Rexach foi o responsável por levar Messi à Catalunha e é um dos grandes nomes por trás das canteras blaugrana (mundo deportivo)
Além de seu estilo de jogo voltado ao ataque, uma das principais características associadas ao Barcelona é o trabalho prolífico feito nas categorias de base do clube catalão. Famoso por ter lançado jogadores da estirpe de Amor, Guardiola e Xavi, a formação de atletas, porém, nem sempre foi colocada em primeiro plano pelos blaugranas. Contratações de jogadores de renome e poucos atletas criados em casa no time principal eram políticas comuns até as décadas de 1970 e 1980. A partir da adoção de La Masia como casa dos jovens culés, em 1979, a situação ganhou novos rumos e a lapidação de novos jogadores tornou-se prioridade. E, dentre os principais articuladores do projeto, nada melhor que um ex-atleta formado no Camp Nou para contribuir com sua própria experiência. Ícone durante mais de uma década com a camisa blaugrana, Carles Rexach era um dos principais nomes envolvidos no fortalecimento das bases do Barça.
Inicialmente técnico de times inferiores, Rexach ganhou projeção por seus serviços prestados no início da década de 1990, quando, ao lado do técnico Johan Cruyff, montou o chamado Dream Team com diversas pratas da casa. Seu trabalho, no entanto, não se limita somente a esse período. Muitos dos atletas que, hoje consagram o Barcelona como uma das melhores equipes do planeta, antes foram aprovados pelo o olhar clínico de Rexach.
Assim como muitos dos garotos que ajudou a lançar, Rexach também subiu para a equipe principal do Barcelona ainda na adolescência. Sua estreia entre os profissionais aconteceu em abril de 1965, quando ainda tinha 18 anos. E a futura lenda blaugrana não decepcionou: logo em seu debute, Rexach marcou o seu primeiro gol pelo clube catalão, o último na goleada por 4 a 0 sobre o Racing Santander. A partir da temporada 1967/68, quando tinha 20 anos, o ponta direita tornou-se figura constante no time titular, de onde só saiu quando pendurou as chuteiras. Em 16 anos de carreira, todos eles dedicados ao Barcelona, Rexach foi a campo em 656 oportunidades. É o segundo atleta com o maior número de partidas pelos culés. Além disso, anotou 197 gols, sendo o oitavo maior artilheiro da história dos catalães.
Em meio a tantos números significativos, Rexach venceu quatro Copas do Rei, uma Recopa Europeia e uma Copa das Feiras (atual Liga Europa). No entanto, vivendo um período de domínio do Real Madrid na liga nacional, de sua estreia até a aposentadoria, em 1981, o jogador só conquistou uma única vez o Campeonato Espanhol. A vitória na temporada 1973/74, aliás, foi conduzida por um dos melhores amigos de “Charly” no Barcelona, o holandês Johan Cruyff. Logo depois de se afastar dos gramados, Carles Rexach foi convidado para trabalhar nas divisões inferiores do Barcelona. Além disso, em 1984, o ex-ponta também fundou uma escola especializada no ensino de futebol, em parceria com Antoni Torres, Juan Manuel Asensi e Joaquim Rifé, todos ex-companheiros nos tempos de profissional.
Rexach permaneceu treinando as equipes menores blaugranas até 1987, quando passou a ser assistente do técnico Luís Aragonés no time principal. E, apesar de estar entre os atletas profissionais do clube, o ex-atleta sempre deu sinais de que nunca esqueceu as joias que o Barcelona formava em suas canteras.
Promovido após a saída de Aragonés, Rexach comandou o time até a o fim daquela temporada, mas voltou ao cargo de assistente técnico pouco tempo depois. Com a chegada de Johan Cruyff para o banco de reservas barcelonista, mesmo que fora das quatro linhas, Rexach formaria com o holandês uma das duplas mais importantes da história do clube. Ambos foram os mentores de um dos períodos mais vitoriosos dos blaugranas. Mesmo com contratações de craques do futebol mundial, como Ronald Koeman, Michael Laudrup, Hristo Stoichkov e Romário, os comandantes do Dream Team não deixaram de promover talentos das canteras culés, exemplificados por Guillermo Amor, Pep Guardiola, Albert Ferrer e Sergi.
