"Rosas era o melhor jogador da nossa equipe", disse Xavi sobre o Juvenil A do Barcelona. Hoje, o meia é importante para o Salamanca (superdeporte)
O Castellón é um time espanhol da cidade homônima, vizinha a Valencia. Historicamente oscila entre a segunda e a terceira divisões do país. Já esteve na elite, mas por pouco tempo. Não tem taças importantes em sua sala de troféus. O meio-campista Mario Rosas, de 30 anos, atualmente atleta do Salamanca, é considerado um dos maiores jogadores da história do Castellón.
A honraria é fruto das quatro temporadas em que defendeu o clube, entre 2006 e 2009. Estar no panteão dos ídolos de um time – ainda que pequeno – é algo consagrador para a carreira de qualquer jogador. Mario Rosas poderia dormir tranquilo pelo feito. Não fosse pelas expectativas que ele mesmo gerou no início de sua carreira.
Quando tinha apenas 18 anos, Rosas estreou pelo time principal do Barcelona. O jogo, digamos a verdade, tinha um quê de amistoso – o clube catalão já era campeão nacional e pegou o Salamanca (o mesmo que Rosas defende hoje) em casa, para cumprir tabela. Rosas foi escalado e ali coroava uma trajetória de sucesso nas categorias de base. Sua visão de jogo e qualidade no passe encantavam a todos – até mesmo a alguns que, no futuro, alcançariam triunfos incrivelmente superiores aos obtidos pelo próprio Rosas.
“Ele era o melhor da minha geração”. Quem afirma isso é ninguém menos que Xavi Hernandez, multicampeão pelo Barça e pela seleção espanhola. Xavi e Rosas cresceram juntos no Barcelona e foram, simultaneamente, promovidos para a equipe principal. Mas um deu certo, e o outro não. A razão? Xavi desconhece. Em entrevistas, Rosas diz que o motivo de seu insucesso é o treinamento por ele recebido em La Masia, o centro de formação dos jovens barcelonistas. Diz ele que a filosofia lá imposta é tão adequada ao estilo do Barça que, em outros lugares, quem a segue não consegue ir além.
No Barcelona, segundo Rosas, o estilo de jogo marcado pelos toques rápidos e pela ofensividade que se vê no time principal é apenas um reflexo de algo que é severamente trabalhado desde a base. Iniesta, Xavi e Messi, apenas para citar os três mais estrelados do grupo atual do Barça, estariam simplesmente replicando na atualidade o que aprenderam nos seus tempos de juvenil.
E como o futebol da “vida real” não é tão belo e musical como o do Barça, quem tenta viver desta forma em outros lugares não vai longe. Decerto Cèsc Fábregas, referência do Arsenal e da seleção espanhola, discorda. A aparição de Rosas no time principal do Barcelona, na temporada 1997/8, foi decorrência do destino – o clube achava que ainda não era época de efetivá-lo como atleta do time de cima. Eram duas as explicações para tal: o excesso de bons meio-campistas no grupo (Rivaldo era um deles) e a inexperiência do jovem.
Rosas então voltou ao time B do Barcelona, que disputa a segunda divisão nacional. Permaneceu por lá até a temporada 1999/2000, como um dos principais jogadores do clube. Antes disso, entrou em campo também pela seleção espanhola sub-17, porém sem figurar entre os integrantes das delegações que jogaram o Mundial da categoria.Foi aí então que começou sua peregrinação pelo mundo do futebol.
Em três temporadas, Rosas atuou por três clubes diferentes: Alavés, Salamanca e Numancia. Apenas no primeiro deles disputou a primeira divisão. E neste meio-tempo ainda teve uma incursão não bem-sucedida pelo New York Metrostars (atual Red Bull New York), dos EUA.
Mais dois anos de instabilidade no Cádiz, um no inferno da terceira divisão (pelo Girona) até a chegada ao Castellón, para a temporada 2005/6. Lá se assentou, até chegou a virar ídolo, mas nem sequer foi capaz de levar o simpático clube de volta à elite.
O fato é que Rosas rodou, rodou e rodou e jamais sentiu novamente o gosto de jogar na primeira divisão do futebol espanhol. Nunca foi cogitado para um dos grandes locais e até mesmo os médios e pequenos da elite não se preocuparam em tê-lo em campo. Consolidou-se, mesmo, como um jogador menor. “Passei do ‘menino bonito do Barcelona’ à Segunda Divisão B [a terceirona local]”, declarou o próprio Rosas ao El País em entrevista de 2009.
Hoje, depois de uma passagem pelo Murcia, Rosas está de volta ao Salamanca – o time contra quem estreou pela equipe principal do Barcelona e foi seu segundo destino no início da sua peregrinação pós-Barça. Como se poderia esperar, não está empolgando. O Salamanca faz péssima campanha, ocupando a zona de rebaixamento, e Rosas foi às redes uma única vez. Se permanecer no clube – pouco provável, já que não vem agradando – é possível que Rosas volte a sentir as agruras de jogar a terceira divisão.
Em entrevistas recentes, Rosas comenta que comumente é abordado pelos outros jogadores dos clubes em que atua e é obrigado a falar sobre os insucessos de sua carreira, discutir o “o que não deu certo?”. Tal situação é inevitável. O futebol espanhol passa pelo melhor momento de sua história – quem imaginaria a seleção da Espanha ganhando Eurocopa e Copa do Mundo, e o Barcelona encantando o planeta com sua base formada por atletas revelados pelo próprio clube? – e muitos dos protagonistas deste instante de ouro foram parceiros de Rosas na época de seus inícios no futebol.
Mais que isso: foram fãs dele, já que Rosas era a verdadeira estrela da companhia no final da década passada.
