sábado, 2 de junho de 2012

Balanço Final: Análise da temporada (segunda parte)

Abaixo, a continuação da Análise da temporada, com os restantes dos times. Se você quiser conferir a primeira parte, clique aqui. Para saber quem foram as revelações, clique aqui.

GETAFE
Classificação: 11º
Copa nacional: quarta fase (1/32 de final)
Copas europeias: não disputou
Destaque: Miku (foto, Marca)
Revelação: Abdel Barrada
Decepção: Daniel Güiza
Nota da temporada: 6
Se alguém falar que o Getafe não disputou o Campeonato Espanhol, é capaz de muita gente acreditar. O time ficou no meio da tabela toda a temporada, redefinindo o conceito de não chamar a atenção de ninguém. A campanha não teve uma boa fase destacada (a maior série de vitórias foram de duas seguidas, em três momentos diferentes), tampouco uma muito ruim (a maior seqüência de derrotas foi de três, uma vez). O único destaque individual foi o atacante venezuelano Miku Fedor, autor de 12 gols. Tudo bem, o oleiro Moyá também merece menção pelo bom desempenho.

REAL SOCIEDAD
Classificação: 12º
Copa nacional: oitavas de final
Copas europeias: não disputou
Destaque: Xabi Prieto (foto, Diário de Navarra)
Revelação: Iñigo Martínez
Decepção: Mikel Aranburu
Nota da temporada: 6
É uma equipe decente, mas que teve dificuldades para deslanchar no campeonato. A falta de uma sequência de bons resultados deixou o time perto da zona de rebaixamento por muito tempo. A defesa foi o destaque, com boas apresentações de Illarramendi, González e De la Bella. O ataque ficou muito dependente da inspiração de Griezmann e Vela, mas a dupla fez o suficiente para garantir um final de temporada mais tranquilo em San Sebastián.

BETIS
Classificação: 13º
Copa nacional: quarta fase (1/32 de final)
Copas europeias: não disputou
Destaque: Beñat (foto, AS)
Revelação: Álex Pozuelo
Decepção: Ustaritz
Nota da temporada: 6,5
A estabilidade quase monótona do Getafe teve como contraponto a trajetória cheia de emoções do Betis. O time de Sevilha começou o campeonato, seu primeiro após retornar da segunda divisão, com quatro vitórias. A torcida até achou que o time podia brigar pela Liga Europa, mas os béticos perderam os cinco jogos seguintes. E a equipe ficou nesses altos e baixos durante quase toda a temporada. Faltou um pouco mais de paciência para gerenciar os jogos e a campanha como um todo. O Betis reagia de forma emocional às partidas, muitas vezes se deixando levar pelo impulso e perdendo oportunidades de fazer bons resultados controlando seus esforços.

ESPANYOL
Classificação: 14º
Copa nacional: quartas de final
Copas europeias: não disputou
Destaque: Joan Verdú (foto, Mundo Deportivo)
Revelação: Thievy Bifouma
Decepção: Vladimir Weiss
Nota da temporada: 5
Esteve na briga pela Liga Europa em boa parte do campeonato, mas afundou no final, fazendo um ponto nas últimas cinco rodadas. A defesa foi um problema em toda a temporada, e custou ao time barcelonês pontos fundamentais. No entanto, o ataque também tem sua responsabilidade. A falta de um artilheiro de vocação atrapalhou uma equipe que tinha meias de armação de nível razoável. O único jogador do elenco com essa característica era o uruguaio Pandiani, reserva de 36 anos que segue no clube mais em consideração a seu passado do que pela real capacidade de ajudar durante uma temporada completa.

RAYO VALLECANO
Classificação: 15º
Copa nacional: quarta fase (1/32 de final)
Copas europeias: não disputou
Destaque: Michu (foto, Rayistas)
Revelação: Lass Bangoura
Decepção: David Cobeño
Nota da temporada: 6,5
A campanha do Rayo Vallecano foi um milagre. O time tem um elenco bastante modesto, atrasa salários desde a temporada passada, teve troca de direção e acabou o campeonato sob intervenção para evitar a falência. Mesmo assim, o Rayo ficou boa parte do campeonato no meio da tabela e, mesmo quando o fôlego acabou e o time se afundou numa sequência de seis derrotas, encontrou forças para vencer na última rodada e evitar um rebaixamento que seria mais que compreensível. Destaques? O brasileiro Diego Costa, o argentino Armenteros e a dupla espanhola Michu e Javi Fuego.

