segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Resumo: 9ª Rodada

Parece repetitivo, mas é bom recordar: após nove rodada, o equilíbrio de La Liga parece ter acabado e, após tropeços inadmissíveis de Atlético de Madrid, Valencia, Sevilla e Villarreal - os dois últimos aceitável -, o campeonato parece ter tomado o rumo antigo, com a disputa polarizada entre os dois gigantes.

Numa rodada posterior às competições europeias, apenas Barcelona e Real Madrid venceram. Antes de seus respectivos compromissos pela Champions, o time de Chamartín teve dificuldades para vencer o promissor Hércules, mas contou com um Cristiano Ronaldo novamente decisivo para bater os herculinos. Já o Barcelona, finalmente mostrou seu poderio e goleou o Sevilla, com grandes atuações de Villa e Messi, autor de um doblete cada. Se os blaugranas eram questionados por não mostrar o mesmo futebol no Camp Nou como vem mostrando longe da Catalunha, isso parece ter sido coisa do passada.

O Valencia, que tem jogo decisivo pela Champions contra o Rangers no Mestalla, parece ter sentido o baque da perda da liderança: após liderar a Liga de maneira invicta nas seis primeiras rodadas, os chés tiveram três resultados adversos (duas derrotas e um empate) consecutivos e o tropeço desta rodada - ante o Zaragoza, lanterna da competição - já começa trazer dúvidas sobre o time. Parece cedo e injusto, mas o cargo de Unai Emery no comando técnico do time já parece ameaçado.

Messi e Villa, com um doblete cada, ajudaram o Barcelona a vencer com autoridade no Camp Nou pela primeira vez na temporada (reuters)

Valencia 1x1 Zaragoza
O Valencia segue caindo. Se, quatro rodadas atrás, o time era líder com uma boa vantagem em relação ao segundo e o terceiro colocado, agora a realidade é outra. Com um tropeço inaceitável diante do lanterna do campeonato, o Zaragoza, os valencianos já se encontram em quarto colocado e a seis pontos do líder Real Madrid. O resultado desta rodada poderia ter causado mais prejuízos se Lanzaro, autor do gol maño, não tivesse marcado contra e, desta forma, empatado o jogo. O gol a favor de Lanzaro logo no início da partida foi apenas o sétimo gol do Zaragoza em nove rodadas. A equipe aragonesa pode comemorar o fato de ter jogado com um a menos desde os 17 do segundo tempo, quando Delgado Ferreira expulso de maneira controversa o jovem Ander Herrera. Edmílson foi chamado para remontar a equipe e o Zaragoza, mesmo com um a menos, acabou crescendo o seu ímpeto ofensivo no jogo, mas não conseguiu voltar à frente. O resultado e a maneira como o Valencia se comportou após a expulsão do meio-campista maño só ratifica a ideia de que o Valencia tem um elenco ineficaz e sem ideias. Fato determinante para a má partida ché foi a também má partida de Banega, que, em dia pouco inspirado, não conseguia criar jogada alguma.

Se o Zaragoza perdeu uma grande chance de ressurgir, o resultado anima José Aurélio Gay. Segundo o técnico madrileño, que está com as cordas bambas, a postura que o time entrou em campo, se repetida nos próximos jogos, faz com que o Zaragoza possa bater de frente com qualquer time no campeonato - até mesmo Barcelona e Real Madrid, acredita o técnico. Por outro lado, o Valencia parece ter entrado em crise. As vaias após o apito final do árbitro ilustra bem o momento que os valencianos vive e, como esse tropeço, o Valencia já chega a sete pontos perdidos em seus domínios.

