quinta-feira, 19 de abril de 2012

Derrotado

Bem marcados, Messi, Xavi e Daniel Alves não tem o que comemorar. Derrotado, Barcelona irá atrás de primeira remontada na temporada para continuar vivo em luta do penta da Uefa Champions League

Imagine esse cenário: 74% de posse de bola, 21 chutes a gol, sendo oito delas no alvo, e pressão do início ao fim. É inimaginável pensar numa equipe com essas estatísticas sendo derrotada, não? Pois bem, a descrição acima é a do Barcelona, como sempre. Contudo, ao contrário de outros jogos, os azulgrenás saíram de campos derrotados. Valente, o Chelsea fez valer o mando de campo, derrotou o atual campeão da Liga dos Campeões da Uefa e vai ao Camp Nou precisando apenas de um empate para conseguir chegar à tão sonhada final.

Na temporada, foi apenas a terceira derrota do Barcelona, derrotado antes para Osasuna e Getafe. Em âmbito continental, foi um londrino o último comemorar uma vitória perante o tetracampeão europeu: o Arsenal, em fevereiro passado, no jogo de ida das oitavas-de-finais (2x1). O tabu blue prossegue: desde fevereiro de 2006 que a equipe de Stamford Bridge não é derrotada pelo o Barcelona em jogos oficiais. Abaixo, os motivos para o prosseguimento do tabu.

Má eficiência nas finalizações. 21 chutes a gol. 8 delas no alvo, chances claras. Zero gols. É raro ver o Barcelona desperdiçando tantas oportunidades, mais ainda é ver uma atrás da outra da maneira que foi. Fàbregas e Sánchez tiveram duas ocasiões perfeitas de gols, mas falharam. No final, Pedro acertou a trave e Busquets isolou. Errar a exaustão numa semifinal de LC pode ser crucial. Por outro lado, o Chelsea teve somente uma chance de gol. E Drogba jogou para as redes.

Cadê Piqué, Guardiola? Contra o Milan, Pep teve respeito. Não utilizou Fàbregas e Adriano para jogar com Keita e Mascherano, com Puyol fazendo a lateral esquerda. O resultado foi um 0x0 que levantou questionamentos ao treinador: por que não ser mais ousado? Ontem, entretanto, os questionamentos foram outros: por que relegar Piqué ao banco e não dar continuidade a escalação habitual? Joan Vehils, colunista do Diário Sport, escreveu: "talvez, com Piqué em campo, o Barcelona não teria tomado nenhum gol". Difícil dizer com palavras certas o que seria o jogo com Piqué em campo, mas é provável que o zagueiro catalão, que fica mais plantado na zaga do que Mascherano, chutasse para longe a bola cruzada para Ramires. Porém, o se inexiste no futebol.

Muro azul. Duas linhas de quatro atrás da bola fecharam os espaços do Barcelona. A tática montada por Di Matteo não é comum no cenário barcelonista: atualmente, já está provada que é a única que pode parar o Barcelona. Inter de Milão, Real Madrid, Milan e agora Chelsea tiveram sucesso. Faltam mais 90 minutos e a pergunta que fica é: num campo com dimensões maiores como é o Camp Nou o Chelsea conseguirá se defender dessa forma? Vale lembrar que os azulgrenás acharam espaços em momentos da partida.

Mais participação de Xavi. O Barcelona tem meio-campo mais criativo que Paulo Barros e retoma a posse de bola com muita facilidade. Portanto, ofereceria a qualquer adversário um papel secundário. Sabendo disso, Di Matteo abriu mão de Kalou/Sturridge e escalou Mikel, Meireles e Lampard pra reforçar o centro. Mata e Ramires abertos se sacrificaram na marcação, sobretudo o espanhol. Principal jogador dos londrinos na temporada, o ex-Valencia não participou de nenhuma jogada ofensiva e nem criou nenhum lance de perigo. O povoamento do meio-campo foi a principal estratégia para levar a vantagem ao jogo da volta. Xavi, muito marcado, inexistiu.

Pedra no sapato de Messi. O melhor jogador do mundo tentou. Passava de um, de dois, mas o terceiro já chegava afastando de qualquer maneira. Em certos momentos, lembrava a derrota para a Inter em 2010. La Pulga, também, não teve muita ajuda dos companheiros de ataques. Muito preso à marcação adversário, Sánchez e Fàbregas não ofereceram a Messi oportunidades de tabela. Assim, Messi segue sem marcar contra o Chelsea: são seis jogos (sete se considerarem os 25 minutos disputados em 2005/2005, quando saiu lesionado ainda no primeiro tempo) e nenhum gol. E foi de um desarme de Lampard sobre Messi que iniciou-se o contra-ataque que parou com o único gol do jogo.

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