quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Massacre

O Real Madrid aniquilou o Milan e confirmou o favoritismo para conquistar o título da Champions (getty images)


Os 80 mil espectadores presentes no Santiago Bernabéu viram jogo de um time só. Os donos da casa, postados em um 4-2-3-1 bem compacto e eficiente, foram os donos da partida o tempo inteiro e praticamente não deixaram o Milan jogar, em um dia muito pouco inspirado de Ronaldinho, Pato e Ibrahimovic. Cristiano Ronaldo e Özil, por outro lado, fizeram grande partida. e decidiram. Com o triunfo merengue, José Mourinho alcança sua quarta vitória sobre o Milan em seis jogos. Todas as outras foram quando ainda comandava a Inter.

Os merengues começaram imprimindo um ritmo alucinante que o Milan em momento algum conseguiu acompanhar. Com menos de um minuto de bola rolando, um torcedor invadiu o campo e logo foi retirado pelos seguranças. O Real Madrid começou a partida explorando mais o lado esquerdo com Cristiano Ronaldo e pressionou a saída de bola do Milan, que encontrava dificuldades para organizar suas jogadas ofensivas. Com apenas 15 minutos de bola rolando, o jogo já estava decidido a favor do Real Madrid: Cristiano Ronaldo marcou de falta, em falha da barreira milanista, e Özil ampliou, com chute que desviou em Bonera antes de entrar. A grande velocidade dos dois meio-campistas assustou a zaga rossonera, desfalcada de Thiago Silva. Bonera, atrapalhado, não fez boa partida e evidencia o velho problema do time, que não tem um bom zagueiro substituto.

Mas não foi só a superioridade técnica que ficou clara na partida. Fisicamente, o Real Madrid se mostrou muito mais preparado também. Bem compactado no meio e com Khedira e Xabi Alonso muito bem no combate, poucas vezes o time de Mourinho perdeu uma disputa com o envelhecido meio milanista, composto por Gattuso, Pirlo e Seedorf. Os rossoneri pecaram também na hora da recomposição da defesa, uma vez que não acompanhavam a velocidade merengue. A pouca entrega dos homens de frente na ajuda à defesa ainda é grande problema para Allegri.

Outro grande problema do técnico é essa dependência dos bons momentos de Ronaldinho e Ibrahimovic. Quando um dos dois não vai bem, o time cai bem de qualidade. Na partida, a situação foi ainda pior. Nenhum deles conseguiu se impor sobre a boa marcação madrilenha e Pato não recebeu bons passes. Pepe e Ricardo Carvalho anularam os dois atacantes sem dificuldades, enquanto Ronaldinho, sem criatividade, ficou preso na intermediária. O gaúcho, aliás, estava sendo observado por Mano Menezes, nas tribunas. O técnico da seleção brasileira não viu uma boa apresentação do atacante, mas deve ter saído satisfeito com o bom rendimento do lateral Marcelo, pelo lado merengue. Sob o comando de Mourinho, o ex-fluminense melhorou muito defensivamente e continua chegando bem ao ataque. Após o jogo, Mou o derretou de elogios

Massimiliano Allegri, treinador do Milan, tirou Ronaldinho e colocou Robinho em campo. O atacante, que forçou sua saída do Real Madrid, foi “recebido” com muitas vaias - repetidas todas as vezes nas quais o brasileiro tocava na bola. O dia foi especial para Casillas. O goleiro merengue entrou em campo pela 108º vez na história da Champions League, tornando-se o goleiro que mais atuou na competição europeia. Ficou nítido para o time do técnico de Setubal que o mapa da mina é atacar pelo setor esquerdo do time de Milão. Com nove pontos, o Real Madrid vai mais tranquilo para o jogo do dia 3 de novembro, no San Siro.

Algumas partes retiradas do texto de Rodrigo Antonelli, do Quattrotratti. Amanhã, textos sobre a vitória do Barcelona e o empate do Valencia.

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