Dí Stefano exibe as cincos primeiras Copa dos Campeões (hoje Uefa Champions League) do Real Madrid. Jogador mítico no clube merengue
La Saeta Rubia é mais conhecido como Alfredo Dí Stefano, é um futebolista argentino de Buenos Aires. Ele é foi um dos raros jogadores que além de atuar pela sua seleção patrimonial, atuou também pela Colômbia e Espanha
Di Stéfano foi um jogador brilhante, um dos melhores de todos os tempos. É o presidente honorário do Real Madrid, clube cuja história de sucesso confunde-se com a dele: foi com ele em campo que o Real tornou-se o maior vencedor da cidade de Madrid, da Espanha e da Europa. Foi responsável também por alimentar a rivalidade com o Barcelona, até então inexpressiva. Stéfano, contudo, prefere desvencilhar-se da polêmica; ele diz que, para ele, o melhor jogador foi Adolfo Pedernera, astro do River Plate nos anos 40.
A Carreira
Na Colômbia, aprimorava-se como jogador, passando também a defender e passar a bola com maestria. As atuações pelos Millonarios incluíam vários amistoso bem pagos pelo mundo. Em um deles, em 1952, a equipe foi chamada para jogar uma partida contra o Real Madrid, que celebrava o aniversário de cinquenta anos deste clube. Em pleno Estádio Santiago Bernabéu, Di Stéfano marcou duas vezes na vitória por 4 x 2 dos sul-americanos. Foi imediatamente contratado pelo Barcelona, outra equipe espanhola. O argentino deixou o Millonarios como o maior artilheiro da história do time, totalizando 267 gols em 292 partidas.
O Barcelona o negociara com o clube que oficialmente detinha de seu passe, o River Plate. Di Stéfano já havia participado de três amistosos pelo Barcelona quando o Real Madrid entrou na disputa por ele. O clube da capital falara diretamente com o Millonarios e passou a considerar-se também dono da joia rara. O ministro dos esportes, General Moscardo, apresentou sua solução: o argentino faria temporadas alternadas por cada equipe por quatro anos - começando pelo Real. O acordo foi rejeitado pelo Barça, e Di Stéfano acabaria ficando no Real. A polêmica mudança dele para o Real fez o Barcelona sentir-se traído. A rivalidade entre as duas equipes, até então irrisória - outros ex-jogadores do clube, como Ricard Zamora e Josep Samitier, já haviam jogado sem problemas na equipe madrilenha nos anos 30 -, começaria aí, aumentando com o passar dos anos devido às conquistas em série que o Real conseguiria com ele liderando o clube em campo. Antes de Di Stéfano chegar, o clube da capital não era o maior vencedor do país, nem mesmo da cidade: tinha dois títulos no campeonato espanhol, mas conquistados havia mais de vinte anos. No momento, o Barcelona (seis), Atlético Bilbao (cinco), Atlético de Madrid (quatro) e Valencia (três) possuíam mais conquistas em La Liga.
Pois com Di Stéfano em sua primeira temporada, o Real conquistaria seu terceiro título, muito por conta dos 29 gols que deram a artilharia do torneio ao argentino. Um bicampeonato seguido viria na segunda temporada. Este título credenciou o Real Madrid a ser o primeiro representante da Espanha na Copa dos Campeões da UEFA, que teria sua primeira edição na temporada europeia de 1955/56. Nesta temporada, os merengues perderiam o título espanhol para o Atlético Bilbao, mas com ele faturando novamente a artilharia e, o mais importante, com os blancos conquistando a primeira edição do torneio. A vitória na final foi sobre a equipe francesa do Stade de Reims. Di Stéfano marcou um dos gols, diminuindo momentaneamente a vitória parcial do adversário para 2 x 1, com menos de quinze minutos de jogo. A taça viria para a Espanha após o time vencer de virada por 4 x 3. Também para a sede de clube viria um jogador adversário, Raymond Kopa, contratado após a partida. A linha ofensiva com seu compatriota Héctor Rial, Kopa e o ponta da Seleção Espanhola Francisco Gento daria frutos na temporada 1956/57, com o Real vencendo novamente o Espanhol (com Di Stéfano novamente na artilharia) e conseguindo um bi na Copa dos Campeões. Di Stéfano e Gento marcaram uma vez cada nos 2 x 0 sobre a Fiorentina. Naquela temporada, ele passaria a defender a Seleção Espanhola, como Rial já vinha fazendo. A temporada que se seguiu viu o Real igualar-se a Barcelona e Atlético Bilbao como o maior vencedor da Liga Espanhola e com Di Stéfano novamente artilheiro dela. A continuação houve também na Copa dos Campeões: pela terceira vez seguida, a taça veio para o Real após vitória apertado 3 x 2 (com ele marcando o primeiro gol merengue) sobre o Milan, que contava com jogadores consagrados como Nils Liedholm e Juan Alberto Schiaffino.
