Barcelona começa temporada do jeito que terminou a última: comemorando título - e com Messi decidindo, de praxe (getty images)
Na temporada passada, logo após a primeira semifinal da Liga dos Campeões entre Real Madrid e Barcelona, Mourinho soltou uma célebre frase sobre a expulsão de Pepe: "por que expulsaram Pepe se ele não fez nada? Por quê?". De maneira irônica, o "por que" proferido pelo técnico de Setubal virou até cântico da torcida do Barcelona (no ritmo de olé). Ontem, após a vitória do Barcelona contra o Real Madrid no jogo de volta da Supercopa, confirmando o título dos blaugrana, Mourinho novamente deve ter soltado um "por que", seguindo de "eu não entendo como eles nos venceram mesmo jogando um futebol inferior ao nosso". A resposta para a vitória azulgrená tem nome e sobrenome: Lionel Messi.
Ontem, o argentino domou o Real Madrid. Foram, além de dois gols e um assistência genial, muitas jogadas objetivas e boas tabelas com Pedro e Villa. Mesmo com a marcação direta de Khedira e cobertura de Pepe, La Pulga mostrou a raça argentina com a habilidade e maestria em suas conclusões em chutes a gol que lhe é peculiar. Destaque também para Daniel Alves: o brasileiro pouco apareceu nas jogadas ofensivas do Barcelona preocupado com a marcação em Cristiano Ronaldo. Mesmo assim, o lateral baiano anulou o gajo em todo o segundo tempo, e jogando limpo, sempre com carrinhos leais, na bola.
Os blancos começaram a partida marcando em cima, obrigando Piqué, Mascherano e Abidal a darem chutes para frente. A estratégia, utilizada por Mourinho nas semifinais contra a Inter de Milão em 2009/2010, quase deu certo, não fosse por três detalhes: Messi, Iniesta e, como de praxe, posicionamento adiantado de Sergio Ramos. O andaluz voltou a jogar muito em linha e deu condições para que Iniesta não ficasse em impedimento no lance do primeiro gol blaugrana. O lance lembrou muito o segundo tento de Villa no primeiro confronto entre as duas equipes na temporada passada, pela Liga Espanhola. O Real Madrid já vinha por merecer um gol, e chegou a este através de Cristiano Ronaldo (ou Sergio Ramos), após boa jogada de Benzema na esquerda.
Entretanto, o Barcelona continuou exercendo seu futebol ofensivo, não se abalando com a pressão merengue. O gol de desempate mostrou por que o time da Catalunha é o dono do futebol no momento. Após escanteio cobrado por Xavi, Messi dominou na entrada da área e tabelou com Piqué. O zagueiro, por sua vez, mostrou uma categoria enorme ao devolver a bola à Pulga utilizando o calcanhar. Frente a Casillas, Messi, após deixar Pepe, Ricardo Carvalho e Cristiano Ronaldo para trás, tocou por cima do capitão merengue com a direita para (re)colocar o Barcelona à frente do marcador novamente.
O primeiro tempo tão parelho animou Mourinho, que resolveu colocar sua equipe para cima nos quarenta e cinco minutos finais. A entrada de Marcelo no lugar de Khedira deu mais dinamismo ao Real Madrid, que passou a jogar mais pelo meio do campo com o deslocamento de Fabio Coentrão à volância. Com a saída do alemão, Xabi Alonso passou a ficar mais atento a Messi, que passou uma parte do segundo tempo sumido. A opção de jogar mais pelo flancos deu-se pela má partida de Özil. O turco-alemão, que foi substituído por Kaká em meados da segunda etapa, passou batido da partida e, novamente, foi anulado por Busquets.
Disposto a empatar a partida à qualquer custo, Mourinho mexeu novamente e trocou o módulo tático da equipe: saiu Di María (dessa vez bem) e entrou Higuaín, o que fez com que o Real Madrid passasse a jogar no 4-4-2 como na época de Pelegrinni. Logo após a troca, os blancos chegaram ao gol de empate com Benzema. O francês começa a temporada a mil e, somando os gols da pré-temporada, já contabiliza 10 tentos. Como no Bernabéu, Karim foi de novo o melhor em campo pelo lado madrilenho e, com o futebol que Higuaín vem jogando, dificilmente não será titular (a não ser que se lesione) no início do campeonato espanhol.
Perto do final do jogo, e com o marcador marcando 2 a 2, Guardiola promoveu a estreia de Fàbregas, que entrou no lugar de Busquets. Cesc mostrou ter estrela: aos 43 minutos, o ex-Arsenal recebeu de Xavi e tocou para Messi, que, por sua vez, acionou Adriano rapidamente na direita. O brasileiro cruzou na medida para a Pulga, que finalizou com força para vencer Casillas, chegar ao doblete na partida e tornar-se o maior artilheiro da história das Supercopas espanholas com oito gols. Este foi, aliás, o décimo-quarto gol do argentino em cima do goleiro espanhol.
