sexta-feira, 4 de março de 2011

Resumo: 26ª rodada

Os jogadores do Barcelona comemoram: vitória essencial dos catalães, que seguem sete pontos à frente do Real Madrid (getty images)

A 26ª rodada não teve nenhuma mudança significativa na tabela, mas o jogos foram bastante intenso e disputados. Na cada vez mais disputada briga pela Liga Europa, o Sevilla conseguiu uma importante vitória contra o Sporting Gijón e chegou aos 38 pontos, mesmos do Athletic Bilbao, que perdeu para o Zaragoza. Na disputa pelo título, nenhuma mudança: enquanto o Real Madrid passeou pelo Málaga, o Barcelona penou para sair de Valencia com os três pontos. Os chés, por sua vez, viram a aproximação do Villarreal na luta pela terceira vaga (ou o título do campeonato paralelo): os amarillos não fizeram uma boa partida, mas venceram o Hércules e estão a um ponto do Valencia. Confira o resumo da 26ª rodada.

Valencia 0x1 Barcelona (Victor Mendes)
Pela primeira vez na era Guardiola, o Barcelona derrotou o Valencia atuando no Mestalla. Como de praxe, o jogo foi bem complicado. Sair com os três pontos de Paterna foi trabalho árduo para os blaugranas, que venceram pelo placar mínimo, graças a um tento de Messi após uma linda jogada de Adriano pela esquerda. Além disso o Barça bateu o recorde da Real Sociedad da temporada 1978/79 de invencibilidade fora de casa. O Barcelona tem 20 vitórias fora de seus domínios, contra 19 da equipe basca. Unai Emery surpreendeu em sua escalação: mandou a campo um defensivo 4-5-1 e abdicou de um centroavante de ofício em prol de segurar o empate. Mata jogou como um falso nove, mas muitas vezes recuava e revezava esta função com Joaquín e Pablo Hernández. O esquema teve efeito, pois as principais peças-chaves do Barcelona foram anuladas pelo meio-campo ché, que diminuiu muita a posse de bola dos blaugranas. Messi, apesar das oportunidades desperdiçadas, pedia jogo, assim como o brasileiro Adriano, bem participativo exercendo a função de meio-campo pelo lado esquerdo. Se, na escalação inicial, o Barcelona parecia que jogaria no 4-3-3, em campo, pareceu mais um 4-1-4-1. Iniesta fazia as vezes ora de meio-campista de ligação, ora de volante.

No segundo tempo, Unai resolveu atacar e lançou em campo Soldado e, mais tarde, Jonas. O Valencia, que já jogava bem mas faltava ser incisivo, passou a ter mais ímpeto, mas o Barcelona também cresceu de produção. Messi e Adriano, melhores do Barcelona na partida, resolveram a questão em um lance e decidiram a partida, após jogada do brasileiro e finalização do argentino. Após o jogo, Unai Emery lamentou a falta de sorte de sua equipe, "que jogava melhor, mas, num momento crucial, apareceu Messi para decidir". Do lado blaugrana, a preocupação fica por conta de Guardiola, que, com hérnia de disco, foi internado após a partida, mas deve receber alta amanhã. O triunfo suado e comemorado foi um golpe duro na imprensa de Madrid, que parece ter jogado a toalha: o Marca publicou que o tento de Messi valeu um campeonato.

Real Madrid 7x0 Málaga

Contra o Málaga, o Real Madrid teve 20 minutos de Real Madrid e os outros 70 dignos de Barcelona. E nem precisou se esforçar muito para fazer 7 a 0 no Málaga. E se o Barça pulveriza recordes, os merengues podem se orgulhar da espetacular campanha no Santiago Bernabéu: alcançou sua 20 vitória em 20 jogos disputados no estádio na temporada. Melhor marca entre os maiores campeonatos europeu. O começo do jogo foi sonolento. A equipe dirigida por José Mourinho parecia estar em marcha lenta, como no empate sem gols com o La Coruña. Mas aos poucos encontrou seu melhor jogo, com Özil e Di María exuberantes, e o lateral-esquerdo Marcelo em destaque.

Convocado por Mano Menezes, o jogador fez uma partida espetacular, e acabou premiado com um gol em passe de Di María. Deve ser titular da Seleção Brasileira. O argentino também deixou sua marca. Benzema fez dois, e Cristiano Ronaldo, com três gols, empatou com Messi na artilharia com 27 gols. Não adianta nem querer explicar o que foi o jogo. O placar diz tudo. Casillas foi um mero observador do que aconteceu no Bernabéu. Mas apesar do placar, a distância para o Barcelona a 12 jogos do fim do Espanhol é preocupante para a torcida do Real. Só um milagre tira o título do Barça. Mas se o obstinado Mourinho resolver que quer a Liga dos Campeões, os rivais brancos que se cuidem.

