Cinco a zero. Um resultado histórico em um jogo histórico. Os blaugranas chegaram a sua manita (literalmente) de vitórias sobre o rival madrileño com uma sonora goleada. Domínio absoluto da partida, muita movimentação entre os atacantes e jogo de equipe. O Barcelona mostrou mais uma vez que é, acima de tudo, um conjunto, ao contrário do Real Madrid, que só levou raro perigo em jogadas individuais de um apagadíssimo Cristiano Ronaldo. Como disse o amigo Ubiratan Leal, da Trivela, " em um encontro de grandes equipes, como o Barça x Real, espera-se que os times se respeitem, que entrem em campo cheio de dedos, estudando a postura do oponente, descobrindo os espaços que estarão disponíveis, avaliando que armas seriam mais atuantes. O time de Guardiola mandou as preliminares para o espaço. Começou a partida já soltando diretos e ganchos. Nada de jabear." Vamos a uma breve síntese do pré-jogo e da partida propriamente dita.
Antecedentes
Quando a tabela da Liga BBVA 10-11 foi divulgada e estava previsto que o superclássico seria disputado na semana dos dias 27 e 28 de novembro muito se falou sobre o fato de que alguns eventos particulares em Barcelona poderia colocar em risco o clássico. A visita do Papa à Catalunha mais as eleições parlamentares da comunidade autónoma fizeram com que o superclássico fosse transferido para uma segunda.
Por um lado, a chegada de Mourinho a Chamartín para treinar o Real Madrid - mais algumas contratações pontuais, como as de Ricardo Carvalho, Khedira, Di María e Özil - fez com que os afficionados merengues tivessem a esperança de voltar a ter o sabor de comemorar uma vitória sobre os rivais catalães. Líder da Liga e invicto sob o comando de Mourinho, até a bola rolar no Camp Nou os blancos foram muito respeitado pelo Barcelona. Na entrevista coletiva de domingo, cuidadosa e politicamente correta, Guardiola parecia preocupado, cheio de caretas. Mas a tensão pré-clássico se desfez com as escalações, com ambos os treinadores optando por suas equipes ideais. Já o Barcelona chegava para o superclássico em sua melhor forma na temporada. Após um início conturbado, com derrota para Hércules e empate para o Mallorca no Camp Nou, os preparadores físicos do time já previam que o auge desta equipe seria no final de novembro/começo de dezembro.
Provocações por parte madrileña foi o que não faltou. Mourinho, Cristiano Ronaldo, Di María e até mesmo Marcelo sentiam-se superiores antes mesmo da partida começar. O português, por exemplo, chegou a dizer "que queria ver o Barcelona marcar oito no Madrid". Já o brasileiro e o argentino, não ousaram em dizer que "Cristiano Ronaldo é melhor que Messi". Os jogadores barcelonistas manteram-se calados, e Guardiola soube usar a provocação para seu lado. A resposta foi dada em campo e o Real Madrid saiu do Camp Nou humilhado. Nota triste, foi aoacidente durante a chegada do time madrileño a Barcelona. O ônibus da delegação foi apedrejado por torcedores do "Boixos Nois", mas nenhum jogador ou comissário da equipe técnica saíram feridos.
O jogo
Antes mesmo do jogo começar, a primeira surpresa: Higuaín não passou na última revisão médica e, para não forçá-lo, Mourinho resolveu deixá-lo de fora da partida. A imprensa especulou que Mourinho poderia alinhar uma linha de três na volância com Lass Diarra, Xabi Alonso e Khedira, vindo de trás de Di María e Özil. No caso, Cristiano Ronaldo atuaria como um falso nove, como em tempos de Pelegrinni. Mas acabou acontecendo o mais óbvio e Mourinho foi de 4-2-3-1 com Benzema no lugar do Pipita. A partida começou com o Barcelona já exercendo sua famosa pressão. Logo no primeiro minuto, Pepe teve a felicidade de cortar uma bola lançada em profundidade por Iniesta para Villa.
