domingo, 4 de dezembro de 2011

Dúvidas

Guardiola pensativo: Barcelona voltou a jogar bem, mas a uma semana do superclássico o treinador ainda tem dúvidas, principalmente na parte tática (getty images)

O Barcelona que venceu o Levante convenceu. Ao fazer 5 a 0 na sensação da temporada, os blaugranas devolveram a confiança de outrora aos aficionados, que já começavam a aparentar olhares de desconfiança devido as últimas apresentações, muito abaixo da média. A equipe de Guardiola passou por cima do rival de Valencia, justamente aquele que, na temporada passada, o sufocou nas duas partidas do campeonato. Em Barcelona, venceu porque Pedro foi feliz em dois arremates; em Valencia, empate com sabor de vitória para o catalães, que conquistaram oficialmente o título, e para o granotes, que se livraram do rebaixamento.

Em campo, o Barcelona não deu espaço para a perda de pontos. Pressionando o adversário desde o início, a goleada foi construída cedo, com Fàbregas, aproveitando passe genial de Iniesta. Cesc chega ao superclássico em ótima fase e coloca Guardiola em um dilema. No 4-3-3, Fàbregas é banco, diferentemente no 3-4-3. Entretanto, a segunda opção não caiu nas graças da torcida até o momento, muito por causa das falhas corriqueiras mostradas nos principais jogos da temporada. Contra o Milan, tanto no Camp Nou quanto no San Siro, os azulgrenás passaram por apuros. A tática tem deixado o Barcelona mais avassalador ofensivamente, pelo fato de deixar o meio-campo mais cheio e, assim, aproveitar mais a posse de bola. Entretanto, na parte defensiva, tem deixado a desejar.

Sobretudo no setor direito, onde Daniel Alves tem liberdade para subir ao ataque, os espaços são grandes. E, vale lembrar, é ali o setor de atuação de Cristiano Ronaldo. Contra o Valencia, no Mestalla, Mathieu passeou e uma goleada ché só não saiu pelo péssimo dia de Soldado. Outro fator contra a tática que é defendida a cada coletiva pelo treinador é o fato da defesa jogar em linha e deixar margem para o contra-ataque da equipe adversária. Aí, tocamos em um novo ponto: no mundo, não há equipe que saiba usar melhor esse atributo do que o Real Madrid - fato reconhecido até por Guardiola. Contra o Milan, na estreia da Champions League, um gol de Pato aos 24 segundos escancarou esse problema. Lembrando que o Real Madrid tem três pontos a mais que o Barcelona e um jogo a menos. Valeria a pena arriscar uma tática que, pelo visto, ainda não foi totalmente adaptada? Perder em Madrid e, consequentemente, ficar a nove pontos da liderança é dar adeus às chances do tetracampeonato, principalmente num campeonato onde os gigantes não costuma tropeçar muito.

Individualmente, Pep pôde comemorar as excelentes partidas de Alexis Sánchez e Iniesta, além de Fàbregas. El Niño Maravilha marcou 3 vezes em uma semana e chega com a moral alta para o confronto no Santiago Bernabéu. No jogo de ida da Supercopa, Sánchez foi titular e fez uma partida notável, principalmente para quem estreara justamente num superclássico. Pedro, principal "adversário" pela posição, não voltou bem desde que se lesionou e, especula a imprensa catalã, estaria brigado com o treinador. Curiosamente, o canário não voltou mais à equipe titular após ter criticado publicamente o 3-4-3, ao se referir como "uma tática arriscada em que não está adaptado".

Iniesta, por sua vez, chega tinindo. Após perder o jogo contra o Milan, há duas semanas, por lesão, El Albino já está totalmente 100% fisicamente e, em campo, desfila seu talento. Ontem, fora duas assistências magníficas, para os tentos de Fàbregas e Cuenca, respectivamente. Mesmo sofrendo com a maior diferença de pontos para o Real Madrid desde que Guardiola assumiu o comando técnico do clube, os jogadores barcelonistas não desanimaram. Pelo contrário. Para eles, é um desafio a mais a tentativa de tirar a diferença merengue. Cesc, após a partida, declarou que o Barcelona vai ao Bernabéu sem medo.

Amanhã, resumo completo da rodada e texto sobre a estratégia de Mourinho para o jogão de sábado

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