Cañizares foi símbolo de um dos melhores time da história do Valencia, clube com o qual mais se identificou (superdeporte)
Posicionamento perfeito, ótimo nas saídas de bola e goleiro de bom reflexo, Cañizares era garantia de segurança sob a baliza. Canterano do Real Madrid, foi campeão europeu e bi espanhol pelo time de Chamartin, mas foi destaque mesmo no Valencia. Em Paterna, Santi ganhou credibilidade nacional, assumiu a titularidade da Fúria e, além disso, colecionou mais dois espanhóis para seu palmarés. Antes de chegar ao auge de sua carreira, Cañizares passou por três clubes diferentes antes de se firmar em um: em 1992, após passagens sem sucessos por Elche, Córdoba e Merida, o goleiro se firmou na equipe titular do Celta Vigo, que disputava a Liga BBVA daquela época.
Nascido em Puertollano, província de Ciudad Real, em 1969, Santi começou a jogar futebol no Severo Ochoa, pequeno clube de seu bairro. Embora tenha atuado em três posições diferentes durante sua juventude, foi no gol que o pequeno Cañizares sentia-se melhor. Em 1987, Eduardo Caturla, seu treinador à época, o encorajou para que fizesse testes nas canteras do Real Madrid, mas, apesar de ter sido revelado pelo clube merengue, Santi não tardou muito em sua primeira passagem no clube da capital. Em 1990, acertou sua transferência para o Elche, onde não durou muito tempo: em 1991, transferiu-se para o Mérida e um depois, para o Celta.
Porém, apesar de não ter sido titular nos dois primeiros clubes, El Dragón foi convocado para defender a seleção olímpica que iria disputar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Barcelona. A Espanha acabou campeã, mas Cañizares foi banco de Toni durante toda campanha vitoriosa da seleção espanhola, que na final derrotou a Polonia por 3 a 2, com o gol da vitória vindo aos 45 minutos do segundo tempo a partir de Kiko. A história da carreira de Santi ganharia um novo rumo no clube de Vigo: em setembro de 1992, Cañizares enfim fez sua estreia na primeira divisão espanhola, em uma partida contra o Salamanca que terminou empatada em 0 a 0. Uma temporada depois, Cañizares assumiu a camisa um dos célticos e foi premiado por Javier Clemente, técnico da Fúria, que o convocou pela primeira vez à equipe principal da roja.
A partida, decisiva para o futuro da fúria, que brigava pela classificação à Copa do Mundo de 1994, marcou a estreia do goleiro com a camisa roja. Zubizarreta, o goleiro titular, acabou se envolvendo em confusão com o atacante norueguês e foi expulso. Sem alternativas, Clemente sacou Luis Enrique para colocar Cañizares, que, em apenas vinte minutos em campo, fez defesas essencias, que garantiu o 1 a 0 espanhol e a vaga direta ao Mundial. Na Copa dos Estados Unidos, viu do banco a eliminação diante da Itália de Baggio, autor de um doblete. Na volta à Galícia, uma grata surpresa: o goleiro acertou seu retorno ao Real Madrid, que queria desbancar a hegemonia barcelonista. No entanto, a segunda passagem do goleiro pelo clube merengue foi bem semelhante à primeira: Cañizares nunca conseguiu se firmar na porteira blanca e, após a ida de Capello ao comando técnico, ficou com a credibilidade baixa.
Foi do banco de reservas do Bernabéu que El Dragón somou seus primeiros títulos espanhol e a Liga dos Campeões da Uefa de 1997/98, competição na qual o Real Madrid não vencia havia 33 temporadas . No clube da capital, Cañizares também ganhou a Supercopa de 1998, onde foi titular nas duas vitórias em cima do rival Atlético de Madrid. No verão de 1998, logo depois de mais um fracasso da Espanha em Mundiais - Santi foi banco de Zubizarreta novamente -, que caiu na primeira fase em grupo que tinha Nigéria, Paraguai e a surpresa de 1994 Bulgária, após as primeiras propostas do Valencia, Cañizares não pensou duas vezes e rumou a Paterna. Em sua primeira temporada trajando blanquinegro, o Valencia conseguiu a classificação para a Champions League de 1999/2000 e El Dragón foi o terceiro goleiro menos vazado do torneio, atrás apenas de Carlos Roa, do Mallorca, e Toni Jiménez, do Espanyol. Santi sofreu 39 gols em 38 partidas, uma média de 1, 03 gols sofridos por jogo.
Se disputar o título com Barcelona e Real Madrid foi bastante difícil no campeonato nacional, restou ao Valencia concentrar suas forças na Copa do Rei. E, na competição, o Valencia teve sucesso sobre as duas equipes. Nas quartas-de-finais, eliminou o Barcelona de Figo e Rivaldo num placar agregado de 7 a 5 (3 a 2 no Mestalla e 4 a 3 no Camp Nou). Nas semifinais, um duelo histórico contra o Real Madrid: no jogo de ida, o Valencia impôs aos merengues um impiedoso 6 a 0, em show de Cláudio López e Mendieta. Na final, os valencianos teriam pela frente uma grande potência à época: o Atlético de Madrid de Juninho Paulista e Solari. No La Cartuja, em Sevilla, o Valencia não deu chance ao azar e derrotou os colchoneros por 3 a 0, sagrando-se campeão da Copa do Rei.
