terça-feira, 9 de outubro de 2012

Melhorando

 Messi fez seu melhor jogo na temporada e ilusiona o torcedor culé (getty images)

O Barcelona sofreu o primeiro gol, virou e recebeu o de empate logo em seguida. O empate por 2x2 contra o Real Madrid não foi ruim porque, querendo ou não, ele servia bastante para manter a diferença de oito pontos, mas certamente há o que lamentar. A chance desperdiçada por Pedro no último lance do jogo tirou o gosto de uma vitória que seria mais do que essencial e abasteceria de moral uma equipe que, apesar de estar invicta na Liga e na UCL, tem muitas interrogações para responder.

No entanto, há uma melhora substancial dos blaugranas a cada partida. No meio da semana passada, contra o Benfica, o time de Tito Vilanova passou por alguns apuros, mas soube controlar com contundência os Encarnados. No superclássico do final de semana, a história se repetiu no segundo tempo. Após um primeiro tempo mais a favor do Real Madrid, especialmente até o gol de empate marcado por Messi, o Barcelona teve lampejos do tempo áureo na reta final da primeira etapa e durante 80% do tempo do segundo tempo. O gol de empate merengue, por outro lado, escancarou um erro que vem sendo criticado desde o início de temporada pela imprensa: o mau posicionamento da linha defensiva.

Os problemas do Barcelona, porém, não se resumem apenas a isso. À exceção de Daniel Alves, que atuou menos de 30 minutos, Piqué, Puyol e Abidal, titulares da primeira linha de quatro em condições normais, não foram convocados ao duelo por lesão. O condicionamento físico dos jogadores não é o melhor possível. Um problema que já dura desde a última temporada, quando Josep Guardiola viu-se em meio a grande dor de cabeça com as mais de 103 (!) lesões musculares de seus comandados. Javier Mascherano é o retrato da atual zaga barcelonista. O argentino é perfeito no mano-a-mano e, apesar de acharem o contrário, desarma limpamente em boa parte das jogadas; contudo, se posiciona muito mal e volta e meia deixa um adversário em condições de gol.

Mas há luz no fim do túnel catalão. A jogada construída no lance que terminou em chute na trave de Montoya, no fim da partida, mostrou que os jogadores ainda sabem acelerar a bola e confundir o adversário com ela. Foi de Messi para Iniesta, de Iniesta para Pedro, de Pedro para Xavi, de Xavi para Montoya, que acertou um belo chute no travessão de Casillas. O jovem lateral, vale o adendo, substituiu positivamente Daniel Alves. Mais defensivo do que o baiano, a opção por ganhar mais solvência porque, na esquerda, Alba é um lateral reconhecidamente mais ofensivo. Ainda que seu trabalho de reposição tenha recebido nota 10 na crítica do Diário Sport, Alba, certamente, não terá fôlego para subir e descer toda hora.

A atuação de Messi ilusiona o torcedor culé. Após iniciar a temporada mostrando uma versão menos avassaladora e mais humana, La Pulga, sobretudo no segundo tempo, desempenhou um futebol digno de um dos melhores jogadores da história. Arrancou com a bola, deixou companheiros na cara do gol, espalhou pane a uma defesa que estava sólida e marcou dois gols. Só não saiu como protagonista mór do jogo porque, do outro lado, havia um Cristiano Ronaldo sedento por ir às redes. O Barcelona (e Messi) ainda não retornou à forma perfeita, e dificilmente irá encantar tanto quanto nos últimos quatro anos, mas caminha para uma melhora significativa. Pode ter certeza de que esse time irá brigar por todos os títulos da temporada.

Um comentário:

  1. Grande Victor, eu ainda não acredito nesse atual Barcelona (acho até enganoso). Firmo a acreditar que a proposta do Tito Vilanova seja até mais ousada que do Guardiola em tremos de jogo, jogando mais aberto e ofensivo, e isso tem custado a equipe se entrosar.
    Acredito que a equipe ainda não melhorou, nem contra o Benfica. As equipes ainda jogam recuada contra os blaugranas devido a assombrosa atuação nos últimos quatro anos, criando um grande respeito pela equipe catalã, mas está acabando, equipes como o Sevilla (não deixa de ser um grande clube) aprendeu a sufocar mais os azuis-grenás e a tendência e apertar mais. Esse Barça ainda não se provou.

    Eu discordo do fato que o Barça está sem zagueiros e isso tem contribuido para a defesa vazada. A equipe tem tomado contra-ataques à rodo mesmo com Piqué e Puyol na defesa. O problema é o posicionamento que Vilanova está instruindo os jogadores a fazerem.

    Ainda teimo acreditar que o Vilanova irá acertar a equipe.

    Quando Rinus Michels deixou o Ajax para treinar o Barcelona depois de ter ganhado a ainda Copa dos Campeões, quem assumiu aquele fantástico time, foi um romeno chamado Stefàn Kovacs onde muitos dizem deixou o time melhor.
    Dessa maneira, acredito a mesma coisa em relação ao Barça de Guardiola e do Vilanova.

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