domingo, 29 de agosto de 2010

Resumo: 1ª Rodada

Para tirar o Barcelona do topo, o Real Madrid contratou Mourinho. Mas a maneira que o time jogou contra o Mallorca é a mesma da gestão de Pellegrini (getty images)

A primeira rodada da Liga Espanhola não é o melhor momento para se tirar opiniões de o que pode ser a temporada de um clube. Também não é o melhor momento para se tirar satisfações ou elogiar ao extremo uma equipe. Mas o que os torcedores viram do Real Madrid em Palma de Mallorca, contra o Mallorca, requer mais preocupação do que otimismo.

No Ono Estadi, entrava um Mallorca totalmente desacreditado por parte dos acompanhantes da Liga após a péssima pré-temporada e a venda dos principais jogadores. Porém, os baleares jogaram na base da raça, da vontade, do amor à camisa e seguraram o Real Madrid de José Mourinho. Com o 4-3-2-1 prometido, Mourinho surpreendeu ao colocar Canales no lugar de Özil O primeiro tempo foi bem parelho, com chances claras para as duas equipes. O Real Madrid procurava abrir o espaço da zaga bermellona, bem postada em campo, com a habilidade de Cristiano Ronaldo. E foi com o português que os blancos criaram as suas melhores chances na primeira etapa, que ainda viu Gonzalo Castro acertar um belo chute de esquerda rente à trave esquerda de Casillas. No segundo tempo, Mourinho lançou mão do recheado banco de reservas para mudar o jogo. Entraram em campo Karim Benzema, Mesut Özil e Sami Khedira. As alterações melhoraram a equipe, que passou a criar mais jogadas pelos lados do campo e conseguir penetrações, especialmente com os passes de Özil. Apesar da pressão, o time não conseguiu marcar e ficou no empate sem gols.

E quem está sorrindo à toa com o empate do Real Madrid, é, sem dúvidas, o Barcelona. Principal rival do time da capital, os blaugranas não precisaram se esforçar muito para saírem do El Sardinero com uma vitória convincente. Logo aos dois minutos de jogos, Messi recebeu passe de Iniesta, passou por Henrique - jogador do Barcelona cedido ao Racing Santander por uma temporada - e, com a perna direita, deu um sútil toque para encobrir o goleiro Toño. No time titular culé, Guardiola surpreendeu ao colocar Iniesta na direita, dando mais liberdade para o meio-campista. E foi o camisa 8 blaugrana o autor do segundo gol da partida. Após tabela entre Messi e Villa, Messi disputou a bola no alto com Toño, que espalmou pra frente. Percebendo o goleiro adiantado, Iniesta o encobriu fazendo dois a zero. Ainda na primeira etapa, pênalti duvidoso que Delgado Ferreira marcou de Maxwell em Francis. Na cobrança, Valdés pulou firme para pegar o chute de Tchité. Villa ainda iria esperar para marcar o seu primeiro gol oficial com a camisa azulgrená. No finalzinho da primeira etapa, o Guaje recebeu belo passe de Xavi e colocou no cantinho de Toño. Quando correu para comemorar, Villa percebeu que teve seu gol - corretamente - anulado pelo bandeirinha. Mas não havia jeito: aos 17 minutos, Messi fez boa jogada pelo meio e abriu para Daniel Alves, que descia pela direita. O brasileiro levantou a cabeça e cruzou na cabeça de Villa, que, sem sair do chão, cabeçeou firme para, enfim, marcar o terceiro do Barcelona e o seu primeiro gol oficial com a camisa azulgrená.

O Barcelona começou bem sua largada rumo ao terceiro título consecutivo, feito que os blaugranas só conseguiram uma vez na história, e com Guardiola como jogador do time ( 1990-91, 1991-92 e 1992-93). Após três anos na Liga Adelante, 25 mil torcedores foram ao estádio Anoeta para prestigiar o retorno da Real Sociedad à primeira divisão da Liga Espanhola. E foram recompensados. Os bascos sofreram um pouco no começo do jogo, quando o Villarreal, embalado pela classificação à fase de grupos da Liga Europa, começou melhor a partida, pressionando. A partir dos 15 minutos do primeiro tempo, o jogo passou a ficar mais equilibrado, com ambas as equipes perdendo boas oportunidades de gol. As coisas começaram a mudar na segunda etapa. A Real Sociedad voltou com mais vontade dos vestiários, e passou a dominar o adversário. Até que aos 12 minutos, Xabi Prieto recebeu belo passe de calcanhar de Joseba Llorente - ex-jogador do Villarreal - e chutou no contra-pé de Diego López para abrir o placar. A entrada do equatoriano Montero no submarino amarelo animou um pouco o time, graças ao perigo que o Villarreal levava com as suas finalizações, mas não alterou o resultado. E da-lhe festa no Anoeta.

Para completar a festa que vive o País Basco, o Athletic Bilbao derrotou o Hércules, no jogo que abriu a Liga BBVA 10-11. Contando com o apoio da fanática torcida, o Hércules, de volta à Liga BBVA depois de 13 anos, não pôde contar com Haedo Valdéz, principal contratação dos blanquiazules para a temporada, que ficou de fora da partida por lesão. Velthuizen, Sarr e Pulhac tampouco foram pro jogo, por estarem sem ritmo de jogo. O jogo também foi uma nostalgia para os torcedores herculanos: o último jogo de Liga BBVA que o estádio Rico Pérez havia presenciado, há 13 anos, foi exatamente uma partida contra o Athletic Bilbao - que terminou empatada por um a um. Na partida, vimos um Hércules pecando demais nas finalizações. Aos 25 minutos, Portillo recebeu belo passe de Abel Aguilar e, cara a cara com Iraizoz, bateu em cima do arqueiro basco. Com Javi Martínez pouco participativo, a criação do Athletic Bilbao se via nula e os leones foram acurraçados pelos blanquiazules. O Athletic fez um péssimo primeiro tempo, mas voltou à segunda etapa letal: na saída de jogo, Llorente, aproveitando falta cruzada à área por Susaeta, abriu o placar para os Leones. Apesar de saírem vencedores, o Athletic Bilbao levou uma péssima notícia para casa: após choque violento com Sendoa, Toquero acabou levando a pior. Fritzler, um dos reforços do time de Alicante, que fez boa partida, acabou sendo expulso, após fazer falta boba em Javi Martínez. Inicio ruim do Hércules, que na próxima rodada enfrenta o Barcelona, no Camp Nou. Derrota à vista?

O sábado também viu as estreias de Valencia e Sevilla. Os chés, cheios de dúvidas para uma temporada que não terá Silva e Villa e que terá que contar, sobretudo, com uma ótima temporada de Mata e Pablo Hernández, aproveitaram os numerosos erros da defesa do Málaga para conseguir o triunfo por três a um. Excelente partida de Joaquín, autor de dois gols, que pareceu voltar aos melhores tempos, levando a sete de Villa em suas costas. Em campo, um Valencia aniquilador e em busca da vitória. Logo aos 40 segundos de partida, Banega e Albelda tiveram chance de estrear o marcador. Os dois deram bastante dificuldades para Sandro Silva e Fernando, que não estavam conseguindo acompanhá-los. Nos flancos, Vicente e Joaquín ganhavam todas de seus marcadores. E o primeiro gol logo saiu. Em uma de suas maiores virtudes, o cabeçeio, Áduriz aproveitou cruzamento de Banega para testar firme às redes de Munúa. O Málaga viria a dar um duro golpe nos chés no final da primeira etapa: em cobrança de falta, Sebastián Fernández, um dos estreantes da noite, venceu César para igualar o marcador. O gol do Málaga mudou o rumo da partida, e o início da segunda etapa foi bem distinto daquele visto no primeiro tempo. Quando o Valencia era sufocado, eis que apareceu Joaquín para decidir. Primeiro, o espanhol fez linda jogada pela esquerda, ao melhor estilo Villa, para marcar o segundo gol do Valencia; depois, recebeu de Áduriz para chutar firme e pôr pontos finais na vitória valenciana.

No jogo de encerramento do sábado, entrava um Sevilla pressionado pelos vexames sofridos nos últimos jogos - mais precisamente, um Antonio Álvarez pressionado. Os rojiblancos se recuperaram da duríssima semana vivida a base de gols ante o Levante, rival ideal para esses momentos. Pelo menos isso foi o que foi visto na noite de sábado. E o fez se sobrepondo ao duro golpe de levar um gol sem ao menos merecer, graças ao controle de jogo no meio de campo e ao oportunismo goleador de Konko, que marcou duas vezes. Os jogadores de Álvarez se dispõem de tempo suficiente a partir de agora para se reajustarem e esquecerem definitivamente do desastre europeu e da horrível imagem no Camp Nou.

O domingo viu dois empates insonsos e sonolentos entre Almería e Osasuna e Deportivo e Zaragoza. Os dois por zero a zero. Na Catalunha, Osvaldo, que teve seu empréstimo renovado pelo Espanyol por mais uma temporada, deu show! O ítalo-argentino continua fazendo gols providenciais para o esquecimento de Tamudo, que transferiu-se à Real Sociedad. Dessa vez, um doblete na bela vitória dos péricos sobre o Getafe por três a um. O outro gol foi marcado por Dátolo, jogador contratado para dar o upgrade no meio-campo que Nakamura não deu. No encerramento da rodada, um super Atléti! A despedida de Jurado, que fez boa partida, foi marcado por uma goleada dos rojiblancos por quatro a zero.

