Fase do Valencia não é a melhor da temporada, mas empate conquistado em pleno Santiago Bernabéu ante o líder do campeonato Real Madrid evidencia que chés ainda são a terceira força do futebol espanhol (getty images)
Que o Valencia tem uma dificuldade crônica para se defender, todo mundo sabe. Víctor Ruíz não inspira confiança há tempos, o futebol de Rami caiu substancialmente e Jordi Alba, apesar de bom lateral, é uma espécie de Marcelo espanhol: ninguém duvida de sua capacidade quanto às jogadas ofensivas, a desconfiança vem na marcação. Mas, no confronto de contra o Real Madrid, a ineficiência do ataque merengue não foi exatamente o principal culpado pelo empate por 0x0 no Bernabéu. A passividade e tranquilidade dos chés chamaram mais atenção. Com Topal no lugar de Jonas para ganhar mais força na marcação no meio-campo e Guaita muito inspirado na defesa, Unai Emery, bastante contestado em Paterna, mandou uma mensagem às outras equipes com potencial: é preciso inteligência e, acima de qualquer coisa, obediência tática para sair do Bernabéu com 1 ponto pelo menos.
Antes do Valencia, 15 times haviam visitado o Bernabéu na liga. Só dois haviam conseguido tirar pontos: o Barcelona, que venceu, e o Málaga, que empatou. Onze deles levaram pelo menos quatro gols. O Valencia, por sua vez, tinha somado apenas um ponto nas últimas três rodadas, jogando fora a boa vantagem que havia construído na terceira colocação e até correndo riscos de cair para o quarto lugar: basta um empate do Málaga contra o Racing Santander em jogo que se inicia daqui a pouco para os chés perderem uma posição na tabela. No empate por 1 a 1 com o Levante, uma semana atrás, os torcedores protestaram contra o técnico Unai Emery e pediram sua demissão. A goleada sobre o AZ, pela Liga Europa, devolveu um pouco da confiança.
O Valencia se reconciliou com a torcida após uma partida séria e contundente ante os holandeses que garantiu o passaporte às semifinais da Liga Europa. Recuperou sua verdadeira imagem, pressionou os 90 minutos o adversário e chegou a quatro gols, jogando para longe a faceta das partidas anteriores. No Bernabéu, Emery optou por não forçar Soldado, com problemas físicos, e utilizou Aduriz na referência de seu 4-3-2-1. O Valencia, é bom lembrar, não só se defendeu durante os 90 minutos. Teve oportunidades de marcar e, em contra-ataques, levou perigo ao gol de Casillas, sobretudo nos 15 minutos finais, quando Mourinho lançou mão de qualquer tática para ir para cima e buscar os três pontos, deixando os merengues à mercê do contra-ataque.
Mas a satisfação dos blanquinegros com o empate podia ser captada em outros aspectos, bem além de uma escalação mais conservadora que a habitual. As linhas retraídas no início do jogo para segurar o ímpeto madridista, a quase completa dependência de Feghouli e Alba para agredir o adversário na ausência de seu principal centroavante e a demora nas reposições de bola foram indícios de que o 49º ponto na Liga BBVA valia muito mais do que o risco de perdê-lo e permitir o avanço de Levante e Málaga na tabela. Ainda que saíra de campo sabendo que o Málaga tem 85% de chances de ultrapassá-lo na tabela, o aspecto psicológico da equipe, sob riscos pelos tropeços das rodadas anteriores, é um trunfo na briga pela vaga direta na Champions (ou, como estão dizendo, pelo título da Liga dos Humanos). O Valencia deixou claro: mesmo passando por uma fase delicada, continua sendo a terceira força do futebol espanhol.
Você pode questionar os métodos e a ambição no Santiago Bernabéu, mas é difícil negar a evolução em relação as temporadas passadas. Mesmo sem nenhum destaque do peso de David Villa, David Silva ou Juan Mata, o time, programado para correr e atacar, com um futebol sempre ofensivo, mostrou ter coragem para se defender e permite a Unai Emery contrariar o DNA ofensivo quando ele achar necessário. A boa partida de Víctor Ruíz pode representar a volta da boa fase vista antes da fatídica partida no Stamford Bridge, em dezembro passado, que marcou a eliminação do Valencia na fase de grupos da LC. Dificilmente o treinador permanecerá para a próxima temporada, mas a reta final de 2011/2012 pode definir uma saída pelas portas da frente do Mestalla. E está mais do que claro: os chés são favoritos para o título da Liga Europa.
