Na fotos, os personagens do jogo: Pedro León, com o gol salvador; Howard Webb, e uma arbitragem bastante polêmica; e Ricardo Carvalho, um muro na zaga merengue (getty images)
Mesmo com o empate (que só saiu nos acréscimos da partidas), a situação do Real Madrid no grupo G da Champions League é bem confortável. Ainda invicto na temporada, os merengues partiram mais uma vez para o confronto contra o Milan (já são quatro em duas temporadas). Agora são sete jogos entre as duas equipes no San Siro. E o que caminhava para ser a primeira vitória merengue em território milanês, terminou em um empate histórico e agradável de assistir. Graças ao brilho do artilheiro Filippo Inzaghi, que marcou dois gols hoje, os rossoneri se mantiveram invictos na disputa: cinco vitórias e dois empates. Além assegurar o tabu, Inzaghi alcançou também mais dois recordes pessoais: ultrapassou Van Basten na lista de artilheiros do Milan e tornou-se o maior goleador da história das copas europeias.
Mas antes de o atacante de 37 anos entrar para fazer história e virar capa de todos os sites especializados, o Milan passou por maus momentos. O Real Madrid entrou em campo com postura bem ofensiva e não tomou conhecimento dos donos da casa. Como se jogasse em seu estádio, partiu para cima do Milan e deu trabalho ao goleiro Abbiati durante toda a primeira etapa. Ao final do tempo acumulava 18 chutes a gol, contra apenas seis do time de Milão. E também um gol a favor. Dí Maria aproveitou mau posicionamento da zaga e enfiou boa bola para o conterrânero Higuaín abrir o placar.
Do outro lado, viu-se os mesmo erros de sempre. Pato, Ronaldinho e Ibrahimovic não voltam para ajudar na marcação e o time italiano passa aperto sempre que enfrenta um adversário mais rápido e criativo. Nas estatísticas, a supremacia física madrilenha também aparece. Enquanto o time do Milan percorreu pouco mais de 102 quilômetros, o Real chegou a quase 108 quilômetros. É quase como ter um jogador a mais. Para ordem de comparação, Ronaldinho correu 5,8 quilômentros durante seus 60 minutos em campo. O brasileiro, aliás, foi protagonista nos dois lances de maior perigo do Milan no primeiro tempo. Apesar de não ter feito grande partida, colocou Ibrahimovic em condições de marcar duas vezes.
As alterações que mudaram o jogo
No segundo tempo, o Real Madrid entrou com a mesma intensidade e tudo indicava que logo o time de Mourinho marcaria mais gols e definiria a partida. Porém, o favoritismo espanhol não durou muito. Aos 14', em uma alteração questionável do técnico Allegri, Inzaghi entrou e mudou totalmente o ritmo do jogo. Se a maioria pensava que a entrada do atacante no lugar de Ronaldinho acabaria com qualquer chance de ligação entre meio-campo e ataque, a alteração serviu exatamente para dar uma sobrevida ao Milan. Com a correria e raça características, Inzaghi contaminou seus companheiros e o time mudou de postura. Mourinho já sabia. Na véspera do primeiro duelo, o técnico português afirmou que Pippo era o único atacante milanista que lhe dava medo.
Aos 23', Pepe, que fez primeiro tempo perfeito, vacilou e deixou Ibrahimovic ir ao fundo cruzar. Cassillas também cooperou e não conseguiu tirar a bola, que sobrou fácil para Inzaghi marcar. Dez minutos mais tarde, o atacante marcaria mais um, dessa vez em posição irregular que o bandeira não viu. O lançamento foi de Gattuso, que saiu de campo aplaudido de pé, mais tarde. A recuperação do jogador impressiona. Desde o título mundial na Copa de 2006 ele não joga tão bem. Méritos para Allegri.
Pontos positivos também para Mourinho, que não se deixou abalar com o clima de euforia no estádio e teve coragem de tirar o zagueiro Pepe e colocar o ofensivo Pedro León em campo. O jovem meio campista foi o autor do gol de empate, aos 94', após boa jogada com Benzema, pela direita do ataque. O resultado estragou a noite perfeita para os milanistas, mas fez justiça ao que os dois times apresentaram ao longo do jogo. Assim, o Real Madrid garantiu antecipadamente sua classificação para as oitavas de final da competição e o Milan continuou na segunda colocação do grupo, uma vez que o Auxerre venceu o Ajax no outro jogo do grupo.
Se Ricardo Carvalho fez uma partida impecável, Pepe foi uma mãe. Falhar na frente de Ibrahimovic é querer se auto-suicidar. Se o Real Madrid não se desligasse da partida (e se Özil e Cristiano Ronaldo tivessem em noite melhor), aposto com qualquer um que a vitória não escaparia
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