Pelo resultado, os Colchoneros lideram La Liga, por terem ficado sem sofrer gols. A vitória começou a ser construída ainda no primeiro tempo. O primeiro gol surgiu logo aos 11 minutos: após escanteio, Raúl García ajeitou com o pé para o chute forte de José Manuel Jurado, que foi no ângulo direito do goleiro Juan Pablo. Depois, Diego Forlán ampliou, aos 40, completando jogada de Sergio Agüero. O próprio Forlán ampliou a vitória, marcando aos 17 minutos do segundo tempo. Jurado fez jogada individual pela direita, e tocou a Tomas Ujfalusi, que cruzou rasteiro para que o uruguaio completasse, com o gol vazio. E, finalmente, nos acréscimos, aos 48 minutos, Simão Sabrosa completou a goleada, ao cortar para o meio e bater da meia-lua, no ângulo esquerdo de Juan Pablo, marcando belo gol.

CRAQUES DA RODADA:
Diego Forlán (Atlético de Madrid)
Lionel Messi (Barcelona)
Osvaldo (Espanyol)
Joaquín (Valencia)

sábado, 28 de agosto de 2010

Sucesso dos renegados

Originalmente do site Olheiros

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Tradicional laboratório para jovens jogadores sem chances no time principal, o Real Madrid B hoje disputa a terceira divisão espanhola e luta para voltar aos seus melhores dias. E, ao que tudo indica, isso poderá acontecer em breve. Afinal de contas, quando a política do clube é de investir em “galácticos”, os jogadores mais velhos da base que não conseguem espaço no time de cima acabam descendo um degrau e, levados ao time B, podem ter as suas evoluções acompanhadas de perto.

No entanto, em um processo que em tese facilitaria a inserção no time principal, nem todos os garotos que se destacam têm oportunidades. O caso da equipe que conseguiu o acesso para a Liga Adelante em 2004/05 é bem ilustrativo. Comandados por Juan Ramón López Caro, os meninos da filial sobraram na fase inicial e conseguiram, merecidamente, a classificação nos play-offs. Entre os destaques da equipe, porém, o único que conseguiu vingar com a equipe principal foi o polivalente Álvaro Arbeloa, que não teve muitas chances na época, mas retornou ao clube por cima após boas passagens por Deportivo La Coruña e Liverpool.

Álvaro Arbeloa: o Real Madrid renegou ele, mas voltou atrás... (football lovers)

O time montado por López Caro contava basicamente com jogadores nascidos entre 1983 e 1987. Alguns deles, como o atacante Roberto Soldado e o meia José Manuel Jurado, eram estrelas das seleções espanholas de base e já gozavam de certo prestígio no clube, sendo relacionados de vez em quanto pelo então técnico dos profissionais, Vanderlei Luxemburgo, para compor o banco de reservas da equipe. Soldado, inclusive, chegou a substituir Ronaldo na equipe titular quando o “fenômeno” estava lesionava.

O ponto forte da equipe era a linha ofensiva, que marcou expressivos 60 gols nos 38 jogos da primeira fase, um a menos que Alicante e Lorca, que tiveram os ataques mais positivos de um torneio que reúne 80 clubes. Além de Soldado, artilheiro do time, e Jurado, então winger que contribuiu muito com assistências durante a campanha, vale também ser citado o nome de David Barral, atacante voluntarioso que ajudava a abrir espaços na defesa adversária.

Na defesa, Arbeloa já demonstrava a versatilidade que o caracteriza hoje, mas atuava na maioria das partidas como zagueiro e, então com 21 anos, era um dos jogadores mais experientes do time e ostentava a braçadeira de capitão. O setor era completado por Miguel Palencia na lateral direita, Ángel Robles na zaga e pelo rápido Javier Paredes na lateral esquerda. Destes, apenas o último conseguiu algum destaque e um lugar na primeira divisão espanhola, mais precisamente no Zaragoza.

Além deles, havia na meta um goleiro que muitos acreditam que, se não tivesse Iker Casillas como concorrente, poderia tranquilamente ser titular da equipe principal até hoje. Seguro e confiável, Diego López era um dos pilares do time, marcando presença com grandes defesas quando necessário e passando um pouco de experiência aos mais jovens, pois já tinha 24 anos.

No meio-campo, destacava-se a dupla de volantes composta por Rubén de la Red, então com 20 anos, e Javi Garcia, uma primavera mais novo. Ambos demonstravam muita desenvoltura com a bola nos pés e eram responsáveis pelo equilíbrio de um setor que ainda contava com o discreto Adrián Martin e o também garoto Adrián Gonzalez, 18 anos. O meia Roberto Trashorras, que chegou a ser apontado como o “novo Verón” na base do Barcelona, também foi útil na campanha, mas, aos 24 anos, já não criava tantas expectativas.

O acesso para a segunda divisão veio com uma campanha incontestável: após fazer 76 pontos em 38 jogos na primeira fase, os garotos enfrentaram o Zaragoza B no primeiro play-off e levaram a melhor com um empate sem gols fora de casa e uma vitória por 2 a 0 em casa. Restava apenas o Conquense para enfrentar e o triunfo por 2 a 0 fora de casa dava a impressão de que a conquista seria fácil.

Não foi. Diante de mais de 60 mil pessoas no Estádio Santiago Bernabéu, o Real Madrid B dominou a partida, mas perdeu por 1 a 0 e quase sofreu o segundo gol no final. O resultado, porém, era favorável, e a festa, merecida, acabou sendo o grande momento de glória no clube para vários daqueles garotos.

Nas temporadas seguintes, o Real Madrid Castilla seguiu apresentando outros bons jogadores, como Álvaro Negredo, revelado no Rayo Vallecano, e Juan Manuel Mata, que, sem espaço no clube, foi para o Valencia. Sem aproveitá-los, porém, acaba desperdiçando fortunas em jogadores medianos e, muitas vezes, justificando as reclamações da torcida por “menos cartera y más cantera”. Principalmente quando esta constata que o rival Barcelona, recheado de garotos da base, é o atual campeão espanhol e forma a base da seleção nacional.

Escalação: Diego López, Palencia, Arbeloa, Robles e Paredes; De la Red, Javi Garcia, Adrián, Trashorras e Jurado; Soldado.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Supercampeão

Texto original de Rodrigo Antonelli, do Quatrotratti, blog parceiro na prévia feita entre Inter e Barcelona em Abril desta ano.

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Supercampeão europeu, Atléti supera Inter e impede os italianos de igualarem feito do Barcelona - conquistar seis títulos em apenas um ano (AS)

A Inter entrou no campo do estádio Louis II, hoje, em Mônaco, para comprovar sua supremacia na Europa, levar o inédito título da Supercopa Europeia para Milão e erguer o quinto troféu seguido na temporada. Porém, não foi o que aconteceu. Com gols de Reyes e Agüero, o Atlético de Madrid mostrou que não estava de brincadeira e levou o título para a capital espanhola.

As duas equipes iniciaram a partida com praticamente os mesmos times que jogaram as finais continentais. No Atlético de Madrid, Flores preferiu Godín à Antonio López. Na Inter, Benítez optou por Stankovic no lugar de Pandev. Talvez por isso tenha perdido um pouco de velocidade nos contra-ataques. O sérvio tinha que voltar para marcar quando a Inter não possuía a bola e não conseguia sair com tanta velocidade para o contra-golpe.

No segundo tempo, o Atlético encurralou o time italiano desde os primeiros minutos e aos 17’ conseguiu abrir o placar. Reyes tabelou com Agüero na entrada da área e girou em cima de Maicon, antes de chutar forte no canto direito de Júlio César. Nesse momento, já notava-se a diferença de preparo físico dos dois times. Maicon e Chivu, nas laterais, não conseguiam mais acompanhar todas as jogadas. Lá na frente, Eto’o mostrava boa velocidade ainda, mas Milito ainda está longe da boa forma da temporada passada.

Pouco após o gol, Benítez (des)trocou Stankovic por Pandev e viu pouca melhora. Aos 33’, tirou Sjneider e colocou o estreante Phillipe Coutinho, que não teve muita chance de mostrar seu futebol. Cinco minutos após sua entrada, Simão fez boa jogada pela esquerda, ganhou de Lúcio e cruzou para o meio da área. A bola ainda passou na frente de Júlio César e Samuel, antes de Agüero completar para as redes. Pandev ainda sofreu um pênalti antes do fim da partida, mas Milito perdeu. De Gea fez grande defesa e garantiu minutos finais tranqüilos para o colchoneros.

