Jogadores do Mirandés comemoram nos vestiários: a história foi escrita (AS)
A última vez que uma equipe da Segunda Divisão B havia chegado até as quartas-de-finais da Copa do Rei foi há sete temporadas. O autor da façanha foi o pequeno Gramenet, pertecente a um bairro de Barcelona com o mesmo nome. Naquela campanha, os azulones fizeram história porque, entre outros fatores, um dos rivais que deixaram para trás foi justamente o rival regional Barcelona, que, àquela época, havia se reforçado com as chegadas de Deco, Eto'o, Giuly, Larsson e tinha Ronaldinho Gaúcho no elenco. O Gramenet superou precocemente as adversidades: após eliminar os azulgrenás, deixou para trás Levante e Lleida, até chegar no confronto contra o Bétis.
O Camp Nou de Santa Coloma recebeu pela primeira vez um jogo de alto nível em sua história. O 27 de janeiro de 2005 está eternizado nos corações de cada torcedor da simpática equipe da Catalunha. Em campo, muita entrega e disposição e um empate de 2 a 2 com um sabor de vitória no jogo da ida. Era sabido por todos que a missão era difícil. Mas no dicionário de cada aficionado catalão a palavra impossível não existe. No Manuel Ruiz de Lopera, o resultado foi o óbvio, e esperado: o Bétis venceu por 4 a 3 (chegou a abrir 3 a 0) e avançou de fase, onde eliminara o Athletic Bilbao e, na final, vencera o Osasuna tornando-se o campeão. Sete anos depois, o Gramenet milita a terceira divisão espanhola. Apesar de ser a última categoria do futebol espanhol, alguns não consideram a terceira divisão um campeonato profissional.
Sem dúvida, o Gramenet escreveu um capítulo importante na história do futebol espanhol. Ontem, o Mirandés o fez. Atualmente na liderança do Grupo 2 da Segunda Divisão B, os rojillos acabaram com todos os tabus em questão. Quem acompanha futebol espanhol sabe que a classificação do Mirandés sobre o Racing Santnader foi absolutamente histórica. Quando, aos 35 minutos do primeiro tempo, Munitis abriu o placar para os cantabrianos, que ficaram a apenas dois gols da classificação (um para levar à prorrogação), todos imaginavam que chegaria ao fim a aventura do clube de Burgos na segunda principal competição nacional.
A verdade, porém, é que o Mirandés sempre esteve muito bem. Foi superior ao Racing nos dois jogos. A defesa teve desempenho impecável, o goleiro Nauset fez boas intervenções, o meio de campo batalhou e criou - especialmente com o camisa sete Muneta, articulador da equipe, e com o meia esquerda Infante, destaque da equipe -, e o centroavante Arroyo deu trabalho a Torrejón e Bernardo durante todo o jogo. O último, aliás, acabou expulso num momento crucial da partida, que, com um toque de experiência, o Mirandés soube cadenciar e esperar os minutos passarem. Após isso, foi só festa.
A temporada dos jabatos, independente do que aconteça nas próximas duas quartas-feiras, já é histórica. Na Segunda B, a equipe lidera com facilidade seu grupo. São 40 pontos em 19 jogos disputados, estando seis pontos à frente do vice-líder, Ponferradina. Além disso, a equipe só perdeu uma partida, quando atuou com os reservas, no último final de semana, em prol de uma preparação melhor para a partida no El Sardinero. Ante o Alavés, melhor ataque da competição, derrota em casa por 1 a 0. Nada que abalasse o ânimo de cada jogador rojillo.
Nesse cenário de festa e história, um nome se destaque por completo: Pablo Infante. O camisa 14, que já havia sido herói após marcar um doblete em pleno El Madrigal e ser o responsável pela eliminação do Villarreal, é o goleador da equipe na temporada com 14 gols. É, por ora, a grande sensação da edição 2011/2012 da Copa. O capitão converteu-se no pesadelo das equipes da Liga BBVA. Contra o Racing Santander, marcou um gol em ambos os jogos. Além disso, é o Pichichi do torneio, com cinco gols. Ao marcar, de pênalti, o gol que sacramentou a classificação do Mirandés, beijou o escudo do clube, levando os aficionados que viajaram a Santander à loucura.
Agora, as aventuras do Mirandés continuam. Na semana que vem, recebe o Espanyol, no jogo de ida. Ontem, os blanquiazules sofreram, mas eliminaram o Córdoba com o gol salvador nos acréscimos, com o promissor Álvaro Vázquez, autor de um hat-trick, e que já havia marcado no dérbi de Barcelona, domingo. Hoje, quem também tentará entrar na história ao lado do Mirandés é o Albacete, que visita o Athletic Bilbao, no San Mamés. A missão é mais improvável pelo fato do jogo de ida ter terminado 0 a 0.
Houve justiça
Quem também se garantiu nas quartas-de-finais foi o Valencia, que deixou para trás o Sevilla. Os chés jogaram melhor, abriram o placar com Soldado após assistência de Jonas e relaxaram, o que custou a virada do Sevilla, que veio através de um renascido Rakitic e de um tento contra as próprias redes de Víctor Ruíz, em fase negra desde o jogo terrível no Stamford Bridge. Há três temporadas, um mesmo confronto entre Sevilla e Valencia classificou injustamente os andaluzes, que foram beneficiados pela arbitragem no jogo da ida, no Mestalla, que terminou 3 a 2 para o Valencia. Na volta, o Sevilla venceu por 2 a 1, com um gol de Squillaci aos 43 minutos do segundo tempo, e avançou pelos critérios de desempate. Três anos depois, em um jogo, dessa vez, "limpo", avançou quem jogou melhor. A justiça tarda, mas não falha. Pelo menos no futebol.
