terça-feira, 31 de maio de 2011

Balanço Final: Os melhores jogos da Liga BBVA

Villa comemora diante de um Casillas perplexo um de seus dois gols em seu primeiro superclássico: a manita do Barcelona ante o Real Madrid foi o melhor jogo da temporada (reuters)

Em uma temporada na qual a Liga BBVA teve o Barcelona como tricampeão e o rebaixamento do tradicional Deportivo, além da presença "especial" de José Mourinho no banco do Real Madrid e o maior artilheiro de todas as edições, Cristiano Ronaldo, nada mais justo do que elencar os melhores jogos que fizeram desta edição uma das melhores dos últimos anos. Por isso, o Quatro Tiempos trás para você, leitor, uma lista dos sete melhores confrontoes ocorridos em 2010-2011 no futebol da Espanha. Esse texto abre a séria "Balanço Final", que revisará tudo que ocorreu no futebol espanhol nesta temporada. Comece a relembrar a Liga BBVA recém-terminada por aqui.

7) Atlético de Madrid 1x2 Barcelona, 3ª rodada
O primeiro jogo da nossa lista relembra a primeira derrota do Atlético de Madrid, até então cotado para ser um dos ganhadores da Liga. O jogo que teve uma notícia extremamente negativa para o Barcelona, que perdeu Messi por três semanas, após uma entrada de Ujfalusi, foi extremamente digno de um Atléti x Barcelona. A vitória barcelonista começou a ser construída aos doze minutos: Villa recebeu lindo passe de Messi e carimbou a trave; o rebote ficou com Pedro, que acionou a Pulga, que, com extrema categoria, encobriu De Gea com a perna direita. O jovem arqueiro foi um dos nomes do duelo. Dono de, pelo menos, cinco excelentes defesas, De Gea evitou uma nova goleada azulgrená no Vicente Calderón. Se, de um lado, De Gea passou extrema confiança, o mesmo não se pode dizer de Víctor Valdés.

O goleiro catalão saiu vendido no lance que originou o gol de Raúl García. Por sorte, aos 34', Piqué concluiu com categoria uma bola cruzada por Messi, desempatando a partida. Agüero e Forlán, que vivia bela fase, até então, foram figuras apagadas de um Atléti que soube se impor na primeira etapa ante o temido Barcelona, que vinha de uma derrota sobrenatural para o Hércules. Logo no final, Messi foi atingido por Ujfalusi, que fora expulso, e acabou ficando de fora dos gramados por três semanas, voltando no tropeço do Barcelona diante do Mallorca.

6) Real Sociedad 2x0 Athletic Bilbao, 14ª rodada
No primeiro dérbi basco após quatro temporadas, melhor para a Real Sociedad. Em seu melhor momento na temporada, a equipe de Lasarte havia dado um importante passo rumo à Liga Europa, que seria um dos destinos da promissora equipe, caso não existisse o segundo turno. Xabi Prieto comandou o time na partida, e foi dele o primeiro gol. Após sofrer pênalti de um desastroso San José, o meio-campista converteu. O pesadelo do promissor zagueiro continuou no início do segundo tempo. Após escanteio cobrado por Griezmann, o central acabou jogando contra as próprias redes para setenciar a partida.

Notável a marcação da Real Sociedad em Llorente. O atacante, um dos destaque do campeonato, acabou anulado por Ansotegui e Mikel González. No meio-campo, Diego Rivas foi um leão e parou Muniaín. No confronto dos dois melhores jovens do torneio, melhor para Griezmann, que levou constante perigo à zaga leona e por pouco não deixou sua marca. Muniaín sentiu um pouco o peso do derbi e manteve-se intacto na marcação blanquiazul.

5) Deportivo 0x2 Valencia, 38ª rodada
O jogo que decretou o rebaixamento do simpático Deportivo La Corunã à Liga Adelante foi o quinto melhor desta Liga BBVA. Descompromissado por já ter alcançado seu objetivo, o Valencia foi ao Riazor com uma equipe mista, o suficiente para vencer os blanquiazules. Aos 5', a situação do Deportivo só piorou: após um cruzamento de Joaquin pela esquerda, Aduriz completou com a canhota para abrir o placar para os chés. No restante da partida, o que se viu foi um Deportivo nervoso atrás de um único golzinho que permitiria a salvação.

