segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Fim da linha

Não adiantou rezar, Marcelino (reuters)

Na 11ª colocação com apenas 26 pontos, a temporada do Sevilla torna-se um pesadelo a cada jogo. Não bastasse a irregularidade mostrada no primeiro turno, a equipe da Andaluzia vê pela frente um 2012, até o momento, negro. Contabilizando somente a Liga Espanhola, já foram cinco jogos e nenhuma vitória. Vale lembrar que, em 2011, fechou o ano com uma goleada sofrida ante o Real Madrid por 6 x 2. Uma semana antes, havia perdido para o Levante, no Ciutat de Valencia, por 1 x 0.

Os maus resultados vem desde o início da temporada. A contratação de Marcelino Toral foi vista por bons olhos pelos torcedores, pelo fato de o treinador ter feito um bom trabalho no Racing Santander, quando livrou os cantabrianos de um rebaixamento. Mas a moral do treinador asturiano logo foi se invertendo de valores quando, logo no segundo jogo oficial da temporada, sua equipe foi eliminada da Liga Europa pelo Hannover. A eliminação precoce numa competição onde o Sevilla copou duas taças consecutivas há seis temporadas começou a colocar em xeque o trabalho de Marcelino logo no início. A tragédia já estava anunciada.

Sete meses depois de demitir Gregório Manzano e anunciar Marcelino Toral, o presidente José Maria Del Nido tomou mais uma ação: numa decisão adotada nesta manhã, resolveu demitir o treinador. O presidente sevillista se reuniu com o vice-diretor esportivo Ramón Rodríguez (mais conhecido como Monchi) e chegou à conclusão que não tem mais clima para Marcelino no comando técnico sevillista. Del Nido aproveitou para dizer, em nota publicada no site oficial do clube, que está agradecido pelo profissional que foi Toral e lamentou o fato de ter que tomar uma decisão drástica devido aos péssimos resultados.

Apesar dos "elogios" do presidente, o asturiano cavou sua própria cova. Em momento algum da temporada, conseguiu passar ao conjunto um plano de jogo adequado. Abdicou do 4-4-2 utilizado no Racing Santander e do 4-4-2 a rombo que Manzano usava à época de Sevilla para jogar num 4-2-3-1. Deu certo até o momento em que as lesões redimensionaram o seu trabalho. Da 2ª à 10ª rodada, os rojiblancos mantiveram-se invictos. Quando foi derrotado para o Granada no Pizjuan perdeu o rumo. Entre a 11ª rodada e a 22ª, apenas duas vitórias. A volta de Reyes foi comemorada porque esperava-se que, em meio à fase turbulenta, o jogador, identificado com o clube e com a torcida, pudesse dar um plus à maneira de jogar. Não deu. Até o momento, Reyes está abaixo de sua média e não ajuda muito o Sevilla.

É difícil pensar num Sevilla rebaixado, mas a opção começa a ganhar contornos de realidade. O Sevilla não ocupava uma posição tão ruim na 22ª rodada desde a temporada 2003/2004. Há de se olhar mais para trás ainda para achar uma equipe que vencera menos: e é a de 1999/2000, com apenas 6 vitórias em 20 jogos. Nessa temporada, o Sevilla foi rebaixado. O Sevilla que Marcelino Toral deixou para o próximo treinador é sofrível. É um time cada vez mais triste, indefinido, que quando ataca se funde, e quando se defende se funde também. Este Sevilla não sabe muito bem quem é e não sabe o que não é. Não é uma equipe solvente, não é sólida, não é efetiva. Lhe custa um mundo para fazer gols.

Tampouco é uma equipe morta, porque os jogadores, mesmo com as suas limitações, tentam e corre, mas isso é o mínimo que se pede. Essas são virtudes de uma equipe vulgar e medíocre, de uma equipe que é a 11ª da tabela. Definiu bem o El Desmarque, periódico que cobre os clubes da Andaluzia, na semana passada, após o jogo contra o Málaga: "nem quando joga bem, nem quando joga mal, nem quando joga de forma regular. Nem quando ataca e nem quando defende, nem quando acerta e nem quando erra. Esse é o Sevilla nem-nem, o que não ganha de ninguém.", escreveu o jornalista Álvaro Ramírez.

Em sua última coletiva como treinador, Marcelino Toral admitiu toda a culpa. "Sou o maior responsável por esse momento", disse, finalizando-a. Del Nido corre atrás de um treinador. Especula a imprensa espanhola que o ex-Getafe Míchel é a opção mais plausível no momento. Quique Sánchez Flores também aparece na lista. Seja quem for, o novo treinador tem que colocar na cabeça que o elenco é limitado. Com Reyes, Jesus Navas, Perroti, Rakitic, Trochowski e Medel, o Sevilla tem um dos melhores meio-campo da Espanha. Mas a defesa é fraca e o ataque carece de atacantes bons. Negredo não joga um futebol semelhante ao ótimo de 2010/2011 e Kanouté vive de nome há um bom tempo. Fato é que Michel ou seja lá quem for terá um trabalho cruel pela frente.

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Atualização 20:28: Míchel foi anunciado como novo treinador do Sevilla. Chega com contrato firmado até o final da temporada e renovará automaticamente se conquistar a vaga para a próxima Liga dos Campeões.

2 comentários:

  1. Rakitic caiu muito de rendimento tambem

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  2. De fato, em relação à temporada passada, o rendimento de Rakitic tá muito abaixo da média.

    Abraço!

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