Com tantas lesões, José Mari viu seu futuro promissor virar pó e já agoniza aos 32 anos. Hoje, no Xerez, tem o carinho da torcida e é visto com um líder dentro de campo (AS)
Imagine se um jovem e promissor atacante como, por exemplo, o Thiago Ribeiro, se machuca e passa o resto da carreira pulando de time em time? É difícil, mas não impossível. Um exemplo é o atacante José Mari, sevilhano que foi apontado como a grande promessa do futebol espanhol em 1997, mas que não foi muito longe nos grandes clubes do futebol europeu.
O problema é que José Mari parece ter sido escolhido a dedo pelo azar e hoje, aos 32 anos, figura na lista dos eternos lesionados, um futuro inimaginável para quem o viu em início de carreira. Forte fisicamente, rápido e brigador, ninguém poderia crer que uma série de lesões fosse afastá-lo da elite do futebol tão rapidamente.
O começo e o auge
Formado nas categorias de base do Sevilla, ele estreou nos profissionais em 02 de fevereiro de 97, aos 18 anos. No Rámon Sánchez Pizjuán, o jovem atacante andaluz marcou sete gols nos 21 jogos em que teve alguma participação. Ele acabou convocado para a seleção sub-18 da Espanha, onde jogou sete partidas e anotou seis gols. Com isso, o garoto ganhou visibilidade e a cobiça de vários clubes. O vencedor da briga foi o Atlético de Madrid, que conseguiu levá-lo para o Vicente Calderón ainda em 97. O ambiente no clube era tranquilo, já que a pressão por títulos havia sido apaziguada com a conquista da nona taça nacional pelos colchoneros, na temporada 95/96. Por lá, o garoto ficou três temporadas, de 97 a 2000. No primeiro ano, foram 44 partidas disputadas e nove gols marcados. No segundo, 51 partidas e 19 gols. E no terceiro ano, 16 partidas e apenas 3 gols anotados.
Enquanto isso, Mari continuou sendo convocado para as categorias de base da seleção. Na sub-21, ele jogou 12 partidas e marcou cinco gols. Com a sub-23, ele disputou os Jogos Olímpicos de Sydney e foi titular na conquista da medalha de prata da competição. A Espanha acabou perdendo a taça para Camarões após empatar em dois a dois na final e perder nos pênaltis por cinco a três. Com três gols marcados nos jogos olímpicos, o garoto se tornou uma das sensações do futebol europeu e acabou transferindo-se para o Milan, ainda em 2000. O que seria só o começo para muitos, hoje é visto como o auge da carreira de José Mari, já que a partir dali ele não conseguiu ir muito longe.
A carreira de José Mari seria interrompida em vários momentos por conta de lesões e contusões seguidas. A primeira delas foi enquanto esteve no Milan, onde ficou no estaleiro por muito tempo. Antipatizado, ele voltou ao Atlético em 2002 por empréstimo de um ano. Pelo Milan, foram duas temporadas, de 2000 a 2002, e um histórico de apenas cinco gols marcados em 52 jogos. Na volta ao Atlético, os números também não foram animadores, apenas seis gols em 31 partidas.
Chateado pelas terríveis atuações do time no ano do centenário do clube, em 2003, o presidente do clube, Jesús Gil, disse ao anunciar a saída do atacante que “cada um tem o final que merece. Ele não vai seguir aqui, mas lhe desejo todo o melhor, não lhe desejo nenhum mal”. Questionado, o atacante andaluz passou a procurar novos ares. Uma proposta do Villarreal em 2003 pareceu-lhe a mais adequada naquele momento. Aos 25 anos, Mari ainda precisava provar muita coisa para ser para não ser lembrado como uma eterna promessa.
Reação e nova queda
No submarino amarelo, as coisas melhoraram. A rapidez e o bom posicionamento de outrora pareciam ter voltado e, novamente, foi difícil marcar os cabeceios quase sempre certeiros de José Mari. No ano de sua chegada ao El Madrigal, ele foi campeão da Copa Intertoto de 2003 e garantiu, com isso, uma vaga para o Villarreal na disputa da antiga Copa da UEFA, hoje Liga Europa. A reação, porém, esbarrou em várias lesões na perna esquerda, que o tiravam dos gramados por longos períodos. A concorrência com Giuseppe Rossi também ajudava a mantê-lo afastado dos campos. Em 2007, com 113 jogos e apenas 15 gols marcados, José Mari acabou voltando para Sevilha para atuar pelo Real Betis, time que atualmente disputa a segunda divisão espanhola.
Desde então, o atacante nunca mais voltou a atuar por um grande clube e passou a acumular uma série de passagens e números sem expressividade alguma. No Real Betis, ele marcou o primeiro gol um ano após sua chegada. Ao todo, foram 21 jogos e apenas um gol marcado, o que ocasionou na sua transferência para o Gimnàstic de Tarragona, em 2008. No Nàstic, ele ficou mais um ano, jogando 42 vezes e marcando 8 gols.
Hoje, no Xerez, finalmente José Mari tem o carinho da torcida e é visto com um líder dentro de campo. O time está em sexto lugar na Liga Adelante e parece ter força para lutar pelo acesso à série A espanhola. Aos 32 anos, não dá mais tempo de José Mari buscar consagração. Para novas conquistas, porém, enquanto a bola estiver rolando, nada está perdido.
Texto de Clarissa Carramilo
José Mari
Nome completo: José María Romero Jiménez Poyón
Data de nascimento: 10/12/1978
Local de nascimento: Sevilha, Espanha
Clubes que defendeu: Atlético de Madrid, Milan, Villarreal, Real Betis, Gimnastic de Tarragona, Deportivo Xerez
Seleções de base que defendeu: Espanha sub-19, Espanha sub-21 e Espanha sub-23
O problema é que José Mari parece ter sido escolhido a dedo pelo azar e hoje, aos 32 anos, figura na lista dos eternos lesionados, um futuro inimaginável para quem o viu em início de carreira. Forte fisicamente, rápido e brigador, ninguém poderia crer que uma série de lesões fosse afastá-lo da elite do futebol tão rapidamente.