Mario Rosas
Nome completo: Mario Alberto Rosas Montero
Data de nascimento: 22/05/1980
Local de nascimento: Málaga, Espanha
Clubes que defendeu: Barcelona, Alavés, Salamanca, Numancia, Cádiz, Girona, Castellón, Murcia
A honraria é fruto das quatro temporadas em que defendeu o clube, entre 2006 e 2009. Estar no panteão dos ídolos de um time – ainda que pequeno – é algo consagrador para a carreira de qualquer jogador. Mario Rosas poderia dormir tranquilo pelo feito. Não fosse pelas expectativas que ele mesmo gerou no início de sua carreira.
Quando tinha apenas 18 anos, Rosas estreou pelo time principal do Barcelona. O jogo, digamos a verdade, tinha um quê de amistoso – o clube catalão já era campeão nacional e pegou o Salamanca (o mesmo que Rosas defende hoje) em casa, para cumprir tabela. Rosas foi escalado e ali coroava uma trajetória de sucesso nas categorias de base. Sua visão de jogo e qualidade no passe encantavam a todos – até mesmo a alguns que, no futuro, alcançariam triunfos incrivelmente superiores aos obtidos pelo próprio Rosas.
“Ele era o melhor da minha geração”. Quem afirma isso é ninguém menos que Xavi Hernandez, multicampeão pelo Barça e pela seleção espanhola. Xavi e Rosas cresceram juntos no Barcelona e foram, simultaneamente, promovidos para a equipe principal. Mas um deu certo, e o outro não. A razão? Xavi desconhece. Em entrevistas, Rosas diz que o motivo de seu insucesso é o treinamento por ele recebido em La Masia, o centro de formação dos jovens barcelonistas. Diz ele que a filosofia lá imposta é tão adequada ao estilo do Barça que, em outros lugares, quem a segue não consegue ir além.
No Barcelona, segundo Rosas, o estilo de jogo marcado pelos toques rápidos e pela ofensividade que se vê no time principal é apenas um reflexo de algo que é severamente trabalhado desde a base. Iniesta, Xavi e Messi, apenas para citar os três mais estrelados do grupo atual do Barça, estariam simplesmente replicando na atualidade o que aprenderam nos seus tempos de juvenil.
E como o futebol da “vida real” não é tão belo e musical como o do Barça, quem tenta viver desta forma em outros lugares não vai longe. Decerto Cèsc Fábregas, referência do Arsenal e da seleção espanhola, discorda. A aparição de Rosas no time principal do Barcelona, na temporada 1997/8, foi decorrência do destino – o clube achava que ainda não era época de efetivá-lo como atleta do time de cima. Eram duas as explicações para tal: o excesso de bons meio-campistas no grupo (Rivaldo era um deles) e a inexperiência do jovem.
Rosas então voltou ao time B do Barcelona, que disputa a segunda divisão nacional. Permaneceu por lá até a temporada 1999/2000, como um dos principais jogadores do clube. Antes disso, entrou em campo também pela seleção espanhola sub-17, porém sem figurar entre os integrantes das delegações que jogaram o Mundial da categoria.Foi aí então que começou sua peregrinação pelo mundo do futebol.
Em três temporadas, Rosas atuou por três clubes diferentes: Alavés, Salamanca e Numancia. Apenas no primeiro deles disputou a primeira divisão. E neste meio-tempo ainda teve uma incursão não bem-sucedida pelo New York Metrostars (atual Red Bull New York), dos EUA.
Mais dois anos de instabilidade no Cádiz, um no inferno da terceira divisão (pelo Girona) até a chegada ao Castellón, para a temporada 2005/6. Lá se assentou, até chegou a virar ídolo, mas nem sequer foi capaz de levar o simpático clube de volta à elite.
O fato é que Rosas rodou, rodou e rodou e jamais sentiu novamente o gosto de jogar na primeira divisão do futebol espanhol. Nunca foi cogitado para um dos grandes locais e até mesmo os médios e pequenos da elite não se preocuparam em tê-lo em campo. Consolidou-se, mesmo, como um jogador menor. “Passei do ‘menino bonito do Barcelona’ à Segunda Divisão B [a terceirona local]”, declarou o próprio Rosas ao El País em entrevista de 2009.
Hoje, depois de uma passagem pelo Murcia, Rosas está de volta ao Salamanca – o time contra quem estreou pela equipe principal do Barcelona e foi seu segundo destino no início da sua peregrinação pós-Barça. Como se poderia esperar, não está empolgando. O Salamanca faz péssima campanha, ocupando a zona de rebaixamento, e Rosas foi às redes uma única vez. Se permanecer no clube – pouco provável, já que não vem agradando – é possível que Rosas volte a sentir as agruras de jogar a terceira divisão.
Em entrevistas recentes, Rosas comenta que comumente é abordado pelos outros jogadores dos clubes em que atua e é obrigado a falar sobre os insucessos de sua carreira, discutir o “o que não deu certo?”. Tal situação é inevitável. O futebol espanhol passa pelo melhor momento de sua história – quem imaginaria a seleção da Espanha ganhando Eurocopa e Copa do Mundo, e o Barcelona encantando o planeta com sua base formada por atletas revelados pelo próprio clube? – e muitos dos protagonistas deste instante de ouro foram parceiros de Rosas na época de seus inícios no futebol.
Mais que isso: foram fãs dele, já que Rosas era a verdadeira estrela da companhia no final da década passada.
Mario Rosas
Nome completo: Mario Alberto Rosas Montero
Data de nascimento: 22/05/1980
Local de nascimento: Málaga, Espanha
Clubes que defendeu: Barcelona, Alavés, Salamanca, Numancia, Cádiz, Girona, Castellón, Murcia
Nenhum comentário:
Postar um comentário