sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um grave problema

Luis Rubiales, presidente da AFE, acompanhado de Llorente, Casillas, Xabi Alonso, Puyol e centenas de atletas: greve pode adiar início da Liga BBVA da nova temporada (EFE)

Demorou, mas aconteceu novamente. O assunto greve no futebol espanhol voltou à tona nesta semana após o sindicato dos jogadores do futebol espanhol ameaçarem não entrarem em campo nas duas primeiras rodadas da Liga BBVA. A maior exigência da greve prosseguir foi que os clubes deem garantias de que vão ter capital para pagar todos os atletas até o fim da temporada, para que as dívidas não fiquem acumuladas para anos seguintes, algo que vem se tornando muito comum no futebol espanhol.

A LFP, entidade que organiza o torneio, diz não compreender o anúncio da greve, já que um possível acordo de regulação financeira já havia sido firmado. Tudo indica, porém, que os clubes terão que ceder ainda mais para que o campeonato espanhol comece. Caso os estes assumam o compromisso de pagar todas as suas dívidas acumuladas com jogadores e também garantam que vão ter dinheiro para abonar todo mundo até o fim da temporada, a sangria deve ser tendência nos próximos meses.

Os jogadores do Rayo Vallecano, de volta à primeira divisão, começaram uma greve mais cedo. O time da capital tem atletas que não recebem salários já faz 17 meses. Os franjiroyos iniciaram sua pré-temporada com exames médicos, mas como o presidente não cumpriu a promessa feita em reunião, de que quitaria parte da dívida, os jogadores recusaram-se a treinar. Grupo e comissão técnica tiveram uma conversa para aparar as arestas, mas nada foi resolvido. Martín Presa, presidente do clube, está em contato com um patrocinador e com acionistas do time para tentar resolver a situação, mas leis da Espanha impedem que terceiro arquem com custos de equipes de futebol, o que complicada ainda mais a vida do Rayo Vallecano.

É por problemas como este que a Liga Espanhola perdeu seu glamour há um bom tempo. Na temporada passada, a AFE ameaçou por duas vezes esse tipo de greve, mas a LFP ironizou, não levou a sério e, consequentemente, nada aconteceu. O impasse ocorreu devido às transmissões das partidas por canal aberto, o que, por lei, deve ocorrer a cada rodada. Como não houve acordo para aumento dos valores das cotas, a associação, em protesto, anunciou uma greve, cancelando todos os jogos do fim de semana. A atitude foi aprovada pela maioria dos clubes, mas seis da primeira divisão foram contrários e buscaram os caminhos judiciais. A juíza Purificación Puyol, porém, acatou medida cautelar da minoria e não alterou o calendário.

José Luis Astiazarán, presidente da LFP, mostrou oposição da entidade à greve e criticou a postura da AFE. Em entrevista à Europa Press, Astiazarán disse: "não entendemos por que a AFE convoca uma greve, não creio que tenha motivos para isso no momento. Levamos mais de dois meses trabalhando com eles para configurar um novo convênio coletivo e aprovamos questões importantes para as relações dos jogadores com o resto dos membros da família do futebol. O importante é que muitas solicitações estão na mesa e avançam. Não entendemos o sentido desta greve".

A última greve séria no futebol espanhol aconteceu em setembro de 1984 durante as rodadas do dia 9, que foi disputada com jogadores das divisões de base, e do dia 16, na qual não houve jogos depois que a Justiça proibiu a escalação dos atletas mais novos. Em 18 de setembro, os jogadores puseram fim à greve depois que os clubes acataram seus pedidos, entre elas a cobrança de dívidas, a modificação das normas sobre licenças federativas e a participação dos jogadores nas negociações sobre direitos de televisão.

Veja o que Paulo Calçade, comentarista dos canais Espn, disse sobre o assunto em seu blog no site do canal. Clique aqui.

Um comentário:

  1. Eu preferiria “ver” os times parados tentando operar no azul, definitivamente. Principalmente pois abre um bom procedente de economia de dinheiro, podendo este ser investido em categorias de base, tentando a formação de bons valores e podendo vir a lucrar algum com eles no futuro, caso necessario.
    Logico que seria um projeto a longo prazo, a curto prazo seria um sofrimento para os times…

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