelona de seu amigo Kuballa. O jogo marcou a inauguração do estádio Ramón Sánchez Pizjuan e os rojiblancos venceram por 3 a 2, com um doblete do centroavante. Aposentado, El Niño de Ouro tentou a carreira, sem sucesso, como treinador, chegando a treinar equipes como Deportivo La Coruña e Celta Vigo e retornando ao Sevilla, onde ficara por seis meses.

Juan Arza
Nome Completo: Juan Arza Íñigo
Data de nascimento: 18 de junho de 1923 em Navarra, Espanha.
Posição: atacante
Clubes: Alavés, Málaga, Sevilla e Almería
Títulos: Liga Espanhola 1945/46, Copa del Rey 1947/48
Clubes como treinador: Celta Vigo, Deportivo La Coruña e Sevilla

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mercado: as primeiras movimentações

A janela de transferências do futebol espanhol, aberta oficialmente no dia 1º de julho, está, a cada dia, esquentando. Segundo fontes do Transfermarket, o Atlético de Madrid foi o clube que mais gastou dinheiro em contratações até o momento, mas quem mais vem chamando a atenção é o Málaga: comprado pelo Sheikh Abdullah Al Thani no início da temporada passada, os blanquiazules adicionaram bons nomes ao elenco e prometem brigar por Europa na nova temporada. No mercado de treinadores, apenas seis equipes resolveram apostar em novos técnicos.

Os clubes terão de respeitar o fair play financeiro da Uefa e gastar menos, para reduzir as dívidas e estarem aptos para quando a cobrança da entidade máxima do futebol europeu chegar, em quatro temporadas. Isto, no entanto, não quer dizer que os clubes investirão pouco - alguns, até, já estão bastante ativos e, procurando gastar pouco, investem em nomes menos badalados.

van Nistelrooy está de volta à Espanha e, em meio à surpresa, chega para comandar o ataque do Málaga: fadado ao sucesso ou ao fracasso? (reuters)

No Atlético de Madrid, o assunto não é outro senão Agüero. Kun teve alguns dias de folga até a data de sua reapresentação devido a eliminação da Argentina na Copa América. No entanto, o argentino não se reapresentou e ratificou a ideia de que não irá ficar em Manzanares para a nova temporada. Durante o período da Copa América, Agüero chegou a ser especulado com força no Real Madrid e na Juventus, que, segundo o presidente Enrique Cerezo, teria oferecido os 35 milhões da multa rescisória. Porém, o destino do camisa dez rojiblanco parece ser o Manchester City. Roberto Mancini, treinador dos citizens, já declarou publicamente que o clube da cidade de Manchester pode fechar a contratação de Agüero nesta semana. A camisa 10 do jogador, aliás, já foi retirada da loja oficial do Atlético de Madrid na capital. No entanto, Kun foi inscrito na Liga Europa pelo Atlético de Madrid, que irá estrear nesta quarta-feira contra Stromsgodset, da Noruega, e não será multado pelo clube.

Para suprir a ausência de Agüero, Osvaldo (Espanyol) pode chegar. De acordo com o Marca, Atlético de Madrid e Espanyol já chegaram a um acordo pela transferência do ítalo-argentino, que custaria exagerados 20 milhões de euros. Giuseppe Rossi e Radamel Falcão chegaram a serem especulados, mas Gregório Manzano prefere o artilheiro do Espanyol. Vale lembrar que Adrián López, destaque do Deportivo e da Espanha Sub-21, teve sua contratação fechada na semana passada e Forlán deve ficar, após rumores de que iria se transferir para o Galatasaray. Para o gol, o jovem Courtois chega de empréstimo junto ao Chelsea para substituir De Gea, que se transferiu para o Manchester United. Para a zaga, calcanhar de aquiles da equipe, foram contratados o brasileiro Miranda e o português Silvio junto a São Paulo e Benfica, respectivamente. O clube ainda comprou em definitivo o volante Tiago (Juventus) e trouxe o bom e experiente Gabi (ex-capitão do Zaragoza) para fazer companhia ao português na volância.

O Real Madrid, conhecido por torrar dinheiros em estrelas, segue a mesma tendência da temporada passada. Até agora, nenhum jogador de nome foi contratado, ainda que Neymar seja fortemente especulado na equipe. A ideia de José Mourinho, novo manager do clube, é contratar jogadores jovens, que possam formar um elenco para quatro, cinco anos. E a política de contratação dos blancos não foge disso: Sahin (19), Fábio Coentrão (23), Varane (18) e Callejón (22) foram contratados. Apenas Altintop (29) foi contratado mas não é "novo". Com isso, o forte meio-campo da equipe tem tudo para ficar ainda mais preciso. Mourinho ainda está à espera de um atacante, e este pode ser Neymar ou Adebayor, que (ainda) não foi comprado em definitivo pelo Real Madrid. Na primeira coletiva do português na temporada, Mourinho falou que o togolês é quem está mais próximo da equipe merengue, já que não está nos planos do treinador do Manchester City.

O multicampeão Barcelona segue bastante frio no mercado: apenas Alexis Sánchez foi confirmado como nova contratação. Cesc Fàbregas, como não poderia deixar de ser, é nome em pauta, mas o Arsenal insiste em não vendê-lo. O provável retorno de Cesc pode significar mudança no módulo tático do Barça (do 4-3-1-2 para o 3-4-3). Por enquanto, o clube se desfez apenas de seus queridos canteranos: Bojan (Roma), Oriol Romeu (Chelsea), Víctor Sánchez (Neuchatel) Edu Oriol e Abraham (Zaragoza) já rumaram para outras equipes. A defesa é a principal preocupação: Puyol segue com problemas físicos e um zagueiro ainda pode chegar. Especula-se que possa ser Thiago Silva, que admitiu ter entrado em contato com o clube em entrevista ao Esporte Interativo, mas o Milan não está disposto a liberar seu melhor zagueiro no elenco. Fontás e Thiago Alcântara assinaram um contrato exclusivo com o time A e irão aparecer com mais frequência na equipe.

Valencia e Villarreal, que disputarão a Liga dos Campeões, ainda movem-se discretamente no mercado. Os amarillos, por exemplo, contrataram apenas quatro jogadores: César Sánchez (Valencia), Zapata (Udinese), Camuñas (Osasuna) e Edu Ramos (Málaga). O ex-jogador do Osasuna foi contratado, provavelmente, para substituir Cazorla, que foi confirmado no Málaga hoje por 22 milhões de euros. Em sua despedida do Villarreal, Cazorla afirmou que sua venda foi para sanar as dívidas do clube (o presidente Roig havia dito no início da temporada que o clube precisaria se desfazer de um dos seus craques para fazer "caixa"). Com a saída do meio-campista, é provável que Giuseppe Rossi deva ficar, ainda que a Juventus esteja oferecendo 24 milhões de euros pela contratação do ítalo-americano. Em Valencia, por sua vez, o objetivo é segurar gente como Mata e Pablo Hernández. Para formar o tão amado 4-3-3 (que não deu certo quando utilizado no Valencia) de Unai Emery foram contratados Dani Parejo (Getafe) e Piatti (Almería). Nos primeiros jogos da pré-temporada, porém, o 4-2-3-1 foi utilizado pelo treinador, com uma linha de três formada por Mata, PH e Parejo, embora o treinador seja adepto às variações táticas e às rotações na equipe. Piatti também pode fazer a função de meia aberto pelo lado esquerdo do campo.

