quinta-feira, 28 de julho de 2011

Jogadores Históricos: Juan Arza

Juan Arza e o troféu da Liga Espanhola de 1945/46: maior artilheiro da história do Sevilla (eldesmarque)

No dia 17 de julho deste ano, horas antes do início do segundo amistoso de pré-temporada do Sevilla, uma triste notícia afetou todos os sevillistas: aos 88 anos, Juan Arza, ex-jogador, técnico e dirigente do Sevilla havia acabado de falecer vítima de câncer. Imediatamente, o sevillismo entrara em luto. Maior artilheiro da história do clube andaluz, El Niño de Ouro havia recebido, dois anos antes, das mãos do atual presidente do clube, Josep Maria Del Nido, uma espécie de troféu de maior jogador da história do Sevilla.

Sua trajetória como futebolista começou cedo. Aos 11 anos, o jovem Arza ingressou às categorias de base do Izarra, pequeno clube de sua cidade natal, Navarra. Após uma breve passagem por Alavés e Málaga, foi contratado pelo Sevilla em 1943. Os rojiblancos da Andaluzia entraram em um acordo com o Málaga: 90 mil pesetas mais duas partidas amistosas e o empréstimo de três jogadores da base para ter o centroavante em seu elenco.

Aos 20 anos, estreou com a camisa do Sevilla destacando-se pela boa forma física e a capacidade de chutar bem com as duas pernas. Entretanto, o que mais chamou a atenção foi a habilidade goleadora com a qual Arza tinha. Em sua estreia, anotou um hat-trick ante o Sabadell. A chegada de Arza marcou um divisor d'águas na história do clube sevillistas: a era de ouro dos hispalenses. Na temporada 45/46, o Sevilla conquistou pela primeira (e única, até então) vez a Liga Espanhola, com El Niño de Ouro sendo o destaque da equipe. Porém, à época, a artilharia ficou com o monstro Telmo Zarra, seguido de Edmundo Suárez, homem-gol do Valencia.

Nas temporadas seguintes, o Sevilla conquistou apenas uma única Copa del Rey, em 1947/48. Na final contra o Celta, como não poderia deixar de ser, Arza anotou o gol do título, na partida que terminou 1 a 0 para os hispalenses. Na Supercopa (à época chamada de Copa Eva Duarte), derrota para o Barcelona por 1 a 0. A chance do bi-campeonato da Liga veio em 1951/52; porém, o vice-campeonato teve um gosto bastante amargo: necessitando apenas de um empate para tornar-se campeão, o Sevilla foi até a capital jogar contra o Atlético de Madrid de Adrián Escudero. Entretanto, o árbitro da partida anulou um gol legal de Arza aos 44 minutos do segundo tempo, e os rojiblancos acabaram vencendo por 1 a 0 e, consequentemente, ficando com o título.

Entre 1953 e 1957, Helenio Herrera chegou ao Sevilla para comandar a equipe. Com o argentino, Arza passou a jogar com mais liberdade no ataque, mas o jejum de títulos se prolongou. De destaque, apenas mais um vice-campeonato de Liga e Copa. Em 5 de dezembro de 1954, Arza anotou o gol de número mil do Sevilla em campeonatos nacionais. Na Copa dos Campeões, o Sevilla passou por Benfica e Roma antes de cair para o campeão Real Madrid, liderado por Di Stéfano e Puskás, nas quartas-de-finais.

Após a era de ouro do Sevilla, Arza resolveu disputar sua última temporada como profissional no Almería, clube pelo qual torcia seu pai e era treinador por seu amigo Diego Villalonga. Em 1960, aposentou-se dos gramados em um amistoso entre Sevilla e Barcelona de seu amigo Kuballa. O jogo marcou a inauguração do estádio Ramón Sánchez Pizjuan e os rojiblancos venceram por 3 a 2, com um doblete do centroavante. Aposentado, El Niño de Ouro tentou a carreira, sem sucesso, como treinador, chegando a treinar equipes como Deportivo La Coruña e Celta Vigo e retornando ao Sevilla, onde ficara por seis meses.

Juan Arza
Nome Completo: Juan Arza Íñigo
Data de nascimento: 18 de junho de 1923 em Navarra, Espanha.
Posição: atacante
Clubes: Alavés, Málaga, Sevilla e Almería
Títulos: Liga Espanhola 1945/46, Copa del Rey 1947/48
Clubes como treinador: Celta Vigo, Deportivo La Coruña e Sevilla

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