domingo, 6 de novembro de 2011

12ª rodada: Quem manda aqui somos nós

O dono da cidade: Valencia vence dérbi local contra o Levante e ultrapassa os rivais na tabela, ficando a quatro pontos do líder Real Madrid. Brigará por título? (getty images)

Três jogos abriram a décima-segunda rodada da Liga BBVA. Entre eles, destaque para o dérbi valenciano mais importante dos últimos anos: Levante e Valencia entraram no Ciutat de Valencia pela primeira vez em um dérbi onde as duas equipes chegavam em posições favoráveis na tabela. O resultado final foi uma decepção para os torcedores granotas: o Levante foi derrotado em casa por 2 a 0 e deixou de vez as primeiras posições. O Valencia, por sua vez, chegou aos 24 pontos e, de praxe, ultrapassou os rivais locais, ganhando moral para o próximo desafio: a quatro pontos do Real Madrid, receberá na próxima rodada os merengues, querendo diminuir a diferença e se estabelecer na briga pelo título. Nos outros jogos, dois 0-0 insonssos entre Mallorca-Sevilla e Bétis-Málaga.

Levante 0x2 Valencia (Victor Mendes)
A cidade de Valencia tem um novo dono: o tradicional Valencia venceu o dérbi local e já está à frente na tabela dos ex-líderes do campeonato. A vitória foi motivo de zoação da Curva Nord, torcida organizada ché, que entoaram após o jogo que "Valencia é blanquinegra!". Em um dérbi quente, o Levante começou melhor e teve a oportunidade de abrir o placar cedo: após boa jogada de Barkero pela direita, Koné chutou de primeira para bela defesa de Guaita. À medida que o Valencia foi tomando conta da posse de bola, os chés começavam a criar mais oportunidades reais. E em uma enfiada de bola sensacional de Tino Costa para Jordi Alba, o lateral saiu na cara de Munúa, mas acabou travado por um desastrado Javi Venta, que marcou contra a própria porteira. Tino Costa ainda viria a aparecer positivamente na segunda etapa: o volante arriscou um chute de longe e Munúa aceitou, no gol que sentenciou o resultado.

O argentino, que inventou o um a zero e marcou o dois a zero, fez uma partida impecável e foi com justiças eleito o melhor em campo. Num período de vacas magras para os armadores do Valencia, com as lesões de Banega e Canales, o argentino substituiu à altura seu compatriota na volância e mostrou a Unai Emery que é uma excelente opção no período de baixa de Banega. Feghouli, substituto de Canales, voltou a fazer uma partida notável: escalado pelo flanco direito no 4-4-2 - tática que foi bastante elogiado pelos críticos espanhóis -, o francês mostrou o futebol que o consagrou no Grenoble e levou a Paterna. Um verdadeiro furacão para Juanfran, que não conseguiu pará-lo em nenhum momento.

Outro ponto destacável na partida ché foi a dupla de zaga formada por Rami e Víctor Ruíz, que vai esbanjando confiança. A atuação soberba da dupla é uma esperança de Unai Emery para parar o poderoso ataque do Real Madrid, próximo adversário do Valencia. Derrotado e, agora, na quarta colocação, o Levante perdeu também a invencibilidade em casa. Juan Ignácio Martínez colocou uma equipe bastante ofensiva, mas seu 4-2-3-1, inicialmente, foi a campo para fechar os espaços blanquinegros. Entretanto, como bem destacou Ballesteros após a partida, faltou aos azulgrenás mais agressividade. Nem de longe o Levante lembrou a equipe que vinha encantando nos jogos anteriores. Acuados, os granotes pareciam sentir o peso de um dérbi importante e foram engolidos por um Valencia que, a cada jogo, vai encontrando o caminho do sucesso.

Mallorca 0x0 Sevilla
O melhor Mallorca desde a chegada de Joaquín Caparrós ao comando técnico balear não foi o suficiente para bater Javi Varas, surpresa mais do que positiva da temporada. Em mais uma grande partida do goleiro andaluz, o Sevilla conseguiu levar um ponto suado a Nervion. Se não vence fora de casa há quatro partidas, ao menos Marcelino Toral tem algo a comemorar: não tem sofrido gols. Escudé e principalmente Spahic têm atuado com bastante solidez e a retranca feita contra o Barcelona já havia sido notável. Um dos méritos do treinador foi ter recuperado o bom futebol de Jesus Navas e se conseguir tal feito com Rakitic seria uma boa. O croata está distante do futebol que o levou à seleção do campeonato passado feito pelo blog no Balanço Final e está longe da forma física ideal. Na ausência de Negredo e Rakitic, o treinador optou estranhamente por jogar com Manu Del Moral na referência. Pelo lado balear, como bem destacou Caparrós, essa é a linha a seguir, mas falta concluir com mais êxitos.

Bétis 0x0 Málaga
Em uma das piores partidas da temporada, Bétis e Málaga fizeram um clássico regional sem nenhuma emoção e sem nenhum gol. O empate teve sabor quase que igual para as duas equipes: enquanto o Málaga vai perdendo o contato com o pelotão da Champions e vê Rayo Vallecano e Espanyol se aproximarem na tabela, o Bétis somou seu sétimo jogo sem conhecer os três pontos. Após viver um paraíso, os verdiblancos já sem veem no inferno: com 13 pontos, está a quatro pontos da primeira equipe da zona de rebaixamento, o Granada. A boa notícia para os anfitriões foi a boa partida da promessa Pozuelo, que começou como titular e saiu de campo aplaudido para a entrada de Matilla. Jogando aberto pela direita, o jogador, que foi comparado a Messi quando mais novo, levou perigo duas vezes à meta de Caballero. O Málaga, por sua vez, sentiu a goleada sofrida para o Levante há quatro rodadas. Desde a partida contra os granotes, quando vivia uma boa fase, os blanquiazules não conseguem atuar com brilhantes. Apesar de ter à disposição jogadores com talento, falta algo a mais para a equipe de Pellegrini, que, pelo incrível que pareça, não está preocupado com os últimos resultados.

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