Mais que o lançamento de novos craques, contudo, Rexach ajudou a implementar uma verdadeira revolução no modo de os blaugranas lidarem com as suas categorias de base. Antes de qualquer aspecto físico, os garotos do clube passaram a ser avaliados por sua técnica. Comprovada a qualidade do jovem com a bola nos pés, somente depois eram trabalhadas as outras características de jogo.
A parceria com Cruyff durou até 1996, quando o holandês foi destituído do cargo, após seguidos desentendimentos com Josep Lluís Núñez, presidente do clube. Na temporada seguinte, já sem desempenhar a função assistente técnico, Rexach permaneceu prestando serviços no Camp Nou. Além de indicar jogadores de clubes rivais, estava incumbido também de apontar os valores gerados nas canteras do próprio clube. Após uma rápida passagem pelo futebol japonês, onde treinou o Yokohama Flügels, Rexach retornou à Catalunha, reintegrando o staff principal do Barcelona e chegando mesmo a comandar o time durante a temporada 2001/02. Seu principal trabalho no período, no entanto, foi como diretor técnico, quando ajudou a promover alguns dos principais jogadores do elenco atual, como Xavi, Puyol e Iniesta.
Capítulo à parte em sua passagem de mais de 40 anos pelo Barcelona, o fato de ter levado Lionel Messi à Espanha se sobressai entre tantos feitos de Rexach no clube catalão. E mesmo que várias versões surjam para narrar como o argentino ingressou nas canteras culés, o então diretor técnico não deixa de ser um dos personagens centrais da trama.
A história mais difundida conta que Messi, enquanto treinava no Newell’s Old Boys, da Argentina, teve diagnosticado um problema hormonal, que só poderia ser solucionado com a aplicação de caros medicamentos. A previsão aos nove anos era de que, quando o garoto chegasse à idade adulta, não passaria de 1,40 m de altura. Quando o garoto tinha 13 anos, com problemas financeiros para custear o tratamento, os familiares de Messi recorreram ao Newell’s. O clube, contudo, afirmou que não poderia pagar os remédios e abriu as suas portas para a saída do prodígio. Sem alternativas, o pai de Messi foi atrás de outras equipes do país, mas também não obteve sucesso.
O futuro do argentino só ganhou novos rumos algum tempo depois. Em 2000, durante uma passagem por Brasil e Argentina para observar jovens talentos sul-americanos, Carles Rexach conheceu Messi e encantou-se com o futebol daquele menino mirrado. O garoto, ainda com 13 anos de idade, seria levado ao Barcelona, onde teria o seu tratamento pago e treinaria com os outros atletas das categorias de base. A família de Messi, por sua vez, ganharia novos empregos na Catalunha. Há ainda versões que dizem que o argentino passou por uma bateria de testes no Camp Nou e que só teve a garantia que ficaria no clube após seu pai pressionar Rexach. Conta-se ainda que nem sempre seu tratamento foi bancado pelo Barcelona (o responsável pelo futebol amador, Juan Lacueva, teria pago parte das contas) e que, somente em 2001, após muita insistência, o vice-presidente blaugrana assinou o primeiro contrato de Messi.
