Guardiola em foco: o treinador está a uma partida de conquistar sua segunda Champions League como técnico - terceira se contar o período como jogador (getty images)
O Barcelona, com três títulos de Liga dos Campeões, quatro Recopas europeias, quatro Supercopas da Uefa, vinte e uma ligas espanholas e vinte e cinco Copas do Rei, chega embalado para tentar o seu quarto título europeu - terceiro da história do clube na moderna fase da principal competição do velho continente. Nas casas de apostas europeias, o Barcelona é tido como favorito pelo título que será disputado neste sábado, em Londres, no estádio Wembley, às 15:45 (horário de brasília). Messi, porém, tratou logo de tirar a "pressão" exercida para cima do Barcelona ao afirmar, na coletiva de hoje, que "esse é um tipo de partida onde não há favorito. As duas equipes chegaram à final por méritos".
A temporada do Barcelona é praticamente perfeita até aqui. Soberano na Espanha, onde conquistou o tricampeonato nacional, a equipe treinada por Josep Guardiola teve raros momentos de incerteza na temporada. O mercado, bastante frio, teve apenas David Villa, ex-Valencia e um dos artilheiros da Copa do Mundo de 2010, conquistada pela Espanha, como grande nome, além das saídas de Ibrahimovic, para o Milan, e Yaya Touré, para o Manchester City. Além disso, foram contratados Adriano, do Sevilla, Javier Mascherano, do Liverpool, e Ibrahim Afellay, do PSV, este último vindo do mercado de inverno, em janeiro.
A temporada não começou tão bem em campo. Apesar do título de Supercopa da Espanha contra o Sevilla - agregado de 6 a 3 -, a derrota em pleno Camp Nou para o Hércules, o empate também no estádio para o Mallorca e a lesão de Messi, que ficou parado por três semanas, condicionaram o início de temporada blaugrana, que viu seus principais jogadores bastante cansado devido à má preparação pós-Copa. Porém, tudo começou a ganhar novo rumo após a vitória na raça ante o Valencia, até então líder da competição, de virada no Camp Nou. A fraquíssima exibição no primeiro tempo, quando saiu perdendo, deu vez ao futebol arte e envolvente já conhecido por todos. Resultado: 2 a 1 e mudança de postura.
A partir de então, a desconfiança do início de Liga deu vez à confiança já conhecida e depositada. O primeiro turno dos azulgrenás foi arrasador: escalado no 4-3-1-2, com Messi jogando atrás de Villa e Pedro, como um enganche, o Barcelona passou a primeira parte da temporada conseguindo bons resultados e conquistando por diversas vezes a famosa manita, como no superclássico do Camp Nou e as vitórias ante Real Sociedad e Espanyol. Os oito pontos de vantagens sobre o Real Madrid deram um pouco de tranquilidade à equipe de Guardiola no mês de janeiro, que viu a equipe avançar até a final da Copa do Rei (deixou para trás Athletic Bilbao, Real Bétis e Almería).
Na LC, classificou-se na primeira posição em grupo fácil, no qual empatou com o Rubin Kazan e o Copenhaguen fora de casa e venceu o Panatinaikos - duas vezes - e as duas equipes citadas anteriormente atuando em seu domínio. O sorteio das oitavas-de-finais reservou um velho conhecido na primeira fase do mata-mata: o Arsenal, adversário da final de Paris em 2006 e das quartas-de-finais de 09/10, seria a equipe a tentar desbancar o gigante da Catalunha. Em alguns jogos de janeiros, Guardiola optou por um módulo que privilegiava mais o faro de gol de Messi, que atuou de falso nove na volta - que não durou muito - do 4-3-3 implantando por Cruyff na era do primeiro Dream Team: Villa aberto à esquerda; Pedro, à direita; e Messi enfiado entre os zagueiros.
Jogando no 4-3-1-2, o Barcelona acabou derrota pelo Arsenal no Emirates por 2 a 1, apesar da boa exibição da equipe. Naquela partida, porém, Messi, tão acostumado a decidir, teve seu momento de "vilão": La Pulga, apesar da assistência espetacular para o tento de Villa, deixou de decidir a partida querendo "enfeitar" demais em suas jogadas. No jogo de volta, entretanto, Messi "voltou a ser Messi": dois gols, entre eles um "gol à Playstation", e a vitória por 3 a 1 que fez com que o Barcelona avançasse de fase - o outro gol foi marcado por Xavi. Na Liga, a confortável vantagem de oito pontos havia caído para cinco, mas a margem de perda de pontos do Barcelona ainda era muito pequena.
