domingo, 27 de fevereiro de 2011

25ª rodada: Briga quente por Europa

O Espanyol mostrou sua força ante a Real Sociedad e está de volta à briga por Liga dos Campeões (AS)

Na abertura da 25ª rodada, engana-se quem pensa que o destaque vai para Barcelona ou Real Madrid, como tem virado praxe aqui no blog. Tudo bem que o retorno da vantagem de sete pontos dos blaugrana para os merengues merece ser credenciado com toda importância, mas o maior destaque da rodada até então foi o primo pobre da Catalunha. Em um dos jogos decisivos por competições europeias, o Espanyol recebeu a Real Sociedad e reencontrou o caminho das trilhas em alto estilo: impôs aos bascos uma goleada por 4 a 1 e, momentaneamente, estão a seis pontos da Liga dos Campeões. Confira a primeira parte do resumo da rodada.

Espanyol 4x1 Real Sociedad
No jogo mais difícil da carreira de Raúl Tamudo, que reecontrou-se com os aficionados blanquiazules, a Real Sociedad se complicou bastante na luta por uma vaga na próxima Liga Europa. O Espanyol, por sua vez, ressuscitou após a sequência negativa de quatro derrotas consecutivas e irá secar Valencia e Villarreal para continuar vivo na briga por Champions League. O primeiro tempo foi bem intenso, com as duas equipes disfrutandos de boas oportunidades. Os txuri-urdins faziam uma boa partida e Griezzman e Xabi Prieto, respectivamente, abertos pelos flancos, davam muito trabalho a López e David García. A equipe donostiarra ganhava o duelo parcial no meio-campo e dominou todo o primeiro tempo, mas após um primeiro tempo com ótima intensidade, acabou "traída" por um de seus jogadores: após Javi Márquez ganhar na raça uma dividida com Zurutuza, Luis García foi acionado na direita e chutou verticalmente para o gol. Porém, Bravo acabou enganado por um desvio de Estrada, que, no minuto seguinte, foi do inferno ao céu, após culminar jogada de Griezzman.

No segundo tempo, Sergio García pôs o Espanyol à frente do marcador novamente com um belíssimo tento: após receber de Callejón, o catalão, com um lindo giro de corpo, deixou González para trás e chutou com categoria na saída de Bravo. Temerário, Pochettino promoveu a entrada de Dúscher no lugar do atacante, que saiu ovacionado pelos 26.400 espectadores presentes do Cornellá, para reforçar mais sua marcação pelo lado direito, onde Griezzman bordava com facilidade. Ao contrário da primeira etapa, os donostiarras praticamente inexistiram no segundo tempo e, nos minutos finais, ainda receberam mais dois gols: primeiro, num chute seco de Callejón, que teve seu nome ligado a uma possível repatriação do Real Madrid nesta semana, à direita de Bravo e, depois, numa bela cobrança de falta de Javi Márquez. Na saída dos jogadores a campo, Tamudo, muito ativo durante boa parte da partida, deixou os gramados ovacionado e emocionado.

Atlético de Madrid 2x2 Sevilla
O Sevilla melhorou no mercado de inverno, e isso está claro. Contratou Medel, Rakitic e “Fazio”, três jogadores que elevam o nível da equipe. O meio de campo já não é aquele de antes e a defesa mostra ser mais sólida. Com esses três jogadores, o Sevilla, independentemente que alguns deles não estejam em seu dia (como Rakitic ontem, apesar do gol), compete melhor. O empate no Vicente Calderón pode não ser tão bom para alguns, porém serve para um futuro confronto direto ante o Atlético de Madrid, já que vencera na Andaluzia por 3 a 1. Ainda mais se repararmos que o Sevilla foi para a partida com as pernas mais cansadas, depois do esforço ante o Porto.

