quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jogadores Históricos: Hristo Stoichkov

Stoichkov formou com Romário uma das melhores dupla de ataque dos anos 90 (tvecatalunha.cat)

Hristo Stoichkov nasceu em Plovdiv, segunda maior cidade da Bulgária, em 8 de fevereiro de 1966. Sua carreira teve início no ano de 1981, na modesta equipe do Maritsa Plovdiv, clube de sua cidade, que disputava a segunda divisão do campeonato nacional. Desde a mais tenra idade, o menino canhoto que demonstrava enorme habilidade e visão de jogo se notabilizava pelas confusões que arranjava. Sabendo dos problemas disciplinares do filho, seu pai o levou para treinar no CSKA Sofia. Sua esperança era de que no time do Exército, o garoto conseguiria desenvolver seu autocontrole e com isso, amadurecer.

Na primeira vez que disputou um título, a Copa da Bulgária de 1985, fez o gol da vitória. No entanto, o jogo contra o aqui rival Levski Sofia terminou numa briga generalizada e Stoichkov acabou envolvido na confusão. As imagens do jogo foram tão contundentes que o Comitê Central do Partido Comunista Búlgaro viu-se na obrigação de conclamar uma reunião entre seus membros, para deliberar algumas sanções aos clubes e aos jogadores. Resultado: alguns jogadores, dentre eles o jovem Stoichkov, foram banidos do futebol. O órgão também determinou que a Copa da Bulgária daquele ano ficaria sem campeão e que os dois times seriam extintos.

Um ano depois, porém, a situação se reverteria. Uma anistia foi concedida e Stoichkov voltou a jogar, não a tempo de disputar aquela que seria sua primeira Copa do Mundo. O craque retornou aos gramados na temporada 1986/87 e conduziu o CKSA – que passou a se chamar Vitosha, uma das punições impostas - ao título no campeonato nacional e na Copa da Bulgária, conquistando a famosa “dobradinha” .

Mais um título da copa foi conquistado em 1988. Também naquele ano, a punição aos clubes foi atenuada e o CSKA retomou seu antigo nome. No ano seguinte o time conseguiu mais uma “dobradinha”. A década de 80 chegava ao fim e a carreira de Hristo Stoichkov ia de vento em popa: além dos títulos em seu clube, ele foi eleito o melhor jogador do país em 1987, 1988 e 1989. Na seleção porém, a história era outra e amargava repetidos insucessos. Situação que se reverteria no Mundial dos Estados Unidos, em 1994.Em 1990, ganhou novamente o campeonato búlgaro e foi o artilheiro do continente. O feito despertou o interesse do Barcelona , que não mediu esforços para contrata-lo.
Apogeu e queda

Com a camisa blaugrana, não tardou para que seus lançamentos precisos e seus potentes arremates de esquerda contribuíssem para agregar mais títulos à vitoriosa galeria de troféus do clube. Em sua primeira temporada, o time quebrou a série de cinco títulos seguidos do Real Madrid no campeonato nacional. Um detalhe: em seu primeiro clássico contra os Blancos, sua faceta craque-problema deu as caras. Um pisão no juiz lhe rendeu seis meses de suspensão. Contra outro time madrilenho, o Rayo Vallecano, conseguiu a proeza de ser expulso após receber dois cartões amarelos no intervalo de seis minutos.

Na temporada seguinte, veio o bi espanhol e o mais importante: o primeiro título do Barcelona na Uefa Champions League. E posteriormente, Stoichkov emendou mais dois campeonatos espanhóis, em 1993 e 1994. Nesses anos, aliás, protagonizou belos momentos ao lado de Romário. Curioso é que a princípio, Stoichkov, não gostou da chegada do brasileiro, uma vez que as regras da época só permitiam três estrangeiros por time em campo e o clube já tinha outros dois: o holandês Koeman e o dinamarquês Michael Laudrup. Por isso, o treinador se via forçado a realizar um rodízio que não agradaria a ninguém. Apesar desses problemas aparentes, Stoichkov não demorou a se tornar amigo do Baixinho.

Em 1994, o Barcelona teve a oportunidade de ser novamente campeão continental, tendo chegado à decisão contra o Milan na posição de favorito. Não contava, porém que a equipe italiana aplicaria um sonoro 4 a 0. Apesar de ter feito, semanas depois uma estupenda Copa do Mundo pela Bulgária, aquela derrota marcou o início de uma decadência para Stoichkov. Na temporada seguinte, a de 94/95, o Barcelona perderia Romário, não conseguiria títulos e veria o seu arqui rival ser novamente campeão. Em meio à campanha, o jogador bateu de frente com o igualmente temperamental técnico do clube,o holandês Cruijff, que acabou vencendo o búlgaro na queda de braço.

Stoichkov então acertou com o Parma, emergente equipe italiana. Foi o começo de uma verdadeira peregrinação por diversos clubes. Na Itália, ficou apenas uma temporada, retornando ao Barcelona em 1996, após a queda de seu desafeto declarado, Johan Cruijff. Só que os tempos já eram outros, e os holofotes ficaram centralizadas em Ronaldo, na temporada 1996/97 e em Rivaldo, na de 1997/98.

Deixou de vez o Barça em 1998, ano em que esteve noutras três equipes: o CSKA, o Al-Nassr e o Kashiwa Reysol . No retorno ao país natal, não deixou tantas marcas. No Al-Nassr, mesmo ficando pouco tempo, ajudou a equipe a conquistar dois troféus. A Supercopa da Ásia e a Copa dos Vencedores da Copa Asiática, tendo aliás, anotado um gol na decisão. No Japão, conquistou uma Copa Nabisco.

Em 1999, decidiu encerrar a carreira para ser assistente técnico da Seleção búlgara. Mas voltou atrás, seduzido pelos dólares da Major League Soccer. Nos Estados Unidos, jogou dois anos no Chicago Fire e outros dois no DC United, onde pendurou de vez as chuteiras, em 2004.

Texto de Luís Filipe Pereira

Hristo Stoichkov
Nome completo: Hristo Stoichkov
Data de nascimento: 03/02/1966
Posição:Atacante
Clubes: Hebros Harmani (1982 a 84), CSKA Sofia (1984 a 90 e 98), Barcelona (1990 a 95 e 96 a 98), Parma (1995 a 96), Al-Nassr (1998), Kashiwa Reysol (1998 a 99), Chicago Fire (2000 a 02) e DC United (2003 a 04)

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