Porém, oito minutos depois, num lance parecido saiu o primeiro gol. Iniesta dominou na frente de Pepe e, com maestria, lançou Xavi. Ricardo Carvalho não conseguiu cortar e, contando com a sorte, Xavi dominou e só deu um leve toque por cima de Casillas, que ficou reclamando de impedimento inexistente para abrir o placar. Antes disso, o Barcelona já havia assustado. Messi, em um lance de extrema inteligência, viu o posicionamento adiantado de Casillas e tocou por cima do goleiro, que viu a trave salvar o gol do Barcelona. Depois, Di María levou perigo ao gol de Valdés após receber de Özil e chutar forte para defesa do arqueiro catalão.
O segundo gol não tardou a chegar. Após troca de passes, Xavi recebeu de Messi, levantou a cabeça e cruzou na esquerda para Villa. O guaje, que já vinha ganhando todas de Sergio Ramos, levou para a perna esquerda e cruzou para Pedro, que saiu como um raio da marcação de Marcelo para ampliar. Notável a movimentação do canário. Após sofrer falta do brasileiro (não marcada por Iturralde González) o camisa '17' blaugrana disparou para receber de Villa. Após o tento, o Barcelona passou a administrar a partida, para desespero do Real Madrid, que passou a ficar com os nervos à flor da pele. Após Cristiano Ronaldo empurrar Guardiola na beira do campo, um tumulto foi instalado, que rendeu cartão amarelo para o atacante português. Messi também não ficou imune e levou cartão amarelo após simular uma cotovelada de Ricardo Carvalho.
Para o segundo tempo, Mourinho tentou reforçar a marcação no meio-campo e voltou com Lass Diarra no lugar de um decepcionante Özil. Bem marcado por Ricardo Carvalho no primeiro tempo, Messi se soltou, e conduziu o Barcelona na segunda etapa. Logo no início, deixou Xavi na cara de Casillas. O meio-campista catalão teve seu chute interceptado por Khedira e, no rebote, chutou para fora. Mas o terceiro gol saiu três minutos depois. Em nova descida de Messi pela direita, "La Pulga" tocou para Villa, que se antecipou a Pepe e tocou na saída de Casillas para "matar" a partida. E foi a mesma dupla que ocasionou o desespero de Casillas. No círculo central, Messi deixou Ricardo Carvalho e Khedira para trás. Vendo a movimentação de Villa na esquerda, que se desmarcou de Sergio Ramos, Messi lançou o Guaje, que novamente tocou na saída de Casillas para chegar ao seu doblete. Vale lembrar que, há um mês, Mourinho mandou uma indireta para Villa, falando que "custou caro e não marca". Resposta cruel para o técnico de Setubal.
O Barcelona ainda teve chances para ampliar, mas tirou o pé. Talvez para poupar o arquirrival de uma humilhação extrema, já que às vezes atletas profissionais mostram sinais de piedade para com seus amigos. O torcedor catalão não podia pedir mais. Mas teve. Após jogada que iniciou-se no campo de defesa, com roubada de bola de Daniel Alves em Cristiano Ronaldo, Bojan recebeu de Iniesta e partiu em contra-ataque pela direita. O canterano cruzou à área e Jeffren antecipou-se a Pepe e tocou de direita para vencer Casillas. A torcida ficou em êxtase com a manita, a quarta da história do superclássico - a última havia sido em 1994, com show de Romário em campo - e Piqué fez sinal de "cinco" para a arquibancada. Nos segundos finais, Sergio Ramos deu uma entrada criminosa em Messi e foi expulso. Antes de sair em campo, meteu a mão na cara de Puyol e Xavi, companheiros de seleção espanhola. Após o término da partida, Sergio Ramos pediu desculpas a Messi, Xavi e Puyol, dizendo que, "no momento, estava de cabeça quente".