No pelotão intermediário, o Málaga não para. Após uma temporada opaca, Abdulla Al-Thani resolveu tirar as mãos do bolso. Nove contratações já foram fechadas para a nova temporada: Isco (Valencia), Buonanotte (River Plate), van Nistelrooy (Hamburgo), Monreal (Osasuna), Mathijsen (Hamburgo), Toulalan (Lyon), Sergio Sánchez (Sevilla), Joaquin (Valencia) e Cazorla (Villarreal). O clube ainda segurou bons valores da temporada passada, como Rondón, Duda, Quincy e o brasileiro Júlio Baptista, que irá brigar por uma vaga na equipe titular. Em teoria, é um pacote em condições de brigar por vaga na Liga Europa, eventualmente até pela Liga dos Campeões. Há jogadores experientes, alguns jovens com potencial para crescer, um técnico capaz de transformar o grupo em uma equipe propriamente dita e um financiador disposto a tomar prejuízo em nome do sucesso do clube. Porém, sobram interrogações em torno do novo Málaga. Os blanquiazules poderão mostrar que não estão de brincadeira na estreia na Liga Espanhola: logo de cara, o sorteio da LFP determinou que a equipe de Manuel Pelegrinni irá encarar o Barcelona no La Rosaleda.

Sevilla e Athletic Bilbao, que junto com o Atlético de Madrid irá disputar a Liga Europa, fazem um mercado diametralmente oposto ao dos colchoneros: os leones só contrataram apenas um jogador, enquanto que os rojiblancos contrataram quatro (fora a compra em definitiva de Cáceres junto ao Barcelona). O Athletic Bilbao manteve a boa base responsável pela classificação à competição europeia e, de praxe, trouxe o ótimo Ander Herrera (Zaragoza) para reforçar o seu já forte meio-campo. Para o cargo técnico, Joaquin Caparrós deu adeus à equipe após quatro temporadas com a vitória de Josu Urrutia para a presidência. Para seu lugar, chegou o experiente Marcelo Bielsa, que estreou com o pé direito no clube: em três jogos de pré-temporada, foram três vitória. A ordem da casa é segurar Javi Martínez e, principalmente, Fernando Llorente. O centroavante tem sido assediado pelo Tottenham, que teria oferecido 20 milhões de euros.

Os andaluzes, por sua vez, vão fazendo contratações cirúrgicas. À defesa, ponto fraco da equipe na temporada passada, chegaram os bons Trochowski (Hamburgo) e Spahic (Montpellier), além da compra em definitiva do polivalente Cáceres junto ao Barcelona. O meio-campo, que perdeu o extremo Diego Capel para o Sporting, Zokora para o Trabzonspor e Renato para o Botafogo, foi reforçado com o bom Manu Del Moral (Getafe) e, para fazer companhia a Romaric na volância, o experiente Coke (Rayo Vallecano). Após passar perrengues com seus treinadores na temporada passada (Antonio Álvarez e Gregório Manzano), a diretoria parece ter acertado na mosca agora: o bom Marcelino Toral, responsável por ter tirado o Racing Santander da degola, foi contratado junto aos cantabrianos. A imprensa da Andaluzia especula que o extremo Giovanni dos Santos, um dos destaques da Liga passada, possa ser contratado, mas o presidente Del Nido negou qualquer tipo de negociação, por ora. Apesar de ter, em tese, uma equipe capaz de brigar por Champions League, o Sevilla precisará, como disse o zagueiro Alexis na primeira coletiva da temporada, mostrar na prática a força de seu elenco.

ATUALIZAÇÃO 27/07: Com a compra de Cazorla, o Málaga passa a ser a equipe do futebol espanhol que mais investiu até o momento (já foram mais de 60 milhões de euros gastos). O diretor esportivo do clube, Antonio Fernández, afirmou que, temporariamente, a equipe irá dar uma pausa em suas contratações e só irá comprar alguém se necessário.

domingo, 24 de julho de 2011

Mundial Sub-20: rumo ao bi?

Sem moral no Real Madrid e cortado da Eurocopa Sub-21 por Luis Milla, Canales espera dar a volta por cima no Mundial Sub-20 (getty images)

Originalmente de Lincoln Chaves, do site Olheiros.

Tiki-taka. Uma expressão de apenas oito letras, mas que explica o porquê da Espanha ser a grande seleção que é hoje, campeã europeia e mundial. E para manter esse status por tempo indeterminado, o padrão de jogo que representa tal expressão, em que predomina o toque e a posse da bola, é o que rege o trabalho feito nas seleções espanholas de base. Do ponto de vista de resultado, o trabalho vem sendo bem feito, como mostram os vice-campeonatos europeus sub-17 e sub-19 em 2010 e o título continental sub-21, conquistado mês passado. E a equipe que defenderá o vermelho da Fúria na Colômbia segue esses mesmos passos, respaldada pela qualidade e entrosamento do grupo, mesmo com desfalques importantes.

O objetivo está claro: firmada como potencia europeia na base, é chegada a hora de conquistar o mais badalado dos Mundiais. Ou seja: repetir o feito da geração encabeçada por Xavi Hernández, campeã do torneio em 1999. Além do meia do Barcelona, também despontaram nomes como Carlos Marchena, Gabri, Iker Casillas (que foi reserva) e Pablo Couñago - artilheiro daquele Mundial. A Fúria deixou para trás o Brasil de Ronaldinho Gaúcho, Gana de Stephen Appiah e Mali de Seydou Keita, até alcançar a final e bater um surpreendente Japão. O segundo caneco quase veio em 2003, quando o time estrelado por Andrés Iniesta e David Silva chegou à final contra o Brasil, mas acabou superado no fim do segundo tempo.

A chave espanhola, composta por Austrália, Costa Rica e Equador, não é das mais complicadas nem deve comprometer o favoritismo da equipe. Favoritismo esse ainda maior que o da geração 2009, de Dani Parejo e Fran Mérida. No entanto, as disputas no Egito deixaram o alerta. Afinal, na ocasião, a Espanha também se deparou com um grupo teoricamente fácil (Nigéria, Venezuela e Tahiti) e avançou com pompa, mas no mata-mata, caiu nas oitavas para uma irregular Itália. Para esta que será a 14ª participação do país no torneio, a expectativa é de que a experiência de dois anos atrás e o fim do estigma "perdedor" da Fúria tenham valido para conter a pressão e a empolgação da atual e promissora safra ibérica.

Sem tanto preparo, mas com entrosamento
A classificação para o Mundial vem sem sobressaltos, via Europeu Sub-19 de 2010. Na fase preliminar, de grupos, um segundo lugar na chave de Portugal (que avançou em primeiro), País de Gales e Macedônia foi suficiente. Na etapa seguinte, após uma primeira rodada complicada (empate com a Noruega), a reação veio com vitórias sobre Turquia e Azerbaijão, seguidas da liderança da chave e da vaga à fase final. E mesmo sorteada em um verdadeiro grupo da morte, a Espanha soube se impor. Bateu Croácia (2 a 1), Portugal (2 a 1) e Itália (3 a 0), assegurando o passaporte para a Colômbia e um posto nas semifinais do Europeu. Venceria ainda a Inglaterra (3 a 1), até cair diante da França (1 a 2) na decisão.