Sevilla 3x0 Sporting Gijón
O Sevilla continua com a sua escalada ligueira até a consolidação de uma vaga nas competições européias depois de ter ganhado do Sporting Gijón com muita facilidade, por 3 a 0. A equipe segue ganhando firmeza atrás com a dupla Fazio e Escudé e no meio de campo com os inquestionáveis Medel e Rakitic. Na frente, Luís Fabiano e Negredo estão motivados e se dispõem de ocasiões graças às crescentes de produção de Navas e Perotti. Se com a evidente melhora experimentada somarmos a jogada chave do pênalti e a expulsão de Eguren, podemos explicar que o jogo ante o Sporting se converteu num autêntico monólogo. A princípio, não parecia ser o dia do Sevilla. Apesar de ter uma clara chance de gol perdida por Luis Fabiano, o Sporting causava danos, pressionando muito acima e obrigando Dabo a rifar a bola desde a sua zona. Porém, aos 25 minutos, chegava a jogada decisiva: o próprio Luís Fabiano chegou a uma bola na área antes de Eguren, e este o derrubou. Pênalti e expulsão.

O brasileiro marcou e os asturianos se viam obrigados a jogar com um a menos todo o resto da partida. A lógica conseqüência era o decorrer do jogo. Após poucos minutos, Fazio finalizou de cabeça na trave, e no minuto 34, Perotti fez o 2 a 0 depois de chutar de primeira um rebote dentro da área. Faltava desfrutar do futebol, pela primeira vez depois de tanto tempo. Não havia sinais de que o Sporting voltaria a entrar na partida, mas sim de uma possível goleada sevillista. A promessa do segundo tempo era adormecer a partida, e de tanto fazer isso, o Sevilla quase dormiu e levou um susto. Porém, no minuto 64, Rakitic conectou-se com Negredo, deixando o atacante cara a cara com o goleiro pra fazer o 3 a0. A atitude do Sevilla não mudou em nada, e sabendo que o seu calendário será complicado, chegou mais algumas vezes, mais por obrigação do que por qualquer coisa, fazendo, sem dúvida, a partida mais cômoda da temporada.

Villarreal 1x0 Hércules
O Submarino Amarelo aproveitou o tropeço do Valencia para encostar nos blanquinegros. A diferença, agora, é de um ponto, mas Garrido deve estar preocupado: num momento crucial na temporada, os amarillos parecem estar bem desgastado fisicamente, e penaram para derrotar um adversário, Hércules, que, fora de casa, marcou apenas três gols na temporada - ironicamente, dois desses três tentos foram no Camp Nou. Garrido, que havia sido criticado por abdicar de alguns jogadores titulares para o jogo contra o Racing Santander e comandou a equipe nas arquibancadas, pois estava suspenso, foi a campo sem nenhuma surpresa: no típico 4-4-2 a rombo, o Villarreal dominou o jogo nos primeiros 45 minutos, mantendo seu velho estilo de toque de bola e velocidade pelos flancos.

Autor do único gol da partida, após boa assistência de Cani, Rossi chegou ao seu tento de número 13 na Liga, o que confirma sua ótima temporada: desde que chegou ao Villarreal (em 2007), o ítalo-americano nunca havia feito 12 ou mais gols na Liga Espanhola. Esteban Vigo foi a campo com um inédito 4-1-2-3, a fim de encurralar os amarillos. Portillo, Trezeguet e Tote passaram a dar bastante trabalho a dupla de zaga castelonense a partida segunda etapa. À medida que os minutos iam passando, os blanquiazules de Alicante sufocavam cada vez mais o Villarreal. Atrás ,Pamarot e Calatayud, nos 15 minutos finais, evitavam os costantes ataques amarillo, que passou a acordar com a entrada de Rúben no lugar de um tímido Nilmar, em noite de péssima finalização. A situação do lado alicantino é preocupante: já são 953 minutos sem marcar um golzinho sequer fora do Rico Pérez e a ameaça rebaixamento já está em alerta. Com 26 pontos, o Hércules está um ponto à frente do Sporting, 18º colocado e primeiro da zona de rebaixamento.