O começo e o auge
Formado nas categorias de base do Sevilla, ele estreou nos profissionais em 02 de fevereiro de 97, aos 18 anos. No Rámon Sánchez Pizjuán, o jovem atacante andaluz marcou sete gols nos 21 jogos em que teve alguma participação. Ele acabou convocado para a seleção sub-18 da Espanha, onde jogou sete partidas e anotou seis gols. Com isso, o garoto ganhou visibilidade e a cobiça de vários clubes. O vencedor da briga foi o Atlético de Madrid, que conseguiu levá-lo para o Vicente Calderón ainda em 97. O ambiente no clube era tranquilo, já que a pressão por títulos havia sido apaziguada com a conquista da nona taça nacional pelos colchoneros, na temporada 95/96. Por lá, o garoto ficou três temporadas, de 97 a 2000. No primeiro ano, foram 44 partidas disputadas e nove gols marcados. No segundo, 51 partidas e 19 gols. E no terceiro ano, 16 partidas e apenas 3 gols anotados.
Enquanto isso, Mari continuou sendo convocado para as categorias de base da seleção. Na sub-21, ele jogou 12 partidas e marcou cinco gols. Com a sub-23, ele disputou os Jogos Olímpicos de Sydney e foi titular na conquista da medalha de prata da competição. A Espanha acabou perdendo a taça para Camarões após empatar em dois a dois na final e perder nos pênaltis por cinco a três. Com três gols marcados nos jogos olímpicos, o garoto se tornou uma das sensações do futebol europeu e acabou transferindo-se para o Milan, ainda em 2000. O que seria só o começo para muitos, hoje é visto como o auge da carreira de José Mari, já que a partir dali ele não conseguiu ir muito longe.
A carreira de José Mari seria interrompida em vários momentos por conta de lesões e contusões seguidas. A primeira delas foi enquanto esteve no Milan, onde ficou no estaleiro por muito tempo. Antipatizado, ele voltou ao Atlético em 2002 por empréstimo de um ano. Pelo Milan, foram duas temporadas, de 2000 a 2002, e um histórico de apenas cinco gols marcados em 52 jogos. Na volta ao Atlético, os números também não foram animadores, apenas seis gols em 31 partidas.
Chateado pelas terríveis atuações do time no ano do centenário do clube, em 2003, o presidente do clube, Jesús Gil, disse ao anunciar a saída do atacante que “cada um tem o final que merece. Ele não vai seguir aqui, mas lhe desejo todo o melhor, não lhe desejo nenhum mal”. Questionado, o atacante andaluz passou a procurar novos ares. Uma proposta do Villarreal em 2003 pareceu-lhe a mais adequada naquele momento. Aos 25 anos, Mari ainda precisava provar muita coisa para ser para não ser lembrado como uma eterna promessa.
Reação e nova queda
No submarino amarelo, as coisas melhoraram. A rapidez e o bom posicionamento de outrora pareciam ter voltado e, novamente, foi difícil marcar os cabeceios quase sempre certeiros de José Mari. No ano de sua chegada ao El Madrigal, ele foi campeão da Copa Intertoto de 2003 e garantiu, com isso, uma vaga para o Villarreal na disputa da antiga Copa da UEFA, hoje Liga Europa. A reação, porém, esbarrou em várias lesões na perna esquerda, que o tiravam dos gramados por longos períodos. A concorrência com Giuseppe Rossi também ajudava a mantê-lo afastado dos campos. Em 2007, com 113 jogos e apenas 15 gols marcados, José Mari acabou voltando para Sevilha para atuar pelo Real Betis, time que atualmente disputa a segunda divisão espanhola.
Desde então, o atacante nunca mais voltou a atuar por um grande clube e passou a acumular uma série de passagens e números sem expressividade alguma. No Real Betis, ele marcou o primeiro gol um ano após sua chegada. Ao todo, foram 21 jogos e apenas um gol marcado, o que ocasionou na sua transferência para o Gimnàstic de Tarragona, em 2008. No Nàstic, ele ficou mais um ano, jogando 42 vezes e marcando 8 gols.
Hoje, no Xerez, finalmente José Mari tem o carinho da torcida e é visto com um líder dentro de campo. O time está em sexto lugar na Liga Adelante e parece ter força para lutar pelo acesso à série A espanhola. Aos 32 anos, não dá mais tempo de José Mari buscar consagração. Para novas conquistas, porém, enquanto a bola estiver rolando, nada está perdido.
Texto de Clarissa Carramilo
José Mari
Nome completo: José María Romero Jiménez Poyón
Data de nascimento: 10/12/1978
Local de nascimento: Sevilha, Espanha
Clubes que defendeu: Atlético de Madrid, Milan, Villarreal, Real Betis, Gimnastic de Tarragona, Deportivo Xerez
Seleções de base que defendeu: Espanha sub-19, Espanha sub-21 e Espanha sub-23
Sensacional postagem e muito boa lembrança.. lembro que jogava Championship Manager, um jogo em que você é um técnico de futebol, José Mari era uma das estrelas do jogo, valendo milhões de euros. É triste ver como a carreira de um jogador pode ser destruída por lesões.
ResponderExcluirMais uma vez, ótima postagem e excelente texto!
Um grande abraço,
Nelsinho Lima.
vamosfalardeesportes.blogspot.com
Realmente é triste mesmo ver situações como essa. E o pior é que José Mari tinha um potêncial enorme.
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