Em seu blog no site da ESPN, o jornalista Leonardo Bertozzi falou mais sobre Real Madrid x Valencia. A crônica de um 0 x 0 eletrizante. Clique aqui para ler
Antes do Valencia, 15 times haviam visitado o Bernabéu na liga. Só dois haviam conseguido tirar pontos: o Barcelona, que venceu, e o Málaga, que empatou. Onze deles levaram pelo menos quatro gols. O Valencia, por sua vez, tinha somado apenas um ponto nas últimas três rodadas, jogando fora a boa vantagem que havia construído na terceira colocação e até correndo riscos de cair para o quarto lugar: basta um empate do Málaga contra o Racing Santander em jogo que se inicia daqui a pouco para os chés perderem uma posição na tabela. No empate por 1 a 1 com o Levante, uma semana atrás, os torcedores protestaram contra o técnico Unai Emery e pediram sua demissão. A goleada sobre o AZ, pela Liga Europa, devolveu um pouco da confiança.
O Valencia se reconciliou com a torcida após uma partida séria e contundente ante os holandeses que garantiu o passaporte às semifinais da Liga Europa. Recuperou sua verdadeira imagem, pressionou os 90 minutos o adversário e chegou a quatro gols, jogando para longe a faceta das partidas anteriores. No Bernabéu, Emery optou por não forçar Soldado, com problemas físicos, e utilizou Aduriz na referência de seu 4-3-2-1. O Valencia, é bom lembrar, não só se defendeu durante os 90 minutos. Teve oportunidades de marcar e, em contra-ataques, levou perigo ao gol de Casillas, sobretudo nos 15 minutos finais, quando Mourinho lançou mão de qualquer tática para ir para cima e buscar os três pontos, deixando os merengues à mercê do contra-ataque.
Mas a satisfação dos blanquinegros com o empate podia ser captada em outros aspectos, bem além de uma escalação mais conservadora que a habitual. As linhas retraídas no início do jogo para segurar o ímpeto madridista, a quase completa dependência de Feghouli e Alba para agredir o adversário na ausência de seu principal centroavante e a demora nas reposições de bola foram indícios de que o 49º ponto na Liga BBVA valia muito mais do que o risco de perdê-lo e permitir o avanço de Levante e Málaga na tabela. Ainda que saíra de campo sabendo que o Málaga tem 85% de chances de ultrapassá-lo na tabela, o aspecto psicológico da equipe, sob riscos pelos tropeços das rodadas anteriores, é um trunfo na briga pela vaga direta na Champions (ou, como estão dizendo, pelo título da Liga dos Humanos). O Valencia deixou claro: mesmo passando por uma fase delicada, continua sendo a terceira força do futebol espanhol.
Você pode questionar os métodos e a ambição no Santiago Bernabéu, mas é difícil negar a evolução em relação as temporadas passadas. Mesmo sem nenhum destaque do peso de David Villa, David Silva ou Juan Mata, o time, programado para correr e atacar, com um futebol sempre ofensivo, mostrou ter coragem para se defender e permite a Unai Emery contrariar o DNA ofensivo quando ele achar necessário. A boa partida de Víctor Ruíz pode representar a volta da boa fase vista antes da fatídica partida no Stamford Bridge, em dezembro passado, que marcou a eliminação do Valencia na fase de grupos da LC. Dificilmente o treinador permanecerá para a próxima temporada, mas a reta final de 2011/2012 pode definir uma saída pelas portas da frente do Mestalla. E está mais do que claro: os chés são favoritos para o título da Liga Europa.
Em seu blog no site da ESPN, o jornalista Leonardo Bertozzi falou mais sobre Real Madrid x Valencia. A crônica de um 0 x 0 eletrizante. Clique aqui para ler
Emery é um baita treinador. O que os torcedores querem afinal? Rafa Benítez de volta?
ResponderExcluirA torcida não gosta do Emery, ao meu ver, pelo excesso de erros que ele comete. Mas há de se elogiar a forma tática com a qual ele monta sua equipe. Tira leite de pedra desse elenco limitado.
ResponderExcluirE o retorno de Rafael Benítez é sonho não só da torcida como do presidente Manuel Llorente.
Abraço!
Jogaço.
ResponderExcluirValencia foi muito bem, só pecou nas conclusões, assim como o Madrid, que parou no Guaita.