No sorteio das quartas-de-finais, o sorteio garantiu um adversário acessível, mas não reservou uma boa notícia no emparelhamento para o estágio seguinte: primeiro, o Shakthar Donetsk, recheado de brasileiros, e depois, caso se classificasse, o Tottenham ou o arquirrival Real Madrid, que àquela altura havia desenvolvido um belo padrão de jogo. No confronto das quartas contra os ucranianos, a maior dificuldade aconteceu nos primeiros quarenta e cinco minutos da partida da ida, no Camp Nou: o Barcelona foi atacado a exaustão, mas, mesmo assim, saiu de campo com um 5 a 1 que o colocou a um passo e meio das semifinais. Após a confirmação da classificação para a próxima fase da Champions, conseguido no 1 a 0 na Donbass Arena, viria pela frente uma maratona de superclássicos: em um período de dezoito dias, Real Madrid e Barcelona viriam a se enfrentar quatro vezes - uma pela Liga, uma pela Copa do Rei, e duas pela Champions League.
No primeiro confronto, o empate por 1 a 1 no Bernabéu pela Liga colocou o Barcelona a um passo e meio da taça do campeonato espanhol, mas o jogo mostrou que os merengues eram capazes de parar o Barcelona. A confirmação dessa tese veio no embate seguinte: na final da Copa do Rei, no Mestalla, o Real Madrid de Mourinho e Cristiano Ronaldo venceu os azulgrenás por 1 a 0, gol do camisa sete português, e tornou-se o campeão da competição. Sem sofrer qualquer abalo aparente, os jogadores a comissão técnica do Barcelona demonstraram que o foco total estava na LC. Na partida de ida no Bernabéu, uma vitória para entrar na história: com dois do monstro Lionel Messi, o Barcelona venceu o Real Madrid por 2 a 0 e foi para a partida da volta com uma excelente vantagem obtida em plena capital.
No jogo de volta, o Barcelona estava mais tranquilo: a vantagem na Liga havia aumentado para nove pontos e poedria até perder por um gol de diferenças para o rival blanco. José Mourinho, como não havia feito em nenhum dos confrontos anteriores, resolveu atacar o Barcelona, mas deixou espaços para os blaugranas chegaram com certa facilidade à meta de Casillas. O 1 a 1 polêmico - um gol legal de Higuain foi invalidado por suposta falta de Cristiano Ronaldo em Mascherano - deu ao Barcelona o passaporte para a desejada final de Wembley, palco de sua primeira conquista europeia, que seria contra o Manchester United, mesmo adversário de seu último título europeu, conquistado em 2009, em Roma.
Com o título da Liga BBVA assegurada, o doblete é a pequena obsessão de um time que já está na história, sobretudo por ser a base da seleção campeão mundial e ter Messi, que a cada jogo quebra marca atrás de marca. Na temporada, o argentino já foi às redes 52 vezes, mas, com a cabeça na final, acabou deixando o português Cristiano Ronaldo disparar na artilharia da Liga Espanhola. O time que deve ir a campo na final de sábado não foi definido por Josep Guardiola, embora todos, até Abidal, que se recuperou de um tumor no fígado, estejam disponíveis. Na primeira coletiva da semana, Guardiola não quis falar sobre a escalação que irá a campo, mas deixou no ar a possibilidade de escalar Mascherano ao lado de Piqué, deslocando Puyol para a lateral esquerda. Segundo o treinador, seria arriscado demais escalar Abidal e Puyol, que se ficaram muito tempo parados, em uma partida tão decisiva como esta. Pedro, que vem reclamando de fortes dores musculares, também é dor-de-cabeça para o treinador: se o canário não jogar, a opção mais plausível será a titularidade de Keita, com Iniesta sendo adiantado para a ponta esquerda e Villa para a direita.
A notícia de que um vulcão pode atrapalhar a viagem do Barcelona à Inglaterra tem causado certo receio em Guardiola. O motivo é simples: com a erupção do vulcão islandês Grimsvötn no último sábado, o espaço aéreo da Islândia já foi fechado e o mesmo poderá acontecer com a Inglaterra, dificultando o acesso ao país. Não é a primeira vez que os blaugranas sofrem com os vulcões islandeses. Pouco antes da semifinal da Liga dos Campeões em 2009/10, o vulcâo Eyjafjallajokull, também islandês, entrou em erupção, causando o fechamento do espaço aéreo de vários países europeus, incluindo a Itália. A diretoria já estuda alternativas para resolver o problema. Caso a viagem seja antecipada, há duas possibilidades: ir de ônibus a Paris (cerca de 1200km, 15 horas) e depois pegar o trem Eurostar, que atravessa o Canal da Mancha e vai até Londres. Outra opção é viajar de avião enquanto o espaço aéreo inglês estiver aberto.