O Atlético soube se impor sobre o time de Benítez e mereceu o título, inédito para o clube. No primeiro jogo oficial da temporada, os colchoneros dão mostras que podem resgatar a mentalidade vencedora do time e cumprir às expectativas feitas antes da temporada. O Atléti volta a campo na segunda-feira, na estreia na Liga BBVA contra o Sporting Gijón, no Vicent Calderón.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Reencontros

Lesionado, Kaká terá mínimas chances de reencontrar o seu antigo clube novamente pela Champions (AP Photos)
O sorteio de Montecarlo, que montou os grupos da Liga dos Campeões, recolocou Milan e Real Madrid frente a frente pelo segundo ano consecutivo. Quando na temporada passada, rossoneris e merengues se enfrentaram, o time de Chamartín entrou para o jogo válido pela terceira rodada da fases de grupos com total favoritismo (ajudado pela má fase que o Milan vivia). Mas a confiança foi por água abaixo quando o Milan derrotou, em pleno Santiago Bernabéu, os madrileños por 3 a 2. No jogo de volta (pela quarta rodada), mesmo fazendo boa partida, o Real Madrid não conseguiu vencer e empatou por 1 a 1, na partida que marcou o reencontro de Kaká com a torcida rossonera. Lesionado por quatro meses, as chances de um novo reencontro entre Kaká e o Milan, dessa vez, são mínimas. Caberá a Özil - substituto do brasileiro, que não fez boas partidas nos jogos da temporada passada -, Cristiano Ronaldo e Higuaín levar o Real Madrid a uma vitória nos confrontos desta temporada.

Ainda no grupo G, os dois maiores vencedores da história da Liga voltarão a se enfrentar em boa companhia. O Ajax, que estava longe da fase de grupos do torneio desde 2006, ajudou a formar o grupo da morte. A cereja do bolo foi o Auxèrre, que tirou o Zenit nos play-offs. O time da Borgonha teve ótima campanha na última Ligue 1 e manteve a boa base.

Na temporada passada, o Rubin Kazan conseguiu uma enorme façanha e venceu o Barcelona no Camp Nou. Novo reencontro nesta Champions (uefa.com)

Sem muita sorte na noite que também foi de premiações aos melhores jogadores da última Champions, o Barcelona caiu numa chave muito boa e que terá um gostinho de revanche: no grupo dos blaugranas, o time da Catalunha reencontrará o Rubin Kazan, clube que conseguiu uma enorme façanha ao derrotar os azulgrenás no Camp Nou por 2 a 1, na temporada passada. O técnico do clube campeão russo encheu o seu time de confiança e disparou que há enormes chances de uma nova façanha repetir-se. Para completar o fácil grupo do Barcelona, estão os campeões da Grécia e Dinamarca, Panatinaikos e Copenhagen, respectivamente.

Num grupo traiçoeiro está o Valencia. Os chés, de volta à Champions após três temporadas longe, terão a companhia do Manchester United, Rangers e Busaspor. Na última vez que esteve na Champions, o Valencia, mesmo com Silva e Villa em boas fases, passou vergonha ao ser último colado de um grupo que tinha Rosenborg e Schalke 04. As expectativas desta temporada é passar à próxima fase. Vamos ver se finalmente Juan Mata e Pablo Hernández terão condições de puxar a responsabilidade e levar o Valencia até as oitavas.

Os jogos começam no dia 14 de setembro. Confira os grupos:

Grupo A: Inter, Werder Bremen, Tottenham, Twente
Grupo B: Lyon, Benfica, Schalke 04, Hapoel Tel Aviv
Grupo C: Manchester Utd, Valencia, Rangers, Bursaspor
Grupo D: Barcelona, Panathinaikos, Copenhagen, Rubin Kazan
Grupo E: Bayern de Munique, Roma, Basel, Cluj
Grupo F: Chelsea, Olympique de Marselha, Spartak Moscou, Zilina
Grupo G: Milan, Real Madrid, Ajax, Auxèrre
Grupo H: Arsenal, Shakhtar Donetsk, Braga, Partizan

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Promessas: Sergio Canales

Texto de Igor Sternieri.

Formado na base do Racing Santander, o garoto chamou a atenção de vários clubes europeus após lances geniais. Após boa pré-temporada, o garoto ganhou a confiança de Mourinho (article.wn)

Meia canhoto de rara técnica. Dribles curtos, a bola dificilmente fica a mais de 50 centímetros de seus pés. Visão de jogo privilegiada e facilidade para enfiadas de bola em velocidade. Não, não é Messi o atleta descrito, mas sim Sergio Canales, a mais recente promessa espanhola, que nessa temporada fará parte do elenco galáctico do Real Madrid.

As comparações com o meia do Barcelona são inevitáveis, já que o modo de atuar e a área ocupada em campo são similares. Isso sem falar na enorme rivalidade entre Real Madrid e Barcelona que acirra os ânimos por esse tipo de discussão. Canales, assim como Messi, também pode atuar tanto como meia aberto pelos lados como enganche, mais próximo dos companheiros de ataque.

Embora seja considerado a principal revelação espanhola de sua geração, Canales ainda precisa mostrar mais regularidade e ser mais participativo para se tornar um novo Messi. Precisará também provar isso com uma camisa como a do Real Madrid, onde a cobrança é sempre pesada.

Talento não lhe falta, prova disso é a presença freqüente nas seleções de base da Espanha. Em 2008, foi campeão europeu sub-17: 4 a 0 sobre a França. Na última semana, chegou ao vice-campeonato europeu sub-19, perdendo a final para a mesma França por 2 a 1. Na semifinal frente a Inglaterra, Canales teve participação decisiva ao anotar um gol e uma assistência.

De Santander a Madrid: Uma rápida viagem
Canales chegou com 10 anos às canteras do Racing Santander. No início de sua trajetória no clube da região da Cantábria, o jovem talento atuava mais recuado no meio de campo, fazendo por vezes a função de volante. Com o passar do tempo, sua vocação mais ofensiva ficou evidente e Canales passou a atuar mais adiantado na meia cancha. E foi como meia ofensivo que o jogador despertou o interesse do técnico Juan Ramón López Muñiz, que comandava o Racing na temporada 2008/09. Canales fazia parte do elenco do Racing B, que disputava a Segunda Divisão B.

Com apenas 17 anos, Canales debutou nos gramados logo numa partida internacional frente ao FC Honka, da Finlândia, num cotejo pela Copa da Uefa, atual Liga Europa. O Racing venceu por 1 a 0 e Canales entrou aos 27 do segundo tempo com a camisa 27, a mesma que usaria durante toda a sua passagem pelo clube.

Embora fosse visto como um jovem talentoso e promissor, Canales teve poucas chances entre os onze inicial na temporada 2008/09, atuando com mais frequência no Racing B. Pelo time principal entrou no decorrer de mais 6 cotejos da Liga Espanhola, disputando apenas 105 minutos.

Na temporada seguinte, Canales continuou tendo poucas oportunidades, dessa vez sob o comando de Juan Carlos Mandiá. Nas dez primeiras rodadas foram apenas duas aparições e modestos 34 minutos em campo. No entanto, o técnico caiu após a décima partida e Miguel Ángel assumiu o posto. O novo treinador deu espaço a Canales, que no primeiro jogo como titular anotou dois gols na goleada sobre o Espanyol por 4 a 0.

No entanto, a grande atuação de Canales ainda estava por vir. Contra o Sevilla, em pleno estádio Ramón Sánchez, o jovem meia canhoto fez uma partida de gala, anotando os dois gols da vitória por 2 a 1. E dois belos gols, diga-se de passagem: um por cobertura encobrindo o goleiro Palop e no outro driblou o arqueiro e deixou um defensor no chão antes de estufar as redes.

Com as boas atuações, Canales tornou-se o artilheiro do time ao final do primeiro turno com cinco gols marcados e despertou o interesse dos grandes clubes europeus. Manchester United, Arsenal, Chelsea e Manchester City queriam contar com o jogador, mas o meia foi adquirido pelo Real Madrid. O valor da negociação não foi divulgado, mas se especula que girou em torno de cinco milhões de euros, quantia até baixa se tratando do clube merengue, ainda mais quando se observa o talento e a juventude de Canales.

O jogador assinou um contrato de 6 temporadas, mas a princípio o clube poderia liberar Canales para atuar por mais um ano com a camisa do Racing a fim de adquirir mais experiência. Contudo, o técnico José Mourinho fez questão de contar com o meia já na temporada 2010/11, frustrando a direção do time da Cantábria.

Depois da venda para o Real Madrid, Canales teve uma leve queda de rendimento, um pouco em virtude da má fase técnica do Racing Santander que brigou contra o rebaixamento durante toda a campanha. Foi o décimo quinto colocado com 39 pontos, apenas três acima do último rebaixado. Mesmo assim Canales terminou a temporada como o principal destaque da equipe na Liga Espanhola com seis gols marcados e quatro assistências nas 26 partidas disputadas (19 como titular). O jogador também foi escolhido o melhor meio-campista jovem do campeonato.

No Real Madrid, a concorrência por uma vaga de titular como meia ofensivo não será fácil, já que terá como adversários Kaká, Cristiano Ronaldo, Di Maria, Van der Vaart. Em tese, Canales deve ser uma opção para o segundo tempo, mas o próprio meia demonstra não se preocupar muito com isso. Canales declarou à imprensa espanhola que o aprendizado no Real Madrid começa desde o momento em que ele subir ao ônibus do clube. Para sorte de Canales, o jovem fez uma boa pré-temporada e ganhou a total confiança de Mourinho. Para complementar, Kaká, titular da posição onde joga o Canales, ficará quatro meses fora.

