O Sevilla comemora no Camp Nou a conquista do "segundo" título na temporada (getty images)
Não se esperava menos da partida. Futebol total desde o início. Sevilla e Atlético de Madrid jogaram sem especulações e sem temores, algo impróprio para uma final e o futebol agradeceu.
Transcorridos apenas três minutos, Agüero pôde marcar, porém, não chegou na bola e a reação hispalense foi própria de um grande. Jesús Navas aparecia sobre o campo para arrancar e chegar a frontal da área, onde estava Diego Capel, que mandou a bola pras redes junto com todas as almas sevillistas. Sem opções de descanso, o Atléti teve a chance mais clara até o momento e numa dupla tentativa, Ujfalusi invadiu a área pela direita e seu cruzamento foi finalizado primeiro por Agüero, depois por Forlán. Squillaci e Escudé apareceram de forma milagrosa quando o empate era ouvido nas arquibancadas. Susto superado, o objetivo seguinte era ir pra cima dos colchoneros.
No minuto 26, depois de um cruzamento sem perigo, Perea deixou a bola na entrada da área, num erro fora do comum. Porém, Squillaci não aproveitou o presente e finalizou fraco, perdendo a chance de ampliar o placar. A partir daí e até o intervalo, pouco se viu do Sevilla e tampouco os jogadores de Quique assediaram Palop, porém, a sensação de perigo reinava no ambiente até chegar ao ponto dos cinco últimos minutos terem se convertido num suplício. Forlán, em duas chances, e Agüero, aproveitando uma saída em falso de Palop, fizeram a torcida do Atléti quase comemorar. E assim chegou o intervalo: com todo o banco do Sevilla o pedindo, em um claro sintoma de que apesar do resultado, a partida era um sofrimento total.
No começo do segundo tempo, ao menos outra coisa sucedeu. Apesar dos rojiblancos levarem o peso da partida por necessidade, o Sevilla tocava melhor a bola, com objetivo e buscando surpreender em um contra ataque, sabendo que o tempo jogava a seu favor. Um longo disparo de Tiago foi a única aproximação perigosa dos colchoneros antes do minuto 10, e isso era um bom sinal. Capel e Navas, pelos lados, eram dois punhais afiados, desejosos a fincar os dentes, e pouco a pouco, o Sevilla se fez dono da final. Menção especial para a dupla de zaga Escudé e Squillaci, soberanos na partida inteira ante as duas estrelas colchoneras, Forlán e Agüero. E tampouco deixou despercebido o nível de Negredo.
O madrileño teve a melhor ocasião para quase sentenciar a final: estava sozinho ante De Gea depois de uma fenomenal assistência de Kanouté, porém, optou por perder um gol incrível e dar vida a um rival que começava a se sentir pressionado. Quique decidiu então fazer uma dupla substituição na sua equipe, para dar novas alternativas e refrescar seu time. Assunção e um desaparecido Simão saíram para a entrada de Raúl Garcia e Jurado. O efeito foi imediato e Álvarez se viu na obrigação de tirar Negredo pra colocar Romaric. Era o momento de tentar recuperar a posse de bola com a metade do segundo tempo pela frente. Á favor estava o passar do tempo, a impotência do Atlético e a segurança de uma defesa muito acima do nível demonstrado na temporada. Uma grande combinação entre Tiago e Jurado obrigou Squillaci a aparecer novamente de forma providencial para impedir o empate de Agüero. Tudo isso antes de uma rixa imprópria para o momento, mas que era o fiel reflexo da tensão vivida. Assim, começou o último quarto de hora. Forlán tentou de novo, porém, Palop respondeu fazendo boa defesa.
Mas faltava o delírio, a jogada mestre de um craque que esses momentos tanto pedem e que fazia falta pra ele uma consagração desse tipo: Jesus Navas fez uso de sua velocidade, qualidade e sangue frio pra deixar vários jogadores do Atlético sentados, que fizeram o impossível para derruba-lo, porém, sem sucesso. O jogador de Los Palácios ficou frente a frente com De Gea, o driblou e com suspense sentenciou. Gol. 2 a 0 e Sevilla campeão!
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