O Camp Nou de Santa Coloma recebeu pela primeira vez um jogo de alto nível em sua história. O 27 de janeiro de 2005 está eternizado nos corações de cada torcedor da simpática equipe da Catalunha. Em campo, muita entrega e disposição e um empate de 2 a 2 com um sabor de vitória no jogo da ida. Era sabido por todos que a missão era difícil. Mas no dicionário de cada aficionado catalão a palavra impossível não existe. No Manuel Ruiz de Lopera, o resultado foi o óbvio, e esperado: o Bétis venceu por 4 a 3 (chegou a abrir 3 a 0) e avançou de fase, onde eliminara o Athletic Bilbao e, na final, vencera o Osasuna tornando-se o campeão. Sete anos depois, o Gramenet milita a terceira divisão espanhola. Apesar de ser a última categoria do futebol espanhol, alguns não consideram a terceira divisão um campeonato profissional.
Sem dúvida, o Gramenet escreveu um capítulo importante na história do futebol espanhol. Ontem, o Mirandés o fez. Atualmente na liderança do Grupo 2 da Segunda Divisão B, os rojillos acabaram com todos os tabus em questão. Quem acompanha futebol espanhol sabe que a classificação do Mirandés sobre o Racing Santnader foi absolutamente histórica. Quando, aos 35 minutos do primeiro tempo, Munitis abriu o placar para os cantabrianos, que ficaram a apenas dois gols da classificação (um para levar à prorrogação), todos imaginavam que chegaria ao fim a aventura do clube de Burgos na segunda principal competição nacional.
A verdade, porém, é que o Mirandés sempre esteve muito bem. Foi superior ao Racing nos dois jogos. A defesa teve desempenho impecável, o goleiro Nauset fez boas intervenções, o meio de campo batalhou e criou - especialmente com o camisa sete Muneta, articulador da equipe, e com o meia esquerda Infante, destaque da equipe -, e o centroavante Arroyo deu trabalho a Torrejón e Bernardo durante todo o jogo. O último, aliás, acabou expulso num momento crucial da partida, que, com um toque de experiência, o Mirandés soube cadenciar e esperar os minutos passarem. Após isso, foi só festa.
A temporada dos jabatos, independente do que aconteça nas próximas duas quartas-feiras, já é histórica. Na Segunda B, a equipe lidera com facilidade seu grupo. São 40 pontos em 19 jogos disputados, estando seis pontos à frente do vice-líder, Ponferradina. Além disso, a equipe só perdeu uma partida, quando atuou com os reservas, no último final de semana, em prol de uma preparação melhor para a partida no El Sardinero. Ante o Alavés, melhor ataque da competição, derrota em casa por 1 a 0. Nada que abalasse o ânimo de cada jogador rojillo.
Nesse cenário de festa e história, um nome se destaque por completo: Pablo Infante. O camisa 14, que já havia sido herói após marcar um doblete em pleno El Madrigal e ser o responsável pela eliminação do Villarreal, é o goleador da equipe na temporada com 14 gols. É, por ora, a grande sensação da edição 2011/2012 da Copa. O capitão converteu-se no pesadelo das equipes da Liga BBVA. Contra o Racing Santander, marcou um gol em ambos os jogos. Além disso, é o Pichichi do torneio, com cinco gols. Ao marcar, de pênalti, o gol que sacramentou a classificação do Mirandés, beijou o escudo do clube, levando os aficionados que viajaram a Santander à loucura.
Agora, as aventuras do Mirandés continuam. Na semana que vem, recebe o Espanyol, no jogo de ida. Ontem, os blanquiazules sofreram, mas eliminaram o Córdoba com o gol salvador nos acréscimos, com o promissor Álvaro Vázquez, autor de um hat-trick, e que já havia marcado no dérbi de Barcelona, domingo. Hoje, quem também tentará entrar na história ao lado do Mirandés é o Albacete, que visita o Athletic Bilbao, no San Mamés. A missão é mais improvável pelo fato do jogo de ida ter terminado 0 a 0.
Houve justiça
Quem também se garantiu nas quartas-de-finais foi o Valencia, que deixou para trás o Sevilla. Os chés jogaram melhor, abriram o placar com Soldado após assistência de Jonas e relaxaram, o que custou a virada do Sevilla, que veio através de um renascido Rakitic e de um tento contra as próprias redes de Víctor Ruíz, em fase negra desde o jogo terrível no Stamford Bridge. Há três temporadas, um mesmo confronto entre Sevilla e Valencia classificou injustamente os andaluzes, que foram beneficiados pela arbitragem no jogo da ida, no Mestalla, que terminou 3 a 2 para o Valencia. Na volta, o Sevilla venceu por 2 a 1, com um gol de Squillaci aos 43 minutos do segundo tempo, e avançou pelos critérios de desempate. Três anos depois, em um jogo, dessa vez, "limpo", avançou quem jogou melhor. A justiça tarda, mas não falha. Pelo menos no futebol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário