sábado, 7 de maio de 2011

As melhores contratações da temporada

Di María, Özil e Ricardo Carvalho estão entre as melhores contratações do futebol espanhol nesta temporada (realmadrid.com)

Segundo dados do site alemão Transfermarkt, se somados, os clubes da Liga BBVA investiram pouco mais de 495 milhões de euros nas últimas janelas de transferências, relativas a esta temporada. O Quatro Tiempos selecionou os melhores negócios. Estão elencados por ordem alfabética, a partir do sobrenome.

Júlio Baptista, da Roma para o Málaga, por 11 milhões de euros
Ao começar a próxima temporada na primeira divisão, o Málaga saberá que deve muito a Júlio Baptista. O brasileiro foi um dos reforços providenciados pelos novos donos do clube em janeiro, quando a ameaça de descenso era forte, mas a princípio pareceu um tiro pela culatra. Lesionado em fevereiro, teve de passar por uma cirurgia e só retornou dois meses depois. De volta, acabou salvando quase sozinho os andaluzes, que venceram cinco jogos seguidos entre as rodadas 32 e 36, com nada menos que sete gols de Baptista.

Iván Cáceres, emprestado do Barcelona ao Sevilla
Cáceres não convenceu no Barcelona e na Juventus, mas o empréstimo para o clube da Andaluzia o fez bem. Assumiu a responsabilidade no Sevilla e foi uma das poucas apostas de Antonio Álvarez a permanecer na equipe titular. Até aqui, fez todas as partidas do Sevilla na Liga BBVA, quase sempre em alto nível, e o reconhecimeno já apareceu: especulações dizem que Guardiola quer contar com o jogador para a próxima temporada, já que o Barcelona passa por perengues com seus zagueiros. Uma lesão na costela, porém, irá impedi-lo de jogar o restante da temporada e até a Copa América com o Uruguai.

Ángel Di María, do Benfica ao Real Madrid, por 33 milhões de euros.
Destaque do Benfica campeão português, Di María foi a segunda transferência mais cara do futebol espanhol, ficando atrás apenas de David Villa, do Barcelona. No Real Madrid, chegou sob dúvidas após a má Copa do Mundo. E os primeiros jogos como merengues não ajudaram. Sempre aberto à esquerda, o argentino não estava convencendo e era coadjuvante de Özil, que começou voando. Porém, Mourinho tratou de, nas coletivas, injetar ânimos ao meio-campista, que deslanchou. Líder de assistências na UCL, Di María foi eleito em votação do Marca o principal jogador do Real Madrid na maratona de jogos contra o Barcelona. Fato que foi dele o cruzamento para o gol de Cristiano Ronaldo na Copa e a jogadaça para o gol de Marcelo na Champions, que deu esperanças à torcida madridista.

Mesut Özil, do Werder Bremen ao Real Madrid, por 18 milhões de euros
Um dos destaques da Alemanha e da Copa do Mundo, o alemão chegou a Madrid em meio a polêmicas: durante a Copa do Mundo, o meia havia dito, em uma entrevista, que seu time favorito na fora da Alemanha é o Barcelona, grande rival do Real Madrid. Uma semana antes de fechar com os merengues, o nome de Özil parecia certo como um dos reforços dos blaugrana, se não fosse Guardiola, que disse "não" à ida do turco-alemão para a Catalunha. Em Chamartin, Özil se adaptou rapidamente ao estilo de jogo do Real Madrid e foi peça-chave no 4-2-3-1 de Mourinho. Nos últimos jogos, seu futebol caiu um pouco devido ao desgaste físico, mas o primeiro turno do alemão foi digno de nota alta. Com onze assistências, o jogador chegou a ser alcunhado de "novo Zidane" pela imprensa espanhola e tem em Jorge Valdano, dirigente do Real Madrid, seu fã número um no clube.

Ivan Rakitic, do Schalke 04 ao Sevilla, por 2, 500 milhões de euros
Ivan Rakitic era o fantasista que o Sevilla precisava. Grande decepção no primeiro turno, a começar pela eliminação precoce na fase pré da Champions, os sevillistas redimesionaram sua temporada após a chegada do croata. Passador e organizador, Rakitic começou sendo utilizado pelos lados do campo, mas subiu demais de produção quando passou a jogar de enganche no 4-4-2 de Gregório Manzano. Fazendo a ligação com o ataque, tornou-se essencial para um Sevilla que parecia morto. Bate bem pro gol de fora da área, fáz ótimos passes de média distância, finta bem, enxerga o jogo com raro talento. Se Renato foi parar no banco e já é dado como saída certa, muito disso deve à ótima - meia - temporada de Rakitic.

Ricardo Carvalho, do Chelsea ao Real Madrid, por 8 milhões de euros
Alto, forte fisicamente, sério e com bom senso de marcação e antecipação, Ricardo Carvalho era o zagueiro que o Real Madrid necessitava. A emergência na defesa blanca chegava nos últimos dias de agosto sem qualquer solução. Homem de confiança de Mourinho, que teve, à exceção da Inter de Milão, o zagueiro português em todos seus times, o gajo recuperou seus prestígios. Dos 36 jogos até aqui pela Liga BBVA, Ricardo Carvalho só perdeu cinco: quatro por lesão, outra por suspensão. Bom no cabeceio, garantiu aquele toque de raça "com o coração na ponta da chuteira", nas palavras de Galvão Bueno. Em termos estatísticos, o Real Madrid só sofreu 26 gols nas 28 partidas em que Ricardo Carvalho jogou sob o comando de José Mourinho. Nos sete jogos que não entraram na conta, foram 13.

Roberto Soldado, do Getafe ao Valencia, por 10 milhões de euros
A saída de David Villa para o Barcelona deixou os torcedores valencianos órfãos de seu principal homem-gol desde Mário Kempes, na década de 80. Entretanto, o canterano logo tratou de ocupar um espaço no coração dos aficionados chés. Nas últimas seis partidas, o centroavante marcou dez gols, uma média de 1,6 por partida - à Messi. Os 16 gols na atual edição da Liga já iguala sua melhor temporada na carreira, que havia sido com o Getafe, em 2008/2009. Desde que estreou na Liga BBVA, em 2005/2006, Soldado vive sua melhor temporada na carreira, sendo referência no ataque blanquinegro. Se, no começo da temporada, havia entre o atacante de nome militaresco e Aritz Áduriz uma disputa para quem seria o titular no 4-3-2-1 de Unai, Soldado logo tratou de vencê-la.

David Villa, do Valencia ao Barcelona, por 40 milhões de euros.

Joan Laporta, ex-presidente do Barcelona, acertou em cheio em acertar com Villa antes do início da Copa do Mundo: em território africano, El Guaje foi um dos principais nomes - senão o principal - da campeã mundial, sendo responsável por cinco dos oito gols da Fúria na competição. Obviamente, seu preço iria aumentar muito após a Copa, caso Villa não houvesse se transferido ao Barcelona antes. Em campo, Villa chegou como grande esperança para gols, já que em 2009/10 Ibrahimovic não foi o que a torcida do Barcelona esperava e Messi teve que decidir tudo. Nesta temporada, Messi vem decidindo até mais que na temporada passada, mas Villa tem feito seus gols: já são 23 na temporada, três a mais que o sueco, que foi emprestado ao Milan. Passou por seu maior jejum de gols na carreira, é verdade, mas o primeiro turno do asturiano foi digno de listá-lo aqui. De destaque, os jogos contra Real Madrid (5 a 0 ) e Arsenal, no Emirates, onde El Guaje marcou uma vez e foi o melhor barcelonista em campo.

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