quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Descapitalização do Sevilla

Jose Maria del Nido, presidente do Sevilla (reuters)

Após a eliminação para o fraco Braga(POR) na fase preliminar da LC, o Sevilla se vê em uma grande descapitalização. O time que Antonio Alvarez levou a campo nessa partida em relação ao time que Juande Ramos colocou em campo há cinco anos atrás contra o Celta, em Balaídos, é um grande exemplo do que se convertiria a equipe andaluz. Ao final do texto, podem ser comaparadas ambas as escalações.

A primeira coisa que mais chama atenção é a renovação extrema do time, em um período de um lustro - cinco temporadas -, ou seja, um período não tão grande para um clube que viveu um ciclo triunfador, só sobraram como titular Palop e Jesus Navas, e no plantel Drago, Renato, Kanouté e Luis Fabiano. Ao inverso, dos que jogaram contra o Braga, e fora os mencionados, somente Julien Escudé coincidiu com aquele time de 2005. Houve bastante mudanças, desde então.

É quando se começa a analisar as trocas quando percebes que algo há mudado demais, e não para um lado bom, mudança na estrutura da equipe. Com certeza, a baixa que mais chama atenção e mais sentida foi a de Daniel Alves, que é um super jogador e foi um ótimo negócio, com certeza se encontra entre os melhores jogadores do mundo. Seu substituto, Konko, não demonstrou muito nos dois anos e meio que está no clube, e apenas disputou metade das partidas. Não pode se esperar que cada ano venha um jogador por menos de um milhão de euros que se torne um craque mundial, mas se deve reconhecer que faz tempo que não chega a Nervión um futebolista da qualidade comparável a de Kanouté ou Luis Fabiano - o primeiro quem sabe jogou suas melhores partidas pelo Sevilla, enquanto o segundo faz tempo que tem a mente do outro lado, fora de Sevilla -, e nem mesmo da importância de Renato ou Adriano Correa. Do onze inicial da partida contra o Braga, raramente imaginamos um jogador dos "novos" em uma equipe de nível mundial. Talvez com a honrosa exceção de Perotti. Parecia também que Negredo até ano passado. Zokora é um meio campo útil, e um pouco mais e só.

Outra categoria que parece ter sumido de uma escalação para outra é um jogador rodado ou veterano de grande rendimento. Nessa categoria podemos colocar Javi Navarro que se converteu no símbolo do Sevilla após chegar do Valencia; Enzo Maresca que recordamos de sua excepcional prestação ao time na final de Eindhoven, que chegou depois de más atuações na Juve; ou o Pep Martí, meio campo de notável rendimento que atuou até os 33 anos como um dos pilares do meio campo. Esse tipo de futebolista parece ter desaparecido das escalações "modernas", em que só encontramos germes do conceito, como Alexis ou Fernando Navarro.

Finalmente, para não extender muito, apontamos algo sobre o potencial caminho percorrido dos jogadores de cada equipe. No de 2005, no mínimo sete jogadores da escalação titular se pode garantir uma grande carreira por vários anos, sem medo de se equivocar em demasia; e assim foi, todos eles no Sevilla, exceto Daniel Alves e Adriano, hoje no Barcelona. A quantos da escalação principal desejamos, realismo em mãos, um futuro tão promissor? Com certeza muito menos, e as razões dessa resposta é o que está levando muita gente a se perguntar o que há mudado nesses anos no exemplar secretariado técnico do Sevilla? No que Mochi passou de milagroso a discutido. A mudança foi notável.

Sevilla (setembro 2005): Palop; Alves, Javi Navarro, Dragutinovic, David; Jesús Navas, Maresca, Martí, Renato (Kanoute, m. 46); Adriano (Saviola, m. 46) y Luis Fabiano (Kepa, m. 64).

Sevilla (setembro 2010): Palop; Konko, Alexis, Escudé, Fernando Navarro; Alfaro (Acosta, m.80), Zokora, Guarente, Navas, Perotti; Cigarini (José Carlos, m.69) y Negredo (Luis Fabiano)


Um comentário:

  1. A mudança é drástica mesmo. E, na minha opinião, o Sevilla começou a cair após a perder o Daniel Alves para o Barcelona.

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