Antecedentes
Quando a tabela da Liga BBVA 10-11 foi divulgada e estava previsto que o superclássico seria disputado na semana dos dias 27 e 28 de novembro muito se falou sobre o fato de que alguns eventos particulares em Barcelona poderia colocar em risco o clássico. A visita do Papa à Catalunha mais as eleições parlamentares da comunidade autónoma fizeram com que o superclássico fosse transferido para uma segunda.
Por um lado, a chegada de Mourinho a Chamartín para treinar o Real Madrid - mais algumas contratações pontuais, como as de Ricardo Carvalho, Khedira, Di María e Özil - fez com que os afficionados merengues tivessem a esperança de voltar a ter o sabor de comemorar uma vitória sobre os rivais catalães. Líder da Liga e invicto sob o comando de Mourinho, até a bola rolar no Camp Nou os blancos foram muito respeitado pelo Barcelona. Na entrevista coletiva de domingo, cuidadosa e politicamente correta, Guardiola parecia preocupado, cheio de caretas. Mas a tensão pré-clássico se desfez com as escalações, com ambos os treinadores optando por suas equipes ideais. Já o Barcelona chegava para o superclássico em sua melhor forma na temporada. Após um início conturbado, com derrota para Hércules e empate para o Mallorca no Camp Nou, os preparadores físicos do time já previam que o auge desta equipe seria no final de novembro/começo de dezembro.
Provocações por parte madrileña foi o que não faltou. Mourinho, Cristiano Ronaldo, Di María e até mesmo Marcelo sentiam-se superiores antes mesmo da partida começar. O português, por exemplo, chegou a dizer "que queria ver o Barcelona marcar oito no Madrid". Já o brasileiro e o argentino, não ousaram em dizer que "Cristiano Ronaldo é melhor que Messi". Os jogadores barcelonistas manteram-se calados, e Guardiola soube usar a provocação para seu lado. A resposta foi dada em campo e o Real Madrid saiu do Camp Nou humilhado. Nota triste, foi aoacidente durante a chegada do time madrileño a Barcelona. O ônibus da delegação foi apedrejado por torcedores do "Boixos Nois", mas nenhum jogador ou comissário da equipe técnica saíram feridos.
O jogo
Primeiro superclásico de Villa e um doblete. Resposta em alto estilo à provocação de Mourinho (reuters)
Antes mesmo do jogo começar, a primeira surpresa: Higuaín não passou na última revisão médica e, para não forçá-lo, Mourinho resolveu deixá-lo de fora da partida. A imprensa especulou que Mourinho poderia alinhar uma linha de três na volância com Lass Diarra, Xabi Alonso e Khedira, vindo de trás de Di María e Özil. No caso, Cristiano Ronaldo atuaria como um falso nove, como em tempos de Pelegrinni. Mas acabou acontecendo o mais óbvio e Mourinho foi de 4-2-3-1 com Benzema no lugar do Pipita. A partida começou com o Barcelona já exercendo sua famosa pressão. Logo no primeiro minuto, Pepe teve a felicidade de cortar uma bola lançada em profundidade por Iniesta para Villa.
Porém, oito minutos depois, num lance parecido saiu o primeiro gol. Iniesta dominou na frente de Pepe e, com maestria, lançou Xavi. Ricardo Carvalho não conseguiu cortar e, contando com a sorte, Xavi dominou e só deu um leve toque por cima de Casillas, que ficou reclamando de impedimento inexistente para abrir o placar. Antes disso, o Barcelona já havia assustado. Messi, em um lance de extrema inteligência, viu o posicionamento adiantado de Casillas e tocou por cima do goleiro, que viu a trave salvar o gol do Barcelona. Depois, Di María levou perigo ao gol de Valdés após receber de Özil e chutar forte para defesa do arqueiro catalão.