Pelo clube valenciano, Cañizares ainda viria a se tornar campeão nacional por duas vezes: em 2001/02 e 2003/04, desbancando o Real Madrid galáctico. Mas o pior momento da carreira de Cañizares aconteceria logo após a conquista da primeira taça com os chés: cotado para ser o goleiro titular da Fúria na Copa de 2002, que a Espanha chegava com uma das favoritas, Cañete acabou cortando o pé em um acidente doméstico e, sem escolha, teve que ser cortado Iñaki Sáez. O goleiro titular foi Casillas, à época grande revelação do Real Madrid campeão europeu, que não pôde evitar a eliminação diante da anfitriã Coréia do Sul, em um jogo marcado pela péssima arbitragem que prejudicou a seleção espanhola. Em 2007, após adicionar a seu currículo uma Supercopa da Espanha, Copa da Uefa e Supercopa Europeia, Ronaldo Koeman assumiu o comando técnico do Valencia e resolveu afastar Cañizares do elenco, dando mais chances ao jovem Moyà.
Mesmo sem ser convocado às principais partida, Cañizares não se desvinculou do clube, mas viu de longe a extrema má fase que passava sua equipe. Após o titulo de Copa do Rei do Valencia, que venceu o Getafe em Madrid por 3 a 1, Koeman resolveu utilizar o goleiro numa partida contra o Atlético de Madrid, que marcou sua despedida dos gramados. Os blanquinegros venceram por 3 a 1 e, ao término da partida, Santi foi ovacionado por todo o Mestalla. Após rejeitar propostas da MLS e da Premier League, Cañizares decidiu mesmo se aposentar dos gramados, rumando para a televisão. Hoje, El Dragón é comentarista esportivo da Cadena Ser, onde estreou, justamente, num embate entre suas duas ex-equipes: pelo jogo de ida da Supercopa da Espanha de 2008, o Valencia derrotou o Real Madrid por 2 a 1. Em 2009, foi acusado de pedofilia, mas o acusado resolveu tirar todas as queixas.
Santiago Cañizares
Nome completo: José Santiago Cañizares Ruiz
Data de nascimento: 18 de dezembro de 1968, em Puertollano, Espanha
Clubes que defendeu: Elche, Mérida, Córdoba, Real Madrid, Celta Vigo, Valencia
Títulos: Medalha de ouro da Olimpiada de Barcelona 92, 4 Campeonato Espanhol, 2 Copa do Rei, 2 Supercopa da Espanha, 1 Liga dos Campeões, 1 Copa da Uefa, 1 Supercopa da Uefa
Nascido em Puertollano, província de Ciudad Real, em 1969, Santi começou a jogar futebol no Severo Ochoa, pequeno clube de seu bairro. Embora tenha atuado em três posições diferentes durante sua juventude, foi no gol que o pequeno Cañizares sentia-se melhor. Em 1987, Eduardo Caturla, seu treinador à época, o encorajou para que fizesse testes nas canteras do Real Madrid, mas, apesar de ter sido revelado pelo clube merengue, Santi não tardou muito em sua primeira passagem no clube da capital. Em 1990, acertou sua transferência para o Elche, onde não durou muito tempo: em 1991, transferiu-se para o Mérida e um depois, para o Celta.
Porém, apesar de não ter sido titular nos dois primeiros clubes, El Dragón foi convocado para defender a seleção olímpica que iria disputar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Barcelona. A Espanha acabou campeã, mas Cañizares foi banco de Toni durante toda campanha vitoriosa da seleção espanhola, que na final derrotou a Polonia por 3 a 2, com o gol da vitória vindo aos 45 minutos do segundo tempo a partir de Kiko. A história da carreira de Santi ganharia um novo rumo no clube de Vigo: em setembro de 1992, Cañizares enfim fez sua estreia na primeira divisão espanhola, em uma partida contra o Salamanca que terminou empatada em 0 a 0. Uma temporada depois, Cañizares assumiu a camisa um dos célticos e foi premiado por Javier Clemente, técnico da Fúria, que o convocou pela primeira vez à equipe principal da roja.
A partida, decisiva para o futuro da fúria, que brigava pela classificação à Copa do Mundo de 1994, marcou a estreia do goleiro com a camisa roja. Zubizarreta, o goleiro titular, acabou se envolvendo em confusão com o atacante norueguês e foi expulso. Sem alternativas, Clemente sacou Luis Enrique para colocar Cañizares, que, em apenas vinte minutos em campo, fez defesas essencias, que garantiu o 1 a 0 espanhol e a vaga direta ao Mundial. Na Copa dos Estados Unidos, viu do banco a eliminação diante da Itália de Baggio, autor de um doblete. Na volta à Galícia, uma grata surpresa: o goleiro acertou seu retorno ao Real Madrid, que queria desbancar a hegemonia barcelonista. No entanto, a segunda passagem do goleiro pelo clube merengue foi bem semelhante à primeira: Cañizares nunca conseguiu se firmar na porteira blanca e, após a ida de Capello ao comando técnico, ficou com a credibilidade baixa.