Um ponto importante para o amadurecimento do jogador é José Mourinho, reconhecidamente um melhores técnicos do mundo. Sob o comando do português, Canales terá uma ótima oportunidade para incrementar ainda mais seu futebol e torná-lo mais regular e decisivo.

Sergio Canales
Nome: Sergio Canales Madrazo
Nascimento: 16/fev/1991, em Santander (ESP)
Posição: Meia
Altura: 1,76 cm
Peso: 65 kg
Clubes: Racing Santander (2008 a 2010) e Real Madrid (desde 2010)
Títulos: campeão europeu sub-17 (2008)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A hora de Pablo Hernández e Juan Mata

Mata e Pablo Hernández. Será a vez dos dois puxarem a responsabilidade (superdeporte)

O Valencia foi o time que teve as perdas mais consideráveis do futebol espanhol, perder os craques David Villa para o Barcelona e David Silva para o Manchester City será muita sentida pelos chés, mas era necessária pois o time está em uma crise financeira considerável e necessitava ganhar um bom dinheiro e investir, é verdade que pouco mas em jogadores essenciais. O clube adquiriu alguns jogadores: o zagueiro Ricardo Costa, os meio campistas Tino Costa, Mehmet Topal, Feghouli, e a volta de empréstimo de Sunny, Hugo Viana e do goleiro Guaita, porém, nenhuma das contratações vai suprir a falta que os "Davids" vão trazer em certos momentos ao time de Mestalla.

Entretanto, o clube valenciano é um dos maiores formadores de bons jogadores na Espanha, tem uma cantera forte que ajuda o clube a manter-se nas principais posições na tabela. Essa temporada não será diferente e suas maiores estrelas precisarão dessa vez comandar o time, será a vez de Pablo Hernández e Juan Mata* serem o centro das atenções do clube ché. Ambos os jogadores tem qualidade para isso, total apoio do técnico Unai Emery e já são ídolos da fanática torcida.

PH e Mata - como são conhecidos - tem que provar que estão preparados e com experiência para comandar o time na LFP e principalmente na Liga dos Campeões, pois o time valenciano precisa de dinheiro, ou seja, fazer uma boa campanha internacional e manter o time entre os principais na competição doméstica. Agora Pablo Hernández e Mata não estão mais por trás da sombra dos "Davids" e precisam mostrar seu futebol.

Quem sabe o Valencia não tenha se planificado da melhor forma para a temporada, pode ser uma aposta arriscada confiar em dois meninos para serem os comandantes do time, até porque o clube volta a disputar a Liga dos Campeões. A verdade é que o time é uma incógnita, não sabemos o quão poderá dar certo ou errado, e a imprensa espanhola qualifica o Valencia como a quinta força na temporada, atrás dos dois gigantes, do Atlético e do Sevilla. Para que isso não aconteça o técnico Unai Emery precisará armar um bom time comandando pelo seus dois novos craques.

*Juan Manuel Mata é formado pelo Real Madrid Castilla, porém quando se transferiu ao Valencia, atuou no Valencia B, as canteras do time.

domingo, 22 de agosto de 2010

Cumprir às expectativas

O Atlético de Madrid conseguiu segurar os seus dois principais jogadores, e ainda trouxe mais dois de enorme qualidade. Resta saber se finalmente os rojiblancos vão almejar algo maior para a nova temporada (elatleticodemadrid.com)

O Atlético de Madrid vem ganhando ao longos desses últimos 10 anos a fama de ser um time perdedor. E não é por enorme zuação dos torcedores rivais, não. Incrivelmente, o Atlético de Madrid sempre montou grandes times, que ganhavam ar de favoritos às competições que disputasse, mas sempre pecava em alguns pontos. Times bons, mas que fracassavam e mostravam uma cara perdedora. Até a temporada passada, quando conquistou a Liga Europa, o Atlético de Madrid estava há 14 anos sem vencer uma única competição qualquer - 46 sem vencer uma competição europeia. Algo que explica o porquê da fama de time perdedor.

Para a nova temporada, o Atlético de Madrid começou muito bem. O Atléti conseguiu se livrar de Pablo, conseguiu segurar a sua ótima dupla de ataque - Forlán e Agüero - e trouxe um lateral esquerdo de altíssima qualidade - Filipe Luís - , para ser titular em uma das posições mais carente do clube. Com a chegada do promissor Fran Mérida, o Atlético segue como uma das equipes mais fortes da Espanha. O problema é que a defesa - leia-se, zagueiros - continua fraca, pois é difícil imaginar que apenas a chegada de Godín resolva os crônicos problemas da retaguarda colchonera. Falta contratar mais um zagueiro e um lateral direito, para evitar as improvisações - ridículas - de Perea e Ujfalusi. O time precisa que o jovem goleiro De Gea amadureça e Simão, Ujfalusi e Antonio López joguem um futebol compatível com a esperança que a diretoria tem neles para dar passos adiantes.

Para o meio-campo, a ótima notícia é que o clube conseguiu mais um ano de empréstimo do português Tiago, que se encaixou perfeitamente no esquema colchonero. Além do gajo, está de retorno a Manzanarez, Mário Suárez, um dos destaques da bela temporada do Mallorca. Mais amadurecido do que na primeira vez que jogou no Atléti, Suárez, caso mostre o seu "verdadeiro" futebol, deve ser titular da meiuca rojiblanca. Diego Costa é outro que está de retorno. Ainda que seja uma icógnita (boatos do Marca dizem que o brasileiro deve retornar ao Valladolid, porém dessa vez em definito), Diego foi um dos destaques da ótima pré-temporada do Atléti e pode até figurar no time titular, caso Quique volte com o 4-3-3 - o que é difícil.

Ainda que este time seja o melhor nos últimos anos, sempre tem alguém que fique com o pé atrás. Os colchoneros podem acabar com essa dúvida no primeiro grande teste na temporada: o jogo da Supercopa da Uefa na sexta, contra a toda poderosa Inter de Milão. Caso vença, o time pode começar a ter uma mentalidade vencedor. Se perder, a fama de perdedora irá continuar, mas ainda terá três campeonatos inteiros para provar o contrário.

Ritmo de treino

Em jogo de um time só, o Barcelona comemora seu oitavo título em um período de um ano (AP)


Quando no primeiro jogo o Sevilla derrotou um Barcelona recheados de jogadores jovens, Guardiola e Rosell começaram a ser questionados sobre o porquê de não contratar mais. Javier Gascón, colunista do Mundo Deportivo, chegou a fazer um texto muito interessante sobre esse assunto (Contratar ou não contratar: O 3-1 do Sevilla realimenta o debate no Barcelona) que pode ser lido aqui (em castellano). Quase uma semana depois de todas as perguntas serem feitas, finalmente Guardiola apareceu para responde-las. Em tom meio que irônico, Pep disse que confia demais nos jogadores da cantera e que irá usá-los se não contratar mais ninguém. Além disso, Pep falou também que confia no seu time titular (dando a entender que não precisa mais de contratações). E provou que está certo... certíssimo.

O Sevilla praticamente não viajou para Barcelona. Talvez a equipe que Álvarez treina não chegou a descer do ônibus com a intenção de disputar a Supercopa, ou já tinha dado tudo por perdido desde que o Sporting Braga causou danos à equipe na ida da prévia da Champions. Diretores, jogadores e técnicos falavam da importância do título e da necessidade de não pensar no que aconteceria no meio da semana que vem. Porém, a equipe demonstrou sobre o campo que não tinha a mente onde deveria ter.

Os sevillistas saíram distraídos e se encontraram com a genialidade e a qualidade de uma grande equipe. O Barça não tardou em dominar e chegar com perigo, ante a permissividade e a tolerância de um Sevilla que defendia sem vontade, sem tensão, e que oferecia uma imagem muito pobre. Após boa troca de passes do Barcelona, Pedro recebeu de Xavi e partiu para uma jogada individual. Na corrida, deixou Capel para trás e driblou Fernando Navarro, para, logo em seguida, cruzar para área. Para infelicidade dos rojiblancos, Konko, que fez uma partida para se esquecer, mandou para as próprias redes. Era o primeiro gol do Barcelona aos 12 minutos. Cedo, como não queria Álvarez. Daí pra frente, um passeio dos catalães que sentenciaram no primeiro tempo ante o atônito olhar de Álvarez, que via como a sua equipe desmanchava sem fazer nada. Messi, no minuto 24 e antes do descanso, aproveitou mais duas falhas defensivas para selar a goleada antes de ir para o vestiário.

Primeiro, a Pulga aproveitou um passe genial dado por Xavi - antes mesmo do meio-campo - para, com extrema frieza, tocar na saída de Palop. O terceiro gol foi, quem sabe, o mais bonito da partida. Numa troca de passes que começou lá na zaga com Piqué, Pedro recebeu do zagueiro e acionou Daniel Alves. O brasileiro desceu rapidamente pela direita, fez a finta em Capel e tocou nas costas Escudé para Messi, que saiu de marcação de um desastroso Konko e, com a perna direita, mandou no ângulo de Palop. Já nesse momento, muitos torcedores sevillistas perguntavam por Luís Fabiano e Kanouté, e quando iria vir um zagueiro para suprir a baixa de Squillaci, que provavelmente será negociado com o Arsenal.