No segundo tempo, aos 42', César Sánchez evitou o gol de Riki, que havia desperdiçado muitas oportunidades, antes do golpe final de Soldado: o artilheiro ché recebeu assistência de Joaquin e colocou para o fundo das redes, rebaixando o Deportivo. Em respeito, não comemorou seu tento. Mesmo rebaixado, a torcida do Deportivo deu exemplo: apoiou infinitamente sua equipe, a quem nunca deixará sozinho, como diz o lema dos Ultràs.

4) Atlético de Madrid 1x2 Real Madrid, 29ª rodada
O Real Madrid, por sua vez, foi fatal quando chegou à meta de De Gea, que evitou que uma goleada fosse construída no primeiro tempo. Marcelo confirmou a ótima fase vivida, e praticamente impediu que Ujfalusi que subisse para ajudar nos ataques. Jogando no 4-3-2-1, com Khedira, Lass e Xabi Alonso, o volante alemão teve mais liberdade para participar das jogadas ofensivas. E foi em um dos passes do camisa 24 que Benzema recebeu em condição e tocou com categoria para abrir o placar para os blancos. O Atlético de Madrid não se intimidou com o gol rival e continou em cima. Porém, Ricardo Carvalho atuava como um senador na zaga e Casillas defendia tudo que é bola chutada em direção ao gol. Quando parecia que o Atléti iria empatar, o Real Madrid aumentou a vantagem no placar. Aos 23', Marcelo cruzou e achou Özil, até então apagado, que bateu de primeira para o gol. De Gea ainda encostou na bola, mas não conseguiu impedi-la de entrar.

O Atlético voltou muito bem para o segundo tempo, mas Casillas esteve sempre lá para segurar o ímpeto dos colchoneros. Em um dos lances perigosos, Tiago lançou Agüero, que ficou de frente para Casillas. Mas o goleiro titular da seleção espanhola espalmou o chute do argentino. De tanto esforço, os colchoneros finalmente conseguiram alcançar o gol. Agüero tabelou com Koke e enfim conseguiu vencer Casillas. Mas aí já estava tarde para chegar ao empate. Ao término da partida, tanto Quique como Mourinho criticaram o árbitro Teixera Vitienes.

3) Real Madrid 1x1 Barcelona, 32ª rodada
Com gols dos dois últimos melhores jogadores do mundo, Real Madrid e Barcelona empataram em 1 a 1 no primeiro dos quatro duelos entre os dois gigantes europeus marcados para os próximos 18 dias. Na partida, válida pela 32ª rodada da Liga Espanhola, os tentos, em cobranças de pênalti, de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo mantiveram ambos separados por 8 pontos na tabela, a seis jogos do final.A estratégia madrilenha traçada por José Mourinho era clara: dificultar o toque de bola do Barcelona e, para tal, apostar em uma marcação mais forte, sem, inicialmente, arriscar-se se entregar ao ataque. E foi o Real Madrid foi o primeiro time a chegar com perigo, aos 10 minutos. Em cobrança de falta, Ronaldo chutou com força, mas a bola acabou nos braços de Victor Valdes. O segundo tempo começou como o primeiro: o Barcelona trocando passes, o Real Madrid armado na defesa e preparado para sair em contra-ataques. Em um deles, Cristiano Ronaldo foi lançado e acabou derrubado por Adriano em posição perigosa. Na cobrança, arremate perigoso na trave direita de Valdés, que estava vendido no lance.

No lance seguinte, porém, a resistência do Madrid cairia. David Villa recebe passe na área, marcado por Raul Albiol. O defensor merengue, porém, se complicou e acabou cometendo pênalti no atacante, sendo expulso. Na marca da cal, Messi bateu com tranquilidade e abriy o marcador para os blaugranas no Santiago Bernabeu. Mas a melhora madrilenha seria premiada aos 35 minutos. Em jogada de Marcelo pela esquerda, Daniel Alves acabou cometendo a penalidade. Se do lado culé, Messi foi às redes, pela equipe merengue, foi a vez de Cristiano Ronaldo. Na cobrança, o português tirou a bola de Valdés e fez seu primeiro gol pelo Real Madrid contra o Barcelona, igualando o placar.

2) Atlético de Madrid 3x1 Villarreal, 27ª rodada
Na noite de gols bonitos no Vicente Calderón, o Atlético de Madrid, em sua melhor partida na temporada, contou com Agüero, Forlán e, sobretudo, Reyes inspirados para bater o Villarreal e subir quatro posições na Liga Espanhola. Jogando num compacto 4-3-1-2, os rojiblancos começaram num ritmo intenso e abriram o placar num belíssimo tento de Reyes, que, um pouco antes da meia-lua, acertou um feliz chute no ângulo direito de Diego López. Logo após o gol, o Villarreal passou a acordar na partida, mas Borja Valero, exercendo uma função mais recuada do que costuma fazer, era muito bem marcado pela linha de três do Atlético de Madrid na volância. Aos 34', porém, o Villarreal chegou ao gol de empate numa bela cobrança de falta de Rossi.