Foi do banco de reservas do Bernabéu que El Dragón somou seus primeiros títulos espanhol e a Liga dos Campeões da Uefa de 1997/98, competição na qual o Real Madrid não vencia havia 33 temporadas . No clube da capital, Cañizares também ganhou a Supercopa de 1998, onde foi titular nas duas vitórias em cima do rival Atlético de Madrid. No verão de 1998, logo depois de mais um fracasso da Espanha em Mundiais - Santi foi banco de Zubizarreta novamente -, que caiu na primeira fase em grupo que tinha Nigéria, Paraguai e a surpresa de 1994 Bulgária, após as primeiras propostas do Valencia, Cañizares não pensou duas vezes e rumou a Paterna. Em sua primeira temporada trajando blanquinegro, o Valencia conseguiu a classificação para a Champions League de 1999/2000 e El Dragón foi o terceiro goleiro menos vazado do torneio, atrás apenas de Carlos Roa, do Mallorca, e Toni Jiménez, do Espanyol. Santi sofreu 39 gols em 38 partidas, uma média de 1, 03 gols sofridos por jogo.
Se disputar o título com Barcelona e Real Madrid foi bastante difícil no campeonato nacional, restou ao Valencia concentrar suas forças na Copa do Rei. E, na competição, o Valencia teve sucesso sobre as duas equipes. Nas quartas-de-finais, eliminou o Barcelona de Figo e Rivaldo num placar agregado de 7 a 5 (3 a 2 no Mestalla e 4 a 3 no Camp Nou). Nas semifinais, um duelo histórico contra o Real Madrid: no jogo de ida, o Valencia impôs aos merengues um impiedoso 6 a 0, em show de Cláudio López e Mendieta. Na final, os valencianos teriam pela frente uma grande potência à época: o Atlético de Madrid de Juninho Paulista e Solari. No La Cartuja, em Sevilla, o Valencia não deu chance ao azar e derrotou os colchoneros por 3 a 0, sagrando-se campeão da Copa do Rei.
Pelo clube valenciano, Cañizares ainda viria a se tornar campeão nacional por duas vezes: em 2001/02 e 2003/04, desbancando o Real Madrid galáctico. Mas o pior momento da carreira de Cañizares aconteceria logo após a conquista da primeira taça com os chés: cotado para ser o goleiro titular da Fúria na Copa de 2002, que a Espanha chegava com uma das favoritas, Cañete acabou cortando o pé em um acidente doméstico e, sem escolha, teve que ser cortado Iñaki Sáez. O goleiro titular foi Casillas, à época grande revelação do Real Madrid campeão europeu, que não pôde evitar a eliminação diante da anfitriã Coréia do Sul, em um jogo marcado pela péssima arbitragem que prejudicou a seleção espanhola. Em 2007, após adicionar a seu currículo uma Supercopa da Espanha, Copa da Uefa e Supercopa Europeia, Ronaldo Koeman assumiu o comando técnico do Valencia e resolveu afastar Cañizares do elenco, dando mais chances ao jovem Moyà.
Mesmo sem ser convocado às principais partida, Cañizares não se desvinculou do clube, mas viu de longe a extrema má fase que passava sua equipe. Após o titulo de Copa do Rei do Valencia, que venceu o Getafe em Madrid por 3 a 1, Koeman resolveu utilizar o goleiro numa partida contra o Atlético de Madrid, que marcou sua despedida dos gramados. Os blanquinegros venceram por 3 a 1 e, ao término da partida, Santi foi ovacionado por todo o Mestalla. Após rejeitar propostas da MLS e da Premier League, Cañizares decidiu mesmo se aposentar dos gramados, rumando para a televisão. Hoje, El Dragón é comentarista esportivo da Cadena Ser, onde estreou, justamente, num embate entre suas duas ex-equipes: pelo jogo de ida da Supercopa da Espanha de 2008, o Valencia derrotou o Real Madrid por 2 a 1. Em 2009, foi acusado de pedofilia, mas o acusado resolveu tirar todas as queixas.
Santiago Cañizares
Nome completo: José Santiago Cañizares Ruiz
Data de nascimento: 18 de dezembro de 1968, em Puertollano, Espanha
Clubes que defendeu: Elche, Mérida, Córdoba, Real Madrid, Celta Vigo, Valencia
Títulos: Medalha de ouro da Olimpiada de Barcelona 92, 4 Campeonato Espanhol, 2 Copa do Rei, 2 Supercopa da Espanha, 1 Liga dos Campeões, 1 Copa da Uefa, 1 Supercopa da Uefa
Belo texto, Canizares era um baita goleiro mesmo, grande bandeira valencianista.
ResponderExcluirSó tem um pequeno erro. Canizares perdeu a posição pro alemão Timo Hildebrand, quando o Valencia estava sob a batuta de Ronald Koeman. Moyá só chegou ao Mestalla posteriormente, sendo contemporâneo do veterano Cesar Sanchez e do jovem Vicente Guaita.
Abraços!