Depois do intervalo, engana-se quem pensou que o Sevilla iria mudar. A tônica continuou a mesma. Álvarez demorou mais de quinze minutos para mexer no time, minutos de ouro. Os “olés” eram escutados ns arquibancadas a cada interminável toque de bola do Barcelona, enquanto os visitantes assistiam a partida como meros espectadores. Para felicidade dos torcedores, Guardiola resolveu colocar em campo Iniesta e o estreante da noite David Villa. O Guaje entrou com uma vontade enorme, vontade de quem quer ser ídolo dos culés. Poucas opções claras dos jogadores de Guardiola (exceto uma de Iniesta), que já tinham a partida controlada, e nenhuma oportunidade para os nervionenses. O último gol de Messi, com o tempo de partida quase cumprido, depois de um passe de Iniesta, selou a humilhação e revelou as vergonhas e carências sevillistas.

Acabo este texto falando sobre o perdedor da noite. Em resumo, uma imagem tão pobre quanto preocupante. O Sevilla esteve nulo na defesa. Perdendo deste jeito e mostrando erros faceis de serem explorados, o Sevilla chega de uma maneira ruim para o jogo decisivo de terça, contra o Braga, onde jogará tudo na temporada. Ontem, atirou o título pela janela no Camp Nou e o mais preocupante é que pareceu não se importar. Onde está a ambição desse clube?

Barcelona 4x0 Sevilla
Barcelona: Valdés; Daniel Alves, Piqué, Abidal, Maxwell; Keita, Xavi (Adriano, m.88) Busquets; Bojan (Iniesta, m.56), Pedro (Villa, m.56), Messi.
Sevilla: Palop; Dabo, Escudé, Konko, Fernando Navarro; Jesus Navas, Zokora, Romaric (Cigarini, m.60), Capel (Luis Fabiano, m.60); Alfaro (Perotti, m.60) e Negredo.
Árbitro: Teixera Vitienes
Gols: Konko (contra), Messi (três vezes)
Cartões Amarelos: Piqué (Barcelona) e Romaric (Sevilla)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Menos contratações e mais promoções

Canteranos das últimas duas temporadas vitoriosas do Barça (Elmundodeportivo)

Que o Barcelona é um dos principais times com poder financeiro da Europa ninguém tem dúvida; que a contratação de David Villa é uma das principais do mercado europeu e a principal do mercado de transferências do futebol espanhol também não se tem nenhuma dúvida. Por outro lado que Sandro Rosell iria assumir o Barcelona com um déficit grandioso era outra coisa que ninguém sabia.

O Barcelona tem planos de títulos e planos grandes para a temporada que está prestes a se iniciar, tentando buscar todos os títulos na temporada com um ataque que pode ser fulminante com a chegado do Guaje, mas também vai apostar alto, muito alto. O clube deve apostar mais de metade de suas fichas em sua base, a famosa cantera, base que, por sinal ,vem dando certo, considerada hoje em dia uma das melhores do mundo, com uma formação de jogadores de alto nível. Contudo, isso pode ser um problema: o clube tem um "onze incial" de uma qualidade de dar inveja em qualquer time do mundo, todavia, o time tem poucas peças de reposição à altura.

O projeto do clube blaugrana é o seguinte: Basicamente contratar dois jogadores por temporada e ser for possível subir quatro jogadores do Barça Atlètic - a filial do clube -, sendo assim, com os jogadores que se desligam do clube, o Barcelona sempre terá reposições de qualidade, mas toda regra foge a sua exceção - ainda pode-se ter alguma contração para essa temporada -. Consequentemente ai que pode vir um futuro problema: Nem todo jogador da cantera é um Piqué, Puyol, Xavi ou Iniesta, sem comparações com Messi, a qualidade é grande, mas é inevitável não pensar em jogadores de outros clubes, de renome, são essenciais para um clube do porte do Barcelona.

Nesta temporada atual se chegar alguém a mais será apenas um para repor alguma posição que necessite de qualidade imediata, no caso, seria para a reserva de Sérgio Busquets, na volância. De fato, outros quatro jogadores que ingressarão ao time principal serão da filial e já temos os seus nomes: o zagueiro Andreu Fontàs, o volante Oriol Romeu e os meio campistas Jonathan dos Santos e Thiago Alcantâra, todos esses jogadores tem um potencial enorme a ser explorado, mas tem que ser explorado aos poucos, e ninguém melhor que Pep Guardiola para fazer isso. Ele sabe como transformar os jogadores jovens e com potencial em verdadeiros craques. No mais, é necessário dar tempo a eles e principalmente experiência no time principal e em jogos importantes.

Canteranos nos treinamentos do time principal (sport)

Sem dúvida nenhuma o Barcelona tem muita credibilidade em relação aos seus jogadores jovens, não é por acaso que tem o melhor jogador do mundo e sete jogadores formado em casa campeões mundias com a fúria. Além da chegada do Villa, o versátil Adriano (ex-Sevilla) chegou ao clube, dois jogadores que junto com os novos jovens que serão promovidos irão ajudar o Barcelona na busca por títulos.

Os blaugranas continuam como os favoritos aos títulos que disputarem e quem sabe uma nova jóia do futebol mundial possa estar aparecendo nos próximos meses.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Em jogo de tempos distintos, Sevilla perde.

Palop teve que trabalhar (As)

O Sevilla foi a Braga, em Portugal, lutar por uma vaga na fase de grupos na Liga dos Campeões da Europa. Mas nem tudo saiu como o planejado. O time andaluz começou com sua melhor formação: Palop; Dabo, Fazio, Escudé, Navarro; Jesús Navas, Zokora, Renato (Cigarini, m.83), Diego Capel (Perotti, m.69); Kanouté (Negredo, m.79) e Luis Fabiano; mas de nada adiantou.

O primeiro tempo foi um jogo morno, com poucas chances para os dois lados. Nos 45' iniciais os andaluzes estavam fazendo seu jogo, chegaram a ter 66% da posse de bola. O problema é que não atacavam. Tiveram uma única chance com Luis Fabiano, que acertou a trave, e nada mais. Após isso, não chegaram mais ao gol do goleiro Felipe, que não precisou nem trabalhar no primeiro tempo. O time português também nada fez, não trouxe perigo ao goleiro Palop na primeira etapa.

O segundo tempo do jogo em Braga foi totalmente diferente - para infelicidade do time espanhol. O Braga voltou sabendo que precisava fazer algo a mais do que um empate em casa para ter reais chances de se classificar para a fase de grupos - já havia feito história eliminando o Celtic -, mas precisava mais do que vontade para ganhar então, precisava jogar bola.

Foi então que Domingos, treinandor do Braga, fez as alterações corretas de Silvio no lugar Miguel Garcia, e Lima por Luis Aguilar. E deram certo. O Braga começou a jogar bola, atacar e pressionou o Sevilla no segundo tempo todo, até que achou o gol: Após belo cruzamento de Silvio - que tinha entrado no início da segunda etapa - ao nigeriano Elderson que cabeceou sozinho e Palop fez uma grande defesa, o brasileiro Matheus completou para as redes livre e abriu o placar. Braga 1-0.

O Sevilla, mesmo levando o gol, não conseguiu ir para cima; enquanto isso o Braga atacava e procura aumentar a contagem para levar uma vantagem considerável ao jogo de volta, no Pizjuán, em Sevila. No final do jogo, o Sevilla chegou umas duas vezes ao ataque, em lance de Jesus Navas que cruzou na área e em uma cabeçada de Luis Fabiano, que o goleiro Felipe pegou. O Braga ainda teve uma bola na trave, chutava por Elton onde o goleiro Palop somente acompanhou, estava batido. Resultado final: Braga 1-0 Sevilla, com sabor de vitória aos andaluzes, pelo pouco que o time criou e principalmente pelo pouco que jogou, o Braga merecia algo a mais que uma vitória magra.

No jogo de volta, Álvarez precisará fazer seus jogadores jogarem de verdade. Com o resultado adverso de 0-1 o Sevilla precisará ir para cima, jogar seu bom futebol e sem margem de erros se quiser voltar à fase de grupos da Liga dos Campeões.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Caçula sujo

Problemas grave para o Hércules. A comemoração pode ter sido à toa (AS)

Contratação do serviço de coleta de lixo nas cidades é motivo comum de escândalo de corrupção ou mau uso de dinheiro público. Por isso, não chega a ser inusitado ver um empresário como Ángel Fenoll acusar a concorrente Urbaser de suborno a vereadores e ao prefeito de Orihuela (cidade vizinha à Alicante). Era março de 2006. A polícia começou a investigar e descobriu um esquema muito maior, no que ficou conhecido como Caso Brugal (de “Basuras Rurales Gestión Alicante”).

Mais de quatro anos depois do escândalo estourar, as autoridades seguiam prendendo responsáveis e revelando fatos novos. E um deles causou surpresa: na gravação de uma conversa telefônica, um jogador do Hércules – principal clube alicantino – estaria subornando o Córdoba, que se deixaria vencer na partidas que as equipes fariam na 36ª rodada da segunda divisão 2009/10. O Hércules precisava dos três pontos para não perder terreno diante de Levante e Cartagena, o que ocorreu após a vitória por 4 a 0. Em outra parte das gravações, os herculanos também dariam uma “mala preta” para incentivar o Gimnàstic contra o Betis, concorrente direto na competição. O time de Tarragona perdeu por 1 a 0.

