Mais importante para o Barcelona é a permanência de Josep Guardiola. Os azulgrenás precisam urgente de mudanças para voltar a dominar o futebol (getty images)
O Barcelona está eliminado da Liga dos Campeões 2011/2012. A queda barcelonista na semifinal do torneio ante o Chelsea representa a Guardiola a primeira temporada sem os dois títulos de maior importância no futebol europeu: o nacional e o continental. Em dia que até Messi desperdiçou não só pênalti decisivo como inúmeras oportunidades claras, nada deu certo. O baque psicológico pós-pênalti do argentino foi claro. A ansiedade atrapalhou, as tentativas de enfiadas de bolas foram pequenas e os erros, crassos. Xavi apareceu pouco e errou muito, Iniesta limitou-se à esquerda, Cuenca não acertou nenhum cruzamento à área e Fàbregas e Sánchez tentaram em vão. O blog não irá tentar achar motivos da eliminação azulgrená, e sim tocar num assunto crucial: mudanças, a partir de agora, são necessárias.
O dia após uma queda tão sentida é de pensamento. É hora de rever conceitos: o que faltou para o Barcelona conquistar o penta europeu? O principal ponto é um elenco mais encorpado. Por mais que o Barcelona continue sendo a melhor equipe do mundo, falta elenco e peças de reposições à altura. No Real Madrid, por exemplo, se Benzema tiver mal, entra Higuaín. Se Di María ou Özil caírem de produção, tem Kaká e Callejón à disposição de Mourinho. Ontem, ficou evidenciado esse problema do Barcelona, que explodiu após o gol de Fernando Torres. Mais cedo, Guardiola olhou para o banco, viu que Cuenca e Fàbregas não estavam muito bem em campo e, pensando muito, teve que colocar em campo Tello, jovem das canteras que nem ficha de time A tem, e Keita. Enquanto isso, Pedro, um campeão de Copa do Mundo, de LC e Mundial de Clubes marcando gols, permaneceu no banco.
O outro ponto contraditório de Guardiola é apostar cegamente em jogadores da base em dentrimento de ir ao mercado buscar opções melhores. Para tentar buscar a virada, o ataque teve Cuenca e depois Tello acompanhando Messi e Sánchez. Numa rápida comparação, voltamos três anos no tempo, contra o próprio Chelsea no jogo de ida da semifinal no Camp Nou: Messi teve a companhia de Henry e Eto'o no ataque. Querendo ou não, impõe mais respeito. Os azulgrenás precisam de um zagueiro, um lateral esquerdo e um volante para que Busquets não fique muito sobrecarregado ao longo da temporada. Alguns nomes são comentados e estão em pauta há algum tempo: Thiago Silva, Adil Rami e David Luiz para a zaga; Jordi Alba para a lateral esquerda; Javi Martínez para a volância (na temporada, atuou mais na zaga); Gareth Bale e Iker Muniain para a meia ofensiva; Neymar (a incógnita quanto ao brasileiro é quando) e Van Persie para o ataque.
Outro ponto a se rever é a preparação na pré-temporada. "Uma pré-temporada bem feita é o primeiro passo para o sucesso", disse Guardiola no dia de sua apresentação no Barcelona. E, de fato, é verdade. Já comentávamos lá em Agosto que os catalães poderiam ter problema ao longo da temporada pela preparação confusa que fazia na volta ao trabalho. As lesões são provenientes disso. Os números chegam a assustar: ao longa da temporada, foram mais de 105 lesões musculares sofridas pelos jogadores do plantel A. Apenas Víctor Valdés, Mascherano, Abidal e Messi não lesionaram o bíceps femoral, principal responsável por mais da metade dessas lesões.
Entretanto, o mais importante para o futuro do Barcelona é a permanência de Josep Guardiola como treinador da equipe. O Mundo Deportivo trata o assunto como incógnita - que é. O catalão costuma renovar seu contrato sempre no final de janeiro ou começo de fevereiro. Estamos no final de abril, com a temporada chegando ao seu término, e até agora nada. Seu contrato vai chegando ao fim e as especulações, começando. Os mais falados são Andrés Villas-Boas, Luis Enrique, Joaquim Löw e Marcelo Bielsa. Em enquete do Diário Sport, os aficionados culés que votaram optaram por El Loco Bielsa substituindo Guardiola, em caso de saída do atual treinador. O Barça segue fiel ao estilo, nem tanto ao seu padrão de excelência. Ou será que é uma oscilação normal e estamos mal (ou bem) acostumados com o domínio azul e grená? O mais importante é cair na real e ver que a equipe, uma das melhores da história, também está fadada ao fracasso e precisa de mudanças.
Excelente análise. É bem isso mesmo, uma boa pré-temporada, contratações cirúrgicas e manutenção de Guardiola, trarão uma época de êxitos do Barça. O estilo continuará, os êxitos virão. Saudações azulgrana.
ResponderExcluirValeu, Guilherme.
ResponderExcluirAbraço!
Foi acidente. O Barça sente falta de Villa. Suas entradas em diagonais matariam o jogo ainda em Stamford Bridge com um Messi tão bem marcado. Faltou opções e Guardiola deveria ter ido ao mercado em Janeiro. Não foi e pagou com a eliminação.
ResponderExcluirAgora só espero que ele fique e que contrate bem. Um lateral esquerdo (Jordi Alba), um zagueiro que não precisa ser top, basta apenas jogar regularmente e um atacante seriam os ideais para o ciclo não se acabar e continuarmos a ver o melhor futebol da história
Abraços!