Se as duas temporadas seguintes viram o Barcelona retomar por um tempo a dianteira na Liga, conquistada pelo clube em ambas, elas também viram o Real continuar sua dominação continental. Na primeira, com Di Stéfano novamente artilheiro do Espanhol, o troféu foi levantado após nova vitória, agora por 2 x 0, na final sobre o Stade de Reims, com ele marcando o segundo gol. A segunda seria a mais memorável: primeiro, por um time contar pela primeira vez com o astro Ferenc Puskás. Segundo, por ter eliminado nas semifinais seu novo rival, o Barcelona, com duas vitórias por 3 x 1 em que Di Stéfano marcou duas vezes em cada. Terceiro, pela atuação magistral do argentino e do húngaro na final. A dor de cotovelo dos barcelonistas aumentava cada vez mais: o sucesso do Real pela Europa era usado a favor da ditadura de Francisco Franco, torcedor do clube e cujo governo fazia opressão oficial à manifestações culturais consideradas como "não-espanholas" - dentre elas, a catalã, a quem o Barcelona representava.
A segunda decisão terminou em um 7 x 3 sobre o Eintracht Frankfurt (vídeo), com La Saeta Rubia marcando três e Puskás, os outros quatro. A final foi na Escócia, e a performance foi descrita pelo jornal britânico The Guardian como "Fonteyn e Nureyev, Bob Dylan no Albert Hall, a primeira noite de Sagração da Primavera, Olivier no seu auge, o Armoury Show e a Ópera de Sydney, tudo isso em um só evento". Os anos de ouro no cenário internacional terminariam na década com o Real faturando também a primeira Copa Intercontinental, com vitória de 5 x 1 sobre o Peñarol. Em menos de dez minutos, ele já havia marcado uma vez, e Puskás, duas. Os anos 60 vieram com o clube recebendo o troco do Barcelona na Copa dos Campeões, com os rivais os eliminando na primeira fase do torneio. Isso foi posto de lado com o Real iniciando a série de títulos na Liga Espanhola que o fariam ultrapassar o rival e tornar-se o maior vencedor do campeonato. Após conquistar cinco títulos continentais seguidos, o Real levantaria o Espanhol também cinco vezes seguidas entre 1961 e 1965. A última delas já foi sem ele no elenco: já sem os mesmo números de artilheiro, Di Stéfano deixou em 1964 o clube cuja história mudara, insatisfeito após ser deixado no banco de reservas depois que o clube perdeu a final da Copa dos Campeões (quando voltava a chegar à decisão do torneio) para a Internazionale.
Saiu do Real, mas não deixou de continuar como "inimigo" do Barcelona, até porque transferira-se para o outro rival deste, os péricos d Espanyol, clube da cidade de Barcelona que tinha imagem de associado ao poder de Madrid. No Espanyol jogou duas temporadas até encerrar a carreira, aos 40 anos, com, além de todos os troféus, mais de 800 gols marcados. Após aposentar-se, retribuiu o objeto que lhe deu tudo na vida: construi a estátua de uma bola em sua casa com a inscrição "Gracias, vieja!" ("obrigado, velha!").
Ficha Técnica
Nome completo: Alfredo di Stefano Laulhé
Data de nascimento: 4 de Julho de 1926 (83 anos)
Local de nascimento: Buenos Aires, Argentina
Altura: 1,78 m
Posição: Atacante
Títulos: Campeonato Argentino de 1945, 1947; Campeonato Colombiano de 1949, 1951, 1952, 1953; Copa Colômbia de 1953; Pequena Taça do Mundo de 1953; Campeonato Espanhol de 1954, 1955, 1957, 1958, 1961, 1962, 1963, 1964; Copa Latina de 1955, 1957
Copa dos Campeões (atualmente Uefa Champions League) de 1956, 1957, 1958, 1959, 1960; Pequena Taça do Mundo de 1956; Copa Intercontinental de 1960; Copa da Espanha: 1962
Prêmios: Artilheiro do Campeonato Argentino: 1947 (27 gols), Artilheiro do Campeonato Colombiano: 1951 (31 gols); 1952 (20 gols), Artilheiro do Campeonato Espanhol: 1954 (27 gols); 1956 (24 gols); 1957 (31 gols); 1958 (19 gols); 1959 (23 gols), Artilheiro da Copa Europeia: 1958 (10 gols), Ballon d'Or: 1957, 1959, Prêmios do Jubileu da UEFA, FIFA 100
Abaixo fica um vídeo da segunda Copa dos Campeões conquistado pelo Real Madrid e pôr Dí Stefano, contra o Eitrach Frankfurt.