Em meio a tantas especulações, o certo é que, com ou sem brigas internas, o prodígio se firmou como um dos maiores ídolos da história do clube centenário ainda nos primeiros anos de carreira. E, de uma forma ou de outra, mesmo que se isentando do feito, foi Rexach quem o levou para La Masia. Três anos depois de descobrir Messi na argentina, Rexach desligou-se das atividades que desempenhava no Barcelona. Ao todo, permaneceu mais de 20 anos na administração da equipe, entre passagens como assistente técnico, técnico e dirigente. O legado de Rexach, no entanto, não deixa de ser reconhecido. Sete anos depois de sua saída do clube, os torcedores ainda têm grande consideração por seu ex-ídolo. No ano passado, em tempos de eleições no Camp Nou, seu nome recebeu grande apoio dos culés em uma possível candidatura à presidência, mesmo que ele tenha afirmado posteriormente que não disputaria o cargo.
Inicialmente técnico de times inferiores, Rexach ganhou projeção por seus serviços prestados no início da década de 1990, quando, ao lado do técnico Johan Cruyff, montou o chamado Dream Team com diversas pratas da casa. Seu trabalho, no entanto, não se limita somente a esse período. Muitos dos atletas que, hoje consagram o Barcelona como uma das melhores equipes do planeta, antes foram aprovados pelo o olhar clínico de Rexach.
Assim como muitos dos garotos que ajudou a lançar, Rexach também subiu para a equipe principal do Barcelona ainda na adolescência. Sua estreia entre os profissionais aconteceu em abril de 1965, quando ainda tinha 18 anos. E a futura lenda blaugrana não decepcionou: logo em seu debute, Rexach marcou o seu primeiro gol pelo clube catalão, o último na goleada por 4 a 0 sobre o Racing Santander. A partir da temporada 1967/68, quando tinha 20 anos, o ponta direita tornou-se figura constante no time titular, de onde só saiu quando pendurou as chuteiras. Em 16 anos de carreira, todos eles dedicados ao Barcelona, Rexach foi a campo em 656 oportunidades. É o segundo atleta com o maior número de partidas pelos culés. Além disso, anotou 197 gols, sendo o oitavo maior artilheiro da história dos catalães.
Em meio a tantos números significativos, Rexach venceu quatro Copas do Rei, uma Recopa Europeia e uma Copa das Feiras (atual Liga Europa). No entanto, vivendo um período de domínio do Real Madrid na liga nacional, de sua estreia até a aposentadoria, em 1981, o jogador só conquistou uma única vez o Campeonato Espanhol. A vitória na temporada 1973/74, aliás, foi conduzida por um dos melhores amigos de “Charly” no Barcelona, o holandês Johan Cruyff. Logo depois de se afastar dos gramados, Carles Rexach foi convidado para trabalhar nas divisões inferiores do Barcelona. Além disso, em 1984, o ex-ponta também fundou uma escola especializada no ensino de futebol, em parceria com Antoni Torres, Juan Manuel Asensi e Joaquim Rifé, todos ex-companheiros nos tempos de profissional.
Rexach permaneceu treinando as equipes menores blaugranas até 1987, quando passou a ser assistente do técnico Luís Aragonés no time principal. E, apesar de estar entre os atletas profissionais do clube, o ex-atleta sempre deu sinais de que nunca esqueceu as joias que o Barcelona formava em suas canteras.
Promovido após a saída de Aragonés, Rexach comandou o time até a o fim daquela temporada, mas voltou ao cargo de assistente técnico pouco tempo depois. Com a chegada de Johan Cruyff para o banco de reservas barcelonista, mesmo que fora das quatro linhas, Rexach formaria com o holandês uma das duplas mais importantes da história do clube. Ambos foram os mentores de um dos períodos mais vitoriosos dos blaugranas. Mesmo com contratações de craques do futebol mundial, como Ronald Koeman, Michael Laudrup, Hristo Stoichkov e Romário, os comandantes do Dream Team não deixaram de promover talentos das canteras culés, exemplificados por Guillermo Amor, Pep Guardiola, Albert Ferrer e Sergi.