ZARAGOZA
Classificação: 16º
Copa nacional: quarta fase (1/32 de final)
Copas europeias: não disputou
Destaque: Hélder Postiga (foto, Reuters)
Revelação: Franco Zuculini
Decepção: Ruben Micael
Nota da temporada: 4,5
O Zaragoza era um caso perdido a um mês e meio do final do campeonato. O time ocupava a lanterna desde o meio do primeiro turno e não parecia ter forças para reagir, ainda que o elenco fosse de um time de meio de tabela. De repente, tudo se encaixou em La Romareda. O trabalho de Manolo Jiménez, que havia assumido a equipe na virada do ano, demorou para fazer efeito, mas acabou aparecendo. O time recuperou a confiança, lideranças como Ponzio, Roberto e Luís García, além do artilheiro Helder Postiga, surgiram e comandaram o crescimento zaragocista. Uma série de cinco vitórias nos últimos seis jogos impulsionou os maños, que escaparam do rebaixamento na última rodada.

GRANADA
Classificação: 17º
Copa nacional: quarta fase (1/32 de final)
Copas europeias: não disputou
Destaque: Carlos Martins (foto, Marca)
Revelação: Álex Carmona
Decepção: Alexandre Geijo
Nota da temporada: 5,5
A regra dos três pontos por vitória salvou o Granada. O time é tecnicamente fraco e não cumpriu a promessa de revelar jogadores (ou de ajudar no desenvolvimento de jovens para seu primo rico, a Udinese), mas teve o mérito de empatar pouco. Com o terceiro pior ataque do campeonato, os andaluzes conseguiram um número alto de vitórias apertadas (das 12, apenas uma foi por mais de um gol de diferença). Mas esses triunfos foram fundamentais: dos times que lutaram contra o rebaixamento, apenas o Rayo Vallecano não perdeu para os granadistas.

VILLARREAL
Classificação: 18º (rebaixado)
Copa nacional: quarta fase (1/32 de final)
Copas europeias: Liga dos Campeões (fase de grupos)
Destaque: Borja Valero (foto, Getty Images)
Revelação: Joselu
Decepção: Nilmar
Nota da temporada: 2
Temporada ridícula. O Villarreal começou o ano sofrendo com contusões de jogadores importantes como Rossi e Nilmar. Isso explica o início ruim no campeonato, mas a incapacidade de reagir é indesculpável. O Submarino Amarillo até teve um brilhareco na metade do segundo turno, quando chegou a abrir uma vantagem que parecia confortável em relação à zona de rebaixamento, mas se acomodou com isso. Por mais que alguns jogadores (como Marcos Senna, Borja Valero e Marchena) mostrassem real disposição de evitar a queda, faltou futebol. O esquema tático era burocrático e o técnico Miguel Ángel Lotina, contratado no final da temporada para evitar o rebaixamento, primou pela série de escolhas equivocadas. Tentou endurecer um time que, por vocação, joga com leveza e foi punido com a queda à segunda divisão após mais de uma década na elite.

SPORTING DE GIJÓN
Classificação: 19º (rebaixado)
Copa nacional: quarta fase (1/32 de final)
Copas europeias: não disputou
Destaque: David Barral (foto, David Barral)
Revelação: Alejandro Gálvez
Decepção: Sebastián Egurén
Nota da temporada: 3,5
O Sporting de Gijón sobreviveu nas duas últimas temporadas devido a sua defesa. O técnico Manolo Preciado montou um esquema para tomar poucos gols e, com isso, conseguir vitórias apertadas para garantir uma temporada segura. Mas, em 2011/12, essa retaguarda não funcionou. O time foi uma peneira atrás, e não estava preparado para compensar isso com seu ataque. Tornou-se um alvo fácil para qualquer adversário, mesmo os da parte de baixo da tabela. As trocas de treinadores no segundo turno (entraram Iñaki Tejada, Javier Clemente e Manolo Sánchez) só deixou a equipe mais confusa, sem esquema e sem planejamento claro para buscar a reação. Na base da raça, o time venceu três jogos entre a 34ª e a 37ª rodadas, mas já chegou ao último jogo matematicamente rebaixado – e com a segunda defesa mais vazada do campeonato.

RACING DE SANTANDER
Classificação: 20º (rebaixado)
Copa nacional: oitavas de final
Copas europeias: não disputou
Destaque: Christian Stuani (foto, Racinguistas)
Revelação: Álvaro González
Decepção: Lautaro Acosta
Nota da temporada: 3
Equipe muito fraca, que conseguiu passar o segundo turno inteiro sem uma vitória sequer. Excetuando o atacante uruguaio Stuani, artilheiro da equipe com 9 gols, nada funcionou. Nem seus jogadores símbolos, como o goleiro Toño e o meia-atacante Munitis, tiveram uma boa temporada para liderar um time tecnicamente ruim e taticamente sem direção. Uma queda traumática, que indica a necessidade de mudanças profundas para a disputa da segunda divisão na próxima temporada.

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