Os minutos finais ficaram reservados para confusão. Após uma tesoura de Marcelo em cima de Fàbregas, que gerou a expulsão a expulsão do brasileiro, os jogadores barcelonistas ficaram furiosos. No meio da confusão, dois lances capitais: a dedada de Mourinho no olho de Tito Villanova, assistente técnico de Guardiola, e a briga entre Özil e Villa, que acabou na expulsão dos dois. Hoje, o turco-alemão, sempre muito reservado e quieto em campo, declarou que o asturiano ofendeu o islamismo, religião de Özil. No caso de Mou, o Barcelona resolveu não denunciá-lo à RFEF.
O título do Barcelona garantiu algumas marcas. Os azulgrenáis chegaram a 77 títulos nacionais e internacionais, igualando a marca do rival da capital. Guardiola e Xavi, por sua vez, fizeram história: o treinador chegou a onze títulos como comandante do Barcelona, igualando a marca de Cruyff. A diferença é que Pep conseguiu isso em quatro temporadas, enquanto o holandês conseguiu em oito. O meio-campista chegou aos 17 títulos como jogador blaugrana, superando Guillermo Amor.
Maior nome da conquista e próximo de conquistar o terceiro prêmio de melhor jogador do mundo, Messi adicionou mais uma marca para seu extenso currículo: com oito gols, superou Raúl como maior artilheiro da Supercopa Espanhola. Mesmo não participando da pré-temporada junto com o grupo e treinando apenas uma vez após a Copa América, La Pulga mostrou que é decisivo e participou diretamente dos cinco gols do Barcelona no torneio que abre a temporada espanhola de futebol. Mesmo não estando no 100% da forma, Messi e o Barcelona começam a temporada à toda, mas o Real Madrid mostrou ser capaz de acabar com hegemonia barcelonista.
Barcelona 3x2 Real Madrid
Barcelona: Víctor Valdés; Daniel Alves, Piqué, Mascherano, Abidal; Busquets (Fàbregas), Xavi, Iniesta; Messi; Pedro (Keita), Villa (Adriano).
Real Madrid: Casillas; Sergio Ramos, Pepe, Ricardo Carvalho, Fabio Coentrão; Xabi Alonso, Khedira (Marcelo); Di María (Higuaín), Özil (Kaká), Cristiano Ronaldo; Benzema).
Árbitro: David Fernández Borbalán
Gols: Iniesta, Messi, Messi (Barcelona); Cristiano Ronaldo, Benzema (Real Madrid).
Cartões amarelos: Khedira, Cristiano Ronaldo, Pepe, Sergio Ramos e Fabio Coentrão (Real Madrid); Xavi, Mascherano e Víctor Valdés (Barcelona).
Cartões vermelhos: Marcelo e Özil (Real Madrid); Villa (Barcelona).
Ontem, o argentino domou o Real Madrid. Foram, além de dois gols e um assistência genial, muitas jogadas objetivas e boas tabelas com Pedro e Villa. Mesmo com a marcação direta de Khedira e cobertura de Pepe, La Pulga mostrou a raça argentina com a habilidade e maestria em suas conclusões em chutes a gol que lhe é peculiar. Destaque também para Daniel Alves: o brasileiro pouco apareceu nas jogadas ofensivas do Barcelona preocupado com a marcação em Cristiano Ronaldo. Mesmo assim, o lateral baiano anulou o gajo em todo o segundo tempo, e jogando limpo, sempre com carrinhos leais, na bola.
Os blancos começaram a partida marcando em cima, obrigando Piqué, Mascherano e Abidal a darem chutes para frente. A estratégia, utilizada por Mourinho nas semifinais contra a Inter de Milão em 2009/2010, quase deu certo, não fosse por três detalhes: Messi, Iniesta e, como de praxe, posicionamento adiantado de Sergio Ramos. O andaluz voltou a jogar muito em linha e deu condições para que Iniesta não ficasse em impedimento no lance do primeiro gol blaugrana. O lance lembrou muito o segundo tento de Villa no primeiro confronto entre as duas equipes na temporada passada, pela Liga Espanhola. O Real Madrid já vinha por merecer um gol, e chegou a este através de Cristiano Ronaldo (ou Sergio Ramos), após boa jogada de Benzema na esquerda.
Entretanto, o Barcelona continuou exercendo seu futebol ofensivo, não se abalando com a pressão merengue. O gol de desempate mostrou por que o time da Catalunha é o dono do futebol no momento. Após escanteio cobrado por Xavi, Messi dominou na entrada da área e tabelou com Piqué. O zagueiro, por sua vez, mostrou uma categoria enorme ao devolver a bola à Pulga utilizando o calcanhar. Frente a Casillas, Messi, após deixar Pepe, Ricardo Carvalho e Cristiano Ronaldo para trás, tocou por cima do capitão merengue com a direita para (re)colocar o Barcelona à frente do marcador novamente.
