quinta-feira, 7 de julho de 2011

Campeones Del Mundo: David Villa

David Villa foi artilheiro da Fúria nos dois últimos grandes torneios disputados e o Barcelona o contratou a peso de ouro (fifa.com)

Talvez ele não tenha o devido valor. Mas o reconhecimento que tem, para ele, já é mais que suficiente. Afinal, para o garoto nascido em um vilarejo de Langreo, o que conta são as pequenas coisas da vida. E, para isso, vale levar essa paixão de terceira divisão para o palco da final da Copa do Mundo.

David Villa tem uma trajetória incomum para os modernos tempos do futebol espanhol, recheados de super craques e transferências astronômicas de craques do exterior. "El Guaje" foi galgando espaços em clubes de maior dimensão aos poucos, chegando a um dos gigantes espanhóis apenas aos 28 anos, após já ter inclusive consolidado uma posição entre os titulares da Fúria.

Na infância, David fraturou o fêmur da perna direita. O fato o obrigou a aprender a chutar com o outro pé, moldando desde pequeno um dos ambidestros mais letais do futebol moderno. Mesmo com essa característica, aos nove anos, foi recusado pelas categorias de base do Real Oviedo, sob a alegação de ter pouca força e baixa estatura. A força, com o passar do tempo nas categorias de base do time local de Langreo, ele adquiriu. Já o 1,72m de altura nunca foram problema para um atacante de tantas outras virtudes.

Debutou entre os profissionais já pela equipe B do Sporting Gijón, onde ficou por duas temporadas. Estreou no time principal em uma partida da temporada 2000/01, mas se consolidou na equipe nos dois anos seguintes, onde teve média de quase meio gol por jogo, apesar de não ter conquistado o acesso para a primeira divisão. A vice artilharia na competição chamou atenção do Real Zaragoza, que havia conquistado o acesso com a segunda colocação. Três milhões de euros mais o passe do croata Mateo Bilic.

Em Zaragoza foram dois 12º lugares na Liga Espanhola, um título da Copa do Rei e 31 gols, desempenho que chamou atenção do Valencia, adversário derrotado na final da Supercopa local em 2004. Valendo quatro vezes mais que o valor pago duas temporadas antes, David Villa chegou à Valencia como solução para um ataque que tivera em Marco Di Vaio seu último artilheiro com apenas 11 gols na temporada 2004/05. "El Guaje" foi as redes por 25 vezes na sua primeira temporada, marca que chamou atenção de Luis Aragonés, técnico da Fúria que o convocou para o Mundial da Alemanha.

Seu único título com os "Ches" foi a Copa do Rei de 2007/08, mas o ambidestro asturiano continuava amedrontando as defesas adversárias. Na seleção, o desafio era cumprir de forma inédita o favoritismo e vencer a Euro 2008. Com quatro gols, foi o artilheiro do torneio e ajudou a amenizar o estigma de seleção "amarelona" da Fúria. A performance de Villa na seleção fechou o ciclo de um dos maiores ícones do futebol espanhol com a camisa do país: Raúl foi perdendo o espaço e a camisa sete para o asturiano, que apesar de não considerar-se um rival do ex-madrilenho, quebrou grande parte dos recordes obtidos pelo agora atacante do Schalke 04.

Mais 28 bolas na rede na temporada 2008/09 fizeram de "El Guaje" alvo dos galácticos de Madrid. Mas o clube merengue não entrou em acordo financeiro com o Valencia e Villa permaneceu nos Ches. A consolidação na seleção e no clube eram o trunfo do camisa sete para mais uma temporada de sucesso, mas nem ele, nem ninguém, esperava que tudo fosse ficar ainda melhor.

A temporada 2009/10 seria a última em Valencia e culminou com o título da competição de seleções mais importante do mundo. No Mundial, Villa superou a inoperância de seu companheiro de ataque (leia-se Fernando Torres) e foi co-artilheiro do Mundial com cinco gols. Villa marcou gols de grande importância, como os únicos tentos das vitórias diante de Portugal e Paraguai, sendo reponsável direto pela chegada da Espanha entre os melhores da competição. Nas fases finais, não brilhou com gols, mas já tinha dado sua contribuição efetiva.

O espírito coletivo demonstrado por ele ao longo da carreira, onde sempre procurou ser o mais efetivo quanto fosse possível, nunca chamando a atenção dos holofotes pra si, juntou-se ao fato dele ser o principal atacante de uma geração brilhante no país. E isso o levou para Barcelona, ao preço de 40 milhões de euros.

Em Barcelona, teria uma missão ingrata: substituir o sueco Zlatan Ibrahimovic, contratado a peso de ouro na temporada anterior e que não deu a resposta desejada por Josep Guardiola. Com El Guaje na equipe, o Barcelona impôs seu estilo de jogo contra todos os adversários e ganhou os dois principais campeonatos que poderia conquistar nessa temporada: o título nacional e a Liga dos Campeões. Com seu estilo de entrega total, Villa jogou grande parte da temporada como winger pela esquerda, avançado como todo time para marcar o adversário sobre pressão durante os 90 minutos e deixando o papel de falso nove para Lionel Messi.

Centroavante, ponta, atacante, não importa a nomenclatura. David Villa joga, se entrega, batalha pelo sucesso da equipe. Sua carreira demonstra isso. A trajetória dele é um sucesso, mas ele não quer o protagonismo. Ele gosta mesmo de ser o menino de Langreo, que admira o pequeno C.F. Tuilla, levando o clube consigo até na comemoração do maior título que um jogador pode conquistar. Villa é simples, como chutar com as duas pernas.

David Villa
Nome: David Villa Sánchez
Apelido: El Guaje
Nascimento: 3/12/1981
Local: Langreo, Asturias, Espanha
Clubes que Defendeu: Sporting Gijón, Real Zaragoza, Valencia e Barcelona
Títulos: Copa del Rey (2004 - Zaragoza / 2008 - Valencia); Supercopa (2004 - Zaragoza / 2010 - Barcelona); La Liga (2011 - Barcelona); Liga dos Campeões (2011 - Barcelona).
Seleção: 75 jogos e 47 gols (maior artilheiro da história da seleção espanhola)
Títulos com a Seleção: Euro 2008 e Copa do Mundo 2010 (em ambos, sendo o artilheiro do torneio)

2 comentários:

  1. Pra mim foi o melhor jogador da Copa.
    Jogou mal a final porque tava muito isolado na frente.
    Abraço e grande ideia essa do especial!

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  2. Se não foi o melhor, foi o decisivo quando a Fúria ainda não encantava.

    Classificou os espanhóis contra Portugal e Paraguai, duelos dificílimos nas duas primeiras eliminatórias!

    Abração e obrigado pelos elogios!

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