Hércules 1x3 Real Madrid
"Sem Boquerón". A frase que intitula a capa do El Mundo Deportivo de domingo é em referência óbvia a vitória do Real Madrid sobre o Hércules, que havia derrotado o Barcelona no Camp Nou. O Real Madrid partiu para um jogo que, para o observador menos atento, deveria lhe trazer grandes dificuldades. Mas não se deve esquecer o amistoso válido pelo Troféu Rico Pérez entre as duas equipes, há pouco mais de três meses, na estreia de Özil pela equipe blanca. Antes do começo da Liga, os merengues não tiveram dificuldades para vencer o Hércules por 3 a 1, quando a estrela de Benzema brilhou, com um doblete. Desta vez, Estebán "Boquerón" Vigo mandou a campo um 4-2-3-1 que teve efeito instantâneo logo aos dois minutos, quando Cortéz levantou e Trezeguet, aproveitando inoperância de Pepe pelo alto, cabeceou à esquerda de Casillas. O Hércules seguia criando muito mais na partida, principalmente pela lado direito do campo, onde Sergio Ramos tinha muitas dificuldades para conter as descidas de Cortés e Thomerth.

O Real Madrid ficara sem criação alguma, já que Özil pouco criava, e as articulações das jogadas ficou por conta de Xabi Alonso. Cristiano Ronaldo e Higuaín tentavam, mas o primeiro tempo de Calatayud foi perfeito. Porém, o goleiro herculino falhou logo no início da volta ao segundo tempo: soltou um chute de Cristiano Ronaldo nos pés de Di María, que não desperdiçou. O gol animou o Real Madrid, que voltou com uma postura diametralmente oposta àquela exercida no primeiro tempo. O time de Mourinho mostrou um condicionamente físico invejável e, percebendo isso, Esteban Vigo reforçou seu meio-campo com Rufete. Mas o Real Madrid já havia controlado todas as ações e chegou a virada.

Se Benzema foi muito questionado durante a semana, o jogo serviu para dar a volta por cima: após entrar numa ousada substituição no lugar de Pepe, quando o jogo ainda estava 1 a 1, o francês foi fundamental para que a vitória saísse. Primeiro, foi de um chute dele o rebote de Calatayud no primeiro gol de Cristiano Ronaldo e o segundo dos blancos; e, depois depois de receber belo passe em profundidade de Di María, teve calma e tranquilidade para passar para Cristiano Ronaldo marcar seu doblete e seu 11º na Liga. Mourinho demonstrou nesta partida a diferença que faz um grande treinador. Apostou num 4-1-3-2 com Khedira na defesa para empatar e virar a partida e num 4-3-3 com Marcelo de meia central ao lado de Khedira para segurar o placar e contra-atacar. A ousadia do português contrasta e muito com a covardia que exibia Pellegrini em suas alterações previsíveis.

Barcelona 5x0 Sevilla
"Benzema não está mal. Há jogadores de outras equipes que custaram alto e não estão fazendo gol". Mourinho não precisou citar, mas ficou muito claro que a frase dele na coletiva pré-jogo contra o Hércules foi uma indireta para David Villa. E o Guaje respondeu com o que mais sabe fazer: gols. Além dos tentos, Villa mostrou um posicionamente legível e ficara poucas vezes em impedimento, como em partidas anteriores. Na primeira grande - e esperada - partida de Villa com a camisa azulgrená, Messi novamente brilhou. Marcou dois gols; fez a linda jogada para o também lindo gol de Villa - o primeiro -; e, como sempre, se movimentava com perfeição, dando perplexidade à zaga sevillista. O Barcelona tomou conta do jogo desde o início. Tanto é que, em alguns momentos da partida, o time catalão aparecia com 80% de posse de bola. Mesmo fechada atrás, a defesa do Sevilla não conseguiu impedir as chances de perigo do Barcelona.