Passado o Europeu, porém, foram poucos os encontros visando o Mundial. O primeiro se deu em agosto, com o vice-campeonato no Torneio Internacional Sub-19 do Japão. Na campanha, uma inesperada derrota para a seleção de Shizuoka (2 a 0), seguida de vitórias ante ganenses (2 a 0) e nipônicos (4 a 0). Com o início do Europeu Sub-19 de 2011 - e que envolveu alguns dos /92 que estarão na Colômbia -, a preparação só foi retomada em março com uma série de treinamentos finalizada com triunfo ante o Atlético de Madrid B. Em abril, por fim, nova vitória, desta vez por 1 a 0, em amistoso com a Itália. Sinal de que a aposta será mesmo no entrosamento do grupo, que vem junto desde a era sub-17.

Logo após o vice-campeonato continental, o então treinador Luís Milla foi promovido à seleção sub-21 - com a qual foi campeão europeu neste ano -, e assumiu Julen Lopetegui, um dos goleiros espanhois convocados para a Copa de 1994 e vice-campeão mundial sub-20 em 1985, que comandará a Fúria na Colômbia. Lopetegui chegou ao cargo sem grande experiência na função. Comandou o Rayo Vallecano em 2003/04 pouco após se aposentar, mas não conseguiu evitar o rebaixamento da equipe à segunda divisão. Ausentou-se da carreira de técnico até a temporada 2008/09, quando treinou o Real Madrid Castilla, "batendo na trave" na luta por vaga no playoff de acesso à Liga Adelante.

Adequações aos desfalques
Lopetegui terá que lidar com alguns desfalques, mas já não tem muitas dúvidas do time que levará a campo. No gol, Álex Sanchez, revelado pelos culés e hoje no Zaragoza, é o principal candidato para a titularidade no gol. A linha de quatro na defesa não contará com os dois titulares das laterais, os barcelonistas Martín Montoya e Marc Muniesa. Hugo Mallo, trazido para o lugar de Montoya, deve assumir a direita, enquanto Carles Planas substitui Muniesa pela esquerda. Sendo assim, a dupla de zaga formada por Jordi Amat, do Espanyol, e o blaugrana Marc Bartra, mais entrosada, será responsável em manter a regularidade do setor, tido como o mais confiável da equipe.

Do meio para frente, a promessa é de uma equipe bem ofensiva. Na contenção estará o colchonero Koke, outro presente no Mundial Sub-17 de dois anos atrás (quando foi capitão). Se Lopetegui optar em utilizar dois volantes - o que é mais provável -, o favorito para atuar com Koke é o barcelonista Oriol Romeu. E nesse esquema, a ligação com o ataque ficaria a cargo do badalado madridista Sérgio Canales e do elogiado Isco Alarcón - que também esteve na Nigéria em 2009. Se preferir jogar com apenas um volante, por sua vez Oriol ou Koke devem dar lugar ao blaugrana Sergi Roberto, mais um que jogou no Mundial Sub-17 de 2009.

A linha ofensiva terá desfalques importantes como Thiago Alcântara e Iker Muniain, que estão na pré-temporada de, respectivamente, Barcelona e Athletic Bilbao e estiveram no Europeu Sub-21. Desta forma, as esperanças de gol estão no hispano-brasileiro Rodrigo Moreno e em Daniel Pacheco, artilheiro da fase final do último Europeu Sub-19, no que se desenha como um 4-4-2 adaptado. Dependendo da necessidade tática da partida, Lopetegui tem a opção de aproximar Isco ou Canales e Moreno de deixar Pacheco com centroavante de referência de um 4-3-2-1. A missão dos homens de frente, portanto, será a de fazer a ausência de Thiago e Munaín ser a menos sentida possível.

Chuteira caliente
Dani Pacheco. Com quatro gols, foi o principal goleador do último Europeu Sub-19, ainda luta para encontrar espaço no Liverpool, mas terá a oportunidade de chamar atenção de Kenny Dalglish - que tem aberto gradual espaço aos jovens de Anfield - com um bom desempenho na Colômbia. Baixo (1,68 metro) mas bastante veloz e de boa movimentação, Pacheco teve desempenho bastante elogiado em seu recente empréstimo ao Norwich e chega motivado para brigar pela chuteira de ouro no Mundial.

Pelota cuadrada
Sérgio Canales. Ele surgiu com grande destaque no Racing Santander, marcado por ser um dos principais nomes da seleção campeã europeia sub-17 em 2008. Não a toa, chegou como titular entre os galácticos do Real Madrid. No entanto, não demorou a perder espaço para Mezut Özil e já na conquista do último Europeu Sub-19, não foi decisivo. Sem as mesmas atenções de outrora, terá no Mundial Sub-20 que se aproxima a chance de reconquistar os holofotes que obteve há dois anos, torcendo também para que José Mourinho esteja de olho.

El Libertador
Oriol Romeu. Josep Guardiola é um de seus admiradores, e isso já representa muito. Ser contratado como reforço do milionário Chelsea por cerca de 5 milhões de euros, também. Já ter um Mundial Sub-20 no currículo, tão representativo ainda. Desta forma, é difícil não ver no versátil volante (que també pode atuar como zagueiro), campeão mundial de clubes pelo Barça em 2009 e de duas belas temporadas pelo Barcelona B, a figura que deverá liderar os espanhois na Colômbia. Talvez não como capitão, mas como uma referência em campo.

Los campeones

Julho foi o mês que a seleção espanhola de futebol completou um ano de sua maior glória: a conquista da Copa do Mundo. Aos fãs da Fúria, uma boa pedida para conhecer mais sobre a seleção é o perfil dos 23 convocados de Vicente Del Bosque para o torneio. Uma lista que teve como maiores surpresas o corte de Marcos Senna, titular durante boa parte da Eurocopa, e as convocações inéditas de Pedro e Víctor Valdés. O Barcelona, ironicamente - pela questão Catalunha x Espanha -, foi o time com o maior números de convocados: oito. Boa leitura e siga conosco!

Goleiros

Iker Casillas, José Reina e Víctor Valdés

Defensores
Raúl Albiol, Álvaro Arbeloa, Joan Capdevilla, Carlos Marchena, Gerard Piqué, Carles Puyol e Sergio Ramos

Meio-campistas
Xabi Alonso, Sergio Busquets, Francesc Fàbregas, Andrés Iniesta, Juan Mata, Jesus Navas, Javi Martinez, David Silva e Xavi Hernandez

Atacantes
Pedro Rodríguez, Fernando Llorente, Fernando Torres e David Villa

sábado, 23 de julho de 2011

Campeones Del Mundo: José Reina

Reina seguiu uma tradição familiar de goleiros bem sucedidos (divulgação: Premier League)

Ele cumpriu a risca o ditado: filho de peixe, peixinho é. No caso de José Reina, troque o peixe pelo goleiro e tenha uma história familiar de sucesso. Miguel Reina, o pai, começou a atuar na Liga Espanhola em 1964, pelo Córdoba. Duas temporadas depois, chegou ao Barcelona para fazer história. Até hoje, o Reina Pai é detentor do recorde de minutos seguidos sem levar gol pelos blaugranas: 824 minutos durante a temporada 1972/73. Miguel ainda jogou pelo Atlético de Madrid antes de aposentar-se, em 1980, após 312 partidas na primeira divisão espanhola e dois troféus Zamora de goleiro menos vazado da temporada - em 1972/73 com o Barça e em 1976/77 com os Colchoneros.

