sábado, 23 de julho de 2011

Campeones Del Mundo: José Reina

Reina seguiu uma tradição familiar de goleiros bem sucedidos (divulgação: Premier League)

Ele cumpriu a risca o ditado: filho de peixe, peixinho é. No caso de José Reina, troque o peixe pelo goleiro e tenha uma história familiar de sucesso. Miguel Reina, o pai, começou a atuar na Liga Espanhola em 1964, pelo Córdoba. Duas temporadas depois, chegou ao Barcelona para fazer história. Até hoje, o Reina Pai é detentor do recorde de minutos seguidos sem levar gol pelos blaugranas: 824 minutos durante a temporada 1972/73. Miguel ainda jogou pelo Atlético de Madrid antes de aposentar-se, em 1980, após 312 partidas na primeira divisão espanhola e dois troféus Zamora de goleiro menos vazado da temporada - em 1972/73 com o Barça e em 1976/77 com os Colchoneros.

Em 1982, Miguel resolveu dar continuidade a saga familiar de goleiros. Nascia José Manuel Reina Páez, o Pepe. Com 13 anos, o adolescente resolveu seguir os passos do progenitor e começou sua carreira nas canteras do Barcelona, clube defendido pelo pai por sete temporadas. Em 1999, debutava no Barcelona B para a Segunda Divisão B, a terceirona espanhola. Mas as seguidas lesões dos goleiros da matriz, o francês Richard Dutruel, ex-Celta de Vigo, e Francesc Arnau, também goleiro formado nas canteras, fizeram o comandante holandês Louis Van Gaal chamar o jovem arqueiro para a equipe principal.

Reina agradou no time de cima e ficou com o grupo na temporada 2000/01, sob o comando de Lorenzo Serra Ferrer. Alcançar as semifinais da antiga Copa da Uefa, atual Europa League, não foi suficiente para a direção continuar a aposta no jovem goleiro. Por isso, em 2001/02, o experiente argentino Roberto Bonano foi contratado do River Plate para ser o camisa #1 blaugrana, tomando o espaço de Pepe. A situação de revesamento entre os goleiros blaugranas na temporada 2001/02 não agradava Pepe, que buscava uma continuidade como titular para, quem sabe, figurar entre os selecionáveis para a Copa do Mundo da Ásia, no Japão e na Coreia. Reina não foi chamado por José Antonio Camacho para o Mundial e resolveu trocar de ares.

Em uma transação que envolveu a ida do brasileiro Belletti para o Barça, o goleiro desembarcou no El Madrigal, onde viria a se tornar um dos pilares que elevou o status do Villarreal na Espanha e na Europa. Pepe foi o titular do gol do "Submarino Amarelo" nos dois títulos da Intertoto em 2003 e 2004. Seu auge no clube foi na temporada 2004/05, quando ajudou a equipe comandada por Manuel Pellegrini a chegar na Uefa Champions League pela primeira vez na história. No ano seguinte, Reina trocou o El Madrigal por Anfield para ser reserva do veterano polonês Jerzy Dudek, protagonista da monumental virada do Liverpool na final da Liga dos Camepões diante do Milan em Istambul.

Na Inglaterra, Pepe Reina firmou-se como um dos melhores do mundo na sua posição. Vencedor da Luva de Ouro na Premier Legue por quatro vezes - 2006, 2007, 2008 e 2010 - o goleiro espanhol só não alçou ao posto de titular da seleção de seu país. Na Fúria, Casillas faz história desde que assumiu a camisa um e, por ser da mesma faixa etária de Pepe, o submete a reserva na quase totalidade das partidas.

No entanto, não foi por isso que ele deixou de fazer parte da maior geração de futebolistas da Espanha. Presente nas conquistas da Euro 2008 e da Copa 2010, Pepe conseguiu superar os feitos de seu pai, ídolo e referência na carreira. Com média de 0.91 gol sofrido por jogo, era de se esperar o sucesso. Afinal, ser bom goleiro, nesse caso, é tradição de família.

José Reina
Nome: José Manuel Reina Páez
Apelido: Pepe
Nascimento: 31/08/1982 - 28 anos
Local: Madrid, Espanha
Clubes que defendeu: Barcelona B, Barcelona, Villarreal, Liverpool
Títulos: Duas Uefa Intertoto (2004 e 2005 - Villarreal), Supercopa Europeia (2005 - Liverpool), FA Cup (2006 - Liverpool), Community Shield (2006 - Liverpool)
Prêmios Individuais: Quatro Luvas de Ouro da Premier League (2006, 2007, 2008 e 2010)
Seleção: 22 jogos
Títulos pela Seleção: Eurocopa 2008, Copa do Mundo de 2010

2 comentários:

  1. Reina é muito bom.

    Sempre defendi aqui a tese de que, excetuando o trio Buffon-Cech-Casillas, ele não deve a nenhum outro goleiro do mundo.

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