Ao final das 42 rodadas, o Hércules ficou na segunda posição, empatado em pontos com Levante e Betis (este último não subiu por perder no confronto direto entre os três times). O Córdoba ficou na décima colocação, sem risco de cair para a terceira divisão. O Nàstic foi 18º, um ponto acima da zona de rebaixamento.

O Tribunal Superior de Justiça da Comunidade Valenciana (onde está Alicante) decidiu não considerar as gravações que comprometeriam o time blanquiazul. No último dia 3, o Hércules publicou um comunicado em que nega as acusações, além de apontar para a possibilidade de plantação de provas. O Gimnàstic negou ter aceitado “mala preta”, apontando o fato de ter perdido para o Betis e vencido o Hércules como evidência. O Córdoba reclama do dano à imagem de Raúl Navas, seu goleiro e apontado como responsável pela intermediação ao lado de Tote (ex-Real Madrid e atacante herculano).

Aí o Betis resolveu entrar no caso, exigindo reabertura do caso de olho em uma punição, que daria a ele a vaga na elite espanhola. A torcida do Cádiz também reclamou, organizando manifestação pela punição aos envolvidos (os canários ficaram na 19ª posição e, se alguma equipe for rebaixada, ela recuperaria a vaga na Segundona). O Conselho Superior de Esportes (CSD) concorda com a dupla andaluz e pediu que a Justiça lhe entregue as gravações para analisar o caso.

Abraham Paz, um dos líderes do Hércules, diz aceitar uma investigação do CSD, mas desafia as autoridades a fazer um pente fino nas últimas 15 temporadas. “É preciso ver como subiram as equipes na temporada passada, e na outra, e na outra. Ou investigar todas as partidas da última rodada da segunda divisão da última temporada, porque, aos 30 minutos, já havia muita gente ganhando por três ou quatro a zero”, insinua.

Por enquanto, só Betis e Cádiz falam em mudar a relação de participantes da primeira e da segunda divisão. Como faltam apenas três semanas para o início da liga, talvez falte tempo para investigar e julgar o caso, mesmo com intervenção mais agressiva do CSD. De qualquer modo, os fatos levantados – inclusive a acusação de Paz – joga uma luz sobre o modo como nem tudo é glamouroso como Real Madrid e Barcelona no futebol espanhol.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O trabalho de Mourinho

Os pedidos de contratações de Mourinho já foram atendidos. E agora? (getty images)

A Internazionale era um projeto de Real Madrid. Sem querer ser maldoso com nenhum dos dois. É que ambos têm dinheiro no bolso e ânsia desenfreada por um título da Liga dos Campeões “para ontem”. Assim, gastavam todo jogador caro e de grife que estivesse à disposição para fazer barulho e pintar como candidato ao título europeu. A diferença é que o Real estava nesse universo há mais tempo e contratava reforços mais badalados. E, no final das contas, ambos acabavam vendo o maior rival conquistar o continente.

Hoje, há sinais de que o Real Madrid é um projeto de Internazionale. Na temporada passada, José Mourinho resolveu mudar um pouco a política da equipe. Os interistas contrataram grandes jogadores, mas por valores e de grife abaixo do que estavam acostumados. Com Sneijder, Lúcio, Eto’o, Pandev e Thiago Motta se juntando aos bons jogadores que já tinha, a Inter gastou pouco e ganhou muito, o suficiente para conquistar a tripletta.

Agora, em Chamartín, o português caminha no mesmo sentido. É verdade que um clube dirigido por Florentino Pérez sempre tentará gastar algumas dezenas de milhões de euros por jogadores não tão necessários. Faz parte da estratégia de marketing dos merengues. Mas os pedidos de reforços de “Mou” têm outro perfil. Nada de Rooney, Ronaldinho, Drogba, Lampard ou Ribéry, nomes que agradariam o chefe por vender milhares de camisas e exigiriam alguma engenharia financeira da qual os madridistas se orgulhariam muito.

Os nomes indicam outra filosofia. Entre os reforços especulados, apenas Fàbregas e Gerrard entrariam na cota “galáticos” de Florentino. De resto, vejamos: já chegaram os promissores Canales e León, além dos ascendentes Di María e Khedira, e o já consagrado Ricardo Carvalho. Também estão na lista de compras, de acordo com a exagerada imprensa espanhola, Maicon, Thiago Silva, De Rossi, Javi Martinez, Özil, Schweinsteiger e Ashley Cole. Alguns desses nomes só vão a Madri em troca de uma fortuna, mas é inegável que nenhum deles têm grife e que todos cairiam perfeitamente para tapar os buracos que há no elenco do Real.

O time perdeu Cannavaro, Metzelder, Raúl e Guti. Assim, sem contar as altas de mercado, a formação titular seria Casillas; Sergio Ramos, Pepe, Ricardo Carvalho e Arbeloa (Marcelo); Lassana Diarra, Gago, Cristiano Ronaldo, Kaká e Granero (Benzema); Higuaín. Falta uma dupla de zaga – as respostas seriam Thiago Silva e Maicon, considerando que o lateral empurraria Sergio Ramos para o miolo da defesa –, falta um volante de saída de bola – Khedira foi contratado, e Schweinsteiger, De Rossi e Javi Martinez estão nos planos –, falta um lateral esquerdo mais confiável – alguém falou em Ashley Cole? – e talvez um meia para ajudar Kaká e Cristiano Ronaldo – que tal Özil?.

Se a vontade de Mourinho prevalecer e alguns desses jogadores efetivamente forem contratados, o Real fica com uma equipe talentosa, homogênea e sólida coletivamente. Como a Internazionale campeã de tudo na temporada passada.

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ATUALIZADO

O Real Madrid confirmou hoje à tarde a contratação do turco-alemão Mesut Özil. A imprensa espanhola especula algo em torno de 15 milhões de euros.

domingo, 15 de agosto de 2010

Torneios de Pré-Temporada: Troféu Ramón de Carranza

Na edição desta temporada, o Espanyol sagrou-se campeão do torneio... e homenageou Dani Jarque, ex-capitão blanquiazul (reuters)

Um dos torneios mais tradicionais de pré-temporada na Espanha, é o troféu Ramón de Carranza. Disputado sempre entre os meses de Julho e Agosto, o troféu é uma competição veraneia de futebol que acontece na cidade de Cádiz, na Espanha, aos finais de cada verão desde 1955.

É conhecido popularmente como a taça das taças (el trofeo de los trofeos). O torneio é normalmente disputado por quatro equipes, o anfitrião Cádiz e outros três convidados, que se enfrentam em duas semifinais, disputa do terceiro lugar e a grande final.

Tudo começou em 1955, quando o Cádiz se viu afundando em dívidas, após a construção do estádio Ramón de Carraza (utilizado pela equipe até hoje em dia). Segundo analistas anfitriões da cidade, a crise econômica vivida pelo Cádiz à época da construção do estádio foi uma das maiores crises já vividas pelo clube. Para tentar minimizar a situação, os dirigentes dos amarillos tiveram algumas ideias para tentar salvar o clube. Foi então que Ramón Cilleruelo, presidente do clube àquela época, resolveu, aproveitando a abertura do estádio, criar um torneio de equipes de nomes, tanto da Espanha, quanto do resto do mundo. A ideia foi repassada a Vicente del Moral, delegado das festas de Cádiz, e a José León de Carranza, filho do ex-prefeito (Ramón de Carranza y Fernández de la Reguera, o homenageado). Foi José León quem aceitou a ideia do torneio e quem espalhou ao resto da Espanha a proposta.

Na primeiro edição do torneio, participaram: Sevilla, que aceitou rapidamente a proposta, e o Athletic Club de Portugal, com a equipe andaluz sagrando-se campeã. Só em 1958, quatro anos depois da criação do torneio, foi que o troféu ganhou o formato que prevalece até hoje. Naquele ano, Real Madrid (o campeão da edição desse ano), Sevilla, Áustria Viena e Roma foram os participantes. Em 1962, foi a primeira vez na história da competição que foi acontece uma disputa de pênaltis, ideia de inventada por Rafael Ballester, jornalista gaditano.

A edição desta temporada

Nesta temporada, o troféu já foi finalizado, com o Espanyol saindo-se campeão após derrotar o Atlético de Madrid na disputa de pênaltis. No jogo que abriu o troféu, os anfitriões do Cádiz saíram na frente com Bueno, de pênalti, mas Agüero empatou para os rojiblancos. Na disputa por pênaltis, deu Atlético de Madrid, ganhando por 6 a 5. No Sábado, foi hora de ver quem seria o outro finalista, num jogo disputado entre Sevilla e Espanyol.

O jogo foi emocionante, e Javi López abriu o placar para os péricos, aos 41 do primeiro tempo, mas cinco minutos mais tarde, Kanouté empatou a partida. 1 a 1, e nova decisão por pênaltis. Na decisão, vitória do Espanyol por 4 a 1, que o colocou na final do torneio junto ao Atlético de Madrid. Na grande final, deu Espanyol, nos pênaltis: 4 a 3. No tempo normal, ficou 1 a 1 (gol de Callejón para os péricos e Diego Costa para os rojiblancos).