Espanyol 1x2 Mallorca
Carlos Kameni é um grande ídolo da torcida périca. Goleiro de alto nível, está no Espanyol há sete temporadas, e sempre resistiu aos assédios de grandes equipes. Na atual temporada, porém, é notável o declínio do camaronês, que está convivendo com as falhas. Contra o Mallorca, entretanto, o arqueiro deu mostras de que ainda está em forma, defendendo pênalti de Gonzalo Castro, entre outras grandes defesas, mas o Espanyol sucumbiu diante dos boquerones e desperdiçaram uma nova oportunidade de encostar mais na dupla de Castilla e León, Villarreal e Valencia, na briga por uma das vagas na próxima Champions. Ainda por cima, ainda viu a aproximação do Sevilla, que chegou aos 38 pontos, dois a menos que os blanquiazules de Barcelona. Ficou claro que, na falta de Osvaldo, as opções para suprir a ausência do argentino ainda não são suficientemente boa. Ainda que Alvaro e Sergio García estejam em boa fase, o ex-Bologna é essencial em tipo de jogos como esse, em que o Espanyol praticamente inexistiu na segunda etapa. No lado malloquín, destaco para Webó. O camaronês voltou a ser protagonista do Mallorca na temporada. Além de marcar o gol de empate, foi dele a jogada para o gol de Nsue, que decretou a virada mallorquina. Com 34 pontos, o time de Palma de Mallorca ainda sonha com uma vaga na próxima Liga Europa.

Zaragoza 2x1 Athletic Bilbao (Victor Mendes)
O Zaragoza respirou fundo após derrotar o Athletic Bilbao no La Romareda por 2 a 1. Remontada essencial dos maños, que voltaram a sair do fundo das profundezas graças a um ótimo segundo tempo de seus jogadores de frente, sobretudo Uche, autor do tento da virada e principal responsável pelo responsável. Além do gol, Uche, que jogou isolado no 4-2-3-1 de Aguirre, foi bastante participativo no ataque e deu trabalho em dobro para Ekiza, jovem da base que sentiu o peso da estreia. Além disso, a linha de frente do Zaragozamuito mais afinco do que nas partidas anteriores: Bertolo, Boutahar, Ander Herrera e Uche imprimiram muita velocidade pelo flancos e pelo meio e criaram bastante perigo à meta de Iraizoz. A atitude covarde de Caparrós teve resultado em campo: após o gol de Llorente, o técnico andaluz, numa ação sem explicação, recuou sem time, que ficou sem pode armar um contra-ataque, e chamou o Zaragoza à partida. Os comandados de Aguirre, cultivados pela remontada, passaram a ter dificuldades apenas em acalmar o jogo nos minutos finais, e Doblas ainda saiu de campo como um herói após evitar um gol de Llorente aos 45 minutos.

Getafe 1x1 Atlético de Madrid (Claudio Araújo)
No Coliseum Alfonso Pérez, o Atlético de Madrid achou um ponto no final da partida graças a um tento do brasileiro Elias, seu primeiro com a camisa rojiblanca. O brasileiro, aliás, deu mais movimentação após entrar na partida. O canterano Koke, que vem fazendo ótima Liga, não conseguiu imprimir um ritmo de jogo aos colchoneros. Novamente, De Gea fez uma partida de alto nível: o jovem arqueiro fez uma defesa crucial em uma cabeçada de Dani Parejo no final da partida. O Getafe começou a partida a mil por hora: logo aos 2', Miku fez boa jogada pela esquerda e cruzou para Manu Del Moral, que recebeu, girou e chutou. A bola, que desviou em Godín, acabou enganando De Gea, que nada pôde fazer. O meio-campista azulone estabeleceu um recorde na tarde de quarta (noite em Madrid): com 153 partidas disputadas com a camisa azulona, tornou-se o jogador com mais números de jogos na primeira divisão espanhola pelo Getafe. No segundo tempo, Forlán resolveu aparecer, e fez toda a jogada do gol de Elias, que, após a partida, desabafou: "queria mostrar para todos o porquê do Atlético de Madrid ter me contratado".

2 comentários:

  1. Não conhecia o blog de vcs, muito bacana, parabéns, podem ter certeza q vou estar sempre visitando o blog.

    Se puderem visitem o blog Desenho Tático,http://desenhotatico.blogspot.com/

    Abraço!

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  2. Opa, obrigado pelos elogios, Arthur. Seu blog já está até favoritado aqui no meu PC.

    Rodrigo Zuckerman,
    Abraço!

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