Mandamentos de Mourinho não foram cumpridos à risca. Faltou o principal: orar (getty images)
O cenário não era dos mais animadores para o Barcelona. A fase do Real Madrid, realmente, é (ou era?) melhor que a dos blaugranas e, com 25 segundos de jogo, já perdiam a partida por um a zero. Mas a equipe se ajustou e foi buscar o resultado, virando para 3 a 1. Uma vitória que coloca, provisoriamente, a equipe de Josep Guardiola na liderança da Liga BBVA (vale lembrar que o Real Madrid tem um jogo a menos). A visão barcelonista do confronto ficará para amanhã. Hoje, a análise do Real Madrid.
Mourinho fez um planejamento especial para o confronto. Ao longo da semana, o Marca revelou que o técnico nascido em Setúbal preparou dez mandamentos para os seus jogadores. Os mandamentos foram levados a sério, até o primeiro gol barcelonista, que desanimou o Real Madrid e fez com que o plano de jogo de Mourinho caísse por água abaixo. Abaixo, uma análise de cada mandamento durante o jogo
1) Não levar gol ou, pelo menos, o primeiro
Tudo certo, em parte. Benzema, após bobeira de Valdés, marcou o primeiro gol da partida aos 25 segundos. O Real Madrid não levou o primeiro gol, mas sofreu depois a virada. No primeiro gol, Messi veio carregando a bola desde um pouco atrás do campo defensivo, fez o carnaval e deixou Alexis Sánchez em condições para empatar a partida. No segundo, Iniesta, até então sumido, fez boa jogada e, num bate e rebate, Xavi chutou e a bola desviou em Marcelo, enganando Casillas. No terceiro, Messi novamente veio carregando a bola pelo meio, ninguém deu o bote e La Pulga abriu na direita para Daniel Alves livre. O baiano, muito bem hoje, cruzou na medida para Fàbregas ganhar de Coentrão no alto facilmente e sacramentar o jogo.
2) Que o público faça de todo o Bernabéu um inferno
E fez. Mas, como nos outros jogos, desanimou ao longo do jogo. Até o gol de Sánchez, fazia um barulho ensurdecedor. O Barcelona empatou e a festa continuou, ainda que em outro nível. Despencou após o gol de Xavi. O Barcelona começou a tocar a bola, não deixou o Real Madrid jogar e a torcida desapareceu. Ao fundo, a festa era dos 435 culés que viajaram à capital para assistir à partida. Ah, sim: o único gesto de barulho da torcida merengue após o terceiro gol foram as vaias, ainda que pequena, a Cristiano Ronaldo, novamente terrível em um superclássico.
3) Esqueçam o árbitro, olho nos cartões
Ok. Nada a comentar. Só uma observação: os blancos abriram a caixa de ferramentas nos minutos finais, principalmente Sergio Ramos.
4) Aproveitar a força do jogo aéreo merengue
O pior deles. Todas as bolas que Di María, Marcelo ou Özil tentaram levantar à área azulgrená foram erradas ou desviaram e saíram. Nos escanteios, Piqué e Busquets ganharam todas, quando Valdés não saia e defendia. Apenas uma bola pelo alto levou perigo: no final da partida, Cristiano Ronaldo errou incrivelmente uma cabeçada cara-a-cara com Víctor Valdés. Este ponto poderia ser aproveitado muito mais, já que o Barcelona, volta e meia, falha pelo alto.
5) Não se pode perder a bola de vista nem sequer por um minuto
6) Fechar bem os espaços
7) Esforço extremo e mobilidade para acuar o Barça
8) Intensidade, pressão, verticalidade e muito ritmo
Esses quatro serão analisados juntos. Até os primeiros 30 minutos do clássico, o Real Madrid jogou com o sangue nos olhos. Fechou bem os espaços, não deixou Iniesta jogar, Messi tinha a vida dificultada e Piqué e Valdés eram obrigados a darem chutões para frente. Mas, volto a bater na tecla: tudo isso desabou após o gol de Sánchez. No segundo tempo, após o terceiro gol, o Barcelona ficou mais solto e o Real Madrid tentou buscar a virada mais na base da vontade.
Verticalidade também deveria ser mais usada. Di María tentou e, ainda que não estivesse em seu melhor dia, deu trabalho a Abidal. Correu o campo inteiro e cansou, sendo substituído por Higuaín. Cristiano Ronaldo é um capítulo à parte: mais uma vez, sai de um superclássico com uma nota negativa. Omisso, parecia estar com a cabeça distante do Bernabéu. O gol perdido no primeiro tempo não foi digno do segundo melhor jogador do mundo.
Özil é armador. Ou seja, sua função é armar. Só deixou Benzema em condições de gol apenas uma vez, no segundo tempo. Viveu de lampejos, como vem na temporada. Se "destacou" mais pela vontade e na entrega. Disposição não faltou. Faltou futebol, que todos sabem que o turco-alemão tem.
9) Concentração e coordenação de movimentos
Aqui, ok também. Os jogadores manteram-se concentrados o jogo inteiro, até mesmo após o baque que foi o gol de Xavi. Não houve falha nos gols barcelonistas (Fàbregas ganhou de Coentrão no terceiro gol por ser mais alto que o gajo).
