Levante é a grande surpresa deste início de temporada, disputando a liderança com o Barcelona de Messi (AP Photos)
Texto em parceria com Claudio Araujo
Barcelona e Levante. Levante e Barcelona. Duas equipes de uniformes similares: listras verticais azuis e grenás, com calção azul. Fora isso, Barcelona e Levante não têm nada em comum. Tanto quanto o orçamento, o que diferencia os dois times é o estilo de jogo. Enquanto os catalães gostam de fartura em todos os fundamentos, os valencianos vivem em economia de guerra, extraindo cada ponto do pouco que produzem. O Levante vem arrancando elogios importantes por uma campanha que nem seu torcedor mais otimista poderia prever: 14 pontos em seis rodadas, com direito a quatro vitórias consecutivas - sequência recorde do clube na primeira divisão. Entre os triunfos, jogos contra Real Madrid e Betis, ambos líderes no momento da entrada em campo.
Em Barcelona, posse de bola é obsessão. O time não tem menos de 50% da posse desde antes de Josep Guardiola assumir o clube. Na atual temporada, o treinador catalão tem optado por uma interessante variação tática: o 4-3-3 (ou 4-2-3-1 pelo posicionamento de Messi) deu lugar ao 3-4-3, que, com a adição de Fàbregas na linha de quatro, tem sido mortal neste início de Liga. O maior problema da tática, entretanto, é o fato de a linha de três defensiva jogar muito adiantada, deixando muitos espaços, sobretudo, pelo lado direito, onde Daniel Alves sobe muito ao ataque e Pedro, que declarou nesta semana ainda não estar adaptado à tática, não recompor as subidas do brasileiro à altura. Enquanto isso, os levantistas têm uma média de 38,5% de posse em seus jogos. Nesta temporada, apenas o Racing de Santander fica menos tempo com a bola nos pés. Na frente, os granotes de Valencia marcaram apenas 8 gols, mesmo número que os azulgrenás de Barcelona fizeram apenas em um jogo, contra o Osasuna. Indo um pouco mais além: só Messi já tem 10 gols na Liga BBVA.
O sucesso inicial desse Levante mostra uma grande adaptação às limitações da equipe. A base é formada por jogadores veteranos que não tinham muito espaço em equipes maiores, como o goleiro Munúa, os laterais Javi Venta e Del Horno e os zagueiros Nano e Ballesteros. Diante deles, uma dupla de volantes mais nova, Iborra e Xavi Torres, capaz de se sacrificar. Com isso, o Levante sofreu apenas três gols no campeonato, melhor marca ao lado do Sevilla, e recebeu apenas 3,67 arremates por partida (apenas o Barcelona recebeu menos), mesmo permitindo que os adversários tivessem a posse da bola por tanto tempo. Na frente, o time faz o básico: contra-ataques e bola parada. O orçamento do clube é pouco superior a 20 milhões de euros, menos do que se gastou nas transferências de jogadores como Alexis Sánchez, Cesc Fàbregas e Fábio Coentrão. Só o salário de um Messi ou Cristiano Ronaldo paga a folha salarial dos 25 jogadores do Levante.
Xavi Torres, aliás, essencial para o bom desempenho defensivo do Levante, sabe o que é estar do outro lado. Em 2009, estava no elenco do Barcelona e participou de dois jogos na campanha do título espanhol. De promessa sem espaço no Camp Nou, virou destaque de um clube pequeno que tem ousado desafiar a lógica ao se manter no topo da tabela. Não deve durar. Mas que desfrutem enquanto dura. O Levante tem um estádio com capacidade para 25.354 torcedores e tem uma taxa de ocupação pouco maior que 50%: média de 12.378 por partida. Enquanto isso, o Barcelona desfruta de uma média de público de 79.184 pagantes em um estádio com capacidade para 98.787, ocupando mais de 80% dos assentos. Os jogadores do Levante, somados, têm 26 títulos. Os do Barcelona, 295.
Em Barcelona, posse de bola é obsessão. O time não tem menos de 50% da posse desde antes de Josep Guardiola assumir o clube. Na atual temporada, o treinador catalão tem optado por uma interessante variação tática: o 4-3-3 (ou 4-2-3-1 pelo posicionamento de Messi) deu lugar ao 3-4-3, que, com a adição de Fàbregas na linha de quatro, tem sido mortal neste início de Liga. O maior problema da tática, entretanto, é o fato de a linha de três defensiva jogar muito adiantada, deixando muitos espaços, sobretudo, pelo lado direito, onde Daniel Alves sobe muito ao ataque e Pedro, que declarou nesta semana ainda não estar adaptado à tática, não recompor as subidas do brasileiro à altura. Enquanto isso, os levantistas têm uma média de 38,5% de posse em seus jogos. Nesta temporada, apenas o Racing de Santander fica menos tempo com a bola nos pés. Na frente, os granotes de Valencia marcaram apenas 8 gols, mesmo número que os azulgrenás de Barcelona fizeram apenas em um jogo, contra o Osasuna. Indo um pouco mais além: só Messi já tem 10 gols na Liga BBVA.