Para reforçar sua marcação no meio-campo, Garrido voltou para a segunda etapa com Oriol no lugar de Bruno. Cani, que caiu facilmente na marcação de Filipe Luís, deu lugar a Marco Rúben e os amarillos passaram a jogar num 4-2-1-3. Mesmo com mais um atacante em campo, o Villarreal não conseguia levar perigo à meta De Gea e, à medida que passava o jogo, o Atlético de Madrid era quem levava mais perigo. O gol, então, passou a ser questão de tempo e após boa tabela de Elias e Filipe Luís, o lateral brasileiro achou Agüero livre, e o argentino, com extrema categoria, encobriu Diego López para desempatar a partida. A assistência para Kun não foi o único ponto notável da atuação do ex-Deportivo, que fez sua melhor partida com a camisa rojiblanca. Ele também mostrou muita confiança e anulou Cani, em sua pior partida na temporada. Para completar a festa colchonera em Manzanarez, Forlán desencantou. Aos 27', o uruguaio recebeu bela assistência de Reyes e, com a categoria que lhe é peculiar, também encobriu Diego López, decretando a vitória rojiblanca. O gol deu tranquilidade ao time da casa, que soube se defender bem do assalto amarillo.

1) Barcelona 5x0 Real Madrid, 13ª rodada
José Mourinho começou com Karim Benzema na frente, no lugar de Gonzalo Higuaín. Já Josep Guardiola não teve qualquer desfalque. Com apenas cinco minutos de jogo, sob chuva, o Barcelona criou uma chance claríssima de gol. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou para Lionel Messi pela direita da área. Ele dominou, olhou para Iker Casillas e chutou colocado, de pé esquerdo, na trave do goleiro madridista. O primeiro gol não tardou a sair. Quatro minutos depois, Andrés Iniesta deu um grande passe para Xavi, no centro da área, a bola desviou em Marcelo, que tentou cortar, e acabou amortecida, nos pés do camisa 6, que tocou com categoria na saída de Casillas. Aos 17, o Barça voltou a marcar, em mais uma clássica jogada coletiva dos comandados de Pep Guardiola. Xavi lançou David Villa na esquerda, que partiu para cima de Sergio Ramos e cruzou na pequena área. Lá estava Pedro Rodríguez, que passou nas costas de Marcelo e tocou para o gol vazio.

No intervalo, José Mourinho sacou Özil e colocou Lassana Diarra para reforçar a marcação no meio. E o segundo tempo começou com o Barça pressionando. Com dois minutos, Messi fez grande jogada, levou dois jgoadores do Real no drible e, na hora de chutar, de fora da área, foi travado. A bola ainda sobrou para Villa que, com o gol livre, chutou, mas Pepe chegou rápido e cortou a jogada. O terceiro quase saiu aos seis minutos, quando Messi tocou em profundidade para Xavi, na área, mas na hora do chute Sami Khedira deu o carrinho e conseguiu tocar a bola. O meia culé ainda se recuperou, mas bateu nas redes pelo lado de fora. Aos nove, no entanto, não teve jeito. Em jogada similar à anterior, o meia argentino tocou desta vez para Villa, que bateu chutou na saída de Casillas.

O show catalão prosseguiu: aos 12, Lionel Messi fez fila no meio-campo e fez um longo passe rasteiro para Villa, mais uma vez, marcar. Com os merengues completamente atordoados em campo, o Barça tinha ainda mais espaço para tocar a bola de pé em pé, quase sem ser incomodado pelos adversários. Aos 31, Bojan Krkic, que havia acabado de entrar no lugar de Villa, perdeu duas grandes chances: na primeira tropeçou, livre, e depois chutou em cima de Casillas. Para fechar a goleada histórica, aos 45 minutos, Jeffrén Suárez, após boa jogada de Bojan pela direita, completou: gol todo da cantera culé. O quinto sofrido pelo Real no jogo, sendo que, até essa rodada, havia levado apenas seis na liga. E antes do final, Sergio Ramos ainda foi expulso por uma falta violenta em Messi, o dono do jogo. Foi a primeira derrota de José Mourinho no comando blanco.

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