Em 1982, Miguel resolveu dar continuidade a saga familiar de goleiros. Nascia José Manuel Reina Páez, o Pepe. Com 13 anos, o adolescente resolveu seguir os passos do progenitor e começou sua carreira nas canteras do Barcelona, clube defendido pelo pai por sete temporadas. Em 1999, debutava no Barcelona B para a Segunda Divisão B, a terceirona espanhola. Mas as seguidas lesões dos goleiros da matriz, o francês Richard Dutruel, ex-Celta de Vigo, e Francesc Arnau, também goleiro formado nas canteras, fizeram o comandante holandês Louis Van Gaal chamar o jovem arqueiro para a equipe principal.

Reina agradou no time de cima e ficou com o grupo na temporada 2000/01, sob o comando de Lorenzo Serra Ferrer. Alcançar as semifinais da antiga Copa da Uefa, atual Europa League, não foi suficiente para a direção continuar a aposta no jovem goleiro. Por isso, em 2001/02, o experiente argentino Roberto Bonano foi contratado do River Plate para ser o camisa #1 blaugrana, tomando o espaço de Pepe. A situação de revesamento entre os goleiros blaugranas na temporada 2001/02 não agradava Pepe, que buscava uma continuidade como titular para, quem sabe, figurar entre os selecionáveis para a Copa do Mundo da Ásia, no Japão e na Coreia. Reina não foi chamado por José Antonio Camacho para o Mundial e resolveu trocar de ares.

Em uma transação que envolveu a ida do brasileiro Belletti para o Barça, o goleiro desembarcou no El Madrigal, onde viria a se tornar um dos pilares que elevou o status do Villarreal na Espanha e na Europa. Pepe foi o titular do gol do "Submarino Amarelo" nos dois títulos da Intertoto em 2003 e 2004. Seu auge no clube foi na temporada 2004/05, quando ajudou a equipe comandada por Manuel Pellegrini a chegar na Uefa Champions League pela primeira vez na história. No ano seguinte, Reina trocou o El Madrigal por Anfield para ser reserva do veterano polonês Jerzy Dudek, protagonista da monumental virada do Liverpool na final da Liga dos Camepões diante do Milan em Istambul.

Na Inglaterra, Pepe Reina firmou-se como um dos melhores do mundo na sua posição. Vencedor da Luva de Ouro na Premier Legue por quatro vezes - 2006, 2007, 2008 e 2010 - o goleiro espanhol só não alçou ao posto de titular da seleção de seu país. Na Fúria, Casillas faz história desde que assumiu a camisa um e, por ser da mesma faixa etária de Pepe, o submete a reserva na quase totalidade das partidas.

No entanto, não foi por isso que ele deixou de fazer parte da maior geração de futebolistas da Espanha. Presente nas conquistas da Euro 2008 e da Copa 2010, Pepe conseguiu superar os feitos de seu pai, ídolo e referência na carreira. Com média de 0.91 gol sofrido por jogo, era de se esperar o sucesso. Afinal, ser bom goleiro, nesse caso, é tradição de família.

José Reina
Nome: José Manuel Reina Páez
Apelido: Pepe
Nascimento: 31/08/1982 - 28 anos
Local: Madrid, Espanha
Clubes que defendeu: Barcelona B, Barcelona, Villarreal, Liverpool
Títulos: Duas Uefa Intertoto (2004 e 2005 - Villarreal), Supercopa Europeia (2005 - Liverpool), FA Cup (2006 - Liverpool), Community Shield (2006 - Liverpool)
Prêmios Individuais: Quatro Luvas de Ouro da Premier League (2006, 2007, 2008 e 2010)
Seleção: 22 jogos
Títulos pela Seleção: Eurocopa 2008, Copa do Mundo de 2010

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Campeones Del Mundo: Jesus Navas

Após superar a síndrome do pânico, Jesus Navas foi muito importante na final da Copa do Mundo contra a Holanda (FIFA)

Um dos principais motivos que ajudam a constituir a seleção espanhola é a qualidade de jogo de seu meio-campo. O setor concentra valorosos nomes disponíveis ao técnico Vicente Del Bosque, o que resulta em um leque de variações táticas e na manutenção da eficiência do time mesmo quando há algum desfalque. Contando com craques do quilate de Fàbregas, Iniesta, Xavi, David Silva e Xabi Alonso, não à toa há sempre um craque sentado no banco de reservas da Fúria. Um pouco antes do mundial, Del Bosque ganhou mais uma opção de extrema qualidade no meio. Jesús Navas foi convocado pela primeira vez no fim de 2009. O veloz meia direita já chamava atenção dos treinadores espanhóis há tempos, mas um grave problema de ansiedade patológica fazia com que ele tivesse que evitar a seleção.

Superando gradativamente a sua doença psiquiátrica e o trauma psicológico decorrente dela, Navas começa a se integrar definitivamente à equipe nacional. E, às portas do Mundial da África do Sul, o jogador teve a chance de se firmar como uma das grandes estrelas de seu país. Não é por menos que o Real Madrid demonstrou interesse em contratá-lo já no segundo semestre, mas acabou acertando com Özil e Di María. Na África do Sul, Navas desempenhou um papel importante: na final contra a Holanda, entrou no lugar de um bem marcado Pedro e colocou fogo no lado esquerdo da zaga holandesa, sendo importante pelas infiltrações por este setor.

Nascido na cidade de Los Palacios, localizada na província de Sevilla, Navas começou a dar os seus primeiros passos na equipe da terra natal, o modesto UD Los Palacios. Desde os oito anos, o jogador já demonstrava a sua habilidade com a bola nos pés, sempre atuando em categorias maiores que a sua. A técnica do meia logo chamou a atenção dos olheiros do Sevilla. Em 2000, o diretor das categorias de base do clube, Pablo Blanco, foi até os treinos do Los Palacios para observar a atuação do goleiro Wilfred. Mais que o arqueiro, quem encantou Blanco foi o jovem Navas. Em um dia muito chuvoso, o olheiro ficou impressionado com a facilidade que o garoto tinha de passar pelos seus marcadores no campo encharcado. Mesmo reticente pela frágil estrutura física de Navas, baixo e muito magro, Blanco resolveu apostar em sua técnica e levá-lo ao Ramón Sánchez-Pizjuán, a fim de lapidá-lo pessoalmente nas canteras rojiblancas.

Chegando ao Sevilla aos 15 anos, o “duende” - apelido de Navas por sua baixa estatura - não demorou muito para ganhar seu espaço e foi integrado ao Sevilla Atletico, segundo elenco do clube andaluz. Em sua temporada de estreia, em 2002/03, pouco entrou em campo. Mesmo assim, atuou em um número suficiente de partidas para que demonstrasse a sua categoria. Na temporada seguinte suas participações se multiplicaram. No entanto, mais que jogar pelo Sevilla Atletico, Navas já recebia as primeiras garantias de que se firmaria no time principal. Ainda no segundo semestre de 2003, dois dias após completar 18 anos, fez a sua estreia entre os profissionais, em partida diante do Espanyol. Ao fim da temporada, totalizou sete partidas, sendo duas delas começando na equipe titular.