O primeiro tempo tão parelho animou Mourinho, que resolveu colocar sua equipe para cima nos quarenta e cinco minutos finais. A entrada de Marcelo no lugar de Khedira deu mais dinamismo ao Real Madrid, que passou a jogar mais pelo meio do campo com o deslocamento de Fabio Coentrão à volância. Com a saída do alemão, Xabi Alonso passou a ficar mais atento a Messi, que passou uma parte do segundo tempo sumido. A opção de jogar mais pelo flancos deu-se pela má partida de Özil. O turco-alemão, que foi substituído por Kaká em meados da segunda etapa, passou batido da partida e, novamente, foi anulado por Busquets.
Disposto a empatar a partida à qualquer custo, Mourinho mexeu novamente e trocou o módulo tático da equipe: saiu Di María (dessa vez bem) e entrou Higuaín, o que fez com que o Real Madrid passasse a jogar no 4-4-2 como na época de Pelegrinni. Logo após a troca, os blancos chegaram ao gol de empate com Benzema. O francês começa a temporada a mil e, somando os gols da pré-temporada, já contabiliza 10 tentos. Como no Bernabéu, Karim foi de novo o melhor em campo pelo lado madrilenho e, com o futebol que Higuaín vem jogando, dificilmente não será titular (a não ser que se lesione) no início do campeonato espanhol.
Perto do final do jogo, e com o marcador marcando 2 a 2, Guardiola promoveu a estreia de Fàbregas, que entrou no lugar de Busquets. Cesc mostrou ter estrela: aos 43 minutos, o ex-Arsenal recebeu de Xavi e tocou para Messi, que, por sua vez, acionou Adriano rapidamente na direita. O brasileiro cruzou na medida para a Pulga, que finalizou com força para vencer Casillas, chegar ao doblete na partida e tornar-se o maior artilheiro da história das Supercopas espanholas com oito gols. Este foi, aliás, o décimo-quarto gol do argentino em cima do goleiro espanhol.
Os minutos finais ficaram reservados para confusão. Após uma tesoura de Marcelo em cima de Fàbregas, que gerou a expulsão a expulsão do brasileiro, os jogadores barcelonistas ficaram furiosos. No meio da confusão, dois lances capitais: a dedada de Mourinho no olho de Tito Villanova, assistente técnico de Guardiola, e a briga entre Özil e Villa, que acabou na expulsão dos dois. Hoje, o turco-alemão, sempre muito reservado e quieto em campo, declarou que o asturiano ofendeu o islamismo, religião de Özil. No caso de Mou, o Barcelona resolveu não denunciá-lo à RFEF.
O título do Barcelona garantiu algumas marcas. Os azulgrenáis chegaram a 77 títulos nacionais e internacionais, igualando a marca do rival da capital. Guardiola e Xavi, por sua vez, fizeram história: o treinador chegou a onze títulos como comandante do Barcelona, igualando a marca de Cruyff. A diferença é que Pep conseguiu isso em quatro temporadas, enquanto o holandês conseguiu em oito. O meio-campista chegou aos 17 títulos como jogador blaugrana, superando Guillermo Amor.
Maior nome da conquista e próximo de conquistar o terceiro prêmio de melhor jogador do mundo, Messi adicionou mais uma marca para seu extenso currículo: com oito gols, superou Raúl como maior artilheiro da Supercopa Espanhola. Mesmo não participando da pré-temporada junto com o grupo e treinando apenas uma vez após a Copa América, La Pulga mostrou que é decisivo e participou diretamente dos cinco gols do Barcelona no torneio que abre a temporada espanhola de futebol. Mesmo não estando no 100% da forma, Messi e o Barcelona começam a temporada à toda, mas o Real Madrid mostrou ser capaz de acabar com hegemonia barcelonista.
Barcelona 3x2 Real Madrid
Barcelona: Víctor Valdés; Daniel Alves, Piqué, Mascherano, Abidal; Busquets (Fàbregas), Xavi, Iniesta; Messi; Pedro (Keita), Villa (Adriano).
Real Madrid: Casillas; Sergio Ramos, Pepe, Ricardo Carvalho, Fabio Coentrão; Xabi Alonso, Khedira (Marcelo); Di María (Higuaín), Özil (Kaká), Cristiano Ronaldo; Benzema).
Árbitro: David Fernández Borbalán
Gols: Iniesta, Messi, Messi (Barcelona); Cristiano Ronaldo, Benzema (Real Madrid).
Cartões amarelos: Khedira, Cristiano Ronaldo, Pepe, Sergio Ramos e Fabio Coentrão (Real Madrid); Xavi, Mascherano e Víctor Valdés (Barcelona).
Cartões vermelhos: Marcelo e Özil (Real Madrid); Villa (Barcelona).
texto ótimo , igual a todos desse blog , parabéns.
ResponderExcluirMou deveria deixar o barça de lado e pensar em como transformar o real na maior pontencia mundial denovo .
Postamos em nosso blog sobre os gigantes espanhóis.
ResponderExcluirhttp://paixaoclubistica.blogspot.com/2011/08/tudo-segue-igual-na-espanha.html
O Messi é demais! O cara destruiu, decidiu o jogo! É o melhor, sem dúvida!
ResponderExcluirMourinho perdeu uma grande chance de virar homem. Mas é um covarde, fazer o que. Um banimento cairia mito bem e seria muito justo.
ResponderExcluir