Mais que o lançamento de novos craques, contudo, Rexach ajudou a implementar uma verdadeira revolução no modo de os blaugranas lidarem com as suas categorias de base. Antes de qualquer aspecto físico, os garotos do clube passaram a ser avaliados por sua técnica. Comprovada a qualidade do jovem com a bola nos pés, somente depois eram trabalhadas as outras características de jogo.
A parceria com Cruyff durou até 1996, quando o holandês foi destituído do cargo, após seguidos desentendimentos com Josep Lluís Núñez, presidente do clube. Na temporada seguinte, já sem desempenhar a função assistente técnico, Rexach permaneceu prestando serviços no Camp Nou. Além de indicar jogadores de clubes rivais, estava incumbido também de apontar os valores gerados nas canteras do próprio clube. Após uma rápida passagem pelo futebol japonês, onde treinou o Yokohama Flügels, Rexach retornou à Catalunha, reintegrando o staff principal do Barcelona e chegando mesmo a comandar o time durante a temporada 2001/02. Seu principal trabalho no período, no entanto, foi como diretor técnico, quando ajudou a promover alguns dos principais jogadores do elenco atual, como Xavi, Puyol e Iniesta.
Capítulo à parte em sua passagem de mais de 40 anos pelo Barcelona, o fato de ter levado Lionel Messi à Espanha se sobressai entre tantos feitos de Rexach no clube catalão. E mesmo que várias versões surjam para narrar como o argentino ingressou nas canteras culés, o então diretor técnico não deixa de ser um dos personagens centrais da trama.
A história mais difundida conta que Messi, enquanto treinava no Newell’s Old Boys, da Argentina, teve diagnosticado um problema hormonal, que só poderia ser solucionado com a aplicação de caros medicamentos. A previsão aos nove anos era de que, quando o garoto chegasse à idade adulta, não passaria de 1,40 m de altura. Quando o garoto tinha 13 anos, com problemas financeiros para custear o tratamento, os familiares de Messi recorreram ao Newell’s. O clube, contudo, afirmou que não poderia pagar os remédios e abriu as suas portas para a saída do prodígio. Sem alternativas, o pai de Messi foi atrás de outras equipes do país, mas também não obteve sucesso.
O futuro do argentino só ganhou novos rumos algum tempo depois. Em 2000, durante uma passagem por Brasil e Argentina para observar jovens talentos sul-americanos, Carles Rexach conheceu Messi e encantou-se com o futebol daquele menino mirrado. O garoto, ainda com 13 anos de idade, seria levado ao Barcelona, onde teria o seu tratamento pago e treinaria com os outros atletas das categorias de base. A família de Messi, por sua vez, ganharia novos empregos na Catalunha. Há ainda versões que dizem que o argentino passou por uma bateria de testes no Camp Nou e que só teve a garantia que ficaria no clube após seu pai pressionar Rexach. Conta-se ainda que nem sempre seu tratamento foi bancado pelo Barcelona (o responsável pelo futebol amador, Juan Lacueva, teria pago parte das contas) e que, somente em 2001, após muita insistência, o vice-presidente blaugrana assinou o primeiro contrato de Messi.
Em meio a tantas especulações, o certo é que, com ou sem brigas internas, o prodígio se firmou como um dos maiores ídolos da história do clube centenário ainda nos primeiros anos de carreira. E, de uma forma ou de outra, mesmo que se isentando do feito, foi Rexach quem o levou para La Masia. Três anos depois de descobrir Messi na argentina, Rexach desligou-se das atividades que desempenhava no Barcelona. Ao todo, permaneceu mais de 20 anos na administração da equipe, entre passagens como assistente técnico, técnico e dirigente. O legado de Rexach, no entanto, não deixa de ser reconhecido. Sete anos depois de sua saída do clube, os torcedores ainda têm grande consideração por seu ex-ídolo. No ano passado, em tempos de eleições no Camp Nou, seu nome recebeu grande apoio dos culés em uma possível candidatura à presidência, mesmo que ele tenha afirmado posteriormente que não disputaria o cargo.
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