Luis Milla iniciou com uma escalação mais tímida do que a habitual e começa a ser criticado pela imprensa espanhola (getty images)
A estreia da Espanha nos Jogos Olimpícos foi a mais decepcionante possível. A derrota para o Japão por 1x0 foi um duro golpe no psicológico de uma seleção que era taxada por muitas como favorita. Se o povo já temia o Brasil antes mesmo da abertura dos jogos, agora isso ganha mais força: o provável é que, se a Fúria avance, encare a seleção brasileira nas quartas-de-finais. Luis Milla, treinador da seleção, já tem um grupo em mente. A seleção sub-23 da Roja é base da equipe vencedora da Eurocopa Sub-21 há um ano e treina junto há praticamente três anos. Porém, para a partida contra o Japão, foi montada às pressas e evidenciou o peso dos desfalques, como Thiago Alcântara, Iker Muniain, Botía e Ander Herrera, que começou no banco. A esperança é que, com o retorno de três dos quatro nomes acima - o único, de fato, fora do torneio é o hispano-brasileiro -, a Espanha convença ante o Marrocos, em jogo que virou a primeira final para essa seleção.
É preciso entender que a formação espanhola foi ocasional. Luis Milla, que começa a ter seu nome criticado pela opinião pública, porém, contribuiu para o baile japonês, que poderia ter ganhado de mais de três gols. A defesa, exposta, sentiu a falta de Víctor Ruíz, um de seus pilares na competição europeia. O corte do catalão até agora não foi bem explicado. O meio-campo, que pouco criou, não teve em Isco e Rodrigo substitutos à altura de Muniain e Thiago Alcântara. Isso sobrecarregou Mata, que teve uma atuação abaixo da média. Pelo posicionamento de Isco e Rodrigo e o fato de Mata ter começado, durante boa parte dos ataques, a construção das jogadas atrás da linha de meio-campo, a Espanha pareceu ter atuado no 4-3-3.
Nesse módulo tático, Mata deveria desempenhar um papel semelhante ao de Iniesta no Barcelona, mas teve que ser Xavi: Koke, o encarregado de armar as jogadas para a seleção, foi outro que passou batido e não aproveitou a ausência de Ander Herrera para ganhar pontos com o treinador espanhol. O meio-campo teve bom controle de bola, mas foi muito pressionado pelos nipônicos, que fizeram uma marcação implacável nos 90 minutos do jogo. Além disso, com a bola, a seleção mostrou uma faceta negativa, sem objetividade nenhuma. O maior exemplo é o fato de Adrián não ter dado um chute a gol. A expulsão infantil de Iñigo Martínez, a maior revelação da Liga BBVA passada, só serviu para deixar o meio-campo ausente de um ladrão natural, porque Javi Martínez teve que ser recuado. Na hora do desespero, Milla deixou em campo apenas jogadores de centro do campo, retirando os ponteiros - tirou Rodrigo e Isco e colocou Ander e Oriol Romeu.
Mas o fator mais preocupante do jogo foi a defesa. Exposta e, sobretudo, lenta, foi o ponto de festa do Japão, que impôs muita velocidade pelo centro e ocasionou um surto na retaguarda espanhola. Álvaro Domínguez, Iñigo Martínez, Montoya e Jordi Alba não se entenderam e bateram cabeça. Talvez, apenas o novo barcelonista mostrou do que é capaz, mas foi bastante prejudicado pela partida abaixo da média dos companheiros. Botía não é muito melhor que Iñigo, mas já estava acostumado com Domínguez. Quem teve que segurar a barra pela fragilidade defensiva foi De Gea, que salvou a Roja de uma goleada histórica nessa estreia.
O resultado foi ruim, mas não é um desastre total. Honduras e Marrocos empataram no outro jogo do grupo e oferecem à Espanha a maior forma possível de se recuperar. Acontece que dificilmente esse selecionado japonês, que mostrou-se bastante contundente apesar dos deveras erros na hora da conclusão, irá tropeçar, o que coloca a Espanha no caminho do Brasil na segunda fase, sem dúvidas a seleção mais temida pelos espanhóis. Se quiser ganhar o ouro ainda, a seleção espanhola deve ser mais agressiva, nos mesmos moldes da equipe de um ano atrás. É claro que a sagacidade de Thiago Alcântara, que mandava e desmandava no meio-campo, faz falta, mas é precisa achar outros meios. Isco precisa atuar melhor do que foi hoje, porque tem futebol para isso. O retorno de Muniain e Ander Herrera deve dar mais liberdade a Mata, que não deveria se preocupar muito com a marcação como aconteceu hoje. Para pensar em medalha, a Espanha será obrigada a criar soluções.
foi ridículo a Espanha. Japão poderia ter goleado, só não o fez porque é o Japão, rs.
ResponderExcluirestou impressionado com o time japones.
ResponderExcluirLembro que no mundial sub-20, já mostraram um futebol empolgante e agora nesta 1ª partida também.