O segundo gol não tardou a chegar. Após troca de passes, Xavi recebeu de Messi, levantou a cabeça e cruzou na esquerda para Villa. O guaje, que já vinha ganhando todas de Sergio Ramos, levou para a perna esquerda e cruzou para Pedro, que saiu como um raio da marcação de Marcelo para ampliar. Notável a movimentação do canário. Após sofrer falta do brasileiro (não marcada por Iturralde González) o camisa '17' blaugrana disparou para receber de Villa. Após o tento, o Barcelona passou a administrar a partida, para desespero do Real Madrid, que passou a ficar com os nervos à flor da pele. Após Cristiano Ronaldo empurrar Guardiola na beira do campo, um tumulto foi instalado, que rendeu cartão amarelo para o atacante português. Messi também não ficou imune e levou cartão amarelo após simular uma cotovelada de Ricardo Carvalho.
Para o segundo tempo, Mourinho tentou reforçar a marcação no meio-campo e voltou com Lass Diarra no lugar de um decepcionante Özil. Bem marcado por Ricardo Carvalho no primeiro tempo, Messi se soltou, e conduziu o Barcelona na segunda etapa. Logo no início, deixou Xavi na cara de Casillas. O meio-campista catalão teve seu chute interceptado por Khedira e, no rebote, chutou para fora. Mas o terceiro gol saiu três minutos depois. Em nova descida de Messi pela direita, "La Pulga" tocou para Villa, que se antecipou a Pepe e tocou na saída de Casillas para "matar" a partida. E foi a mesma dupla que ocasionou o desespero de Casillas. No círculo central, Messi deixou Ricardo Carvalho e Khedira para trás. Vendo a movimentação de Villa na esquerda, que se desmarcou de Sergio Ramos, Messi lançou o Guaje, que novamente tocou na saída de Casillas para chegar ao seu doblete. Vale lembrar que, há um mês, Mourinho mandou uma indireta para Villa, falando que "custou caro e não marca". Resposta cruel para o técnico de Setubal.
O Barcelona ainda teve chances para ampliar, mas tirou o pé. Talvez para poupar o arquirrival de uma humilhação extrema, já que às vezes atletas profissionais mostram sinais de piedade para com seus amigos. O torcedor catalão não podia pedir mais. Mas teve. Após jogada que iniciou-se no campo de defesa, com roubada de bola de Daniel Alves em Cristiano Ronaldo, Bojan recebeu de Iniesta e partiu em contra-ataque pela direita. O canterano cruzou à área e Jeffren antecipou-se a Pepe e tocou de direita para vencer Casillas. A torcida ficou em êxtase com a manita, a quarta da história do superclássico - a última havia sido em 1994, com show de Romário em campo - e Piqué fez sinal de "cinco" para a arquibancada. Nos segundos finais, Sergio Ramos deu uma entrada criminosa em Messi e foi expulso. Antes de sair em campo, meteu a mão na cara de Puyol e Xavi, companheiros de seleção espanhola. Após o término da partida, Sergio Ramos pediu desculpas a Messi, Xavi e Puyol, dizendo que, "no momento, estava de cabeça quente".
Foi um espetáculo primoroso de futebol. O Barcelona venceu todos os duelos: Puyol x Cristiano Ronaldo, Pedro x Marcelo, Villa x Sérgio Ramos, Xavi x Xabi Alonso, Khedira x Iniesta e Busquets x Özil. O Real Madrid não fez nada que mereça registro positivo, foi simplesmente massacrado pelo time de Pep Guardiola, que apenas manteve seu estilo.
Eh, esse foi um dos maiores espetaculos de posse de bola do Barça. O Real Madrid nem viu a cor da bola.
ResponderExcluirA falta do Sérgio Ramos em cima de Messi foi para quebrar o "hermano" e nem eu acredito que ele não foi punido por essa agressão.
Abraços, sempre vejo os textos de vcs.
Queria ver o Rodrigo escrevendo sobre esse masacre. humilhação. barcelona é, sim, o melhor time do mundo.
ResponderExcluirvictor mandando bem como sempre
abraços!
Valeu pelos elogios, Jairo.
ResponderExcluirO El País descreveu muito bem este Barcelona: "Os gols caem no Camp Nou como as folhas do outono, naturalmente, com a cadência tão linda e serena, um sinal de prosperidade e de futebol de saúde."