quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Análise do primeiro turno: Sporting Gijón

Diego Castro é o destaque de um time que convive com lesão e pouco se reforçou no mercado (getty images)

Campanha
19ª posição. 16 jogos, 12 pontos. 2 vitórias, 6 empates, 8 derrotas. 13 gols pró, 24 gols contra.

Treinador
Com a experiência de ser um dos treinadores mais velhos da toda a Liga BBVA e de ser o treinador a mais tempo no cargo, Manuel Preciado não corre risco de ser demitido pela diretoria de clube. Ainda mais após a renovação de mais três anos com o clube asturiano logo após o término da temporada 2008-09. Tanta moral se deve ao desempenho improvável (e excelente) das últimas duas temporadas, mas também ao fato de que o treinador cantabriano conseguiu achar um módulo eficaz para fazer o seu time jogar, o 4-4-2 na forma de um losango. A série de lesões de jogadores importantes desde a metade do primeiro turno foi um duro golpe nas pretensões do treinador, que se viu sem opções de porte para tentar mudar a situação. Preciado tem parte da culpa pela situação que o time atravessa: talvez devesse ter se imposto mais quando Manuel Vega-Arango, presidente do time, resolveu gastar pouco no mercado de verão e desse prioridade a uma categoria de base que, além de ter pouco prestígio, não tem se destacada em competições nacionais. Preciado viu-se envolvido em polêmica, aberta por Mourinho, quando resolveu lançar mão de seu time titular na visita ao Camp Nou. O português ouviu muito de Preciado, que chamou-o de canalha, quando os blancos foram ao El Molinón.

Destaque
Diego Castro. O camisa 17 foi o grande nome rojiblanco de duas temporada atrás, quando o time voltou à Liga BBVA, e teve seu nome ligado a transferências para Valencia, Getafe e Atlético de Madrid. Porém, acabou sumindo dividido entre lesões e problemas extracampo. Na atual temporada, vira o ano como artilheiro do time, com cinco gols e ótimas apresentações junto de Lola no suporte a Barral. O trio, aliás, é o que de melhor tem no Sporting Gijón, que poderia estar numa situação melhor se De Las Cuevas estivesse em boa fase. Na zaga, Botía, apesar de inexperiente, mostra-se um chefão. Sem grandes chances no Barcelona, acabou tendo seu passe comprado por completo pelo time asturiano, e vai mostrando que o investimento valeu a pena.

Decepção
Miguel De Las Cuevas. O canterano surgiu como um meteoro na sua primeira participação na Liga, na temporada passada. Comandou o Sporting Gijón a uma posição mediana e foi, por várias vezes, salvador da pátria. Porém, de jovem sereno e centrado, o bambino de Preciado parece estar sentindo o peso da titularidade e não conseguiu evoluir tudo que esperava-se nesta temporada. Quem também está fazendo menos do que pode é Bilic. O atacante foi uma aposta da cúpula rojiblanca, que conseguiu segurá-lo no time por mais uma temporada, mas ainda não mostrou por que ficou: foram apenas oito partidas disputadas, sendo apenas duas como titular, e nenhum gol. Após isso, conviveu com lesões musculares e está afastado do time, ao qual não deverá voltar a ser titular, já que David Barral vem exercendo um bom papel no ataque.

Perspectiva
Livra-se do rebaixamento. O fato de haver muito pouco a elogiar neste Sporting Gijón, passa pela estratégia fútil de mercado adotada pela sua diretoria, que não reforçou o time como deveria em todos os setores. O enfraquecimento mais sentido foi no meio-campo: O clube perdeu Gerard e Kike Mateo, dois jogadores que vinham exercendo bom papel na meiuca do time, além de Lola, e acabou contratando apenas Eguren, que mostrou o porquê de ter sido dispensado do Villarreal. Além dos reforços, o físico dos jogadores precisa ajudar: caso os problemas por lesão diminuam no elenco e Preciado possa trabalhar com mais tranquilidade, o time das Astúrias pode superar o dramo e obter a salvação, como vem obtendo já em duas temporadas consecutivas.

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