terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

22ª rodada: Ninguém quer Liga dos Campeões não?

O Espanyol foi ao País Basco e saiu com um empate bom nas costas, numa rodada onde os postulantes à Liga dos Campeões não triunfaram (getty images)

Athletic Bilbao 3x3 Espanyol
As duas equipes fizeram jus às expectativas. Num confronto direto por Champions League, quem saiu sorrindo foi o Espanyol, que além de se manter na quinta colocação com os mesmos 32 pontos do Levante, levou do San Mamés na bagagem um gol aos 47 minutos do segundo tempo: quando Albín recebeu de um guerreiro Verdu e fuzilou a meta de Iraizoz, Pochettino foi ao delírio. A estreia de Coutinho foi opaca, mas o brasileiro saiu de campo com nota 6. Foi dele a jogada iniciada no gol de Romaric, que passou pelos pés de Weiss. Em grande fase, o israelense começa a ter sua titularidade garantida pelo treinador argentino. Os bascos continuam próximos da principal competição europeia, mas voltam a sofrer um revés nos minutos finais, como no início da temporada.

Atlético de Madrid 0x0 Valencia

Sem cerimônias, Atlético e Valencia fizeram um jogo agradável em Manzanarez. Tecnicamente, a partida não foi brilhante, mas a proposta de jogo voltada ao ataque das duas equipes deixou a partida interessante. O zero, contudo, não saiu do marcador. Para Simeone, um recorde: pela primeira vez desde 1991, os rojiblancos ficam 5 jogos sem sofrer um gol. Numa rodada que poderia ser favorável, o Atlético de Madrid não fez o dever de casa e, sem conquistar os três pontos, desperdiçou uma chance de entrar na zona de LC pela primeira vez desde a temporada 08/09. O Valencia, necessitando fazer o resultado para se distanciar dos rivais, foi a campo com a equipe titular mesmo com uma semifinal de Copa do Rei para fazer.

Granada 2x1 Málaga
Efeito Abel Resino. É só disso que a torcida do Granada quer saber. O treinador segue colhendo frutos positivos desde que chegou ao clube e já faz a equipe respirar. No mini-dérbi da Andaluzia, o Málaga foi a vítima. Os blanquiazules, assim como Atlético de Madrid, Athletic Bilbao e Espanyol, não conseguiram levar os três pontos para casa e, assim, se aproximar mais do Levante. O duelo que fechou a rodada também foi marcado pelo bom futebol, numa das melhores rodadas desta edição da Liga Espanhola. Os goleiros trabalharam: tanto Caballero quanto Júlio César tiveram dificuldades e evitaram que mais gols saíssem. O Málaga lamenta o fato de um erro individual ter jogado por água abaixo a boa partida, quando Demichelis falhou frente a Iñigo López, que decretou a vitória granadense. Ao total, foram 25 chutes a gol.

Getafe 0x1 Real Madrid
Mesmo quando joga abaixo da média o Real Madrid triunfa. Foi assim no Coliseum Alfonso Pérez, quando Sergio Ramos cabeceou firme para marcar o único gol da importante vitória blanca ante o rival estadual. Mourinho deixa claro que Kaká ainda é opção confiável, ao utilizar o brasileiro como titular pela quarta vez consecutiva. Ao lado de Özil, Kaká tem espaços para poder jogar seu futebol. Com o alemão deslocado para a direita do campo, onde está se saindo muito bem e tem recuperado seu futebol, o camisa 8 ensaia algumas arrancadas dos tempos de Milan em lampejos. Mas um lance deixou polêmica: no segundo tempo, uma bola que resvalou na mão de Pepe não foi assinalada como pênalti, num fato que poderia mudar os rumos da partida.

Barcelona 2x1 Real Sociedad
O Barcelona também não fez uma boa partida e, por pouco, não se complicou mais. Com as lesões a exaustão que vem atacando o elenco, Guardiola viu-se obrigado a entrar em campo com Jonathan Dos Santos e Tello. O treinador, sem escolhas, também voltou ao 4-3-3, com Daniel Alves e Adriano, que no esquema com três zagueiros atuam ora como alas e ora como ponteiros na linha de três ofensiva, retornando à posição de lateral. A filosofia de jogo barcelonista segue. Os azulgrenás dominam seu adversário e ficam mais tempo com a posse de bola. Mas falta inspiração e sangue nos olhos. André Rocha, do blog Olho Tático, do globoesporte.com, tratou muito bem do assunto.