A partir da segunda metade de 2004, Jesús Navas se incorporou de forma definitiva ao elenco treinado pelo técnico Joaquín Caparrós. E, concomitantemente à afirmação da jovem promessa como um jogador prodigioso, o Sevilla também cresceu e chegou a uma das fases mais vitoriosas de sua história. De volta à elite da La Liga desde 2001, os rojiblancos fizeram grande campanha na temporada 2004/05, alcançando a sexta posição. Peça fundamental no elenco, Navas marcou os seus primeiros dois gols com a camisa da equipe, e ia sendo beneficiado por uma política interna de se aproveitar os jovens valores, tal qual o hoje madrileno Sergio Ramos.

O boom do time e de Navas aconteceram em 2005/06. Após a saída de Júlio Baptista para o Real Madrid no meio de 2005, o meia assumiu a responsabilidade de ser o principal homem de ligação entre o ataque e a defesa de sua equipe, sempre aberto à direita do meio-campo. Deu seis passes para gol durante os 34 jogos que fez no Campeonato Espanhol, titular absoluto no certame, com 21 anos. Na Copa da UEFA daquele ano, jogou por 12 vezes, deu duas assistências e se sagrou campeão, em final na qual sua equipe goleou o Middlesbrough. Meses depois, ainda levaria a Super Copa da Europa, derrubando o favoritíssimo Barcelona. No ano seguinte, mais glórias. Atrapalhado por problemas físicos, foi um pouco menos frequente em campo. Nada que tirasse o brilho de suas jogadas poderosas ao lado de Daniel Alves pelo flanco direito, fundamentais para o terceiro lugar do Sevilla na Liga, o bicampeonato da Copa da Uefa e o título da Copa do Rei.

Navas, porém, não conseguia se firmar na seleção, não participando de nenhuma competição importante. O motivo? O fato de ter síndrome do pânico o impedia de se afastar da família e se concentrar com o restante do elenco longe de casa; sentia uma angústia, um mal-estar, físico e psicológico, que o forçava sempre a pedir dispensa e voltar a Andaluzia. Tal situação fez até mesmo com que Luis Aragonés, então treinador da seleção principal, desistisse da ideia de convocá-lo, além de desencorajar Chelsea e Arsenal, ambos interessados em sua contratação. Hoje, tratando do problema com remédios e terapia, contudo, Navas está totalmente recuperado e já é nome certo, a menos que se lesione, no grupo que irá tentar o bi-europeu.

Jesus Navas
Nome completo: Jesus Navas González
Data de nascimento: 21 de novembro de 1985, em Sevilla, Espanha
Posição: Meia-atacante
Clubes: Sevilla
Títulos: Copa da Uefa 2005/2006, Copa da Uefa 2006/2007, Copa del Rey 2006/2007, Copa del Rey 2009/2010, Supercopa da Uefa 2006, Supercopa da Espanha 2007, Copa do Mundo 2010

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Campeones Del Mundo: David Silva

El Mago: David Silva teve um importante papel na conquista da Eurocopa da Espanha e é um dos jogadores mais idolatrados pelos torcedores (superdeporte)

Um líder silencioso, que fala com os pés. Para Vicente Del Bosque, este é David Silva, um dos meio-campistas de melhor visão de jogo no futebol mundial. Com uma enorme eficácia em seus passes e lançamentos, além de dribles de corpo muito úteis no meio de campo, constrói o jogo com relativa facilidade. Seu futebol preciso sempre o ligou a clubes como Real Madrid, Barcelona e Manchester United. Mas, em agosto de 2010, foi o Manchester City que ofereceu a melhor proposta para o tirar o Mago do Valencia e levá-lo à Premier League.

Pela seleção espanhola, David Silva viveu dois momentos distintos nas maiores glórias de sua carreira: enquanto teve um papel importante no título da Eurocopa, onde fez um gol na semifinal contra a Rússia, passou a maior parte da Copa do Mundo no banco de reservas, sendo preterido por Del Bosque na partida contra a Alemanha, quando o treinador preferiu colocar Pedro no lugar de Fernando Torres ao invés do ex-Valencia. Trajando a camisa roja, sempre fez sucesso: foi vice-campeão europeu sub-17 e campeão europeu sub-19, quando foi eleito o melhor jogador e líder de assistências da competição. Em 2003, no Mundial Sub-17 da Finlândia, foi vice-campeão ao perder para o Brasil de Nilmar na final, mas deixou o torneio com três gols e quatro assistências.

Na cidade de Manchester, a cada dia tem se tornado o xodó da torcida. Jogador do mês do Manchester City em outubro, novembro e dezembro de 2010, David Silva não demorou para se adaptar ao futebol inglês. Campeão da Copa da Inglaterra com seu novo clube, que não ganhava algo desde 1968, terminou a temporada com quinze assistências, líder máximo do quesito no elenco e na Premier League. Antes de sua aventura no futebol inglês, entretanto, Silva conquistou os aficionados do Valencia. É verdade que demorou até que El Mago fixasse seu espaço no elenco ché: o clube de Paterna o havia emprestado a outras equipes duas vezes no início de sua carreira (ao Eibar e ao Celta Vigo).

No Eibar, disputou todos os jogos da equipe granote na Liga Adelante 2004/2005, marcando seis vezes e dando quatro assistências. No clube da Galícia, Silva começou a despontar. Em 2005/2006, foram seis gols e seis assistências e o "prêmio" de jogador mais importante da temporada do Celta, que terminou em oitavo e, por dois pontos, não conquistou a vaga na Copa da Uefa 2006/2007. Após deixar boa imprensão nos celestes, a diretoria ché resolveu apostar no Mago e o trouxe de volta à Comunidade Valenciana.

Seu primeiro ano trajando blanquinegrou foi fundamental. Titular incontestável do meio-campo da equipe treinada por Quique Sánchez Flores, fez uma dupla letal com o artilheiro David Villa. Na Champions League, mostrou seu lado mais decisivo ao marcar gols importante contra Inter de Milão e Chelsea. Nessa temporada, o Valencia acabou caindo nas quartas-de-finais da competição europeia, sendo o espanhol mais bem colocado do torneio. A temporada 2007/2008 foi complicada para o Valencia, que, por pouco, não foi rebaixado, caiu na fase de grupos da LC e teve que se concentrar na Copa del Rey para conseguir uma vaga na Copa da Uefa posterior. E deu certo: o Valencia ganhou a competição e Silva conquistou seu primeiro - e único, diga-se de passagem - título com os Chés.

Após a Eurocopa, sofreu uma lesão no tornozelo esquerdo e ficou três meses parado, voltando apenas em dezembro de 2009. Àquela altura da temporada, o Valencia era terceiro colocado de La Liga, mas não aguentou o desgaste pelo plantel curto e terminou o campeonato em sexto, ficando, mais uma vez, de fora da Champions League. Em sua última temporada trajando blanquinegro, Silva formou junto com Villa e Mata um grande trio ofensivo, responsável por 71% dos pontos do Valencia na Liga. Como premio pela ótima temporada do trio, os blanquinegros conseguiram voltar à Champions, que David Silva acabou não disputando devido a transferência para o Manchester City.

