segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Relação em crise

van Nistelrooy chegou como esperanças de gols, mas, convivendo com as lesões, passou a ser opção para o banco (getty images)

O sheikh Abdullah Al-Thani montou um projeto ambicioso a fim de colocar o Málaga entre os grandes espanhóis. As expectativas em torno do novo Málaga eram enormes antes da temporada começar e o plano era, além de ambicioso, promissor. Na janela de verão foram gastos mais de 50 milhões de euros, o que deixou os blanquiazules atrás apenas de Atlético de Madrid e PSG como os clubes europeus que mais gastaram. Hoje, com o primeiro semestre da temporada chegando ao fim, o sabor é amargo. Em 16 jogos, sete vitórias, três empates e 6 derrotas, totalizando 24 pontos. Com a derrota do último domingo para o Valencia, saiu da zona de competições europeias pela primeira vez: na sétima colocação, viu o Osasuna o ultrapassar após boa vitória contra o Villarreal.

Nos bastidores, o clima é de desconfortos. A maior delas, sem dúvidas, tem a ver diretamente com uma das contratações mais comemoradas pela torcida. van Nistelrooy tem tornado-se terceira opção para Pellegrini nos últimos jogos e, obviamente, não tem estado agradado. O melhor centroavante da primeira década do século XXI, segundo o IFFHS, ficou no banco de reservas nos últimos quatro jogos. Num jogo válido pela Copa do Rei, onde o treinador chileno escalou uma equipe mista, o holandês apareceu como titular, ratificando que, no momento, o seu lugar é o banco de reservas. Especula a imprensa espanhola que o atacante está indignado pelo fato de ter tornado-se reserva.

Nem com o novo esquema com dois atacantes Nistelrooy aparece como titular, o que o deve deixar mais furioso. Os focos estão apontados para Juanmi, grata revelação da Liga, de apenas 18 anos, e Rondón, novamente fazendo boa temporada. A fase negra do ex-merengue já deixa dúvidas quanto a sua renovação. A cada jogo, Pellegrini parece estar "decidido" a não contar com Nistelrooy. Seu contrato acaba em junho de 2012 e o objetivo do clube da Andaluzia, dizem, é buscar um novo nove. Duas razões são contra Nistelrooy: seu baixo rendimento, muito aquém do esperado, e seu distanciamento com o treinador. Há duas semanas, um dia antes da derrota para o Osasuna, adversário, por ora, direto na briga por Liga Europa, o Marca revelou que os dois tiveram uma forte discussão no treinamento. Fontes consultados pelo jornal da capital revelaram que o furo dado pelo periódico é verdadeiro.

Casualidade ou não, Pellegrini o deixou de fora da lista de convocados para o duelo ante os rojillos. Fora as três semanas em que esteve lesionado, foi a primeira vez que o holandês ficou de fora de uma partida na temporada estando apto. O descontentamento de van gol, alcunha dada à época na qual era jogador do Real Madrid, é grande. A origem desse tem a ver diretamente com o ex-clube na Espanha do jogador. Van Nistelrooy passou a frequentar o banco no duelo contra o Real Madrid, em que os blanquiazules perderam de 4 a 0. Naquele dia, quando Cristiano Ronaldo marcou três vezes, Nistelrooy ficou no banco os noventa minutos e, a partir daí, esfriou sua relação de cordialidade com o treinador.

Contra o Getafe, mostrou sua pior versão, sendo totalmente inócuo, o que deixa Pellegrini com mais razão para barrar da equipe titular. Juanmi está voando e Rondón se movimenta com contudência. Os números, sempre amigos do holandês, também não estão ao seu lado. Na temporada, foi titular em 13 de 16 jogos, um total de 782 minutos, e marcou apenas um gol, exatamente contra os azulones, mas numa partida da Liga (marcada pelo golaço de bicicleta de Julio Baptista). Falta muitos jogos ainda, mas, pelo jeito que está, o lugar de van Nistelrooy em 2012/2013 certamente não deve ser a Andaluzia.

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