sábado, 26 de março de 2011

Na raça

Em dia histórico para Xavi e Villa, foi o atacante do Barcelona quem garantiu a virada na raça da Espanha e os 100% nas eliminatórias para a Euro 2012 (reuters)

Em dia histórico para Xavi e, principalmente, Villa, o Guaje garantiu a vitória espanhola em Granada ante a República Tcheca. O 2 a 1 dá tranquilidade à atual campeã mundial e europeia, que segue 100% nas eliminatórias (quatro vitórias em quatro jogos) e põe um pé e meio na fase final do torneio, onde a seleção tentará a manutenção da taça.

A Espanha começou o jogo querendo esquecer as más partidas feitas nos últimos jogos e exerceu uma grande pressão no campo defensivo dos tchecos. Porém, um velho erro era cometido: a Fúria tinha uma posse de bola na casa dos 77%, mas só foram dados dois chutes a gol - nenhum deles de fora da área. A cega insistência de Del Bosque no 4-3-3 é o principal ponto para o péssimo primeiro tempo da roja, e chegou a seu ápice aos 29 minutos, quando o ex-Osasuna Plasil aproveitou bobeira de Arbeloa e, de canhota, acertou um belo chute no canto esquerdo de Casillas para pôr a República Tcheca na frente em Los Carménes.

Iniesta, adiantado para função de um atacante aberto pelo lado esquerdo, passou o primeiro tempo nulo, enquanto Jesus Navas, aberto à direita, pouco fazia pelo setor de Kadlec. Villa era o que mais tentava, mas Cech parou o atacante do Barcelona de maneira espetacular por, pelo menos, três vezes nos primeiros quarenta e cinco minutos. O módulo utilizado por Del Bosque nos últimos jogos é ineficaz pelo simples fato de não conter um meio-campista driblador na linha de três. Esse jogador poderia ser Iniesta, mas o técnico de Madrid prefere adiantá-lo para jogar ao lado de Villa na frente. David Silva e Mata, em ótimas fases, eram bons nomes à disposição no banco de reservas para exercer tal função, mas sequer entraram na partida. Busquets, Xabi Alonso e Xavi são jogadores técnicos e criativos, que enlouquecem o adversário com a excelente troca de passe no meio de campo, mas não dribladores.

Pressionado após a insatisfação dos torcedores após o término da primeira etapa, Del Bosque resolveu mudar: tirou um de seus homens de meio-campo, Xabi Alonso, e colocou Fernando Torres em campo, deslocando Iniesta à sua posição original. Dessa forma, como se esperava, a Fúria voltou melhor e, com um ímpeto maior ao apresentado no primeiro tempo, chegou mais vezes ao gol de Cech. Fernando Torres, porém, foi muito mal nos quarenta e cinco minutos finais, e confirmou sua má fase desde que trocou o Liverpool pelo Chelsea: el Niño está há dois meses sem comemorar um temto, o suficiente para Del Bosque colocar em xeque sua titularidade e dar um ultimato ao jogador blue.

A Espanha continuava pressionando, mas ainda sem ser muito incisiva. Del Bosque, que soube ler muito bem o jogo, se redimiu do erro inicial: sacou Capdevilla para pôr Cazorla, mudando a seleção para um 3-5-2. A mudança na postura espanhola, que passou a levar mais perigo à meta do goleiro do Chelsea, foi clara, e o gol passou a ser questão de tempo. Aos 23 minutos, Villa recebeu de Iniesta pela direita, puxou para a canhota, deixou Sivok no chão ao ameçar o chute e bateu no único espaço possível, acertando o canto esquerdo de Peter Cech. Dois minutos mais tarde, Iniesta foi derrubado por Rezek na área e a arbitragem marcou pênalti que Villa bateu bem, desta vez no canto direito de Cech.

Jogo em risco
Com 12 pontos em 12 disputados, a seleção espanhola praticamente sacramentou sua vaga à próxima fase da Eurocopa. Na quarta, contra a Lituânia, entrará em campo para confirmar mais três pontos, visto que o adversário não deverá passar nenhum perigo. O jogo, porém, está sob suspeita de acontecer, devido às más condições climáticas na ilha Bálticas. A preocupação de Del Bosque com seus jogadores é máxima e o treinador pediu a seu assistente, Paco Jiménez, que assistisse à partida amistosa entre Lituânia e Polônia para contar mais sobre o estado do gramado.

A federação lituana, demonstrando inocência, publicou em sua página na web uma foto do gramado em condições péssimas para uma partida oficial (ver imagem), o que gerou insatisfação da comissão técnica espanhola, que já pediu à UEFA para que uma inspensão fosse realizada na terça-feira, um dia antes do jogo, avaliando o estado do gramado. Além disso, durante a partida contra a Polônia graves incidentes nas arquibancadas deixaram alguns feridos, entre eles um guarda policial, e dez torcedores acabaram presos.

Os 10 maiores artilheiros da seleção espanhola
1) David Villa – 46 gols (72 partidas)
2) Raúl Gonzalez – 44 gols (102 partidas)
3) Fernando Hierro – 29 gols (89 partidas)
4) Fernando Morientes – 27 gols (47 partidas)
5) Fernando Torres – 26 gols (83 partidas)
6) Emilio Butragueño – 26 gols (69 partidos)
7) Alfredo Di Stefano – 23 gols (31 partidas)
8 ) Julio Salinas – 22 gols (56 partidas)
9) Michel – 21 gols (66 partidas)
10) Telmo Zarra – 20 gols (20 partidas)

Um comentário:

  1. sabia q seria um jogo complicado, valeu os 3 pontos e a determinação da equipe.

    que venha a lituania, se tiver!

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