domingo, 19 de dezembro de 2010

Planejamento por água abaixo

Queda precoce na Liga Europa e má campanha no Campeonato Espanhol já fazem a temporada do Atletico de Madrid ser catastrófica (record.pt)

Temporada após temporada, é sempre a mesma coisa. Olha-se o elenco do Atlético de Madrid, vê-se que o ataque tem Forlán e Agüero e fica a sensação de que há talento para ser a terceira força da Espanha, ainda que sem possibilidade de brigar com Real Madrid e Barcelona. Quando a bola começa a rolar, não é isso que se vê. O time realmente tem potencial e o ataque funciona bem, mas a equipe não deslancha.

Antes da temporada atual começar, o Atlético de Madrid planificou-se da melhor maneira possível. Segurou peças-chaves, como Agüero e Forlán, conseguiu a renovação do empréstimo de Tiago, que se encaixou perfeitamente no esquema de Quique Sanchéz Flores, e conseguiram formar uma zaga sólida, principal ponto que faltava e que era duramente criticada. Atual campeão da Liga Europa, os rojiblancos entravam como favorito para a conquista da competição europeia e, até mesmo, da Liga Espanhola. Novamente, o Atlético de Madrid começaria uma temporada como forte candidato a títulos. Novamente, decepcionou sua torcida.

Semana passada, os colchoneros capricharam. Perderam três partidas em oito dias, incluindo uma virada sofrida em casa para o Aris, da Grécia, complicando sua situação na Liga Europa. Além disso, caíram no Vicente Calderón para o Espanyol e para o Levante em Valência. O próprio técnico Quique Sánchez Flores reconheceu que a equipe vive uma situação de colapso. Justo no momento em que o calendário favorecia uma arrancada rojiblanca.

Com Elias, o Atlético continuará precisando de um volante que fique mais firme na marcação. Mas Sánchez Flores terá mais um jogador para avançar e ajudar na frente. Isso tiraria um peso de Forlán e Agüero (responsáveis por 50% dos gols do time em La Liga) e integraria melhor Reyes e Simão. Além disso, o brasileiro nem está tão caro pelo que já gastou o time madrileno recentemente, se os € 7 milhões divulgados pela imprensa estiverem corretos. O clube pagou mais que isso em Cléber Santana (€ 8 milhões), Raúl García (€ 13,5 milhões) e Maniche (€ 9,5 milhões). Costinha chegou por € 6,5 milhões, mas já tinha mais de 30 anos e, na prática, também é uma contratação mais cara. Até porque o ex-corintiano defende a seleção brasileira e tem bom potencial de revenda.

O sucesso de Elias no Atlético de Madrid depende muito de sua capacidade de adaptação ao futebol europeu e de o clube controlar suas crises psicológicas. Mas, tecnicamente falando, a contratação pode se encaixar muito bem em um time que precisa de unidade tática para ser grande como quer se considerar. Quique Sánchez Flores foi mantido a frente do Atlético, e tem feito o seu melhor. Não tem culpa nenhuma da eliminação precoce do time. Talvez a falta de motivação por uma competição que é vista por muitos como prêmio de consolação não tenha feito a cabeça dos jogadores. Talvez não.

Nem sempre no futebol o favorito vence. O Atlético precisava ir bem nesta competição para mostrar que voltou a ser respeitado, dentro e fora da Espanha. Agora, terá que correr na Copa do Rey, onde terá vida complicadíssima, podendo enfrentar o maior rival, Real Madrid, já na próxima fase, e no campeonato espanhol, onde terá que desbancar os bons Espanyol e Valencia e o ótimo Villarreal, para ficar com uma vaga na UEFA Champions League da próxima temporada.

Se conseguirá, ainda não sabemos. Mas, para não ter mais uma temporada jogada fora, terá que lutar por isto.

2 comentários:

  1. Desculpe-me os torcedores do Atlético, mas este time tem sangue loser.

    Abraço

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  2. Eu gosto do time do Atlético. Mas acho o elenco muiiiiiiiito curto. Não conseguiram segurar o Jurado, mas trouxeram Elias. Um jogador com mais técnica e que pode ajudar muito o clube.

    Ao contrário do C.Santana, que quando chegou ao AtlMadrid, se comparou a Deco, na sua apresentação.

    Meeeeeeeeu Deeeus!

    O 4-3-3/4-4-2 do time tem tudo pra melhorar com Elias.

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