Quem também teve participação crucial para a goleada surgir foi Pedro. O tenerifeño eve participação fundamental na esquerda, onde Konko não conseguia pará-lo de jeito nenhum. O francês, aliás, só conseguiu pará-lo de uma maneira: com faltas, que logo teve resultados: expulsão. Manzano até tentou evitar uma nova goleada do Sevilla diante do Barcelona, sacrificando Luis Fabiano para pôr Romaric, recompondo o sistema defensivo. Mas o Barcelona seguia acordado e chegou a mais três gols. O Jogo culé voltou a brilhar. Com uma rápida troca de passes e posse de bola altíssima, o Barcelona construiu mais uma goleada frente ao Sevilla. Com os cinco gols, os blaugranas chegam a doze tentos nos últimos três jogos contra o Sevilla no Camp Nou.

Cáceres, zagueiro emprestado ao Sevilla pelo Barcelona, fez uma boa partida, mas pecou muito na saída de bola. Além de ter tomado um drible de corpo lindo de Messi no primeiro gol do jogo, teve que jogar por dois, porque Alexis estava num péssimo dia. O uruguaio mostrou como sempre a raça e, se houve algum destaque, foi o jogador mais afinco pelo lado andaluz. Sem poder contar com Palop e Navarro por mais um mês, a péssima notícia veio após a goleada: Jesus Navas, que foi descartado da partida, sentiu o tornozelo esquerdo e, provavelmente, ficará de fora de dois a três meses.

Sporting Gijón 1x1 Villarreal
Já acostumado a jogar pressionado pela impossibilidade de perder para não se afastar dos líderes Real e Barcelona, o Villarreal jogou ofensivamente contra o Gijón, mesmo fora de casa. Com Nilmar tendo liberdade para buscar o jogo em todo o campo, o Submarino Amarelo jogava em velocidade e controlava a bola no setor ofensivo. Com o brasileiro abusando dos dribles, criou pelo menos quatro boas chances, mas em duas delas Nilmar preferiu simular pênalti e acabou atrapalhando o ataque. O Gijón descontava em contra-ataques e o primeiro tempo acabou mesmo em 0 a 0, apenas de as duas equipes merecerem ter feito pelo menos um gol cada.

A superioridade na posse de bola foi ainda mais visível na segunda etapa, com o Gijón aceitando a pressão do Villareal. Porém, Iglesias Villaneva viu pênalti em bola que tocou na mão de Gonzalo após cruzamento da direita. Diego Castro deslocou o goleiro e abriu o placar. Pouco depois, o mesmo Gonzalo, que havia recebido amarelo no lance do pênalti, fez falta boba em Barral, levou a segunda advertência e acabou expulso. Para recompor o time, Nilmar deixou o campo para a entrada de Mussachio. Sem seu principal jogador neste início de temporada e com Rossi pouco inspirado, o Villarreal ia aceitando a derrota até que o árbitro voltou a interferir no resultado. Aos 46min, Eguren, ex-Villarreal, segurou Marchena na área em lance comum. O árbitro assinalou pênalti. Rossi então apareceu, cobrou com paradinha e empatou, chegando ao seu centésimo gol na Liga Espanhola.

Deportivo 3x0 Espanyol
Após esta vitória, muitos torcedores blanquiazules se perguntaram: "por que Miguel Ángel Lotina abandonou o 5-3-2 que dava resultados para colocar um 4-2-3-1?" Pois bem, após o início horrível, onde sua defesa era constantemente ameacaçada, Lotina resolveu voltar com o 5-3-2, que deu resultado. Com uma defesa sólida, com três zagueiros e poucas vezes ameaçada, o Deportivo chegou à primeira vitória na competição e abandonou a lanterninha (agora, do Zaragoza). Outro ponto alto da vitória galega foi efetividade para concluir as jogadas de bola parada. Dois dos três gols saíram em jogadas de escanteio. A goleada ante o Espanyol dá confiança e a sensação de recuperação para o Deportivo. Os péricos nunca foi ameaça e perdeu uma enorme chance de ultrapassar o Valencia e chegar à zona de Liga dos Campeões.