A temporada do Barcelona é praticamente perfeita até aqui. Soberano na Espanha, onde conquistou o tricampeonato nacional, a equipe treinada por Josep Guardiola teve raros momentos de incerteza na temporada. O mercado, bastante frio, teve apenas David Villa, ex-Valencia e um dos artilheiros da Copa do Mundo de 2010, conquistada pela Espanha, como grande nome, além das saídas de Ibrahimovic, para o Milan, e Yaya Touré, para o Manchester City. Além disso, foram contratados Adriano, do Sevilla, Javier Mascherano, do Liverpool, e Ibrahim Afellay, do PSV, este último vindo do mercado de inverno, em janeiro.
A temporada não começou tão bem em campo. Apesar do título de Supercopa da Espanha contra o Sevilla - agregado de 6 a 3 -, a derrota em pleno Camp Nou para o Hércules, o empate também no estádio para o Mallorca e a lesão de Messi, que ficou parado por três semanas, condicionaram o início de temporada blaugrana, que viu seus principais jogadores bastante cansado devido à má preparação pós-Copa. Porém, tudo começou a ganhar novo rumo após a vitória na raça ante o Valencia, até então líder da competição, de virada no Camp Nou. A fraquíssima exibição no primeiro tempo, quando saiu perdendo, deu vez ao futebol arte e envolvente já conhecido por todos. Resultado: 2 a 1 e mudança de postura.
A partir de então, a desconfiança do início de Liga deu vez à confiança já conhecida e depositada. O primeiro turno dos azulgrenás foi arrasador: escalado no 4-3-1-2, com Messi jogando atrás de Villa e Pedro, como um enganche, o Barcelona passou a primeira parte da temporada conseguindo bons resultados e conquistando por diversas vezes a famosa manita, como no superclássico do Camp Nou e as vitórias ante Real Sociedad e Espanyol. Os oito pontos de vantagens sobre o Real Madrid deram um pouco de tranquilidade à equipe de Guardiola no mês de janeiro, que viu a equipe avançar até a final da Copa do Rei (deixou para trás Athletic Bilbao, Real Bétis e Almería).
Na LC, classificou-se na primeira posição em grupo fácil, no qual empatou com o Rubin Kazan e o Copenhaguen fora de casa e venceu o Panatinaikos - duas vezes - e as duas equipes citadas anteriormente atuando em seu domínio. O sorteio das oitavas-de-finais reservou um velho conhecido na primeira fase do mata-mata: o Arsenal, adversário da final de Paris em 2006 e das quartas-de-finais de 09/10, seria a equipe a tentar desbancar o gigante da Catalunha. Em alguns jogos de janeiros, Guardiola optou por um módulo que privilegiava mais o faro de gol de Messi, que atuou de falso nove na volta - que não durou muito - do 4-3-3 implantando por Cruyff na era do primeiro Dream Team: Villa aberto à esquerda; Pedro, à direita; e Messi enfiado entre os zagueiros.
Jogando no 4-3-1-2, o Barcelona acabou derrota pelo Arsenal no Emirates por 2 a 1, apesar da boa exibição da equipe. Naquela partida, porém, Messi, tão acostumado a decidir, teve seu momento de "vilão": La Pulga, apesar da assistência espetacular para o tento de Villa, deixou de decidir a partida querendo "enfeitar" demais em suas jogadas. No jogo de volta, entretanto, Messi "voltou a ser Messi": dois gols, entre eles um "gol à Playstation", e a vitória por 3 a 1 que fez com que o Barcelona avançasse de fase - o outro gol foi marcado por Xavi. Na Liga, a confortável vantagem de oito pontos havia caído para cinco, mas a margem de perda de pontos do Barcelona ainda era muito pequena.