David Silva
Nome completo: David Josué Jiménez Silva
Data de nascimento: 8 de janeiro de 1986, em Las Palmas, Espanha
Posição: Meia-atacante
Clubes: Eibar, Celta Vigo, Valencia e Manchester City
Títulos: Copa del Rey 2007/2008, FA Cup 2010/2011, Eurocopa Sub-19 2005, Eurocopa 2008, Copa do Mundo 2010

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Campeones Del Mundo: Javi Martínez

Na Copa, Javi Martínez jogou pouco, mas a carreira pelas seleções de base mostra um futuro brilhante para o jovem basco - (Soydelaroja)

Javier Martínez vestiu a camisa 20 e jogou pouco mais de 15 minutos durante a Copa do Mundo da África do Sul. Aos 27 minutos do segundo tempo da partida contra o Chile, o meia-central entrou no lugar de Xabi Alonso e fez sua única participação com a camisa roja no Mundial. Mas só de estar entre os 23 de Vicente del Bosque, Javi Martíinez entrou para história, fazendo parte do primeiro título mundial dos espanhois e tudo isso apenas aos 22 anos, mostrando que terá um futuro brilhante pela frente.

O basco nascido em Ayegui, comunidade de Navarra, no norte espanhol, entrou em escolinhas de futebol muito cedo. Durante muitos anos, Javi Martínez passou por vários clubes para fazer sua formação: Berceo, CD Logroñes, CD Arenas e Izarra. Mas foi no Osasuna que ele chegou ao final de sua carreira na base e se tornou profissional. Aos 17 anos, “El Mago de Aiegui” estreou pelo Osasuna B na Segunda Division B. Mesmo jovem, o meia-central se destacou ao ponto do Athletic Bilbao pagar 6 milhões de euros para ter o seu futebol.

A juventude não impediu que Martínez assumisse uma das vagas de titular do meio-campo da equipe basca. O ponto alto da temporada de debute veio em um jogo contra o Deportivo, quando ele alcançou um doblete na vitória de 2 a 0. No ano seguinte, o meia-central seguiu sua carreira na base e foi convocado e campeão da Eurcopa sub-19. Após a conquista, o basco passou a fazer parte da seleção sub-21, onde inclusive trajou a braçadeira de capitão muitas vezes.

Na temporada 2008-09, o meia-central de 1,90m teve ótima presença e ajudou muito o Athletic Bilbao. Com muita técnica, Javi Martínez contribuiu com cinco gols em La Liga e ainda trabalhou bem na Copa del Rey, quando o Barcelona acabou com o título vencendo os leones na final. O vice-campeonato garantiu a vaga à Liga Europa.

A temporada de 2009-10, sem dúvidas, foi o grande ano do “Mago de Aiegui”. Na Liga Espanhola foram 34 partidas, onde marcou seis vezes. O bom desempenho ajudou os leones, que quase conseguiram uma nova classificação para a Liga Europa, o que acabou não ocorrendo. Porém, o meia-central foi eleito pela Revista Don Balón, o melhor jogador jovem de La Liga. Na disputada continental, Javi Martínez fez apenas dois tentos e viu a equipe basca cair na primeira fase de mata-mata.

Ao final das disputas com o Athletic, o meia-central estendeu sua temporada, pois o técnico Vicente del Bosque lembrou dele para disputa do Mundial da África do Sul. Como dito na abertura do texto, Javi Martínez jogou pouco, mas esteve com a furia nesse momento histórico. No “stand-up” de apresentação dos campeões mundiais, o “apresentador” Pepe Reina lhe descreveu assim: “O homem que rouba mais bolas no mundo, a força, a garra e os músculos da Espanha”. Pelas palavras do líder da roja, fica clara a importância do jovem meia-central para o futuro da seleção espanhola.

Sem ter grande destaque na conquista mundial, Javi Martínez voltou para o País Basco mais experiente e com a medalha no peito. Além disso, o interesse sobre o jogador aumenta a cada dia (Manchester City e Real Madrid já foram especulado como possíveis destinos). No início da temporada 2009-10, o Liverpool chegou a fazer uma consulta sobre o jogador, mas os leones não quiseram ouvir a proposta. Comparado com Viera, pela altura, força e técnica com que exerce a função, ele já disse que jogar na Inglaterra seria espetacular.

Porém, mesmo depois do Mundial, o “Mago de Aiegui” segue jogando pelo Athletic. Os leones foram bem nesta temporada e conseguiram a vaga na Liga Europa do ano seguinte, o grande objetivo da temporada. Javi Martínez é presença certa entre os 11 iniciais e marcou quatro vezes na Liga. E o camisa 24, ignorou os interesses dos outros times e renovou com os bascos até 2016.

Javier Martínez
Nascimento: 2 de setembro de 1988, em Ayegui, Espanha
Posição: Meia-central
Clubes: Osasuna B (2005-06) e Athletic Bilbao (Desde 2006)
Títulos: Eurocopa sub-19 (2007) e Copa do Mundo (2010)
Seleção espanhola: 3 partidas e nenhum gol.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Campeones Del Mundo: Fernando Llorente

Fernando Llorente ergue a taça de campeão do mundo, o maior título de sua carreira, que foi alcançado com apenas 25 anos - FIFA

Grandalhão, mas com muita técnica. Do alto de seu 1,95m, Fernando Llorente é sinônimo de gols, seja com a perna direita, perna esquerda e, principalmente, de cabeça. No Mundial, com Pedro, Villa e Fernando Torres no plantel, ele teve pouco espaço. O camisa 19 jogou pouco mais de 30 minutos, contra Portugal, nas oitavas de final.

O futuro atacante nasceu em um hospital de Pamplona, onde uma tia sua trabalhava. Mas sua infância ocorreu em Rincón de Soto. A partir daí, Llorente começa a mostrar o talento para o futebol. Para jogar o esporte que amava, o ainda pequeno Fernando teve de voltar à região onde nasceu: Navarra, onde jogou pelo FC Funes. Logo depois, ele chegou ao River Ebro também das rendondezas de sua base.

Finalmente aos 11 anos, o atacante se tornou um dos leones, ao ingressar nas canteras do Athletic Bilbao. Desde o início da trajetória no clube basco, Llorente chamou a atenção, principalmente de José María Amorrortu, que indicou que ele fosse emprestado para ganhar experiência. O atacante, a princípio, rejeitou a ideia; porém, em 2003, acabou indo para o Baskonia (clube ligado aos leones).

No clube satélite foram 12 gols em 33 partidas, o que lhe rendeu a transferência para o time B do Athletic. No Athletic B foram apenas 16 jogos e quarto gols. Aos 19 anos, a partir daí, tudo começou a acontecer mais rápido em sua carreira. Logo estreou pelos bilbaínos e foi elogiado pela boa estreia. Três depois do debute, em um jogo da Copa del Rey anotou um triplete. Ao final do ano, os bons desempenhos lhe renderam a convocação para o Mundial sub-20, onde acabou como vice-artilheiro, perdendo apenas para Messi, que acabou ganhando o Mundial e o prêmio de melhor jogador.

Após o Mundial, Llorente voltou aos leones e viveu a pior e mais difícil fase da carreira. Foram duas temporadas lutando contra o rebaixamento, mas o Athletic conseguiu permanecer na elite. Depois do período em que marcou apenas sete vezes, em quase 50 jogos. O Rey León se concretizou, assumindo finalmente uma vaga entre os 11 de Joaquín Caparrós.