Você pode conferir aqui todos os campeões deste tradiocional torneio que movimenta a parte norte da Andaluzia

sábado, 14 de agosto de 2010

Pós-jogo: Sevilla 3x1 Barcelona

Num grande segundo tempo, o Sevilla abriu uma boa vantagem perante o Barcelona e obriga os blaugranas a tentarem a sua primeira remontada na temporada (reuters)


Sevilla e Barcelona abriram oficialmente a temporada 2010-11 do futebol espanhol. Em um bom jogo de futebol no Ramón Sánchez Pizjuan, na Andaluzia, o Sevilla saiu na frente na busca de seu segundo título de Supercopa. Aproveitando-se do fato de o Barcelona ter escalado um time recheado de jogadores da filial, o Sevilla fez o que o seu técnico pediu: a lição de casa para cima dos blaugranas.

Segundo palavras do técnico sevilista Antonio Álvarez, na coletiva oficial de pré-jogo, se há uma maneira de o time andaluz vencer esta competição é derrotando - e bem - o Barça jogando em seus domínios. Extremamente desfalcado, o Barça começou melhor a partida, tentando impor sua principal característica sobre o adversário: a posse de bola. Melhor no primeiro tempo da decisão, o time catalão criou sua primeira grande chance logo aos 17 minutos, quando o jovem atacante Bojan não aproveitou a falha do zagueiro Dabo para vencer Palop. Por outro lado, o Sevilla, apostando na velocidade pelos flancos, respondeu em seguida: Jesús Navas obrigou Miño a fazer grande defesa.

Ibrahimovic, autor do passe para Bojan, segue em busca de afirmação na Catalunha. Os jogos da Supercopa pode ser uma prova de que o sueco pode, sim, dar a volta por cima. Envolvidos em especulações que o colocam em Manchester City, Chelsea e Milan, o sueco fez hoje uma boa partida. E o primeiro gol da partida foi exatamente dele. Aos 20 minutos, Maxwell, atuando como um verdadeiro ponta-esquerda, fez grande jogada e encontrou Ibrahimovic dentro da área. O sueco venceu Palop para abrir o marcador e deixar sua equipe em uma situação muito favorável na competição.

Na volta para a segunda etapa, Álvarez resolveu pôr em campo a principal contratação do Sevilla para a temporada: Gigarini (ao lado de Guarente, que não jogou hoje). O italiano foi um dos principais responsáveis pelo revéz sevillista no jogo de ida. O ex-jogador do Napoli descolou um ótimo lançamento para o Luís Fabiano, que ganhou na velocidade de Sérgi Gomez e bateu de esquerda, na saída de Miño, para colocar o Sevilla de volta à partida. Antes do tento, o Sevilla ainda viria a perder uma ótima oportunidade com Renato, após cruzamento de um apagado Jesus Navas, homenageado pelo presidente Del Nido antes da partida.

Guardiola: No jogo em que comemorava dois anos à frente do Barcelona, Pep foi questionado (getty images)

A partir do empate, o Barcelona não se encontrou mais em campo. Mesmo com Messi, que entrou aos seis minutos do segundo tempo, o time da Catalunha sofreu com as jogadas pelas laterais do Sevilla. E, desta forma, os donos da casa construíram a grande vantagem para a partida fora de casa.

Aos 29 minutos, Negredo fez grande jogada pela esquerda e cruzou na medida para Kanouté, que havia entrado em campo dois minutos antes. Oportunista como sempre, o atacante da seleção de Mali finalizou com precisão para colocar o Sevilla à frente no marcador, em novo atraso na marcação do canterano Sérgi Gomez. Nove minutos depois, o africano apareceu novamente, desta vez após desviar de cabeça o cruzamento de Perotti, para marcar o terceiro e sacramentar o resultado.

Após o final de jogo, Guardiola foi questinado sobre o porquê de não ter colocado em campo os jogadores campeões do mundo. O treinador foi sintático e claro na sua resposta. Segundo ele, nem todos os jogadores estão no ápice de sua forma e não poderia arriscá-los em campo. O certo é que todos eles estarão de volta para o jogo no Camp Nou, no Sábado 21. Com Iniesta, Xavi, Villa, Piqué, Puyol, Valdés e Pedro, mais Lionel Messi, o Barcelona tem totais condições de remontar.

Veja aqui a coletiva pós-jogo completa de Guardiola (em castellano).O jogo da volta acontece no Sábado que vem; dessa vez, no Camp Nou.

Sevilla 3x1 Barcelona
Sevilla: Palop; Konko, Escudé, Fazio, Dabo; Jesús Navas, Zokora, Romaric (Cigarini, m.45), Perotti; Renato (Kanouté, m.64) , Luis Fabiano (Negredo, m.70).
Barcelona: Miño; Alves, Sergi Gómez, Milito (Adriano, m.80), Abidal; Maxwell, Keita, Oriol, Dos Santos; Bojan, Ibrahimovic (Messi, m.52).
Árbitro: Muñiz Fernández, das Asturias.
Gols: Luís Fabiano, Kanouté e Kanouté (Sevilla); Ibrahimovic (Barcelona).
Cartões Amarelos: Zokora, Dabo e Cigarini (Sevilla); Daniel Alves (Barcelona).

San Iker

Após uma exibição no amistoso contra o Bayern, Casillas virou o homem de fé de Mourinho (reuters)

Que Casillas é um goleiraço, isso ninguém tem mais dúvidas. O novo capitão do Real Madrid já é uma lenda viva. Só ele foi capaz de fazer uma partida de alto nível com apenas uma semana de treino. Ontem, num amistoso internacional contra o Bayern de Munich, na Alemanha, Casillas parou os alemães com dezenas de defesas e foi o principal responsável pela vitória - nos pênaltis - dos blancos. Pegou três pênaltis (um no tempo normal e outro nas cobranças de pênaltis), deu um voo sensacional em um chute de Sosa, aos 30 minutos do primeiro tempo, foi um muro perante a Klose. Casillas é hoje, sem dúvidas, o melhor goleiro do mundo. E já faz os olhos de Mourinho brilhar.

Fora os elogios a Casillas, o Real Madrid passou longe de ter feito sua melhor partida. Pecando demais nas finalizações e mostrando certa deficiência quando atacado, é fato você pensar que o resultado seria outro (quem sabe até uma goleada) se Casillas não estivesse em campo. Com exceção de Casillas, outro que esteve em uma boa noite foi Cristiano Ronaldo. O gajo puxou a responsabilidade e teve duas grandes oportunidades de marcar, mas foi parado pelo o também bom goleiro Kraft.

Depois do tempo normal, Cristiano Ronaldo, Van der Vaart, Xabi Alonso e Benzema converteram as quatro cobranças de pênalti do Real com sucesso. Ottl e Badstuber também marcaram para os rivais, mas Altintop e Braadhief tiveram seus chutes defendidos por Casillas.

Mercado

Para tentar tirar o Barcelona do topo, o Real Madrid segue contratando. Nesta semana, os merengues confirmaram a contratação do zagueiro Ricardo Carvalho, que estava no Chelsea. Após tantas especulações envolvendo Mesut Özil, Mourinho resolveu dar um tempo no turco-alemão e pediu como prioridade a contratação de um zagueiro. Pedido atendido. Mourinho já deixou bem claro que Ricardo Carvalho é um jogador com que gosta de trabalhar - lembrando que Mourinho já havia treinado o zagueiro em tempos de Chelsea.

Até o momento, as contratações são bem pensadas e muito boas. Graças a elas, a notícia de que Kaká ficará quatro meses parados não surtiu como um ato de tensão no mundo madridista. Di María, Pedro León e Canales fizeram uma boa temporada e podem substituir à altura o brasileiro. Khedira e Ricardo Carvalho fizeram sua estreia no amistoso. O alemão foi bem, com boa marcação no meio-campo e grande auxílio com o ataque. Já o português (a principal contratação, até o momento) deveu. Tido como o principal marcador de Klose, o gajo aparecia sempre atrasado na marcação do atacante alemão, e se mostrou fora de forma.

A era Mourinho está apenas começando, e, até agora, os torcedores estão, sim, ansiosos pelo o início das competições oficiais.

Balanço Final: Barcelona

Com o objetivo de continuar no topo da Europa, o Barcelona, ao contrário da temporada 08/09, ficou apenas com o título da Liga (getty images)

BARCELONA

Técnico: Josep Guardiola
Competição europeia: Liga dos Campeões (caiu nas semifinais)
Copa do Rei: caiu nas oitavas de final
Destaque: Lionel Messi (atacante)
Artilheiro: Lionel Messi (34 gols)
Nota da temporada: 9

Ser campeão com apenas uma derrota, a melhor campanha de todos os tempos e 100% de aproveitamento contra o maior rival deveria ser temporada nota 10. Mas, considerando que em 2008/09 o Barça sobrou no Espanhol e ainda venceu a Copa do Rei e a Liga dos Campeões, fica no 9.

Até porque merece perder ponto por cair na tentação de fazer uma contratação extravagante só para dar satisfação à torcida. No caso, comprar Ibrahimovic por Eto’o e mais € 40 milhões. O sueco não repetiu o desempenho do camaronês e, apesar de ser o vice-artilheiro do time na temporada, decepcionou.

