sábado, 5 de março de 2011

Jogadores Históricos: Ferenc Puskás


Ídolo genial, de difícil lida e um vencedor, mas que no Real Madrid soube ser o segundo nome, conquistando a simpatia de Di Stéfano (Herald Library)

Baixo (1,70 m) e com o passar da idade gordo, porém gênio, caracteristíca que jamais deixou o futebol de Ferenc Puskás. O Major Galopante era o cérebro da mágica geração húngara dos anos 50, revolucionou o jeito de jogar futebol. Na Espanha, o húngaro fez parte de uma das melhores equipes da história do futebol mundial, o Real Madrid, que ainda tinha Gento, Di Stéfano e Kopa.

Puskás, como a maioria dos futuros craques, começou a jogar cedo e logo se destacou, o que levou ele a fazer algo não muito comum: ganhou dois anos na idade, para poder treinar profissionalmente. E, como tudo na vida do Major Galopante, as convocações vieram à galope. Em 1945, a seleção húngara passou a fazer parte da sua vida.

E foi a seleção do leste europeu que deu notoriedade mundial ao atacante e cérebro da equipe. Ao lado de Zoltan Czibor, Sándor Kocsis (vitíma da ira de Puskás e segunda maior estrela da compania), József Bozsik (vizinho e amigo desde a infância) e Nándor Hidegkuti, “Os Mágicos Magiares” marcaram época. O título olímpico de 1952 começava a mostrar a força da Hungria, que ainda foi a primeira seleção a vencer a Inglaterra, no Wembley lotado, em 1953: um 6 a 3 pra ninguém colocar defeito. E ainda a mágica campanha na Copa do Mundo de 1954, que, só por um detalhe, não acabou nas mãos de Puskás e cia.

O Real Madrid teve sorte. Era muito difícil que um dos atletas magiares saísse do país, mas com Ferenc Puskás foi diferente. Major do exército, ele estava fora da Hungria durante o levante de outubro de 1956 e resolveu nunca mais voltar. Assim acabou considerado desertor. A federação húngara foi à FIFA e conseguiu que o Major Galopante ficasse suspenso por 18 meses. Durante esse tempo, Puskás engordou, passou por vários países da Europa e América do Sul, e treinou na Inter, mas ao final da supensão, o Real Madrid se tornou a casa do craque do leste europeu. A sua contração gerou desconfiança, pois estava com 31 anos e muitos quilos a mais; porém, ele provou seu valor em campo.

Puskás chegou e já foi muito importante para o quarto título em sequência da Liga dos Campeões. O húngaro marcou duas vezes nos três jogos da semifinal frente ao Atlético de Madrid, mas acabou ficando de fora da final contra o Stade Reims. Na quinta conquista merengue, foi artilheiro com 12 gols, sendo quatro deles anotados na final frente ao Eintracht Frankfurt. Em 1961-62, mais uma decisão pela taça das grandes orelhas, mas mesmo com o hat-trick anotado contra o Benfica de Eusébio, o título ficou com os portugueses. Pancho (apelido dado pela torcida merengue) anotou sete tentos ao longo da competição, sendo novamente o artilheiro.

Na Espanha, o Major Galopante também colecionava feitos. E em duas temporadas consecutivas, o húngaro foi artilheiro de La Liga tendo média de um gol ou mais. Em 1963-64, Puskás novamente alcançou a artilharia do torneio, mas a Inter parou o Real na final. No sexto título dos blancos, em 1966, Pancho fez parte da equipe campeã, mas longe de ter o destaque anterior. Durante o sucesso no Real Madrid, Puskás teve a proposta para se naturalizar espanhol. À época, o processo era muito mais fácil e juntamente a Di Stéfano (também naturalizado), o húngaro vestiu rojo na Copa de 1962. Porém a campanha espanhola foi péssima e a furia acabou eliminada na primeira fase.

Em 1966-67, o Major Galopante fez sua última temporada vestindo blanco, onde acabou jogando apenas amistosos. Puskás ainda tinha problemas no seu país, portanto demorou a retornar para lá. Isso ocorreu apenas em 1981, mas só pôde fixar residência na Hungria em 1993. Quando finalmente todos os processos contra ele foram retirados pelo novo governo, Puskás assumiu o comando da seleção húngara. Antes de voltar à terra natal, Puskás tentou seguir como técnico. Até conseguiu alguns títulos na Grécia, Austrália e Paraguai, mas jamais repetiu o sucesso dos tempos de jogador.

O Major Galopante morreu em 17 de novembro de 2006, em Budapeste, já muito debilitado por uma Arteriosclerose e um Mal de Alzheimer descoberto em 2000. Porém, uma Pneumonia parou o craque Puskás. Após a morte, em 2009 ele recebeu da FIFA a honra de ter seu nome no prêmio de gol mais bonito na temporada.

Ferenc Puskás
Nascimento: 2 de abril de 1927, em Budapeste, Hungria
Falecimento: 17 de novembro de 2006, em Budapeste, Hungria
Posição: Atacante
Clubes como jogador: Kispest (1943-49), Budapeste Honvéd (1949-55) e Real Madrid (1958-66)
Clubes como treinador: São Francisco Golden Gate Gales (1967), Vancouver Royals (1968), Alavés (1968-69), Panathinaikos (1970-74), Murcia (1975), Colo-Colo (1975-76), Arábia Saudita (1976-77), AEK Atenas (1978-79), Al-Masry (1979-82), Sol de América (1985-86), Cerro Porteño (1989-92), South Melbourne Hellas (1989-92) e Hungria (1993)
Títulos: 5 Campeonatos Húngaro (1949-50, 1950, 1952, 1954 e 1955), 5 La Liga (1960-61, 1961-62, 1962-63, 1963-64 e 1964-65), Copa del Rey (1961-62), Mundial de Clubes (1959-60), 3 Ligas dos Campeões (1958-59, 1959-60 e 1965-66), Olimpíada (1952), 3 Campeonatos Grego (1970-71, 1971-72 e 1978-79), Campeonato Paraguaio (1986), Campeonato Australiano (1990-91) e Copa da Austrália (1989-90)
Seleção húngara: 85 jogos e 84 gols
Seleção espanhola: Quatro jogos e nenhum gol

Um comentário:

  1. Belo texto, Pedro.
    Passei longe de assistir Puskás, mas sempre ouço falar, positivamente, sobre ele.
    Abraço!

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