Os rojiblancos de Manzanares estiveram duas vezes atrás no placar, mas no final Agüero ainda teve uma chance incrível para conseguir a virada, mas a desperdiçou. Mateu Lahoz marcou um recuo controverso da defesa do Sevilla, e, enquanto Varas reclamava, o português Tiago tirou a bola das mãos do rival e cobrou rapidamente para Agüero, mas ele bateu em cima de Varas e desperdiçou um gol feito, para desespero de Quique. O empate frustou as aspirações das duas equipes, que, ainda que minimamente, sonhavam com Champions. Com 12 e 11 pontos atrás do Villarreal, tornou-se complicado para Atlético de Madrid e Sevilla, respectivamente, almejar a principal competição europeia.

Deportivo 0x0 Real Madrid
E o Real Madrid voltou a ficar sete pontos atrás do Barcelona. Com uma linha de frente diferente da escalada contra o Lyon, os merengues não foram capazes de superar a meta de Aranzubia. O arqueiro, aliás, foi o grande nome da partida, pois salvou o time da casa de derrota. O Real Madrid não pôde reclamar de oportunidades. Além de ótimas defesas do goleiro Aranzubía, a trave do Deportivo La Coruña foi carimbada duas vezes. A mira dos visitantes não estava afinada. O confronto no estádio Riazor mostrou desde o início muita disputa no meio-campo, com pouco espaço para as duas equipes. Mas do lado do Real Madrid sobrava qualidade técnica. No segundo tempo, o cenário em campo continuou o mesmo, com uma superioridade do Real Madrid pouco convincente. Até que José Mourinho apelou para as alterações, com as entradas de Adebayor e Di Maria nos lugares de Diarra e Kaká. Nos 15 minutos finais, o Real Madrid adotou a tática do desespero, com o atacante Granero no lugar do lateral esquerdo Marcelo. Mas mesmo assim os blancos não conseguiram marcar.

Após o jogo, José Mourinho, mais uma vez, criticou a LFP e, consequentemente, o Barcelona. Para o técnico de Setubal, o time merengue deveria entrar em campo somente domingo, já que na última terça-feira enfrentou o Lyon pela Liga dos Campeões. "Sempre vou defender os interesses da minha torcida e do Real. Apesar de rirem nas minhas costas, sigo dizendo que o calendário está errado. Quem decidiu que jogaríamos neste sábado sabia o que estava fazendo. Mas ficam rindo pelas minhas costas. Seguirei denunciando esta situação. Se olharmos as rodadas do início da temporada, verão que não podem me desmentir", disse o treinador.

Mallorca 0x3 Barcelona
Sem seu maestro Xavi, esperava-se que o Barcelona passaria por apuros no Ono Estadi. Isso porque, além de não contar com seu cérebro, iria encarar o Mallorca, dono de uma das melhores campanhas como anfitrião. Ainda que o "apelo" por Thiago para substituir Xavi fosse maior por parte dos aficionados culés, Guardiola mandou a campo o malinês Keita e puxou Iniesta para a posição do camisa seis azulgrená. O ex-Sevilla driblou a desconfiança e foi, certamente, um dos três melhores jogadores do Barcelona em campo (atrás de Iniesta e Busquets). O Mallorca veio a campo com um 4-2-3-1, com apenas o camaronês Wébo na frente. A formação tática de Michael Laudrup respeitava o seu poderoso adversário e acreditava na marcação em cima e na saída com velocidade dos seus homens de meio para surpreender o todo-poderoso Barcelona.

Durante os primeiros minutos do primeiro tempo, o Mallorca conseguiu fazer jus à proposta de seu técnico. Marcando bem e partindo nos contra-ataques, o clube da casa conseguiu, por alguns minutos, jogar melhor que o seu adversário. Porém, após a nova formação do Barcelona acertar-se em campo, ficou clara a superioridade do líder do campeonato. Retomando a sua principal característica, o toque de bola, o Barcelona impôs-se no jogo chegando, assim, ao seu primeiro gol. Cansado de exibir habilidade com os pés, Lionel Messi mostrou neste sábado que também sabe usar a cabeça: no estilo "foquinha", o craque argentino enganou o goleiro Aouate e abriu a vitória. Após construir o resultado na segunda etapa, Guardiola começou a pensar na partida contra o Valencia, na quarta, e mudou a equipe, ainda que deixara em campo Messi.

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