Di Stéfano foi um jogador brilhante, um dos melhores de todos os tempos. É o presidente honorário do Real Madrid, clube cuja história de sucesso confunde-se com a dele: foi com ele em campo que o Real tornou-se o maior vencedor da cidade de Madrid, da Espanha e da Europa. Foi responsável também por alimentar a rivalidade com o Barcelona, até então inexpressiva. Stéfano, contudo, prefere desvencilhar-se da polêmica; ele diz que, para ele, o melhor jogador foi Adolfo Pedernera, astro do River Plate nos anos 40.
A Carreira
Na Colômbia, aprimorava-se como jogador, passando também a defender e passar a bola com maestria. As atuações pelos Millonarios incluíam vários amistoso bem pagos pelo mundo. Em um deles, em 1952, a equipe foi chamada para jogar uma partida contra o Real Madrid, que celebrava o aniversário de cinquenta anos deste clube. Em pleno Estádio Santiago Bernabéu, Di Stéfano marcou duas vezes na vitória por 4 x 2 dos sul-americanos. Foi imediatamente contratado pelo Barcelona, outra equipe espanhola. O argentino deixou o Millonarios como o maior artilheiro da história do time, totalizando 267 gols em 292 partidas.
O Barcelona o negociara com o clube que oficialmente detinha de seu passe, o River Plate. Di Stéfano já havia participado de três amistosos pelo Barcelona quando o Real Madrid entrou na disputa por ele. O clube da capital falara diretamente com o Millonarios e passou a considerar-se também dono da joia rara. O ministro dos esportes, General Moscardo, apresentou sua solução: o argentino faria temporadas alternadas por cada equipe por quatro anos - começando pelo Real. O acordo foi rejeitado pelo Barça, e Di Stéfano acabaria ficando no Real. A polêmica mudança dele para o Real fez o Barcelona sentir-se traído. A rivalidade entre as duas equipes, até então irrisória - outros ex-jogadores do clube, como Ricard Zamora e Josep Samitier, já haviam jogado sem problemas na equipe madrilenha nos anos 30 -, começaria aí, aumentando com o passar dos anos devido às conquistas em série que o Real conseguiria com ele liderando o clube em campo. Antes de Di Stéfano chegar, o clube da capital não era o maior vencedor do país, nem mesmo da cidade: tinha dois títulos no campeonato espanhol, mas conquistados havia mais de vinte anos. No momento, o Barcelona (seis), Atlético Bilbao (cinco), Atlético de Madrid (quatro) e Valencia (três) possuíam mais conquistas em La Liga.
Pois com Di Stéfano em sua primeira temporada, o Real conquistaria seu terceiro título, muito por conta dos 29 gols que deram a artilharia do torneio ao argentino. Um bicampeonato seguido viria na segunda temporada. Este título credenciou o Real Madrid a ser o primeiro representante da Espanha na Copa dos Campeões da UEFA, que teria sua primeira edição na temporada europeia de 1955/56. Nesta temporada, os merengues perderiam o título espanhol para o Atlético Bilbao, mas com ele faturando novamente a artilharia e, o mais importante, com os blancos conquistando a primeira edição do torneio. A vitória na final foi sobre a equipe francesa do Stade de Reims. Di Stéfano marcou um dos gols, diminuindo momentaneamente a vitória parcial do adversário para 2 x 1, com menos de quinze minutos de jogo. A taça viria para a Espanha após o time vencer de virada por 4 x 3. Também para a sede de clube viria um jogador adversário, Raymond Kopa, contratado após a partida. A linha ofensiva com seu compatriota Héctor Rial, Kopa e o ponta da Seleção Espanhola Francisco Gento daria frutos na temporada 1956/57, com o Real vencendo novamente o Espanhol (com Di Stéfano novamente na artilharia) e conseguindo um bi na Copa dos Campeões. Di Stéfano e Gento marcaram uma vez cada nos 2 x 0 sobre a Fiorentina. Naquela temporada, ele passaria a defender a Seleção Espanhola, como Rial já vinha fazendo. A temporada que se seguiu viu o Real igualar-se a Barcelona e Atlético Bilbao como o maior vencedor da Liga Espanhola e com Di Stéfano novamente artilheiro dela. A continuação houve também na Copa dos Campeões: pela terceira vez seguida, a taça veio para o Real após vitória apertado 3 x 2 (com ele marcando o primeiro gol merengue) sobre o Milan, que contava com jogadores consagrados como Nils Liedholm e Juan Alberto Schiaffino.
