sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Complicado, Atlético...

Ambiente tenso: com mais uma derrota em um dérbi, Quique Sanchéz Flores começa a ficar com as cordas bambas (getty images)

Como deixar de confiar em um time que tem em seu plantel jogadores como Agüero, Forlán, Reyes, De Gea, Filipe Luís, Juanfran? Mas como confiar em um time que, ano após ano, se planifica da melhor maneira possível, gasta muito dinheiro com contratações e, principalmente, não vence o seu maior rival a 35 partidas (12 anos, para exemplificar melhor)? Este dilema pauta o Atlético de Madrid. Os rojiblancos são, sem sombra de dúvidas, um dos times mais difícil de entender em cenário espanhol (e, quem sabe, mundial). Vindos de uma derrota acachapante ante o Hércules, o Atlético de Madrid chegou para o dérbi de ontem pressionado - mais uma vez, diga-se de passagem.

Quando Forlán abriu o placar aos sete minutos, parecia que o tabu estaria prestes a cair. Só parecia. Em nenhum momento o Real Madrid "ajudou" para que a racha negativa colchonera pudesse acabar. Com Cristiano Ronaldo e Özil em dia inspirado, os merengues enlouqueceram a zaga rival, e De Gea era obrigado a fazer grandes defesas para evitar um resultado maior. O jovem goleiro, aliás, só não foi o melhor jogador da partida porque o português e o turco-alemão tiveram um destaque maior. De Gea fez defesas de tudo que é jeito e sem tem alguém a se elogiar neste Atlético de Madrid é o arqueiro. Agüero e Forlán também deram trabalhos à defesa blanca, mas no todo da partida, Sergio Ramos - deslocado para função de zagueiro - e Ricardo Carvalho souberam conter bem os ataques da dupla sul-americana.

O time de José Mourinho se manteve bem ofensivo no primeiro tempo. Teve quase 70%de posse de bola e finalizou oito vezes, contra apenas uma dos visitantes. Na segunda etapa, o ímpeto merengue aumentou mais e orquestrados por Özil, que, até então, fazia uma partida tímida, o Real Madrid virou. A saída de Benzema e a entrada de Kaká também foi um dos fatores da virada merengue. Não que o brasileiro tenha tido participação nos gols, mas a movimentação da equipe mudou e ficou mais veloz, já que Benzema estava muito parado. Antes do gol da virada, porém, Forlán jogou na trave a chance de desempatar o marcador. Um minuto depois, Özil partiu para jogada individual pela direta, deixou Filipe Luís para trás e cruzou na medida para Cristiano Ronaldo aumentar.

No final da partida, Özil fez um de seus gols mais fáceis, mas que serviu para consagrar o melhor jogador da partida. O turco-alemão tabelou com Cristiano Ronaldo e a bola acabou batendo em Filipe Luís e voltando para a canhota mágica do meio-campista, que jogou no canto esquerdo de De Gea para definir a partida. "Falha feia do Filipe Luís, que parece ter ficado na Galícia e mandado um irmão gêmeo pra Chamartín", bem definiu o amigo Leonardo Bertozzi. O lateral brasileiro ainda não se encontrou em Manzanares e parece ter esquecido aquele futebol que quase o levou ao Barcelona.

Sobrou para Quique Sanchéz Flores. O treinador se reuniu com Jesus García Pitarch, diretor esportivo rojiblanco, por duramente uma hora. Quem também não gostou nada da postura dos seus jogadores em campo foi o presidente do clube, Enrique Cerezo. Nas palavras do presidente "os seus jogadores não têm nada do que reclamar do árbitro e que já está cansado de ver a mesma postura exercida em jogos contra o Real Madrid". Apesar de Quique Sanchéz Flores ter mudado totalmente o discurso, ao falar que o Atlético tem chances de classificação por ser "supercompetitivo" em jogos eliminatórios, o ambiente rojiblanco está muito conturbado. E só uma classificação pode inverter a situação, além de dar uma grande injeção de ânimo para a continuidade da temporada.

Na Andaluzia...
Pela primeira vez em sua história, o Almería entrava a campo disputando uma quarta-de-final de Copa del Rey. Disposto a levar o jogo para o Riazor, Lotina montou seu Deportivo no 5-4-1. Porém, não contava com a má sorte de Rindaroy, que marcou o único gol da partida. Um gol contra. Em uma partida bem fraca tecnicamente, as emoções que tomaram o restanta da Copa del Rey não deram as caras no Juegos Mediterráneos por ao menos um minuto. Apenas cinco chutes ao gol em 90 minutos explica porque de uma partida tão fraca. De destaque, apenas Piatti. Presente em todas as ocasiões de perigos do time rojiblanco, o argentino foi o nome da partida, já na vigília para o jogo contra o Real Madrid, no domingo.

Veja também:
Villarreal 3x3 Sevilla
Barcelona 5x0 Real Bétis

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