Málaga 1x2 Real Sociedad
O Málaga segue decepcionando em seu estádio e contra a Real Sociedad não foi diferente. As duas equipes vieram a campo de maneira oposta. Enquanto que o Málaga ainda não venceu em casa na competição, a Real Sociedad ainda não havia vencido nenhum jogo fora do Anoeta. A partida escancarou os problemas crônicos na defesa malaguesa. Fato que evidência isso foi a falha de Weligton no gol de Griezzman - que a cada dia mais mostra um futebol brilhante - e o espaço deixado por Kris no gol de Xabi Prieto. Com os dois gols sofridos já chega a marca negativa de 21 gols em 9 partidas - pior defesa do campeonato. A de se destacar o belo trabalho de Lasarte no time donostiarra, que está oscilando neste início de temporada, mas mostrou que voltou à Liga BBVA para ficar.

Atlético de Madrid 1x1 Almería (Claudio Araujo)
O grande nome do jogo foi o goleiro Diego Alves, responsável direto pelo empate graças as, pelo menos, cinco defesas difíceis que fez, parando o ataque de Forlán - títular após ser incógnita toda a semana -, Agüero e Reyes no primeiro tempo. Na segunda etapa, o Atléti, desorganizado, levou pouco perigo ao gol do brasileiro. Nos vinte primeiros minutos de jogo no Vicente Calderón, o Atlético de Madri cansou de perder gols. Logo no primeiro ataque, Forlán tentou fazer de cobertura e mandou por cima do travessão. Depois, Reyes bateu falta e Diego Alves espalmou no canto. Agüero tentou chute rasteiro, no meio da área, e também foi parado pelo goleiro brasileiro. Quando Agüero abriu o placar, parecia que a vitória viria... parecia. O Almería empatou aos 45min. Piatti pegou rebote e emendou um belo chute de primeira de fora da área, acertando o canto direito de De Gea.

Forlán segue mal. Sem marcar desde a 2ª rodada, contra o Athletic Bilbao, o charrua chega a 50 dias sem comemorar um gol e vive sua pior fase desde que chegou a Manzanares. O Atlético de Madrid chega pressionado para o dérbi de semana que vem contra o Real Madrid. Perea, suspenso, e Godín, com apendicite, já são baixas confirmadas. Reyes tornou-se incógnita. O meio-campista foi substituido ainda no primeiro tempo por contratura na perna direita. Os primeiros boletins médicos afirmaram que Reyes estaria, sim, apto para o jogo contra o Real Madrid, porém, Quique já afirmou que não quer arriscá-lo no jogo contra o Rosenborg.

Athletic Bilbao 3x0 Getafe
O Athletic Bilbao fez seu melhor jogo na temporada no ritmo do promissor Muniaín. Com habilidade, velocidade e atrevimento, o jovem municiou os leones na fantástica vitória ante o Getafe, que mais uma vez jogou mal fora de casa. Com o triunfo, os bascos se mantêm a um ponto da zona de Liga Europa e 4 de Liga dos Campeões. Sem Dani Parejo, o Getafe mostra-se um time bem opaco, onde apenas Víctor Sánchez (o melhor do Getafe depois de Parejo) e Pintos se salvaram.

CRAQUES DA RODADA
Cristiano Ronaldo (Real Madrid)
Lionel Messi (Barcelona)
David Villa (Barcelona)
Iker Muniaín (Athletic Bilbao)

Escalação da rodada
Diego Alves (Almería); Cortés (Hércules), Colotto (Deportivo), Puyol (Barcelona), Rindaroy (Deportivo); Rosenberg (Racing Santander); Iraola (Athletic Bilbao), Cristiano Ronaldo (Real Madrid); Lionel Messi (Barcelona), David Villa (Barcelona), Iker Muniaín (Athletic Bilbao).

3 comentários:

  1. Victor,
    Parabéns pelo trabalho de certa forma árduo, mas certamente compensador, pois ficou ótimo o resumo!
    Abraços

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  2. Cristiano Ronaldo tá em ótima fase, mas o messi é melhor

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  3. Se bem que o craque português está em uma fase melhor que a do messi.

    Abs

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