domingo, 10 de julho de 2011

Campeones Del Mundo: Francesc Fàbregas

Fàbregas surgiu muito cedo e sente a falta de títulos pelo Arsenal; mas, na seleção, é um dos símbolos da geração acostumada a vencer (Ag. EFE)

Fàbregas ficou conhecido ao redor do mundo ainda muito jovem. Muito técnico, de passe fácil e com bom arremate, o catalão não pôde ficar de fora da lista de 23 do técnico Vicente Del Bosque. Mesmo vestindo a camisa dez da Roja, o meia foi reserva durante toda a campanha na África do Sul, mas só não entrou em campo em duas partidas. Porém, Cesc desempenhou papel fundamental ao título espanhol, pois a assistência para o gol de Iniesta, que garantiu a taça para a Furia, partiu de seu pé direito.

Fàbregas começou a torcer para o Barcelona desde pequeno, incentivado pelo avô. Mas sua trajetória futebolística teve o CE Mataró como ponto de partida. Por também ter a Catalunha como base, era comum que houvesse jogos contra os blaugranas, e para evitar o assédio sobre seu craque, o clube não colocava Fàbregas para jogar essas partidas. Porém, aos poucos, a vontade do culé pesou e Cesc se intregou à La Masia.

Nas canteras blaugranas, o meia-central encontrou Messi e Piqué. Ainda sem o argentino, na categoria sub-12, foram 30 jogos, 29 vitórias e um empate; 200 gols a favor e apenas 10 sofridos. Com a chegada da “Pulga”, em excursão pela Inglaterra, em dois jogos a equipe não foi vazada e marcou nove vezes, mostrando força impressionante. Porém, com 16 anos, Cesc já pensava em ter espaço no time principal. Isso não ocorreu e Arsene Wenger conseguiu levá-lo para a academia de jovens do Arsenal.

Em um jogo da Copa da Liga, em outubro de 2003, Fàbregas debutou com a camisa dos gunners. O primeiro gol veio contra os Wolves no dia 2 de dezembro. A precocidade do catalão está marcada na história do Arsenal, pois até hoje ele é o mais jovem jogador a atuar pelo time principal e a marcar. Mesmo longe da Espanha, o catalão seguiu sendo convocado para a base da seleção. No Mundial Sub-17 de 2003, a fúria foi vice-campeã e Cesc foi o detentor da chuteira e da bola de ouro. Um ano depois, no Europeu da categoria, mais um vice-campeonato e novamente o prêmio de melhor jogador.

Na temporada 2004-05, Fàbregas passou a ser mais utilizado, pois as lesões passaram a incomodar os volantes mais experientes da equipe (Vieira, Edu e Gilberto Silva). O ano da confirmação entre os onze iniciais foi 2005-06, quando Vieira se mandou para a Juventus. A saída do francês também possibilitou que Cesc assumisse a camisa quatro, do ídolo dos tempos de Barcelona, Josep Guardiola.

Os gunners terminaram a temporada com o vice-campeonato da Liga dos Campeões, derrotados pelo Barcelona. Luis Aragonés ousou ao levar o jogador de apenas 19 anos para a Copa do Mundo da Alemanha. Reserva durante a má campanha em 2006, participou de todos os jogos e ganhou a vaga de titular no último jogo da primeira fase. Após a boa participação, o camisa 18 da roja foi um dos indicados ao prêmio de melhor jovem do Mundial – vencido pelo alemão Podolski.

Após a Copa, Fàbregas voltou ao Arsenal, onde já era referência. Individualmente, a temporada 2006-07 foi ótima, pois o camisa quatro conquistou vários prêmios: Melhor Jogador Gunner, Time do Ano da UEFA, Jogador e Jovem do Ano pela Associação de Jogadores Profissionais da Inglaterra. Porém, a alegria não era completa, pois o time do norte de Londres sentia (e ainda sente) a falta de títulos.

No ano seguinte, tudo parecia igual: Fàbregas bem, mas o Arsenal não conseguindo conquistar taças. Entretanto, a saída de Henry para o Barcelona agravou a situação. Sem o maior artilheiro da história do clube, a responsabilidade caiu nos ombros do meia-central. Com isso, Cesc foi, aos poucos, se tornando o símbolo da fase sem títulos dos gunners.

Mas veio um novo chamado de Aragonés, dessa vez para a Eurocopa 2008. Fàbregas recebeu a camisa dez, novamente ficou no banco, mas participou de todas as partidas. Na primeira fase, contra a Rússia, ele fez seu primeiro gol pela Fúria, e com a lesão de Villa, na semifinal, Cesc foi titular na final frente à Alemanha. Na volta para a Inglaterra, o mesmo ambiente: muita inexperiência e o também jovem camisa 4 tendo que comandar a equipe. Em 2008-09, o comando dentro de campo passou oficialmente a ser dele, quando se tornou o capitão gunner.

Mesmo marcando 15 gols e dando passe para outros 13, Fàbregas não conseguiu levar o Arsenal além do terceiro posto da Premier League 09-10. O desempenho lhe rendeu a convocação para a Copa do Mundo de 2010. A camisa novamente foi a dez e o banco, o seu melhor amigo. Cesc participou de quatro partidas e teve papel decisivo na final, pois, como já explicamos no primeiro parágrafo, partiu de seu pé direito a assistência para o tento de Iniesta, que garantiu o primeiro título de Mundial para a Roja. Ao final da Copa, uma transferência para o Barcelona foi muito cogitada, mas ele acabou ficando na Inglaterra. Porém, o sonho dos blaugranas do retorno do filho pródigo segue vivo.

Na volta como campeão Mundial, ele reencontrou o Arsenal com limitações e recentindo de uma referência. Com isso, Fàbregas recebe as críticas pela ausência de novas taças no Emirates. A grande questão é a imaturidade que o time mostra em momentos decisivos. O jovem capitão falou sobre isso recentemente à Revista Don Balón, mas lembrou que ainda é bem jovem e terá tempo para conquistar títulos como protagonista no futuro. Porém uma mudança de ares pode ocorrer em breve.

Cesc Fàbregas
Nome completo: Francesc Fàbregas i Soler
Nascimento: 4 de maio de 1987, em Barcelona, Espanha
Posição: Meio-campista
Clubes: Barcelona (1997-03) e Arsenal (Desde 2003)
Títulos: Supercopa da Inglaterra (2004), FA Cup (2004-05), Copa do Mundo sub-17 (2003), Eurocopa sub-17 (2004), Eurocopa (2008) e Copa do Mundo (2010)
Seleção Espanhola: 58 partidas e 6 gols

2 comentários:

  1. Uma coisa que eu sempre fico com dúvidas: como encaixar Fabregas no esquema do Barcelona, o 4-3-3? Tirar o Busquets ou o Pedro, colocando o Iniesta mais na frente, seria doidera do Guardiola.

    Belo texto, Pedro, abraço!

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  2. Jairo,

    para encaixar Fàbregas, Guardiola pode mudar o módulo tático da equipe para um 3-4-3. Há uma enorme possibilidade de Daniel Alves ir para o banco por causa disso. Mas ele também poderia virar "zagueiro" pela direita, com liberdade para subir. Enfim, isso foi o que especulou o Sport. Acho difícil o Guardiola revolucionar o esquema a esse ponto, sabendo que, à época em que o Rijkaard usou, não foi muito bem.

    Abraço!

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