domingo, 19 de junho de 2011

Gregório Manzano no Atlético de Madrid

Manzano fez bons trabalhos em equipes pequenas como Valladolid, Mallorca, Rayo Vallecano e Racing Santander, mas fracassou no médio Sevilla. Agora, ele retorna ao Atlético de Madrid, disposto a colocar a equipe entre os grandes da Espanha novamente (EFE)


Há duas semanas, o Atlético de Madrid confirmou a contratação de Gregório Manzano para substituir Quique Sánchez Flores no comando técnico da equipe. Apesar de ser reconhecidamente conhecido como um bom motivador e trabalhar bem na parte psicológica de seus comandados, a contratação de Manzano não foi vista por bons olhos pelos aficionados colchoneros. Na última vez que treinou o Atléti, Manzano não foi bem. Chegou com a moral elevada após comandar o Mallorca campeão da Copa do Rei na temporada 2002-2003, mas foi um fracasso na capital. A equipe rojiblanca terminou em sétimo no campeonato espanhol, não conseguindo vaga na Copa da Uefa, e caiu nas quartas-de-finais da Copa do Rei, ao perder para o Sevilla num agregado de 6 a 1.

Gregório Manzano, ao contrário da maioria dos técnicos do futebol mundial, não foi jogador antes de se aventurar no futebol. Professor do IES Valle, em Jaén, e psicólogo, ingressou ao futebol em 1983. Após passagens bem sucedidas pelo Racing Santander, Rayo Vallecano e Valladolid, quando evitou a queda das três equipes para a Liga Adelante, El Professor - como é carinhosamente chamado - ficou conhecido como resucitador, pelo fato de pegar suas equipes em posições preocupantes e salvá-las do descenso.

Em 28 anos como treinador, porém, Manzano só ganhou um único título - a Copa del Rey com o Mallorca, citada acima. No clube balear, foi onde mais se identificou. Além da Copa, disputou duas Copa da Uefa e por pouco não conseguiu classificar a equipe à Champions League 2010/2011, quando perdeu a vaga para o Sevilla na última rodada. No Atlético de Madrid, terá a dura missão de fazer a equipe voltar a disputar títulos. Inicialmente, Manzano terá que conseguir uma vaga na Champions League, competição cujo o Atlético de Madrid participou pela última vez em 2008/2009. Seus primeiros dias em Manzanares estão sendo bastante conturbado: a diretoria está brigando para segurar Agüero, De Gea e Forlán. O staff do clube, no entanto, é a maior prioridade de Manzano no momento. O treinador já anunciou o nutricionista Antonio Escribano, muito badalado na Espanha, e corre atrás para contratar a psicóloga Patrícia Ramírez, que atualmente trabalha para Pepe Mel no Bétis.

Manzano costuma implantar em sua equipe o módulo 4-4-2 a rombo. O esquema conta com um meia mais próximo do ataque, fazendo a ligação entre os setores, e precisa de um jogador mais cerebral para exercer tal função, como foi com Borja Valero no Mallorca e Rakitic no Sevilla. No Atlético de Madrid, até o momento, os únicos jogadores capazes de jogar neste setor são Raúl García e Mário Suárez, além do canterano Koke, que deve ganhar mais minuto na nova temporada. Thiago Alcântara e Goucurff são nomes especulados para essa posição. A efetividade do sistema está na pressão constante sobre o adversário e na ocupação dos espaços do campo. Para isso, o bom condicionamento físico do time é essencial.

Apesar de já deixar bem claro que gostaria de contar com Agüero e Forlán, o técnico declarou não há nenhum problema em Agüero joga no Real Madrid desde que o clube lucre o máximo possível com isso. Segundo ele, é melhor ganhar mais para vê-lo jogando no rival do que receber menos dinheiro para que o jogador vá para outro clube. Não há garantia de que a escolha de Manzano para o comando do time é a certa, mas aposta pode ser boa sim. O ex-professor sabe o tamanho do Atlético de Madrid e carrega consigo uma mentalidade que falta ao clube há alguns anos. Passando por problemas internos com seu presidente e seu mandatário, Manzano chega ao clube querendo mudar o estilo, trabalhar mais com a base e na parte estrutural do Atlético de Madrid. O treinador terá tempo para se dedicar ao campeonato espanhol e o primeira passo é recolocar os colchoneros entre os grandes do futebol espanhol novamente. É esperar para ver.

Leia aqui (em espanhol) a entrevista de Gregório Manzano ao Marca.

Um comentário:

  1. E aí, rapaziada!
    Parabéns pelo trabalho, o qual acompanho com frequência e com muito gosto.

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