Ele inciou a temporada de 2008-09 embalado e foi pela primeira vez convocado pela seleção principal. O primeiro jogo ocorreu contra o Chile, mas ele passou em branco e só marcou pela roja em 11 de fevereiro de 2009, no 2 a 0, contra a Inglaterra. A partir daí, convocações se tornarão comuns na vida do centroavante basco. Ao final do ano, ele havia 18 vezes, sendo o principal artilheiro da equipe.

O feito foi repetido em 2009-10, foram 23 gols ao longo do ano e, no final da temporada, a sonha presença na lista dos 23 que iriam à África do Sul. Como dito no início, Llorente jogou apenas pouco mais de 30 minutos, mas ainda jovem já foi campeão do mundo, mostrando que sua trajetória com a fúria deve ser longa.

Nos primeiros jogos oficiais pós-Copa, o camisa 19 do Mundial decidiu: foi dele a metade dos seis gols, contra Lituânia e Escócia, jogos pelas Eliminatórias da Eurocopa 2012. No clube, o Rey León segue reinando e, nesta temporada, ajudou os bilbaínos com 18 gols. Assim o Athletic se classificou para a Liga Europa de 2011-12.

Fernando Llorente
Nascimento: 26 de fevereiro de 1985, em Pamplona, Espanha
Posição: Atacante
Clubes: FC Funes (1994-95), River Ebro (1995-96), Athletic Bilbao (1996-2003 e 2004-atualmente) e Baskonia (2003-04)
Títulos: Europeu sub-19 (2006) e Copa do Mundo (2010)
Seleção espanhola: 13 partidas e 7 gols

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Campeones Del Mundo: Álvaro Arbeloa

Apesar de ter sido reserva no título da Eurocopa e da Copa do Mundo, Arbeloa sempre cumpre bem seu papel em seus clubes (AS)

No dia 29 de julho de 2009, o Real Madrid confirmou oficialmente na sua página na web a contratação de Álvaro Arbeloa, procedente do Liverpool, por cinco temporadas. Capitão do Real Madrid Castilla de 2004/2005, Arbeloa foi um dos poucos jogadores que vingaram daquela excelente equipe. Mesmo assim, foram raras as aparições do lateral na equipe principal naquela temporada. Na equipe Castilla, Arbeloa já demonstrava a versatilidade que o caracteriza hoje, mas atuava na maioria das partidas como zagueiro e, então com 21 anos, era um dos jogadores mais experientes do time.

Nascido em Salamanca, mudou-se para Zaragoza com apenas quatro anos de idade. Em sua nova cidade, ingressou à categoria de base do Zaragoza com 12 anos, onde ficou até os 18, até partir para a capital. No Real Madrid Castilla, conseguiu o grande feito de fazer parte do elenco que subiu da Segunda División B à Liga Adelante, jogando em uma equipe com jogadores como Granero, De La Red, Soldado, Negredo e Mata. Porém, entre 2004 e 2006, mesmo sendo o jogador mais elogiado da filial, Robocop disputou apenas duas partidas com a equipe principal e, sem muitas oportunidades, acabou rumando para o Deportivo La Coruña. Em julho de 2006, desembarcou na Galícia para assinar contrato com os blanquiazules.

Entretanto, sua aventura no Deportivo não durou muito, pois no último dia do mercado de inverno (em janeiro de 2007), o Liverpool desembolsou cerca de 4 milhões de euros para tirá-lo de La Coruña (o Real Madrid recebeu 50% da taxa). Mesmo sendo contra, Joaquin Caparrós, técnico do Deportivo à época, não conseguiu segurar Arbeloa na equipe. Na terra dos Beatles, foram boas atuações, que renderam convocações para a Fúria, até então treinada por Luis Aragoneses. A consagração de Arbeloa no Liverpool veio, ironicamente, contra uma equipe espanhola. No duelo contra o Barcelona, em pleno Camp Nou, os reds venceram por 2 a 1 de virada e Robocop foi eleito o melhor em campo, devido, principalmente, ao fato de ter anulado Lionel Messi, na época uma promessa ainda, é verdade, mas que estava voando (três dias depois, Messi viria a marcar um hat-trick ante o Real Madrid).

Após eliminar os blaugrana, os reds passaram por Olympiacos e Chelsea até chegar à final contra o Milan, reeditando a final de Istambul, em 2005. Com Kaká jogando o melhor futebol do mundo, Benitez optou por um meio-campo mais forte para combater, e Arbeloa acabou sentando no banco de reservas. Ao final, o Milan acabou vingando a derrota de dois antes e o Liverpool de Arbeloa ficou com o vice-campeonato. Em maio de 2009, teve uma forte discussão com uma das bandeiras do Liverpool, Carragher, em campo e os dois tiveram que serem separados pelos companheiros de equipe. Sem muito espaço na equipe, Arbeloa pouco a pouco ia se desligando do clube de Anfield Road, onde marcou apenas dois gols em 98 jogos.

Cegamente enlouquecido com o projeto Galáticos 2.0, Florentino Pérez não tardou a repatriar Arbeloa, mesmo contando com Sergio Ramos para a lateral direita. Polivalente, já atuou em todos os setores defensivos da retaguarda merengue, mas tem sido utilizado mais na lateral direita. Com Mourinho, Arbeloa tem sido mais utilizado em jogos mais pesados, devido ao fato do gajo não "confiar" muito em Marcelo em jogos assim. Pela seleção nacional, fez parte do plantel vencedor da Eurocopa e da Copa do Mundo. Convocado pela primeira vez à Fúria em janeiro de 2008, só foi estrear em Março desse ano, porque acabou se lesionando e tendo que ser cortado. De lá para cá, Arbeloa, assim como Casillas, Capdevilla e Xabi Alonso, foi convocado para todas as partidas da Fúria.

Álvaro Arbeloa
Nome completo: Álvaro Arbeloa Coca
Data de nascimento: 17 de janeiro de 1983, em Salamanca, Espanha.
Posição: Lateral direito.
Clubes: Zaragoza, Real Madrid Castilla, Deportivo La Coruña, Liverpool, Real Madrid
Títulos: Copa do Rei 2010/2011, Eurocopa 2008 e Copa do Mundo 2010.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Campeones Del Mundo: Sergio Ramos

Sergio Ramos é um vencedor nato com a seleção espanhola, onde sempre mostrou dedicação e amor à camisa (getty images)

Cerca de 27 milhões de euros, em agosto de 2005, foram pagos pelo Real Madrid para tirar um zagueiro de 19 anos do Sevilla. Muitos se assustaram. O nome da vez era Sergio Ramos, então uma jovem promessa que, passados quase três anos, desabrochou, e ninguém mais duvida de que o negócio fechado por Florentino Pérez, na época o sexto maior da história do clube merengue, foi excelente. Um prodígio desde muito cedo, Ramos estreou pelo Sevilla com apenas 17 anos, em fevereiro de 2004, posteriormente completando uma temporada em que ainda disputaria mais seis partidas. Porém, foi em 2004/05, com a titularidade na equipe andaluz já assegurada, que o talento do zagueiro começou a sobressair. Nos 38 jogos daquele Campeonato Espanhol, Ramos esteve presente em 31, o que fez com que fosse nomeado a revelação da temporada.