Sevilla 1x2 Villarreal
O Sevilla voltou a decepcionar perante os aficionados. Se, há três/quatro temporadas, o estádio sevillista trazia medo ao adversário, devido ao clima de tensão que envolvia a torcida, isso já não acontece mais. A derrota para um recuperado Villarreal marcou o fim da linha para Marcelino Toral no comando técnico nervionense. Marcelino cavou sua própria cova. No segundo tempo, mudou inexplicavelmente sua equipe para o 3-5-2. A tática expôs o time ao contra-ataque amarillo. E foi numa jogada como essa que Camuñas sentenciou a vitória do Villarreal, que saiu da zona de rebaixamento. Ainda sem Nilmar, cortado por decisão técnica, Molina estreou o uruguaio Martinuccio, ex-Peñarol e Fluminense.

Mallorca 1x0 Bétis
Catenaccio. Cadeado, em italiano. No futebolês, um esquema do pós-guerra que teria começado no Calcio Italiano na Triestina do treinador neto de austríaco Nereo Rocco. O esquema era tão fechado para a época que parecia um ferrolho. Suíço. Em francês, “verrou”. Em alemão, “riegel”. Tudo simbolizando um cadeado. Um esquema fechado, defensivo. Foi assim que o Mallorca chamou a atenção da imprensa espanhola. Após o gol de Gonzalo Castro, no início do primeiro tempo, Caparrós recuou as duas linhas de quatro, deixando-a intransponível. O Bétis teve a bola durante toda a partida (67% da posse de bola), mas não soube o que fazer. O goleiro malloquín Calatayud pouco trabalhou.

Levante 1x1 Racing Santander
Cansaço é a palavra que define o Levante 2012. Em nove jogos, envolvendo Liga e Copa, apenas um triunfo, contra o Alcorcón na Copa. Um elenco curto e de idade (média de 31 anos) tinha que pagar o preço ao longo da temporada. As lesões apareceram, e com elas o time caiu de produção. Está, definitivamente, em queda livre. Até o Ciutat de Valencia já não apresenta o mesmo clima de outrora. Frio, o estádio levantino tem estado vazio nos últimos jogos da equipe. Enquanto o Levante mostra um cansaço, o Racing Santander por sua vez batalha contra o rebaixamento e não pode mostrar preguiça. Em Valencia, jogou bem e foi uma equipe guerreira, mas o resultado, comemorado pelo treinador José González, não valeu para equipe ficar fora do descenso.

Sporting Gijón 1x1 Osasuna
Um golaço de Lekic silenciou o Molinón, no jogo do meio-dia espanhol. No primeiro jogo após a demissão de Manolo Preciado, que estava no comando técnico do Sporting Gijón há seis anos, os asturianos jogaram bem. Dominaram os rojillos na primeira etapa e saíram na frente com Carmelo. Porém, as mudanças do interno Tejada, que tirou Barral e De Las Cuevas, diminuiu o ritmo de jogo rojiblanco, que acabou sofrendo um castigo. A equipe não mostrou uma reação para buscar o gol do desempate e segue com a ameação do rebaixamento às costas. Com 19 pontos, está a quatro de sair da zona. A tabela é ingrata: nas próximas rodadas, encara Valencia, Atlético de Madrid e Barcelona. O Osasuna, com o empate, fica de fora da zona de Liga Europa.

Zaragoza 1x2 Rayo Vallecano
Começa a passar a ser quase impossível pensar num Zaragoza na Liga BBVA na próxima temporada. Com problemas extracampos intenso, envolvendo seu presidente, os maños estão na última colocação, a 11 pontos de sair do inferno. Com gol de Diego Costa, que estava fora dos gramados por oito meses após uma lesão grave no joelho, o Rayo Vallecano começa a respirar aliviado. Aproveitando-se da fragilidade defensiva dos aragoneses, partiu para cima na segunda etapa e conseguiu a importante virada. Foi a terceira virada consecutiva que os maños sofrem.

Seleção da rodada
Diego López (Villarreal); Sergio Ramos (Real Madrid), Puyol (Barcelona), Javi Martínez (Athletic Bilbao), Casado (Rayo Vallecano); Borja Valero (Villarreal), Jesus Navas (Sevilla), Weiss (Espanyol); Gonzalo Castro (Mallorca), Llorente (Athletic Bilbao), Tello (Barcelona). Treinador: Abel Resino (Granada).

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