10) Autoestima. Não se pode jogar com ansiedade
A autoestima merengue foi para longe depois da virada. Antes disso, os jogadores acreditavam sim que poderiam vencer o Barcelona. Mas não com muita ansiedade. Concentrados e buscando o segundo gol, foram para cima do Barcelona no primeiro tempo.
Mourinho fez um planejamento especial para o confronto. Ao longo da semana, o Marca revelou que o técnico nascido em Setúbal preparou dez mandamentos para os seus jogadores. Os mandamentos foram levados a sério, até o primeiro gol barcelonista, que desanimou o Real Madrid e fez com que o plano de jogo de Mourinho caísse por água abaixo. Abaixo, uma análise de cada mandamento durante o jogo
1) Não levar gol ou, pelo menos, o primeiro
Tudo certo, em parte. Benzema, após bobeira de Valdés, marcou o primeiro gol da partida aos 25 segundos. O Real Madrid não levou o primeiro gol, mas sofreu depois a virada. No primeiro gol, Messi veio carregando a bola desde um pouco atrás do campo defensivo, fez o carnaval e deixou Alexis Sánchez em condições para empatar a partida. No segundo, Iniesta, até então sumido, fez boa jogada e, num bate e rebate, Xavi chutou e a bola desviou em Marcelo, enganando Casillas. No terceiro, Messi novamente veio carregando a bola pelo meio, ninguém deu o bote e La Pulga abriu na direita para Daniel Alves livre. O baiano, muito bem hoje, cruzou na medida para Fàbregas ganhar de Coentrão no alto facilmente e sacramentar o jogo.
2) Que o público faça de todo o Bernabéu um inferno
E fez. Mas, como nos outros jogos, desanimou ao longo do jogo. Até o gol de Sánchez, fazia um barulho ensurdecedor. O Barcelona empatou e a festa continuou, ainda que em outro nível. Despencou após o gol de Xavi. O Barcelona começou a tocar a bola, não deixou o Real Madrid jogar e a torcida desapareceu. Ao fundo, a festa era dos 435 culés que viajaram à capital para assistir à partida. Ah, sim: o único gesto de barulho da torcida merengue após o terceiro gol foram as vaias, ainda que pequena, a Cristiano Ronaldo, novamente terrível em um superclássico.
3) Esqueçam o árbitro, olho nos cartões
Ok. Nada a comentar. Só uma observação: os blancos abriram a caixa de ferramentas nos minutos finais, principalmente Sergio Ramos.
4) Aproveitar a força do jogo aéreo merengue
O pior deles. Todas as bolas que Di María, Marcelo ou Özil tentaram levantar à área azulgrená foram erradas ou desviaram e saíram. Nos escanteios, Piqué e Busquets ganharam todas, quando Valdés não saia e defendia. Apenas uma bola pelo alto levou perigo: no final da partida, Cristiano Ronaldo errou incrivelmente uma cabeçada cara-a-cara com Víctor Valdés. Este ponto poderia ser aproveitado muito mais, já que o Barcelona, volta e meia, falha pelo alto.
5) Não se pode perder a bola de vista nem sequer por um minuto
6) Fechar bem os espaços
7) Esforço extremo e mobilidade para acuar o Barça
8) Intensidade, pressão, verticalidade e muito ritmo
Esses quatro serão analisados juntos. Até os primeiros 30 minutos do clássico, o Real Madrid jogou com o sangue nos olhos. Fechou bem os espaços, não deixou Iniesta jogar, Messi tinha a vida dificultada e Piqué e Valdés eram obrigados a darem chutões para frente. Mas, volto a bater na tecla: tudo isso desabou após o gol de Sánchez. No segundo tempo, após o terceiro gol, o Barcelona ficou mais solto e o Real Madrid tentou buscar a virada mais na base da vontade.
Verticalidade também deveria ser mais usada. Di María tentou e, ainda que não estivesse em seu melhor dia, deu trabalho a Abidal. Correu o campo inteiro e cansou, sendo substituído por Higuaín. Cristiano Ronaldo é um capítulo à parte: mais uma vez, sai de um superclássico com uma nota negativa. Omisso, parecia estar com a cabeça distante do Bernabéu. O gol perdido no primeiro tempo não foi digno do segundo melhor jogador do mundo.
Özil é armador. Ou seja, sua função é armar. Só deixou Benzema em condições de gol apenas uma vez, no segundo tempo. Viveu de lampejos, como vem na temporada. Se "destacou" mais pela vontade e na entrega. Disposição não faltou. Faltou futebol, que todos sabem que o turco-alemão tem.
9) Concentração e coordenação de movimentos
Aqui, ok também. Os jogadores manteram-se concentrados o jogo inteiro, até mesmo após o baque que foi o gol de Xavi. Não houve falha nos gols barcelonistas (Fàbregas ganhou de Coentrão no terceiro gol por ser mais alto que o gajo).
10) Autoestima. Não se pode jogar com ansiedade
A autoestima merengue foi para longe depois da virada. Antes disso, os jogadores acreditavam sim que poderiam vencer o Barcelona. Mas não com muita ansiedade. Concentrados e buscando o segundo gol, foram para cima do Barcelona no primeiro tempo.
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