domingo, 8 de julho de 2012

Missão Londres

 Campeã Europeu Sub-21 em 2011, a Espanha Olímpica vem aí para tentar sua segunda medalha de ouro (getty images)

Passada a Eurocopa, o futebol espanhol se prepara para mais uma competição importante: os Jogos Olímpicos 2012. Dessa vez, contudo, quem irá representar a Espanha são os garotos da equipe sub-21, campeã do europeu da categoria no ano passado. Na última quinta-feira, o técnico Luis Milla deu a conhecer os nomes que irão a Londres tentar a conquista da medalha de ouro pela segunda vez. Na única e primeira vez, em 1992, em Barcelona, o grupo liderado por Guardiola, Luis Enrique, Ferrer e Cañizares passou por Colômbia, Gana, Itália e, na final, Polônia para conquistar a inédita medalha. A última aparição da Roja em Olimpíadas havia sido em 2000, na Austrália, quando a geração de Puyol, Xavi, Tamudo, Luque, Marchena e Albelda foi prata para Camarões de Samuel Eto'o.

Ao contrário do que muitos pensam, a medalha de ouro olímpica está sendo tratada como prioridade. Quando assinou contrato com a RFEF, em 2009, Milla começou a construir todo seu trabalho em função das Olimpíadas. Uma base que vem sendo trabalhada há três anos para chegar em forma em Londres.  Chama a atenção o fato de não haver nenhum jogador acima de 24 anos no elenco. O mais velho? Mata, justamente com 24 anos. Muitos se perguntam sobre por que nomes como Xavi, Iniesta e Villa não foram chamados para ser os jogadores acima de 23 anos. A resposta é simples: para Milla, seu trabalho não deve ser misturado com o de Vicente Del Bosque. Ele possui seu grupo e Del Bosque, o dele. Por isso as convocações de Mata, Adrián e Javi Martínez como os nomes acima de 23 anos. Os três trabalham com Milla desde 2009 e, logicamente, estiveram na conquista da Eurocopa Sub-21 em 2011.

A influência do Barcelona no momento espanhol é inegável. Todos os já tão debatidos valores barcelonistas foram devidamente absorvidos pela seleção principal, incluindo um dos principais deles: a preparação cuidadosa e atenta daqueles que estarão no time A em alguns anos. A Fúria Olímpica não é diferente. Joga com a bola nos pés, tratando-a com paciência e fazendo um jogo psicológico com o adversário.  Aprimorar essa fidelidade ao modus operanti que se estabilizou na Fúria adulta foi um dos marcos do trabalho de Milla. Um grupo bastante coeso e disciplinado tecnicamente. O Brasil, por exemplo, é o maior favorito por ter em Neymar, um dos principais jogadores do mundo, seu principal destaque individual, enquanto a Roja se dá ao luxo de manter uma equipe muito forte coletivamente. Incisiva, utiliza a exaustão seus jogadores ofensivos do lado do campo. Jogando num 4-2-3-1 que varia para um 4-3-3 em determinadas jogadas, Mata e Muniain se juntam a Adrián no ataque para ludibriar os adversários.

A Espanha, entretanto, terá um desfalque de peso. Principal jogador da equipe no Europeu, Thiago Alcântara não estará presente em Londres. Uma lesão nas costas na reta final da temporada passada o deixará de fora dos gramados por mais um mês. É inegável que a ausência de seu principal cérebro fará falta, mas a temporada de Isco, seu provável substituto, poderá não deixar cair a qualidade do meio-campo. Se confirmar mesmo a entrada do jogador do Málaga, Mata deverá ser centralizado para articular as jogadas junto de Ander Herrera. Apesar de jogar mais pelos flancos do campo, o jogador do Chelsea tem talento o suficiente para armar as jogadas no centro do meio-campo. Vale lembrar que ele foi, com 13 assistências, o segundo maior assistente da Premier League passada, perdendo somente para seu compatriota David Silva.

O setor esquerdo do campo será o principal trunfo de ataque. Com Jordi Alba, que foi liberado pelo Barcelona a disputar a competição, e Muniain colocando velocidade, é dali que sairão as principais chances de gols. Se, na Euro, o lateral foi a principal revelação, a lógica é que, com um grupo onde ele joga junto há mais tempo, as Olimpíadas seja seu playground. De acordo com o Diário Sport, Tito Vilanova não teria ficado muito satisfeito com o fato de Alba perder a maior parte da pré-temporada, mas foi convecido a aceitar isso. Em 2008, Messi viveu situação semelhante. Porém, Joan Laporta, à época presidente, declarou que é o sonho de qualquer atleta ganhar uma medalha olímpica.

Além de Alba, a defesa é bastante segura e passa por poucos apuros. No gol, De Gea foi sempre seguro. Não à toa, a maturidade apresentada na Euro Sub-21 atestou as virtudes para que o Manchester United acertasse os últimos trâmites de seu contrato. À sua frente, no miolo de zaga, a dupla formada por Domínguez e Botía é discreta mas sóbria. Na lateral direita, Montoya sobe tanto quanto Alba, mas é possível que se contenha mais um pouco e fique mais na cobertura. Independente das escolhas, existe uma única certeza: com ou sem força máxima, a Fúria é candidatíssima ao título olímpico. 

2 comentários:

  1. Suprime texto! Parabéns! Estva procurando algo sobre a seleção espanhola de londres.

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  2. Valeu, Luis Fernando.

    Continue nos prestigiando.

    Abraço!

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