No sorteio das quartas-de-finais, o sorteio garantiu um adversário acessível, mas não reservou uma boa notícia no emparelhamento para o estágio seguinte: primeiro, o Shakthar Donetsk, recheado de brasileiros, e depois, caso se classificasse, o Tottenham ou o arquirrival Real Madrid, que àquela altura havia desenvolvido um belo padrão de jogo. No confronto das quartas contra os ucranianos, a maior dificuldade aconteceu nos primeiros quarenta e cinco minutos da partida da ida, no Camp Nou: o Barcelona foi atacado a exaustão, mas, mesmo assim, saiu de campo com um 5 a 1 que o colocou a um passo e meio das semifinais. Após a confirmação da classificação para a próxima fase da Champions, conseguido no 1 a 0 na Donbass Arena, viria pela frente uma maratona de superclássicos: em um período de dezoito dias, Real Madrid e Barcelona viriam a se enfrentar quatro vezes - uma pela Liga, uma pela Copa do Rei, e duas pela Champions League.
No primeiro confronto, o empate por 1 a 1 no Bernabéu pela Liga colocou o Barcelona a um passo e meio da taça do campeonato espanhol, mas o jogo mostrou que os merengues eram capazes de parar o Barcelona. A confirmação dessa tese veio no embate seguinte: na final da Copa do Rei, no Mestalla, o Real Madrid de Mourinho e Cristiano Ronaldo venceu os azulgrenás por 1 a 0, gol do camisa sete português, e tornou-se o campeão da competição. Sem sofrer qualquer abalo aparente, os jogadores a comissão técnica do Barcelona demonstraram que o foco total estava na LC. Na partida de ida no Bernabéu, uma vitória para entrar na história: com dois do monstro Lionel Messi, o Barcelona venceu o Real Madrid por 2 a 0 e foi para a partida da volta com uma excelente vantagem obtida em plena capital.
No jogo de volta, o Barcelona estava mais tranquilo: a vantagem na Liga havia aumentado para nove pontos e poedria até perder por um gol de diferenças para o rival blanco. José Mourinho, como não havia feito em nenhum dos confrontos anteriores, resolveu atacar o Barcelona, mas deixou espaços para os blaugranas chegaram com certa facilidade à meta de Casillas. O 1 a 1 polêmico - um gol legal de Higuain foi invalidado por suposta falta de Cristiano Ronaldo em Mascherano - deu ao Barcelona o passaporte para a desejada final de Wembley, palco de sua primeira conquista europeia, que seria contra o Manchester United, mesmo adversário de seu último título europeu, conquistado em 2009, em Roma.
Com o título da Liga BBVA assegurada, o doblete é a pequena obsessão de um time que já está na história, sobretudo por ser a base da seleção campeão mundial e ter Messi, que a cada jogo quebra marca atrás de marca. Na temporada, o argentino já foi às redes 52 vezes, mas, com a cabeça na final, acabou deixando o português Cristiano Ronaldo disparar na artilharia da Liga Espanhola. O time que deve ir a campo na final de sábado não foi definido por Josep Guardiola, embora todos, até Abidal, que se recuperou de um tumor no fígado, estejam disponíveis. Na primeira coletiva da semana, Guardiola não quis falar sobre a escalação que irá a campo, mas deixou no ar a possibilidade de escalar Mascherano ao lado de Piqué, deslocando Puyol para a lateral esquerda. Segundo o treinador, seria arriscado demais escalar Abidal e Puyol, que se ficaram muito tempo parados, em uma partida tão decisiva como esta. Pedro, que vem reclamando de fortes dores musculares, também é dor-de-cabeça para o treinador: se o canário não jogar, a opção mais plausível será a titularidade de Keita, com Iniesta sendo adiantado para a ponta esquerda e Villa para a direita.
A notícia de que um vulcão pode atrapalhar a viagem do Barcelona à Inglaterra tem causado certo receio em Guardiola. O motivo é simples: com a erupção do vulcão islandês Grimsvötn no último sábado, o espaço aéreo da Islândia já foi fechado e o mesmo poderá acontecer com a Inglaterra, dificultando o acesso ao país. Não é a primeira vez que os blaugranas sofrem com os vulcões islandeses. Pouco antes da semifinal da Liga dos Campeões em 2009/10, o vulcâo Eyjafjallajokull, também islandês, entrou em erupção, causando o fechamento do espaço aéreo de vários países europeus, incluindo a Itália. A diretoria já estuda alternativas para resolver o problema. Caso a viagem seja antecipada, há duas possibilidades: ir de ônibus a Paris (cerca de 1200km, 15 horas) e depois pegar o trem Eurostar, que atravessa o Canal da Mancha e vai até Londres. Outra opção é viajar de avião enquanto o espaço aéreo inglês estiver aberto.
Post muito bom.
ResponderExcluirParabéns mesmo!
Abraço!