Nesse meio tempo, em 26 março de 2005, o jovem realizou sua primeira partida pela Seleção Espanhola principal, em um amistoso contra a China. Prestes a completar 19 anos, ele se tornou o jogador mais novo a defender a Fúria desde o goleiro Juan Acuna, no longínquo ano de 1941. Uma lesão de Michel Salgado proporcionou a Ramos, três dias depois, estrear como titular da Espanha em um confronto decisivo com a Sérvia, em Belgrado, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006. O fato de o jogador ter correspondido mais uma vez às expectativas só aumentou as especulações acerca de seu futuro. O sucesso na Seleção, que continuou e o levou à disputa do Mundial da Alemanha, foi apenas mais um passo na carreira internacional do andaluz, pois, antes, ele já havia se tornado um dos pilares da equipe sub-19 em 2004, quando o selecionado espanhol faturou o Campeonato Europeu da categoria, na Suíça.

Após cumprir esse trajeto meteórico, a chegada ao Real Madrid seria a prova decisiva para Ramos, que de novo não decepcionou. Já em sua primeira temporada pela equipe da capital, começou a mostrar suas qualidades, destacando-se pela garra e disposição aliada a um excelente controle de bola em progressão. A responsabilidade na capital foi tão grande que Sergio Ramos chegou usando a camisa quatro, antes do grande ídolo Hierro. A estreia com a camisa blanca aconteceu no dia 10 de setembro, ante o Celta Vigo, e o primeiro gol aconteceria dois meses depois, contra o Olympiacos, pela LC. Durante sua primeira temporada, El Lobo foi utilizado muitas vezes como zagueiro ao lado de Helguera, mas chegou a ser também improvisado como volante no 4-2-3-1 de Luxemburgo e, depois, no de Juan Ramón Lopez Caro.

Tal característica o faz atuar com facilidade também na lateral-direita, posição da qual ele virou dono no time de Luis Aragonés e no Real Madrid desde 2007, a partir da saída de Cicinho e das posteriores contratações dos zagueiros Pepe e Metzelder. Apresentando também um ótimo porte físico e não bastando todas as qualidades defensivas, Sergio Ramos também se destaca pela qualidade na subida ao ataque e pelo número de gols de cabeça.

Na seleção espanhol, Ramos é referência: atuou em todos os jogos do título europeu de 2008 e do Mundial de 2010, inclusive nos 120 da final diante da Holanda. Com a camisa roja, tornou-se o jogador mais jovem a chegar na casa das 75 partidas. Desde a morte de seu grande amigo Antonio Puerta, El Lobo pediu para usar a camisa quinze como uma forma de homeageá-lo. No Soccer City, após o apito do final do árbitro Howard Webb, confirmado o inédito título mundial da Fúria, Sergio Ramos logo tratou de pegar a camisa com a foto de seu falecido amigo.

Sergio Ramos
Nome completo: Sergio Ramos García.
Data de nascimento: 30/03/1986.
Local de nascimento: Camas, Andaluzia, Espanha.
Clubes: Sevilla, Real Madrid.
Títulos: Campeonato Espanhol 2006/2007, Campeonato Espanhol 2007/2008, Copa del Rey 2010/2011, Supercopa da Espanha 2008, Eurocopa 2008, Copa do Mundo 2010, Eurocopa Sub-21 2004.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Campeones Del Mundo: Xabi Alonso

Líder dos vestiários, Xabi Alonso é reconhecido por sua inteligência dentro e fora de campo (marca)

De origem basca, Xabi Alonso foi revelado pela Real Sociedad, sendo emprestado ao Eibar antes mesmo de estrear pelo clube de San Sebastián. Permaneceu por apenas uma temporada no Eibar, 2000/01. É filho do ex-jogador e ex-treinador Periko Alonso, membro da Seleção Espanhola na Copa do Mundo de 1982. Os dois irmãos de Xabi também se dedicam ao futebol: Mikel, defende atualmente o Tenerife, e o mais novo, Jon, é árbitro.

Após o retorno do empréstimo, atuou durante três temporadas como titular pelo Real Sociedad, sendo uma das grandes revelações da La Liga na temporada 2002/03, em que seu time por pouco não reconquistou o campeonato, ficando na segunda colocação, apenas dois pontos atrás do campeão Real Madrid.

Na temporada 2004/05, foi contratado pelo Liverpool, da Inglaterra, dirigido pelo espanhol Rafael Benítez. Foi eleito pelos torcedores do clube inglês como a melhor contratação do ano, seguido do seu conterrâneo Luis García. Ambos eram companheiros de clube e de seleção, assim como o também espanhol Pepe Reina.

No Liverpool, se destacou e passou pelo auge de sua carreira até o momento. Foi uma das importantes peças do clube inglês na final da UEFA Champions League 2004/05, iniciando como titular e atuando durante toda a partida. O Liverpool se tornou campeão daquela edição do torneio nas disputas de pênaltis, após um jogo histórico, no qual o clube reverteu um resultado de 3 a 0 em apenas 45 minutos contra o Milan, da Itália.

Foi também graças às suas atuações pelo Liverpool que Xabi Alonso conseguiu se manter durante muito tempo nas convocações da seleção espanhola, sendo titular ou reserva imediato de Xavi Hernández.Em 4 de Agosto de 2009, após uma longa negociação, Alonso acabou sendo contratado pelo Real Madrid, com valores não divulgados, mas especulados pela imprensa internacional em torno de €35 milhões. Foi mais uma das contratações milionárias do presidente Florentino Pérez (que acabava de retornar ao comando) para a temporada 2009/10. Atualmente é titular absoluto como volante da equipe galáctica.

Debutou com a seleção nacional no dia 30 de Abril de 2003 contra o Equador, em Madrid, onde a La Roja venceu por 4 a 0. Participou das fases finais da Euro 2004 e da Copa do Mundo de 2006, em que marcou o primeiro gol da Espanha na competição, o primeiro da goleada por 4 a 0 na estreia da seleção espanhola no torneio, contra a Ucrânia, em 14 de Junho de 2006.

Em 29 de Junho de 2008, Alonso foi, junto a sua equipe, campeão da Euro 2008. Jogou como capitão na terceira partida da fase de grupos, contra a Grécia, e foi eleito o melhor jogador da partida. Também jogou nas eliminatórias do torneio, como reserva na maioria das partidas.

Também esteve presente na Copa das Confederações de 2009, onde foi o autor do gol que deu o terceiro lugar a sua seleção contra a África do Sul, partida que terminou com o placar de 3 a 2. A grande expectativa da maioria dos torcedores para esse torneio era uma final entre Espanha e Brasil, o que não aconteceu, já que a Espanha foi eliminada nas semi-finais, sendo derrotada por 2 a 0 pelos Estados Unidos, que foram derrotados exatamente pelos brasileiros na final.

Ajudou sua seleção a obter 100% de aproveitamento nas eliminatórias europeias para a Copa do Mundo 2010, que será realizada na África do Sul. A Espanha foi a dona da melhor campanha nestas eliminatórias, terminando com a espetacular marca de dez vitórias em dez jogos, pelo grupo 5, com 28 gols marcados e apenas cinco sofridos.

Xabi Alonso
Nome completo: Xabier Alonso Olano
Data de nascimento: 25 de novembro de 1981, em Tolosa, País Basco.
Posição: Volante
Clubes: Eibar, Real Sociedad, Liverpool, Real Madrid
Títulos: Liga dos Campeões da Uefa 2004/2005, Supercopa da Uefa 2005, Copa da Inglaterra 2005/2006, Supercopa da Inglaterra 2006, Copa do Rei 2010/2011, Eurocopa 2008, Copa do Mundo 2010.