Se as duas temporadas seguintes viram o Barcelona retomar por um tempo a dianteira na Liga, conquistada pelo clube em ambas, elas também viram o Real continuar sua dominação continental. Na primeira, com Di Stéfano novamente artilheiro do Espanhol, o troféu foi levantado após nova vitória, agora por 2 x 0, na final sobre o Stade de Reims, com ele marcando o segundo gol. A segunda seria a mais memorável: primeiro, por um time contar pela primeira vez com o astro Ferenc Puskás. Segundo, por ter eliminado nas semifinais seu novo rival, o Barcelona, com duas vitórias por 3 x 1 em que Di Stéfano marcou duas vezes em cada. Terceiro, pela atuação magistral do argentino e do húngaro na final. A dor de cotovelo dos barcelonistas aumentava cada vez mais: o sucesso do Real pela Europa era usado a favor da ditadura de Francisco Franco, torcedor do clube e cujo governo fazia opressão oficial à manifestações culturais consideradas como "não-espanholas" - dentre elas, a catalã, a quem o Barcelona representava.
A segunda decisão terminou em um 7 x 3 sobre o Eintracht Frankfurt (vídeo), com La Saeta Rubia marcando três e Puskás, os outros quatro. A final foi na Escócia, e a performance foi descrita pelo jornal britânico The Guardian como "Fonteyn e Nureyev, Bob Dylan no Albert Hall, a primeira noite de Sagração da Primavera, Olivier no seu auge, o Armoury Show e a Ópera de Sydney, tudo isso em um só evento". Os anos de ouro no cenário internacional terminariam na década com o Real faturando também a primeira Copa Intercontinental, com vitória de 5 x 1 sobre o Peñarol. Em menos de dez minutos, ele já havia marcado uma vez, e Puskás, duas. Os anos 60 vieram com o clube recebendo o troco do Barcelona na Copa dos Campeões, com os rivais os eliminando na primeira fase do torneio. Isso foi posto de lado com o Real iniciando a série de títulos na Liga Espanhola que o fariam ultrapassar o rival e tornar-se o maior vencedor do campeonato. Após conquistar cinco títulos continentais seguidos, o Real levantaria o Espanhol também cinco vezes seguidas entre 1961 e 1965. A última delas já foi sem ele no elenco: já sem os mesmo números de artilheiro, Di Stéfano deixou em 1964 o clube cuja história mudara, insatisfeito após ser deixado no banco de reservas depois que o clube perdeu a final da Copa dos Campeões (quando voltava a chegar à decisão do torneio) para a Internazionale.
Saiu do Real, mas não deixou de continuar como "inimigo" do Barcelona, até porque transferira-se para o outro rival deste, os péricos d Espanyol, clube da cidade de Barcelona que tinha imagem de associado ao poder de Madrid. No Espanyol jogou duas temporadas até encerrar a carreira, aos 40 anos, com, além de todos os troféus, mais de 800 gols marcados. Após aposentar-se, retribuiu o objeto que lhe deu tudo na vida: construi a estátua de uma bola em sua casa com a inscrição "Gracias, vieja!" ("obrigado, velha!").
Ficha Técnica
Nome completo: Alfredo di Stefano Laulhé
Data de nascimento: 4 de Julho de 1926 (83 anos)
Local de nascimento: Buenos Aires, Argentina
Altura: 1,78 m
Posição: Atacante
Títulos: Campeonato Argentino de 1945, 1947; Campeonato Colombiano de 1949, 1951, 1952, 1953; Copa Colômbia de 1953; Pequena Taça do Mundo de 1953; Campeonato Espanhol de 1954, 1955, 1957, 1958, 1961, 1962, 1963, 1964; Copa Latina de 1955, 1957
Copa dos Campeões (atualmente Uefa Champions League) de 1956, 1957, 1958, 1959, 1960; Pequena Taça do Mundo de 1956; Copa Intercontinental de 1960; Copa da Espanha: 1962
Prêmios: Artilheiro do Campeonato Argentino: 1947 (27 gols), Artilheiro do Campeonato Colombiano: 1951 (31 gols); 1952 (20 gols), Artilheiro do Campeonato Espanhol: 1954 (27 gols); 1956 (24 gols); 1957 (31 gols); 1958 (19 gols); 1959 (23 gols), Artilheiro da Copa Europeia: 1958 (10 gols), Ballon d'Or: 1957, 1959, Prêmios do Jubileu da UEFA, FIFA 100
Abaixo fica um vídeo da segunda Copa dos Campeões conquistado pelo Real Madrid e pôr Dí Stefano, contra o Eitrach Frankfurt.
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