O sucesso inicial desse Levante mostra uma grande adaptação às limitações da equipe. A base é formada por jogadores veteranos que não tinham muito espaço em equipes maiores, como o goleiro Munúa, os laterais Javi Venta e Del Horno e os zagueiros Nano e Ballesteros. Diante deles, uma dupla de volantes mais nova, Iborra e Xavi Torres, capaz de se sacrificar. Com isso, o Levante sofreu apenas três gols no campeonato, melhor marca ao lado do Sevilla, e recebeu apenas 3,67 arremates por partida (apenas o Barcelona recebeu menos), mesmo permitindo que os adversários tivessem a posse da bola por tanto tempo. Na frente, o time faz o básico: contra-ataques e bola parada. O orçamento do clube é pouco superior a 20 milhões de euros, menos do que se gastou nas transferências de jogadores como Alexis Sánchez, Cesc Fàbregas e Fábio Coentrão. Só o salário de um Messi ou Cristiano Ronaldo paga a folha salarial dos 25 jogadores do Levante.
Xavi Torres, aliás, essencial para o bom desempenho defensivo do Levante, sabe o que é estar do outro lado. Em 2009, estava no elenco do Barcelona e participou de dois jogos na campanha do título espanhol. De promessa sem espaço no Camp Nou, virou destaque de um clube pequeno que tem ousado desafiar a lógica ao se manter no topo da tabela. Não deve durar. Mas que desfrutem enquanto dura. O Levante tem um estádio com capacidade para 25.354 torcedores e tem uma taxa de ocupação pouco maior que 50%: média de 12.378 por partida. Enquanto isso, o Barcelona desfruta de uma média de público de 79.184 pagantes em um estádio com capacidade para 98.787, ocupando mais de 80% dos assentos. Os jogadores do Levante, somados, têm 26 títulos. Os do Barcelona, 295.
O técnico Juan Ignacio Martínez, estreante na primeira divisão e contratado após uma boa temporada na segundona à frente do Cartagena, é o artífice da sensação da temporada na Espanha. O ponto forte é a defesa, que sofreu apenas três gols. Esta defesa tão confiável até aqui totaliza 165 anos de idade entre o goleiro, Munúa, os laterais, Javi Venta e Del Horno, e os zagueiros, Nano e Ballesteros. Este último, por sinal, é o mais velho deles (36 anos) e não comete uma falta no campo de defesa há quatro rodadas. Ainda assim, o discurso no Ciutat de Valencia é discreto. Juanlu, por exemplo, diz que “aconteceu uma vez em 100 anos, não acredito que ocorra muito mais vezes”. O meia até se remete à temporada passada, quando o time teve uma boa fase e até se aproximou da vaga na Liga Europa, mas caiu no final e teve de se preocupar com o rebaixamento.
O normal é que o Levante não consiga manter esse nível por muito tempo. O elenco é enxuto e a equipe titular depende demais de jogadores veteranos. Por exemplo, dos titulares na partida contra o Betis, apenas quatro tinham menos de 30 anos. Uma hora o fôlego acabará. Mas a torcida tem todo o direito de curtir esse pequeno momento de grande. Mas sem esbanjar muito na festa, porque essa não é a cara da equipe. Barcelona e Levante. Levante e Barcelona. Duas equipes com filosofias extremamente diferenciadas que começaram a temporada a todo vapor.
O normal é que o Levante não consiga manter esse nível por muito tempo. O elenco é enxuto e a equipe titular depende demais de jogadores veteranos. Por exemplo, dos titulares na partida contra o Betis, apenas quatro tinham menos de 30 anos. Uma hora o fôlego acabará. Mas a torcida tem todo o direito de curtir esse pequeno momento de grande. Mas sem esbanjar muito na festa, porque essa não é a cara da equipe. Barcelona e Levante. Levante e Barcelona. Duas equipes com filosofias extremamente diferenciadas que começaram a temporada a todo vapor.
Simples: é mais um daqueles que dá uma arrancada inicial para depois perder o fôlego. O mais importante para o Levante não é nem a liderança e sim estar acumulando pontos importantes na luta contra o rebaixamento.
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