De resto, só elogios. Messi teve um ano ainda mais brilhante que seu normal, o estilo de jogo ficou cada vez mais consolidado e a defesa subiu um degrau com a chegada de Piqué. Mesmo com o título da LC ficando com a Internazionale, o entendimento é que o Barcelona ainda é a melhor equipe do mundo.

Balanço Final: Real Madrid

Um dupla que deu o que falar no Real Madrid. Cristiano Ronaldo e Higuaín deram show na Liga, mas pecaram na Champions League (marca)

REAL MADRID

Técnico: Manuel Pellegrini
Competição europeia: Liga dos Campeões (caiu nas oitavas de final)
Copa do Rei: caiu na primeira fase
Destaque: Cristiano Ronaldo (meia-atacante)
Artilheiro: Gonzalo Higuaín (27 gols)
Nota da temporada: 7,5

Em teoria, não há tanto o que reclamar da temporada. O Real fez a segunda melhor campanha da história da liga (perde apenas para o Barcelona deste ano) e foi eliminado na Liga dos Campeões na mesma fase em que caiu nas últimas cinco edições. No entanto, quem gastou mais de € 100 milhões para ter Kaká e Cristiano Ronaldo e quis se colocar como maior show da Terra, o desempenho foi frustrante.

Prevaleceu um futebol mais aguerrido do que espetacular, com muitas vitórias pouco convincentes ou arrancadas a fórceps. A eliminação para o fragilíssimo Alcorcón na Copa do Rei ajudou a completar o cenário melancólico em Chamartín.

Manuel Pellegrini passou os últimos 8 meses sabendo que sua cabeça estava a prêmio e a diretoria se achou obrigada a contratar um nome forte como José Mourinho para contentar a sede da torcida. Poderia ter sido melhor

Balanço Final: Valencia

Sem os seus craques, como se sairá o Valencia na nova temporada (mirror)

VALENCIA

Técnico: Unai Emery
Competição europeia: Liga Europa (caiu nas quartas de final)
Copa do Rei: caiu nas oitavas de final
Destaque: David Silva (meia)
Artilheiro: David Villa (21 gols)
Nota da temporada: 7,5

Apesar da terceira posição, a temporada foi apagada. Ou melhor, “sem sal”. A campanha foi decente e em nenhum momento a classificação para a Liga dos Campeões pareceu seriamente ameaçada. David Villa, David Silva, Pablo Hernández e Mata formaram um quarteto ofensivo dos mais insinuantes e César foi uma segurança no gol.

Mas não dá para ignorar o fato de o time terminar 25 pontos atrás do segundo colocado. Tendo o topo como parâmetro, faltou competitividade aos valencianistas. Considerando a fraqueza das equipes pequenas, dava para, ao menos, ficar uns 10 ou 15 pontos atrás da ponta.

De qualquer modo, a prioridade no Mestalla é faturar, e a classificação à LC, junto com a venda de Villa, será fundamental para o clube melhorar sua situação financeira e terminar a construção do novo estádio.

Balanço final: Sevilla

Com as constantes lesões de Luís Fabiano, Jesus Navas liderou o Sevilla na temporada (AP)

SEVILLA

Técnicos: Manolo Jiménez e Antonio Álvarez
Competição europeia: Liga dos Campeões (caiu nas oitavas de final)
Copa do Rei: campeão
Destaque: Jesús Navas (meia)
Artilheiro: Luís Fabiano (15 gols)
Nota da temporada: 6,5

Claramente a aposta do Sevilla foi a Liga dos Campeões. O objetivo era fazer uma campanha melhor que há três temporadas, quando parou nas oitavas de final, eliminado pelo Fenerbahçe em casa. Não deu certo. O time caiu na mesma fase, novamente para uma equipe acessível (o CSKA Moscou).

Os sevillistas ficaram sem energia para o Campeonato Espanhol e por pouco não perderam a vaga à LC 2010/11. Jesús Navas foi o grande nome, mas figuras importantes como Luís Fabiano, Kanouté e Capel ficaram abaixo das temporadas anteriores. Pelo menos, veio o título da Copa do Rei para contentar a torcida.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Balanço Final: Mallorca

Temporada muito boa do Mallorca, mas, graças a dívidas, o clube foi impedido de participar de qualquer competição europeia (AS)
MALLORCA

Técnico: Gregório Manzano
Competição europeia: não participou de nenhuma
Copa do Rei: caiu nas quartas de final
Destaque: Borja Valero (meia)
Artilheiro: Aritz Aduriz (12 gols)
Nota da temporada: 8,5

A grande surpresa da temporada. Com um desempenho fantástico em casa (100% no primeiro turno, e 80,7% no total), os baleares se mantiveram o campeonato todo entre os seis primeiros e quase conseguiram um improvável retorno à LC.

Como líder e armador da equipe, Borja Valero foi o destaque da equipe, mas o atacante Aduriz, o instável goleiro Anouate e o zagueiro Nunes. Faltou fôlego na reta final, mas não se pode cobrar isso de uma equipe que foi montada para ficar no meio da tabela.

A má notícia, que mancha a temporada malloquíns, é a proibição de participar da Liga Europa desta temporada, consequente de problemas de dívidas.

Balanço Final: Getafe

Artilheiro do time nas últimas duas temporadas, Soldado se transferiu para o Valencia. Colunga o substituirá à altura? (telegraph)
GETAFE

Técnico: Míchel
Competição europeia: não participou de nenhuma
Copa do Rei: caiu nas semifinais
Destaque: Manu del Moral (meia)
Artilheiro: Roberto Soldado (16 gols)
Nota da temporada: 8

Sorrateiro e discreto, o Getafe conquistou uma vaga à próxima Liga Europa sem que muita gente se desse conta. Míchel (ex-meia do Real Madrid e da seleção espanhola) montou uma equipe que tem consciência de suas limitações e trabalhou bem com isso.

Manu del Moral e Soldado se aproveitaram de muitos contra-ataques para se destacarem. Na defesa, o trio Rafa, Cata Díaz e Mané merece menção, ainda que tenham abusado um pouco da violência em alguns momentos.

sábado, 7 de agosto de 2010

Balanço Final: Villarreal

É claro que se esperava mais de uma dupla interessante formada por Rossi e Nilmar, mas a nota ficou na média (reuters)
VILLARREAL

Técnicos: Ernesto Valverde e Juan Carlos Garrido
Competição europeia: Liga Europa (caiu na segunda fase)
Copa do Rei: caiu nas oitavas de final
Destaque: Diego López (goleiro)
Artilheiro: Nilmar (11 gols)
Nota da temporada: 6

Se fosse considerado o desempenho entre a 8ª e a 38ª rodada, o Villarreal teria se classificado para a Liga dos Campeões. Apresentou um time leve e que, depois de um tempo de adaptação, contou com uma interessante dupla formada por Rossi e Nilmar.

Os pilares do meio-campo – Cazorla e Marcos Senna – ficaram aquém do que vinham fazendo, sobretudo por problemas físicos. Mas o grande problema dos castellonenses foi a demora para engrenar sob o comando de Ernesto Valverde.

Na sétima rodada, o Submarino Amarillo estava em uma impensável última posição. Em um campeonato equilibrado, jogar sete rodadas pela janela é um erro irreversível.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A sorte de Canales

Canales já impressiona Mourinho e pode ser tornar essêncial na ausência de Kaká (getty images)

Cada nuvem tem uma fresta de esperança. A ausência de Kaká durante quatro meses, por lesão, obviamente, vai dar uma oportunidade enorme de Canales mostrar o seu (grande) talento. Contratado como uma promessa - jogador em formação -, com poucas partidas na Liga BBVA, os merengues tiveram em sua cabeça uma ideia de deixá-lo cedido mais um ano ao Racing Santander. Mas acabou terminando a temporada como um jogador sólido, um garoto promissor, com resquícios de geniliades.

Capaz de marcar golaços impressionantes, como este, contra o Sevilla, este, também contra o Sevilla, ou este, contra o Villarreal. Nesta nova temporada, já começou brilhando, no Euro Sub-19, onde tornou-se vice-campeão da competição, trás os rojillos perderem para os anfintriões da França. E Mourinho, em apenas 2 treinos, já o admira. Foi titular no primeiro amistoso do Real Madrid no ano, e coroou sua bela partida com belo gol, além do entendimento soberbo com Cristiano Ronaldo.

De repente, tem presente uma grande oportunidade de mostrar o seu futebol. A não ser que se retorne o tema Özil (que não é fácil, até porque Mourinho já exige, primeiramente, um reforço para a zaga), Canales vai arrancar na "pole position". Van der Vaart vem atrás, e pode ter perdido sua chance de ser titular no ausência do brasileiro.

E porque sendo o espanhol será um plus para os fãs, ainda mais que antes. Para a Copa do Mundo e porque as pessoas estão ficando cansados de tanto desertor fugitivo do caminho. Canales e Pedro León são jogadores de total apoio dos torcedores. Canales inclui também a tradição da Cantábria, uma das grandes marcas do clássico de Madrid, por isso muitos querem recuperar. Gento, Marquitos, Pachín, Santillana, Helguera e muitos outros tiveram de lidar com muitos dos melhores momentos de Madrid.