quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Nada a temer

Italianos celebram o gol da vitória diante da Campeã Mundial. Apesar do revés, a seleção de Vicente Del Bosque continua firme no caminho certo (uefa.com)

O estádio San Nicola, casa do Bari, foi palco de um dos principais amistosos dessa quarta-feira de data FIFA. Com a pré-temporada na sua fase final e os jogadores ainda pregados fisicamente por causa dos inúmeros testes físicos, o Itália x Espanha de hoje não deixou a desejar. Para a campeã do mundo, nada que possa assustar. Para a Itália, a confirmação de que o caminho a seguir é este mesmo.

Vicente Del Bosque, respeitando acordos com Barcelona e Real Madrid, que disputam no próximo final de semana a Supercopa Espanhola, optou por uma escalação mista no início dos 90 minutos, abdicando de seu 4-3-3 utilizado após a Copa do Mundo para jogar no 4-2-3-1. Já Cesare Prandelli montou a Azurra em um 4-3-1-2, apostando em Montolivo, da Fiorentina, como trequartista.

A primeira etapa começou com amplo domínio dos donos da casa. Cassano, que jogava no estádio da cidade onde nasceu e que pertence ao clube que o projetou, investia forte em cima de Arbeloa pela esquerda defensiva da Fúria. Do outro lado, David Silva não acompanhava as subidas de Criscito ao ataque. E foi do quatro italiano a primeira real chance de gol, logo aos quatro minutos, quando Casillas viu tremer sua meta após um chutaço na trave vindo da entrada d'área. A Azurra era melhor e, em jogada pela esquerda, Criscito deixou o meia Montolivo cara a cara com o camisa um espanhol e o jogador da Fiorentina tocou por cima do goleiro, abrindo o placar para a Itália.

Quatro minutos depois, Fernando Torres - isolado no ataque e sem tocar na bola - aparentemente sentiu uma lesão muscular e deixou o gramado para a entrada de Fernando Llorente. Mas nada parecia fazer voltar o ritmo natural do jogo da Fúria, que acusava a falta de Xavi na meia cancha. A solução que Del Bosque achou para igualar o jogo foi pedir para o time marcar pressão o campo todo, o que gerou a primeira chance de gol espanhola com Cazorla, que chutou por cima do gol aos 33 minutos após jogada de Iniesta.

Logo em seguida, em jogada pela esquerda do próprio Cazorla, Llorente foi agarrado pelo braço por Chiellini: pênalti. Bola no meio do gol, Buffon caído para o lado esquerdo e gol de Xabi Alonso: 1 a 1. Ainda na primeira etapa, o selecionado italiano perdeu duas boas chances, uma com cada atacante: primeiro Rossi, depois Cassano pararam em grandes intervenções de Casillas. No último minuto, mais uma baixa na Fúria: Piqué sentiu desconforto muscular e deu lugar a Sergio Busquets. Problemas maiores para o Barcelona, porque o volante, ao término da partida, também deixou o estádio com problemas musculares.

Para a segunda etapa, Vicente Del Bosque continuou a poupar algumas de suas estrelas: saíram Iniesta, Casillas e Iraola para as entradas de David Villa, Victor Valdés e a tão aguardada estreia do menino Thiago Alcântara. As mudanças acarretaram algumas improvisações na equipe espanhola, nada que fosse alterar o 4-2-3-1 idealizado pelo comandante: Busquets, mostrando mais uma vez sua polivalência, jogou na lateral direita. Javi Martinez formou dupla de zaga com Albiol, enquanto Thiago jogou ao lado de Xabi Alonso na volância.

O ritmo italiano diminuiu na segunda etapa, o que facilitou o domínio dos campeões do mundo. David Villa e, principalmente, David Silva obrigaram Buffon a fazer pelo menos três boas defesas. Juan Mata, que entrou no lugar de Cazorla durante o segundo tempo, protagonizou o lance mais curioso do jogo: após centro da esquerda de Silva, o camisa treze conseguiu volear a bola, mas Llorente, que tentava sair da linha da bola ao jogar-se no chão, impediu a bola de chegar ao gol italiano.

Mas o castigo para o bom segundo tempo espanhol veio no final por intermédio de dois suplentes. Pazzini recebeu a bola na grande área e rolou para trás onde estava Aquilani, que chutou de primeira e contou com o desvio em Javi Martinez para enganar Valdés e dar a vitória para a Azurra. Balotelli e Bonucci ainda desperdiçaram chances de ampliar o marcador, cuja justiça apontaria para uma igualdade, já que os italianos começaram melhor, mas os espanhóis dominaram a segunda metade do amistoso.

Como podemos notar pela ausência no texto, a estreia de Thiago Alcântara na Fúria foi bem discreta. Atuando ao lado de Xabi Alonso, mais recuado que o de costume no Barcelona, e tendo que auxiliar a marcação pelo lado do improvisado Busquets no setor mais forte de ataque adversário, o jovem talento participou pouco das ações ofensivas espanholas. Ao que tudo indica, ele deverá ter uma continuidade no grupo de Vicente Del Bosque e pode receber chances na linha ofensiva que abstece o isolado atacante do esquema 4-2-3-1 da Fúria.

Outro destaque dos campeões do mundo no jogo foi David Silva, que parece estar disposto a recuperar seu futebol da época de Valencia. Silva merece menção pelo grande segundo tempo, quando trocou sistematicamente de posição com Cazorla e Mata, confundindo a marcação adversária.

A campanha tranquila nas Eliminatórias da Euro 2012 deve ter sequência no mês que vem sem maiores dificuldades. Apesar de não superar nenhuma seleção das chamadas "de grande porte" após vencer a Copa do Mundo, a Fúria deve fazer o dever de casa e patrolar a fraca seleção de Liechtenstein.

Um comentário:

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