quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Viktória curta

Enquanto Messi desperdiçou cinco chances claras de gols, Iniesta aproveitou a única que teve para marcar (reuters)

Os prognósticos do duelo do Barcelona contra o Viktória Pilsen indicavam uma goleada acachapante dos azulgrenás. Entretanto, o que se viu na noite de quarta-feira no Camp Nou foi um Barcelona para lá de opaco e preguiçoso e que desperdiçou muitas oportunidades fazer apenas 2 a 0 na equipe da República Tcheca. No outro jogo do grupo, o Milan passou fácil pelo BATE pelo mesmo placar e, como tudo indicava antes, está, assim como o Barcelona, próximo de avançar de fase. Blaugranas e rossoneris farão, portanto, um duelo decisivo em Milão pela liderança do torneio, que, na teoria, reserva um caminho mais fácil nas oitavas-de-finais.

Para enfrentar o Viktória, Guardiola voltou a abdicar do 3-4-3 que havia utilizado nos primeiros jogos da temporada. Assim como na partida contra o Racing Santander, o 4-3-3 voltou a ser o esquema tático. Curiosamente, a volta do módulo tático que consagrou este Barcelona vem após declarações de Pedro "reclamando" de sua nova posição no esquema. O canário, que é o xodozinho de Pep no elenco, havia dito que vai demorar muito para se adaptar à nova forma de jogar, recompondo as subidas de Daniel Alves. Pedro, inclusive, vinha fazendo a cobertura pelo lado direito muito mal: nos jogos contra Milan e, sobretudo, Valencia, viu-se um buraco enorme no setor direito da defesa barcelonista.

O gol de Iniesta logo no início do jogo condicionou a partida. Após isso, o Barcelona até tentou marcar mais, mas pecou muito nas finalizações. Ao término, foram 22 chutes a gol dos blaugranas, sendo que apenas seis foram em direção às redes de Cech. Se há uma notícia relevante para Guardiola é justamente a partida de Iniesta. Se, contra o Racing Santander, o meio-campista já havia ido muito bem mesmo não estando 100% (volta de lesão), contra o Viktória, El Albino voltou a repetir a bela atuação de outrora: melhor em campo, foi um dos poucos barcelonistas a buscar sempre o gol, ao lado de Messi.

Messi foi um caso à parte do jogo. La Pulga esteve muito bem em campo; entretanto, não concluiu suas jogadas com os êxitos vistos antes. Vale lembrar que Messi busca pela quarta vez consecutiva a artilharia do principal torneio do velho continente, algo nunca registrado anteriormente. Se o ataque não esteve em noite feliz, pelo menos a defesa não foi vazada. Até porque, os tchecos não ameaçaram as redes de Valdés em nenhum momento dos noventa minutos. O goleiro catalão, aliás, está a cinco jogos sem receber um gol. No total, já são 517 minutos sem sofrer um gol, o que deixa Valdés a 60 minutos de superar seu recorde de outrora.

O jogo sem sal no Camp Nou não é o primeiro e nem será o último do Barcelona contra essas equipes inferiores pela fase de grupos da LC. Os azulgrenás não costumam, de umas temporadas para cá, dar show atuando em seus domínios (à exceções, como nos duelos contra Inter e Panathinaikos). Na temporada passada, por exemplo, o Barcelona repetiu os 2 a 0 de ontem contra o Copenhagem em um jogo tão chato quanto contra o Viktória. Na coletiva, Iniesta e Mascherano trataram de amenizar a vitória curta, e falaram que nem sempre é possível ganhar dando show.

O dia depois do jogo contra o Viktória foi de festa. A diretoria do Barcelona inaugurou oficialmente nesta quinta-feira a nova sede da La Masia, o famoso centro de treinamento das canteras azulgrenás. Após 31 anos, a estrutura das divisões de base do clube mudou de lugar e agora está em um prédio de 6 mil metros quadrados, dois andares, com capacidade para 83 pessoas e salas para estudo dos jovens. Segundo informou o diretor de La Masia, Carles Folgueroles, a garotada fará reforço escolar diariamente de 12h às 18h. Também há espaço para o lazer: uma sala de jogos conta com videogame e internet sem fio liberada. Ontem, Guardiola promoveu a estreia oficial de Isaac Cuenca, que entrou no final da partida no lugar de Villa. Foi o décimo-oitavo canterano a estrear desde que Guardiola assumiu o clube, em 2008.

Ih, Valencia!
O outro espanhol a entrar em campo nessa quarta-feira foi o Valencia. Mas ao contrário do Barcelona, que está com a vaga caminhada às oitavas-de-finais, os chés se complicaram ao perder para o Bayer Leverkusen por 2 a 1. Jonas abriu o placar na primeira etapa, dominada completamente pelo Valencia. Entretanto, a queda na postura foi nítida nos quarenta e cinco minutos finais e, não fosse por Diego Alves, o resultado poderia até ter sido mais elástico. A derrota não caiu bem em Paterna. Hoje, as peñas oficiais do clube blanquinegro acusou a equipe de falta de dignidade e entrega e exigiram uma mudança radical nas atitudes dos jogadores. Além disso, criticaram Unay Emery, a quem qualificaram como um treinador "sem sangue". Pela Champions, já são seis jogos sem vencer (a última vitória foi contra o Bursaspor, na quarta rodada da LC passada). Na terceira colocação e a quatro do Bayer, os chés farão um jogo decisivo contra os alemães na próxima rodada, atuando no Valencia. Um empate eliminará virtualmente a equipe comandada por Unai Emery.

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